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Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas

Projeto Empoderamento Legal e acesso à Justiça

Levantamento do território, espaço onde atuamos e vivemos.

Este documento foi formulado pela equipe do território do Complexo do Borel para construção
do levantamento dos seguintes elementos.

a) Histórico - Pesquisar sobre o surgimento da comunidade, as primeiras lutas, as primeiras


reivindicações, os personagens etc. (Henrique Valentim)

b) Econômico – Levantar os principais dados econômicos, como renda per capita, número de
trabalhadores formais e informais etc. (Vivian Kristinny)

c) Social - Descrever os equipamentos públicos na comunidade ou nos arredores. Exemplos:


CRAS, Escolas Públicas etc. Descrever os movimentos sociais, ONGs e demais organizações
que mantém atuação na comunidade. (Renan Oliveira)

O material produzido ficou muito bom. Estou fazendo alguns comentários a fim que
voces retornem aos seus textos. Minha proposta é que voces façam essas alterações e
amanhã as 15:00hs façamos uma conversa sobre essa produção coletiva.

Segue alguns comentários sobre o texto produzido por vocês.

Histórico

Este é um breve resumo sobre os acontecimentos que fervilhavam os trabalhadores


favelados no período de 1921 a 1964. Tirados do livro As lutas do povo do Borel, organizados
de acordo com a narrativa do escritor, vivenciamos na leitura uma luta pela terra, moradia,
trabalho, renda e educação envolvendo atores políticos diversos em privilégios sociais e
gênero.
Os registros de memória do Borel começam no ano de 1921, onde seu Manoel Isidírio
subalugava cavas num morro possuído de 22 nascentes de água, florestado e barrento. O
negócio dura até 1932, onde Dona Hortência assume o comércio de cavas, sob muitas
dificuldades, pois existiam entrada de pessoas não informadas e falta de pagamento das
cavas, neste período era auxiliada por um grupo de homens que sempre estavam prontos à
amedrontar os faltosos em pagamento. Seu controle se estende a 1945, a Imobiliária Borel
Meuron assume as terras e começam a enfrentar as moradias e trabalhadores do local. Isidírio
não tolerava a construção de casas de alvenaria e telhas francesas, deixava aquele lugar a
trabalhadores de baixa renda que não podiam pagar por uma casa mais projetada. Tal
posicionamento, facilitava a retirada dos faltosos no pagamento das cavas e impedia a luta por
aquela moradia. Portanto as casas eram de zinco e madeira, que poderiam ser coletados
próximo às cavas.
O Rio de Janeiro recebeu no começo da segunda década, imigrantes e trabalhadores
vindos de todo país para as obras da Cinelândia e demolição do Castelo, era o centenário da
Independência e a transformação do espaço deveria estar à altura. A oferta de trabalho e um
fluxo nacional a um lugar, incha-o de trabalhadores que podem ser facilmente alterados caso
reclamem da precariedade do salário. Em 1922, com o fim das obras públicas e uma economia
internacional desfavorável ao trabalhador, há uma crise do trabalho que os condicionam a
morar em espaços mas precarizados, ou a voltar ao lugar de origem. É evidente que a crise
não é percebida com profundidade pelos trabalhadores que ao final do expediente e deliciam
com cachaça misturada com pimenta do reino e bailes.
Em 1945 a Imobiliária sob o método da grilagem, pressiona os moradores do Borel a
deixar as casas, estes insatisfeitos pela troca incessante de comerciante de cavas, que se
diziam proprietários, recusam ao toque de retirada e se agitam ao mantimento do acesso
aquela terra e a construção de moradia. As figuras envolvidas são Izequiel Manoel do
Nascimento, Casemiro Pereira (português, morador desde 1921), João de Brito, Chico Ferro
Velho, Joaquim e Zequinha Barroso; Leandro, Tatão e Nelson de Moraes; Zé Magno, João da
Foice, José Pereira do Açougue; Francisco e Célia Martins, Lurdes e Jorge Neto, juntos com
mais 95% da população. Essas lideranças procuram um advogado auxiliador na causa dos
moradores, acham antoine de Magarino Torres e esse diz que a luta pela terra e moradia têm
de ser coletiva.
No dia 19 de Abril de 1952, numa conversa sobre como pagar o advogado Dona
