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CPAN - Campus do Pantanal [0525] Letras -

Licenciatura - Habilitação em Português/Inglês

Disciplina: Literatura Brasileira VII


Docente: Prof. Dr. Dário Ferreira Sousa Neto
Acadêmica Elen Maciel Sales

FICHAMENTO – ENSAIO “A NOVA NARRATIVA” In CANDIDO, ANTONIO. A Educação pela


Noite e outros ensaios. São Paulo: Ática, 1989.

Texto: A NOVA NARRATIVA


(Antônio Cândido)

1. Segundo o autor, nos arredores do mundo quando o assunto é sobre a “nova narrativa
latino-americana” pensa-se imediatamente numa unidade maior de autores que falam a língua
espanhola.

a) Tamanha proporção coloca em segundo plano a existência de uma unidade mais simples,
composta por autores que falam português.

2. Visto do panorama nacional, quando se trata da narrativa em questão ocorre o mesmo efeito
unificador que considera primeiramente nossos vizinhos que falam espanhol.

a) Os escritores brasileiros recebem uma certa exclusão justamente por ser o único a falar outro
idioma e somente depois de um esforço conseguem se agrupar.

3. Cândido menciona a brasilidade de Mário de Andrade na obra “Noturno de Belo Horizonte”, fase
do primeiro momento modernista.

a) Mário de Andrade se refere ao Brasil como uma proporção completa que consegue incorporar
todo o conjunto de línguas dentro de uma unidade que ele alude como América portuguesa.

4. Franklin Távora defende que no Brasil há duas literaturas independentes dentro de um único
sistema linguístico: A do Norte e a do Sul.

a) O que o faz pensar nisso, são as diferenças históricas, formação étnica, culturas, modismos
linguísticos e etc.
b) Viana Moog mostra que, por outro lado, o Brasil é composto na realidade por diversas
categorias de literatura de acordo com a região.

5. Ao contrário do que acreditava Távora, Cândido pontua que possuímos traços comuns às literaturas
ibéricas, pois passamos pelos mesmos acontecimentos históricos.

a) O fato de conhecerem a escravidão;


b) Miscigenação;
c) O regime de trabalho da monocultura;
d) A mineração como atividade econômica.

6. De grosso modo, as literaturas sofreram acomodações que resultaram em uma certa uniformidade.

a) Por exemplo, a imitação de tendências européias que se combinaram às das metrópoles.

b) A grande influência da França sobre a América Latina.

7. A fisionomia comum presentes nas literaturas brasileira e latino-americana relaciona-se com fatores
de urbanização acelerada e desumana e a marginalização das classes mais humildes.

a) Nesse sentido somos submetidos à neurose do consumo criando uma certa dependência das
unidades maiores que comandam o poder capitalista.

8. Cândido destaca que os Estados Unidos possuem forte influência no nosso campo cultural, o que
nos leva a ficar em segundo plano, girando em torno de outro.

a) A revolta nas poesias e as técnicas no romance e televisão, não só divulgam uma violência
ficcional mas também aquela que vivemos na realidade.

9. Analisando todos os percursos passados e presentes percebe-se muitas coisas em comuns que faz
pensar na cultura e literatura Latino-americana como “um conjunto”.

a) Nesse caso, parafraseando Mário de Andrade — sobre o tronco dos idiomas ibéricos a
anamorfose imperialista criou vinte orquídeas sangrentas, desiguais entre si, mas sobretudo
em relação a ele.

10. Para tentar explicar o contexto brasileiro, deve-se levar em consideração as raízes históricas das
tendências atuais, muito além do que seria necessário para a literatura espanhola.

a) Respondendo a questão sobre a existência de uma literatura latino-americana, Cândido afirma


que não existe sequer literatura brasileira, como semelhança de estrutura, estilo,
caracterização e etc.

b) Sendo assim, ele pontua que existem apenas pessoas escrevendo na mesma língua, em
português.
11. O crítico exprime que não devemos ser dependentes de movimentos exteriores.

a) Para ele, temos o potencial para impor, já que hoje, é comum que se encontre alguns
americanos imitando nomes da literatura latino-americana.

