Para Casanova, o capital literário de uma nação, seguindo Valéry, “é o valor
específico que tem conotação no espaço literário mundial, o bem comum reivindicado e aceito por todos”. É composto de vários elementos como a antiguidade, um meio profissional, a opinião do público, o valor literário da língua. Esse capital pode colocar um país em uma posição mais ou menos favorável no espaço literário internacional, e essa posição mode mudar conforme o capital literário do país mude, assim como fornecer uma visão diferente desse sistema que pode usada para questioná-lo. O Brasil não é favorecido por essa organização do espaço literário, sendo um país de tradição literária relativamente recente, e, ao contrário de outros países colonizados, com uma língua de pouco prestígio literário, com uma alta taxa de analfabetismo, e, segundo Cândido, com “falta de meios de comunicação e difusão”. Diferentemente de outros países latinoamericanos, o Brasil não vivenciou um período de disseminação como o “boom”, e tampouco pode se aproveitar desse momento pela diferença linguística.