Virgínia declara - Nós não temos dinheiro, mas temos força e coragem -, a reunião termina
naquela noite, sob a confiança da ajuda do advogado. Depois de dois dias, Magarino e um
desembargador recebidos pela multidão organizada pela Rádio Cipó de Jorge Neto, adverte
sobre a criação de uma instituição que respondesse politicamente pelos trabalhadores do
Borel. No final do mês Magarino junto com a diretoria da União dos Trabalhadores Favelados
definiram que a associação seria centrada naquele local, que essa impulsionaria outras às lutas
dos trabalhadores, criando uma organização central de mobilizações e defesa de direitos;
também foi deliberado a construção de uma escola primária e um postinho às pessoas daquele
lugar. A Associação e obras iriam ser custeados pelas contribuições mensais dos moradores.
Neste mesmo dia Célia Martins que terminava o 2° grau seria professora das 14 crianças
inscritas.
As obras começaram na semana seguinte e foram tão rápidas que as aulas logo em
seguida deram início. Tudo das crianças foram custeados pela arrecadação do dia 21 de abril,
e estas enquanto vivenciavam daquele espaço escolar, foram surpreendidas por uma varredura
feita pela grileiros, a fim de demolir a escola e retirar as famílias e os trabalhadores daquele
local. Mulheres e crianças se aproximam da escola e dizem - Não, é nossa escola. - A Guarda
Municipal chega para impedir a baderna e é surpreendida por superiores que defendem a luta
das mulheres e crianças. Os jornais pipocam sobre os acontecimentos do dia anterior, com
notícias que evidenciam a luta das famílias dos trabalhadores pela moradia, educação, a
discussão pública e alastra e o Borel vira referência de luta contra o despejo. Junto com as
notícias vem o crescimento e inscrições de novos moradores que aceitam os pré- requisitos de
morador definidos coletivamente pelas assembléias de formação política aos domingo e
reuniões da UTF às quintas. Numa das assembleias os trabalhadores definem atos em frente a
Câmara de Vereadores e Palácio do Catete, com as pautas de melhoria das condições do
trabalho e regularização da moradia. Vão e são recebidos pelos políticos de cada local, a
imprensa cobre esses eventos e alimenta ouvintes do dia seguinte sobre trajetória de luta e
ação política dos trabalhadores pobres e favelados. Os empresários de capitais atuantes por
detrás da Imobiliária, afirmam que é um levante popular intencionado a tirar Café Filho da
Presidência. Neste mesmo período Magarino já estende suas orientações jurídicas às
solicitações das favelas Borel, Mata Machado, Morro dos Macacos, Cabritos, Santa Marta,
Catacumba, Ponte de Tábua, Rocinha, Jacarepaguá, Colônia de Pescadores da Barra da
Tijuca, Catumbi, Morro do Escondidinho, da Matinha, Turano, Rio Maracanã, Ilha do
Governador, Caju, do Parque Araxá, da Av. Brasil e do João Cândido, essa última fazia
referência a Revolta da Chibata de 1910; todos esses morros e favelas queriam ter a mesma
história de sucessos e somar a luta do Borel. Mas, à medida que os processos vão chegando
mais morosas ficam as resoluções.
As lutas cresciam em torno do judiciário e as assembleias se tornam mais
esclarecedoras em quem é o inimigo. Magarino sempre denunciava os empresários, que além
de enxugar o trabalho e as forças dos trabalhadores pagando preços que não atendem a
subsistência, querem tirar a terra e expulsar os trabalhadores do seus espaços de nascimento,
jogando-os longe dos espaços de trabalhos, fazendo-os perambular sem destino. O advogado
não estava errado em suas afirmações, a empresa Seda Moderna, investia muito na
expropriação de famílias do Borel, para fazer uma estrada que daria a Chácara do Céu, onde
existiria um hotel turístico com campo de aterrissagem para aviões de pequeno porte. Mas a
luta tomava passos que levaram os trabalhadores ao Ministério da Justiça. A ocupação foi
pacífica até ali e não seria diferente neste espaço; a presença dos trabalhadores e suas
famílias evidenciaram um Rio de Janeiro divido, desigual e miserável. Os funcionários do
Ministério providenciaram água, roupas e comidas aos ocupantes que só sairiam dali quando o