12. Cândido diz que não se pode perder de vista alternativas que nos tornem capazes de ditar.

a) São esforços que não cabe só aos ficcionistas mas também na mente dos críticos e do público.

13. De acordo com o autor do texto, até o momento tivemos uma única literatura de língua portuguesa
neste continente.

a) As diferenças que a torna única são intensificadas no regionalismo, porque nele existe uma
procura dos elementos específicos da nacionalidade.

14. As independências literárias que marcam uma certa ousadia e traços únicos da nossa literatura
estão presentes no indianismo e regionalismo.

a) No indianismo porque apresenta o habitante local como uma espécie de antepassado mítico,
diferente do colonizador.

b) No regionalismo porque retrata as peculiaridades locais, cada qual com seus jeitos e maneiras
de ser brasileiro.

c) A cultura se isola a partir do vínculos que essas tendências têm com a terra, porque é a
verdadeira representação do país, sem marcas e costumes das cidades estrangeiras.

15. As fortes marcas específicas representadas pelo indianismo e regionalismo, mesmo com maior ou
menor relevo e significado, foram muito valorizadas no sentido social no século XIX porque
consagraram o reconhecimento do país.

a) No século XX, o regionalismo é tratado como “literatura sertaneja”, uma subliteratura vulgar.

16. O autor destaca outra vertente de identificação nacional através da literatura.

a) A descrição da vida nas grandes cidades, como o Rio de Janeiro, que sobrepunha à
diversidade do pitoresco regional.

b) Estende-se sobre o país uma linguagem culta comum que procura dar conta dos problemas de
todos os homens, na moldura dos costumes da civilização dominante.

c) Esse tipo de narrativa teve amadurecimento a partir das produções machadianas.

17. Ao incorporar os aspectos urbanos na ficção brasileira regional pode se dizer que o pitoresco
campestre, o peculiar que destaca e isola, nunca foram elemento central e decisivo.
a) De certo modo, percebe-se que há uma certa preferência estética pelas formas urbanas.

18. Cândido destaca que a narrativa brasileira atual desenvolve ou contraria a obra dos antecessores
dos anos 1930 e 1940.

19. A partir de 1930, o romance se amplia e se consolida como o bloco central de uma fase na nossa
literatura.

a) O ano favoreceu a divulgação de vanguardas artísticas e literárias dos anos 20.

b) Há a radicalização de idéias políticas: divulgação do marxismo, surgimento do fascismo e


renascimento católico.

c) Destaque também para o “romance do Nordeste” que trouxe um novo regionalismo na


produção de Graciliano Ramos, Raquel de Queirós, José Lins do Rego e Jorge Amado.

20. Cândido ressalta que há uma intensa e crescente produção voltada para os grandes centros urbanos
em qualidade e importância.

a) Destaca alguns casos de reações contra os “nordestinos”, como Otávio de Faria, que traz o
drama interessados nos conflitos de consciência e problemas religiosos à classe social.

b) A Construção de universos fantasmas como quadro de tensões íntimas nas produções de


Lúcio Cardoso e Cornélio Pena.

21. Outro aspecto seria a dos equidistantes de direita e da esquerda quanto à ideologia e escrita.

a) Ambos se distanciam na mesma proporção em relação a dureza realista e a angústia


dilacerante.

22. Pode ser evidenciado também os aspectos que podem ser chamados de radicais urbanos.

a) São aqueles que se atentam à desarmonia social e problemas pessoais.

b) Traz as marcas de sua condição, sem obsessão regional, exemplo nas obras de Érico
Veríssimo e Dionélio Machado.

