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Eis uma resposta quase consensual: fria para as potências rivais; para
os países do então chamado Terceiro Mundo, cujos próprios povos viveram
essas guerras regionais nos próprios territórios, nem tanto. Pode-se
argumentar que era fria não em relação a quem é afetada, mas em relação a
outras guerras, possíveis (a hecatombe nuclear que cuja sombra pairou sobre
o período) e passadas (as grandes guerras do século XX). Mas diferentemente
do experimento utilizado para explicar a relatividade da sensação térmica
(coloca-se uma mão em uma bacia com água quente, a outra em uma com
água fria, e depois as duas em uma com água morna, que para primeira parece
fria, e para a segunda, quente), a relatividade das duas perspectivas não pode
ser comparada na mesma bacia. No caso das grandes guerras, não só a perda
humana é dificilmente comparável, como, trata-se mais uma vez de quem é
afetado; no caso da guerra nuclear (que por sua vez afetaria a todos), mesmo
que fosse algo mais presente no imaginário popular então do que veio a ser 1,
1
A literatura fantástica tem exemplos interessantes, em especial os contos de Ray Bradbury. Um pouco
mais afastado da paranoia estadunidense, o filme Luz de Inverno, do sueco Ingmar Bergman, conta a
1
comparações com possibilidades são bem menos comuns do que com eventos
concretos.
Referências bibliográficas:
história de um homem que fica perturbado ao ler nos jornais que a China pretende usar a bomba
atômica.
2
Contemporâneas – da Sociedade Internacional do século XIX à era da
globalização. São Paulo: Saraiva, 2007. p. 253-316.
MCMAHON, Robert J. The Cold War: a very short introduction. OUP Oxford,
2003.