ministro falassem com eles. Enquanto parte do Borel ocupou o Ministério, outra, sobretudo,
mulheres chicotearam o engenheiro da Seda Moderna, penetra, tirando suas roupas, fazendo
descer o Morro correndo com suas roupas íntimas. A posse é concedida aos moradores e
esses querem que Magarino dispute uma Cadeira Municipal. Nos debates de candidaturas
dentro do Borel, aparece Talerico que seria um grande auxiliador na luta do povo favelado.
Este foi eleito para o Congresso e se manteve alinhado aos trabalhadores. Em 64 devido às
grandes mudanças no cenário político do Brasil, foi perseguido por estar próximo a João
Goulart.o
Em “O Borel como representativo das favelas carioca”, retorna as mobilizações feitas
com na Câmara de vereadores, neste dia estavam votando um projeto adepto aos interesses
dos empresários e no Ministério da Justiça os trabalhadores faziam uma queixa-crime contra a
violência policial. A UTF, embora recente, tornava-se pública entre as favelas, não só
produzindo ações culturais como torneios e festas, mas também se envolvendo as escolas de
samba existentes, clubes. A relação entre político e cultural se fundiam e a luta se construiu
sobre essas bases. O Partido dos Trabalhadores Brasileiros, na figura do recente eleito ao
Congresso João Gomes Talarico junto ao Ministério da Justiça, instauram uma Coligação dos
Trabalhadores favelados da Cidade do Rio do Janeiro, essa alinhada ao direito à terra e ao
uso; à moradia como política nacional, com a criação de um fundo e loteamento de terras
públicas, evitando os trabalhadores favelados caírem na exploração imobiliária; à Lei da
Reforma Agrária, que fortalece a luta rural, impedindo o êxodo e a expropriação e a
recuperação e a urbanização das favelas. A Coligação em 1959 se transforma na Federação
das Associações de Favelas do Estado da Guanabara (FAFEG).
Embora a FAFEG, tenha aglutinado as associações e feito reuniões periódicas, a
década de 60 destila um controle pré militar e as remoções voltam a ser pauta do Estado,
prisões e morte de líderes da organização acontecem sistematicamente antes das remoções,
cerca de 60 remoções aconteceram no Rio. A federação volta em 1979 com setenta
associações organizadas contra a política de remoções. Negrão de Lima, governador, adepto a
política de remoções, pensava em cidades proletárias, com a construção de habitações, mas a
população sempre voltavam às suas casas de origem e continuavam a luta. Em 80, os jornais e
a classe média tijucana constroem no imaginário social a criminalidade do Borel, os conflitos
entre facções. A mudança territorial à zona oeste foi provocada por tais conflitos vivenciados. A
solução estatal foi a Operação Rio, que era a junção dos militares e policiais estatais, cerca de
2000 policiais, entraram em conflitos, onde o asfalto e a favela sofreram com a perda de
pessoas. Os jornais falavam em pente fino e solução do problema da criminalidade.
A dinâmica de luta e permanência de direito muda de atores, as igrejas católicas no
Borel assumem junto com as evangélicas o acesso ao lazer, educação, religião e saúde. Neste
momento, se alinham a luta por direitos dos favelados, militantes, instituições governamentais,
ONG´s e outros, construindo a Agenda Social, esta pensava projetos e a inserção dos
territórios favelados na/a cidade. A militarização da vida, fertilizada por uma história de golpe
militar, retirada de direitos, tortura e mortes sistemáticas, desfoca os verdadeiros problemas
enfrentados por moradores de favela e da cidade; a bala passa a ser solução para descasos e
descontinuidades de políticas de inserção, acesso a terra, moradia, trabalho e renda regular. O
Borel desde a década de 90 experimenta a dor de uma vida militarizada em seus territórios
com tiroteios, chacinas, policiais à paisana, retirada de direitos a vida e a circulação. No séc 21
o monitoramento e cerceamento da mobilidade e lazer nas favelas com novas tecnologias são
mantidas com o pretexto de segurança das comunidades, de controle de quem sobe, desce e
mora. Concomitante a militarização com as tecnologias, mães ainda choram pela perda de
seus filhos e transformam luto em luta.