23. Os autores escreviam essas diferentes marcas e eram criticados de forma disjuntiva: uma ou outra.

a) Os autores estavam muito interessados nos temas e no conceito de escrita como ferramenta,
como objeto central e integrador do processo narrativo.

b) Embora essa produção literária não tivesse preocupação em refletir sobre a linguagem,
construíram de certa forma um novo modo de escrever graças à liberdade que os modernistas
haviam conquistado e praticado na década de 20.
24. O crítico destaca o impulso do movimento de “desliterarização” que, de certo modo, pretendia
tornar a linguagem ficcional, aberta a todos.

a) Esse paradigma conta com a quebra dos tabus de vocabulário e sintaxe;


b) Traz o gosto por termos considerados baixos, o convencional;
c) Por último a desarticulação estrutural da narrativa;

25. Cândido ressalta a importância de escritores que contribuíram para a aniquilação do velho
regionalismo e aperfeiçoamento do moderno romance urbano, poupando-o de sua insignificância nos
anos 10 e 20.

a) Candido cita a contribuição de Dalton Trevisan, Osman Lins, Fernando Sabino, Otto Lara
Resende, Lígia Fagundes Telles que representam a boa linha média que caracteriza a ficção
brasileira dos anos 50 e 60.

b) Os escritores que surgiram nos anos 1950 tiveram menos potência, porém confirmou o que se
pode nomear de ‘consolidação da média’, havendo a partir desse momento o maior número de
bons livros que a ficção literária brasileira havia experimentado.

26. Exceto em relação a Lígia Fagundes Telles, Cândido busca situar os demais autores a partir de
paradigmas ligados às suas produções.

a) Marca populistal, momentos, costumes;

b) Marcação ideológica durante o período de 1964.

c) De acordo com o autor, tal exercício epistemológico não encontra elementos para uma leitura
mais precisa do que ali acontecia.

27. Ao perceber uma certa carência, o crítico literário conclui que devemos voltar para registrar a obra
de alguns inovadores, como Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Murilo Rubião.

a) Ele cita esses autores porque os mesmos conseguiram produzir um toque novo, que foi
percebido desde cedo por Álvaro Lins.

28. O autor pontua que Clarice Lispector cria um mundo a partir do texto, onde o tema passa a
segundo plano e a escrita a primeiro, trazendo reconsideração da crítica sobre os pontos de vista,
principalmente na questão disjuntiva.

a) Não se trata mais de ver o texto como algo que conduz a um ou outro aspecto do mundo e do
ser; mas um mundo que existe e atua na medida em que é discurso literário.

b) Isto porque, assim como os próprios escritores, a crítica verá que a força própria da ficção
provém, antes de tudo, da convenção que permite elaborar os "mundos imaginários".
29. Guimarães Rosa, por sua vez, faz inflexões diferentes por meio da criatividade do enredo e
inovação da linguagem.

a) Cândido destaca o crescimento da obra que mais tarde chega a se tornar um romance: Corpo
de baile (2 volumes) e Grande sertão: veredas, ambos publicados em 1956.

30. Os livros de Guimarães Rosa mencionados anteriormente, fizeram história porque estavam
tomados pelo regionalismo, operando seus paradigmas transfiguradores, que tornam a obra inovadora.

a) Esse empenho em explorar exaustivamente as particularidades do regionalismo, fez com que


Rosa alcançasse o mais indiscutível universal.

b) Guimarães Rosa percorre pelo exotismo, mas por outro lado, cancela o pitoresco como
particularidade e transforma-o em valor coletivo.

c) Rosa traz o mundo rústico acima do seu ponto de partida ao transformá-lo em matéria de
ficção pluridimensional, e não de regionalismo.

31. Pela originalidade e estilo, Cândido ressalta que Guimarães Rosa é o maior ficcionista de língua
portuguesa que já existiu.

a) Nele podemos perceber as possibilidades de superação do realismo para intensificar o senso


do real;

b) É possível entrar pelo fantástico e comunicar o mais legítimo sentimento do verdadeiro;

c) É possível instaurar a modernidade da escrita dentro da maior fidelidade à tradição da língua e


à matriz da região.

32. De acordo com Cândido, talvez Guimarães Rosa tenha sido o primeiro a sintetizar as composições
atrativas da nossa ficção, que até então estavam isoladas.

a) A sede do particular como justificativa e como identificação;

b) O desejo do geral como aspiração ao mundo dos valores inteligíveis à comunidade dos
homens.

