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Avaliação 1. Trabalho submetido à disciplina Literatura Brasileira II, sob orientação do professor
Sandro Adriano da Silva, como requisito parcial para obtenção de nota referente ao 1º bimestre de 2022.
Modalidade: Questionário dissertativo aberto. Valor: 10,0. Individual. Data de submissão: 18|05|2022
[Improrrogável]. Conteúdo: Vanguardas europeias e Modernismo Brasileiro – 1ª fase. Critérios de
avaliação: 1. Acuidade, pertinência e consistência argumentativa. 2. Fundamentação teórica na
bibliografia da disciplina referente ao conteúdo. 3. Utilização de conceitos, nomenclaturas e operadores
de análise do texto poético. 4. Observação à norma padrão da Língua Portuguesa. 5. Observação às
normas de elaboração do trabalho.
Antonio Candido ao escrever o texto Literatura e cultura de 1900 a 1945
contribui, de forma significativa, para a nossa elucidação e reflexão sobre o
Modernismo Brasileiro. Este estudo é de extrema importância, pois este período em
questão configura-se como um marco histórico no Brasil. Candido inicia a sua escrita
analisando que a literatura brasileira, nas primeiras quadras do século XX, estava
inserida em uma dialética entre o localismo e o cosmopolitismo “ora a afirmação
premeditada [...] do nacionalismo literário, com veleidades de criar até uma língua
diversa; ora o declarado conformismo, a imitação consciente dos padrões europeus”
(CANDIDO, 1950, p, 117). Essas duas visões, localismo e cosmopolitismo, expressam
como as obras literárias desse período eram caracterizadas, isto é, influenciadas pelos
fatores locais e os elementos de herança europeia. Assim, a nossa literatura
Diante da leitura do respectivo texto podemos inferir que essa literatura se faz
dialética por meio do processo entre o local (as características brasileiras) e os padrões
herdados da cultura europeia/ entre quem impõe e quem é assujeitado a obedecer. As
produções literárias eram raras, visto que as recepções das obras advindas de Portugal
predominavam. Segundo Candido (1950) todo o nosso século XX “[...] depende
literariamente de Portugal, através de onde recebíamos o exemplo e o tom da referida
imitação” (p. 118). Quando essa perpetuação da tradição europeia é rompida, por meio
de estudos em torno de uma literatura brasileira independente, tem-se, segundo o
referido autor, um profundo estudo da etnografia, da história e da identidade brasileira.
Não se precisaria mais diz e escrever [...] que tudo é aqui belo e
risonho: acentuam-se a rudeza, os perigos, os obstáculos da natureza
tropical. O mulato e o negro são definitivamente incorporados como
temas de estudo, inspiração, exemplo. O primitivismo é agora fonte de
beleza e não mais empecilho à elaboração da cultura. Isso, na
literatura, na pintura, na música, nas ciências do homem. (CANDIDO,
1950, p. 126)
Verifica-se, assim, que no campo literário, uma leitura revisionista foi necessária
para compreendermos atualmente como se desenvolveu e como está constituído a luta
identitária de 1900 a 1945. Os escritores e estudiosos analisam as produções literárias
produzidas nesse período para compreenderam como se desenrolou o processo histórico
do Brasil; estes escrevem como somos diferentes de Portugal, como a nossa cultura é
nossa, por isso nossa literatura também deve ser diferente; esta deve mostrar, e mostra,
as nossas peculiaridades, os nossos costumes, as nossas ideias, angústias, riquezas,
enfim, a luta que escritores do Brasil tiveram em torno da valorização do Brasil.
Triângulo.
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ANDRADE, Mário de. “Rua de São Bento”. In: ______. Poesias completas. Volume 1. Rio de Janeiro:
Nova Fronteira, 2013, p. 82-83.
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