Bibliografias
GOMES, Manuel. A luta do povo do Borel, 1980
BENEVIDES, Laíze. Ocupa Borel e militarização da vida(…),2016
PUC, Rio. O Borel como representativo das favelas carioca
Econômico

Segundo uma pesquisa realizada em 52 comunidades nos anos de 1997 a 2000 pela
SOCIEDADE CIENTÍFICA DA ESCOLA NACIONAL DE CIÊNCIAS ESTATÍSTICAS
MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO, no Borel havia uma população residente de 10947 pessoas
sendo 5272 homens e 5668 mulheres com idade entre 0 a 65 anos ou mais a escolaridade
entre sem instrução (2792) e 4 série do 1 grau (1388).

Tendo assim um total de 144 estabelecimentos no morro do Borel divididos por:


Indústria 8
Comercial 52
Serviços 83
Construção civil 1

83 imóveis são fora da rua residencial


60 é na própria residência.
Com total de 3294 moradoras e moradores, sendo 1789 homens e 1495 mulheres com idade
entre menor de 14 anos a 65 anos, com a escolaridade entre a 4 série do 1 grau e 8 série do 1
grau.

No ano de 2011 a FIRJAN fez um diagnóstico socioeconômico com comunidade que tem
UPP do Rio de janeiro onde era dividido por ZONA SUL E ZONA NORTE
Mais especificamente no Borel as taxas eram:

• Pessoas com emprego de carteira assinada era de 65,7%.

• Pessoas com empresto sem carteira assinada era de 15,5%.

• Pessoas sem emprego era de 13,6%.

• Jovens de 15 a 24 anos trabalhadores e trabalhadores/estudantes era de 47,6%

• Jovens de 15 a 24 anos que não trabalham e nem estudam era de 21,0%.

Renda domiciliar per capita (reais).

Social
Sobre o Complexo do Borel
Os dados tratados no decorrer desta análise, pertencem ao IPP (Instituto Pereira Passos) com
base no censo do IBGE de 2010. Segundo este mesmo censo, o Complexo do Borel é formado
pelo Morro do Borel e o Morro da Casa Branca, porém com a instalação das Unidades de
Polícia Pacificadora no final do ano de 2009, outras favelas foram incluídas no termo
“Complexo” no intuito abranger o controle sobre áreas que são consideradas isoladas. Fazem
parte da área de abrangência da UPP Borel os seguintes Territórios: Morro do Borel; Morro da
Casa Branca; Favela da Indiana; Bananal; Cruz; e Buraco Quente. Por tanto, a partir da
implementação da política de pacificação do Governo do Estado do Rio de Janeiro, se utiliza o
termo Complexo do Borel para todas as comunidades responsáveis pela Unidade de Polícia
Pacificadora.