33. Murilo Rubião instaura no Brasil a ficção do insólito absurdo ao publicar o livro de contos O
ex-mágico em 1947.

a) Embora já houvesse outros tipos de insólitos de cunho lírico, ainda era limitado os casos
insólitos de caráter cômico, principalmente na poesia.
34. Murilo Rubião compõe seus contos absurdos trazendo uma nova arte incorporando o realismo
fantástico no Brasil, que até então não era comum.

a) Algumas obras chamaram muita atenção da crítica e dos leitores para esse autor, que
infelizmente, só foi reconhecido nos anos 70.

35. Por volta de 1960 ocorre uma era que Cândido vai pontuar de turbulenta e consequentemente
terrível.

a) No começo ocorre a radicalização pacífica mas desorganização da população, no governo de


João Goulart.

b) Depois o golpe militar se torna brutalmente opressivo para ferozmente repressivo.

36. Durante o período Goulart, há uma busca maior pela cultura popular e a tentativa de expressar as
exigências do povo através do cinema, teatro, poesia e educação.

a) Nessa fase, tudo foi proibido aos poucos, devido ao golpe de 1964.

b) Há a presença do tropicalismo, onde se expressava a revolta de forma caótica, barrenta e


demolidora.

c) Essas posturas fazem parte do processo transformador que resultou no anticonvencionalismo


até hoje presente na produção cultural.

37. A ficção teve fortes manifestações na década de 60 numa linha mais ou menos tradicional, como
os romances.

a) Um forte romancista desses movimentos foi Antônio Callado, que renovou o chamado
“literatura principiante”.

b) Outro opositor ao sistema daquela época, temos Érico Veríssimo seguindo a mesma linha de
inconformismo.

38. A década de 60 e 70 foi marcada pelas contribuições experimental e renovadora.

a) As marcas desses fatores são visíveis na concepção da narrativa, no contexto de amargor


político.

39. Para Antônio Cândido, a contribuição desse momento histórico amargo foi a aparição de linhas
literárias experimentais e plurais, resultando em textos que o crítico trata como indefiníveis.
a) Os gêneros, deixam de ser gêneros e passam a incorporar técnicas e linguagens nunca antes
pensadas dentro de suas fronteiras.

b) Houve novidade no panorama literário brasileiro ao trazer para o cerne de sua ficção temas e
formas complexos que surpreenderam a crítica literária brasileira.

c) Esses fatores consideram que o envolvimento agressivo parece uma das chaves para se
entender a nossa ficção presente.

40. Para Cândido, Clarice Lispector se sobressai no quesito de maior influência.

a) Segundo o crítico, a causa de todas as tendências desestruturantes está inclinada para ela.

b) Os detalhes de todas as particularidades já estudadas, apontam para a visão feminina, presa no


miúdo concreto.

41. Cândido aponta os aspectos que se tornaram extremamente frequentes em nossa literatura.

a) Por exemplo, a ficcionalização de outros gêneros (crônica, autobiografia).

b) A ficção sobressai à palavra escrita dando lugar a diversas artes, algo que era submetido
apenas ao conto e romance: cinema, teatro, telenovela e etc.

42. O autor vai dizer que o conto, segundo opiniões, é considerado como o que há de melhor na ficção
brasileira recente.

a) Para sustentar essas opiniões, ele destaca que existem contistas que se destacam pelas suas
predisposições naquilo que é real, através de técnicas inovadoras, invenção ou alteração das
antigas.

43. Como um dos contistas de grandes destaques, Cândido menciona João Antônio que publicou o
conto “Paulinho Perna-Torta” em 1965, obra-prima da nossa ficção.

a) A obra parece recordar de forma priorizada seus interesses à uma prosa adepta aos diferentes
graus da realidade, devido ao dinamismo do monólogo.

b) As marcas estão na gíria, extinção das diferenças entre fala e escrita e ao ritmo da escrita que
vai de encontro ao pensamento para mostrar de forma brusca o crime e a postituição.