Localização e Caracterização Geral


O complexo do Borel pertence a área de planejamento 2 quando se refere a Prefeitura da
cidade do Rio de Janeiro, enquanto que para o Governo do Estado do Rio, a área é de
responsabilidade da Região Administrativa XIII. A Área de Planejamento II faz parte do método
da prefeitura do Rio, que divide e a administra os bairros da cidade. Por sua vez as AP´s são
divididas em Regiões Administrativas de acordo com a proximidade de suas particularidades
urbanas. A unidade da A.P II se encontra na Rua Conde de Bonfim, 764, na Tijuca e para
entrar em contato, eles disponibilizam o telefone de número 21-2288-4362. Já a Região
Administrativa XIII, se localiza na Rua Desembargador Izidro, número 41, na Tijuca também, e
atende os bairros da Tijuca, Praça da Bandeira e Alto da Boa Vista pelo telefone 21-2571-
1998 / 8345. Os dados urbanístico da complexo do Borel revelam algumas legislações
específicas que regulamentam essas aéreas. O morro do Borel possui a Lei de Área de
Especial Interesse Social (AEIS); Resolução de Projeto de Alinhamento (PA) e o Decreto de
Reconhecimento de Logradouro. Já o Morro da Casa Branca é reconhecido na Lei de Área de
Especial Interesse Social (AEIS) e pela Resolução de Projeto de Alinhamento (PA). Além disso
importantes programas de urbanização da cidade foram implementados no Complexo do Borel,
como o Favela Bairro e PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Dados Demográficos
O território pesquisado possui dados importantes para promoção, organização e articulação
das unidades da rede socioassistencial e de outras políticas. A população residente do Morro
do Borel, chega ser 59% da população geral do Complexo, são cerca de 7.538 moradores,
enquanto que a população residente no Morro da Casa branca ocupa 20%. São ao todo 2.966
domicílios, considerando o Complexo Borel sem a abrangência da UPP (Unidade de Polícia
Pacificadora), segundo o censo do IBGE de 2010. No Borel, o percentual de homens é de
47,64% e de Mulheres 52,30, as mulheres também são maioria no Morro da Casa Branca e
chegam a 53,45 da população local. Os jovens ocupam cerca de 30% de todo o Complexo. O
CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) que tem como objetivo fortalecer a
convivência com a família e com a comunidade, auxilia a população no acesso aos serviços,
benefícios e projetos de assistência social do governo. A unidade do CRAS na tijuca, atende os
moradores do Complexo do Borel no endereço Rua Guapiara, 43, pelo telefone 21-3872-3518.
Outro equipamento público presente no Complexo do Borel com a finalidade de bem estar
social, é a Fundação Leão XIII, que tem por finalidade proporcionar assistência a população de
baixa renda por meio de programas sociais, objetivando a integração social e o resgate da
cidadania da população. A Fundação Leão XIII é uma das poucas instituições públicas que
possui um prédio fixo dentro do Complexo, localizado na Rua Paul Underberg, sem número. O
atendimento deve ser agendado pelo número 21-98637-2800.

Educação no Território
O tema da educação será tratado por meio de análise de pessoas alfabetizadas e não
alfabetizadas na faixa etária de 15 anos ou mais dos moradores do Complexo do Borel. Os
dados não dizem sobre a presença desses moradores na escola, apenas verifica a taxa dos
que estão ou não alfabetizadas. Segundo o censo do IBGE de 2010, 7% da população de 15
anos ou mais do Morro do Borel não é alfabetizada, esse dado dobra na comunidade do
Bananal onde o percentual atinge 14,7%. Na população geral do Complexo as mulheres são as
mais alfabetizadas. O Complexo conta com o CIEP (Centros Integrado de Educação Pública)
Doutor Antoine Magarinos Torres Filho para atender a demanda educacional do território, o
famoso “Brizolão” faz parte de um projeto educacional implantado ao longo do governo de
Leonel Brizola, com a finalidade oferecer ensino público de qualidade para a população da
cidade. Existe também as creches no território, que fazem o trabalho educativo de ministrar
apoio pedagógico e cuidados às crianças com idade até três anos de idade. A Creche
Municipal Casa Branca - Professor Paulo Freire é localizada no Morro da Casa Branca na
Travessa Venância, número 73. A comunidade do Borel também possuiu uma unidade de
creche em funcionamento, a Creche Municipal Raio de Sol, localizada na Rua São Miguel,
número 440. Ainda existem outros aparelhos públicos de educação no Complexo, são as EDIs
(Espaços de Desenvolvimento Infantil) que tem como proposta abrigar tanto a creche quanto a
pré-escola em um mesmo ambiente físico. No Morro do Borel fica a EDI Borel, localizada na
Rua São Miguel, sem número; E na comunidade da Chácara do Céu, o EDI D.R Marcelo
Candia, no endereço Estrada da Independência, sem número também.