44. De acordo com Cândido, esse ultrarrealismo sem preconceitos também pode ser visto na obra
mais forte do contista Rubem Fonseca (estreia em 1963).

a) Ele ataca o leitor não só em termos de temas, mas também em termos técnicos.
b) O escritor traz uma narrativa única, inconfundível, que revela e evidencia pelo discurso e,
principalmente, inserida no próprio discurso, as manifestações mais condenáveis da sociedade
moderna.

45. Antonio Candido localizou Rubem Fonseca, juntamente com João Antônio, na vertente
ultra-realista, que poderia ser denominado “realismo feroz”, da literatura nacional.

46. O crítico aponta mais uma tendência, porém desta vez o que marca é a suspensão geral das
vertentes realistas.

a) O surgimento do realismo mágico ou fantástico no Brasil que predominou durante o período,


são refletidos nos contos de Murilo Rubião, do qual é precursor.

b) Cândido afirma que o boom da ficção hispano-americana levou para este rumo o gosto dos
autores e do público.

47. É possível que a violação das normas ocorram nos recursos gráficos, figuras, fotografias e etc.

a) Esses insólitos podem se apresentar no texto e no contexto gráfico.

48. Neste momento houve uma tendência à ruptura com a tradição e a manutenção de uma linha mais
tradicional.

a) Nos temas, na violação de recursos literários, na busca pela naturalidade, estes são fatores que
passaram a integrar a prática geral da literatura.

b) Percebe-se que estamos diante de uma literatura que vai contra a escrita elegante, antigo ideal
perfeito do país;

c) Contra a convenção realista, baseada na verossimilhança e o seu pressuposto de uma escolha


dirigida pela convenção cultural;

d) Contra a lógica narrativa, isto é, a concatenação graduada das partes pela técnica da dosagem
dos efeitos;

e) Finalmente, contra a ordem social, sem que com isso os textos manifestam uma posição
política determinada.

49. De certo modo, atribui-se o surgimento dessas tendências ao contexto daquele momento e a elite
artística, que por várias razões influenciaram o efeito duplo de negação e superação.
a) A começar pelo momento de violência, censura e opressão provindos do cenário da ditadura
militar.

b) Em contrapartida, os intelectuais se levantam com sentimento de oposição, mesmo de forma


implícita, deixando sua manifestação.

c) Os efeitos de negação, no caso do tropicalismo, que iniciou com a negação dos valores
tradicionais da arte e literatura, como bom-gosto, equilíbrio, senso das proporções.

50. Segundo o autor, os aspectos de violência nas cidades em todas as esferas, são elementos que se
enquadram no que ele chama de “realismo feroz”.

a) A criminalidade, guerras, aumento de pessoas, fluxo migratório, descontrole habitual,


crescente marginalidade de classes baixas são fatores que mexem com a cabeça do escritor.

51. O autor torna a dizer que o procedimento narrativo em primeira pessoa com toda sua ferocidade
ainda que lírica e irônica se deve à provável influência de Guimarães Rosa.

a) Com brutalidade da ação transmitida pela brutalidade da voz em primeira pessoa e descarte de
contraste crítico entre narrador e matéria narrada.

b) Até o momento, evitava-se essa marca pessoal, porque muitos escritores não gostavam de
divulgar a identificação do seu status.

c) A linguagem culta no discurso indireto definia o autor, entre aspas o discurso direto definia o
outro, depois de tudo definido – no indireto livre esboçava uma fusão.

52. Essas peculiaridades da linguagem, tornam não somente o regionalismo mas qualquer romance
urbano, um elemento exótico.

a) A distância social criada pelo escritor, traz uma posição de superioridade e um cunho
paternalista em relação à linguagem e os temas populares.

53. Cândido ressalta que atualmente os escritores buscam diminuir as distâncias sociais.

a) Se integrando e identificando-se como matéria popular.

b) Os recursos em primeira pessoa confundem autor e personagem.

c) Ele cria um discurso direto fixo e desabitual que permite fusão maior que a do indireto livre.
54. Cândido faz um reparo em relação ao realce que Rubem Fonseca ganha ao se aproximar da
matéria popular, na medida em que se decai ao se posicionar na terceira pessoa para descrever
situações de sua classe social.

a) Essa técnica leva o crítico a pensar sobre a criação de um exotismo inédito, que de qualquer
modo se expande no âmbito literário, como grande inovador.

55. Para o autor, o entusiasmo pela experimentação e inovação são alvos de preocupação.

a) O autor salienta que o “ânimo de experimentar e renovar” constantemente, o cuidado com o


“pequeno fazer de cada texto”, podem ser uma possibilidade de enfraquecimento da “ambição
criadora”.

b) A narrativa curta, crua, direta e definitiva mostrou-se, então, mais própria à representação da
violência.

56. Para o crítico, deparamos com uma ficção sem critérios de avaliação.

a) Graça, Emoção, Simetria e Harmonia parecem incompatíveis com a narração de um contexto


que nada possui dessas categorias.

b) O texto atinge um alto efeito de Habilidade e Força: penetram com vigor mas não se deixam
avaliar com facilidade.

57. O autor leva em consideração a oportunidade de pensar e discutir os limites da inovação rotineira
e menos demorada.

a) Uma vez que se atinge a fórmula do sucesso, alguns autores repetem as mesmas estratégias,
chegando a criar uma identidade apenas para transmitir a moda;

b) Nessas ondas de sucesso, os autores acabam por se apressar e publicar livros em curto espaço
de tempo.

58. Para Cândido, o fato dos livros não-ficcionalistas serem de maior interesse da narrativa brasileira
se deve ao fato de seguirem uma escrita antes tradicional.

a) Com ausência de recursos espetaculares;


b) Aceitação dos limites da palavra escrita;
c) Renúncia à mistura de recursos e artes;
d) Indiferença às provocações estilísticas e estruturais.
59. Para tanto, o autor acaba citando alguns exemplos de livros, que seguem um tipo de escrita mais
tradicional.

a) Maíra, romance de Darcy Ribeiro (1976);

b) Três mulheres de três ppp, contos de Paulo Emílio Sales domes (1977);

c) Os quatro volumes publicados das memórias de Pedro Nava: Baú de ossos (1972), Balão
cativo (1973), Chão de ferro (1976), Beira-mar (1978).

60. Candido afirma que o romance de Darcy Ribeiro é a retomada original do indianismo.

a) Ele opera os três planos: dos deuses, dos índios e dos brancos, manipula esses três elementos
dentro de uma narrativa sem modismos e preconceitos estilísticos.

b) A transfiguração do índio é marcada pela recriação do índio como utilidade ficcional.

c) Ao retomar os elementos anteriores do indianismo, mas de forma original, ele consegue


atingir uma modernidade onde a expressão encontra uma certa plenitude.

61. Paulo Emílio, segundo a apreciação da crítica, é dotado de grande valor literário mas a sua livre e
extraordinária imaginação estava sempre em busca de algo mais.

a) A modernidade deste autor está presente numa prosa quase clássica, translúcida e irônica,
com uma certa liberdade que faz pensar nos romancistas franceses do século XVIII.

62. Pedro Nava também se destaca, uma vez que sua modernidade é marcada por uma linguagem
aprazível, cheia de prolixidade que encanta o público leitor.

a) A caracterização e imaginação dos acontecimentos, são tratados com o tipo de fantasia que
diferencia o romancista.

63. Antônio Cândido sugere uma necessidade de questionar a nova literatura, desejosa de inovação e
teorização.

a) A ideia de uma obra bem realizada segundo a concepção de Antonio Candido, parece estar
mais ligada a sua capacidade de resistir ao tempo e aos modismos.

b) Para tanto, é importante a postura do teórico da literatura, na fundamentação e na tentativa de


compreender como se processam essas produções ficcionais.

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