Organizações Não Governamentais


O Complexo do Borel se constituiu como um espaço de resistência na cidade do Rio de
Janeiro, com isso, instituições diversas se aproximaram para apoiar e dar suporte aos
moradores do território, no intuito de fortalecer os setores sociais, principalmente na área da
educação infantil. A JOCUM (Jovens Com Uma Missão) Fundada em 1960 por Loren
Cunningham, é uma agência Missionária internacional, de caráter filantrópico que atua no
Morro do Borel desenvolvendo diversos projetos. Eles possuem uma espaço fixo onde funciona
a Creche Espaço Semente que atende crianças do território, principalmente aquelas não
conseguem vagas nas creches públicas. Atuam também como um centro comunitário, onde
funciona a Escola de Música Bom Tom; o Criarte, uma iniciativa de geração de renda para
mulheres; a rede RefloreSer, que proporciona atividades voltadas para a terceira idade; o
“Estúdio Borelidade”, que visa a produção fonográfica. O Centro Comunitário da JOCUM
também é um espaço para reuniões da comunidade. A JOCUM também disponibiliza um
ambulatório que realiza atendimentos na área de saúde como medicina preventiva, cuidados
de enfermagem e farmácia comunitária; atendimento em odontologia e psicologia, além de
atendimento médico em clínica geral. Outra instituição parceira do Complexo do Borel, é a A
Associação Projeto Roda Viva, uma entidade não governamental que atua no Complexo com o
objetivo garantir os direitos e a inclusão social de crianças, jovens e adultos através da
educação complementar, de formação profissional e do desenvolvimento de potencialidades
crítico-empreendedoras dos moradores. A sede do Projeto Roda Viva fica localizada na
comunidade da Chácara do Céu, ponto mais alto do Morro do Borel. Ainda atua na Complexo a
Fundação São Joaquim de Assistência Social, uma organização sem fins lucrativos que
contribui na defesa e garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes que vivem nas
comunidades da Indiana e do Morro do Borel. Eles desenvolvem projetos e parcerias que
ajudam na formação integral dessas crianças de seus familiares. O projeto base da instituição
se chama Ampliando o Saber, que oferece atendimento à crianças com dificuldades de
aprendizado, além de auxiliar no fortalecimento dos laços familiares. A fundação se localiza na
Rua Paul Underberg, 54 e pode ser contactada pelo telefone 21-2288-5901.

Saúde e Bem Estar


A organização feita pela Prefeitura do Rio de Janeiro, através da Área Programática II,
disponibiliza o atendimento ao acesso à saúde para a população do Complexo do Borel pelas
Clínicas da Família e pelo o atendimento administrativo da CAP 2.2 (Coordenadoria Geral de
Saúde da Área Programática 2.2). A CAP 2.2 dispõe de profissionais da área da saúde que
coordenam, analisam, promovem e executam ações de saúde na área de Planejamento 2.2. A
área de atendimento abrange 7 bairros: Praça da Bandeira, Tijuca (Complexo do Borel), Alto da
Boa Vista, Maracanã, Vila Isabel, Andaraí, Grajaú. E está localizada na Rua Conde de Bonfim,
764, atende pelo telefone 21-2284-6339. À também os CMS (Centros Municipais de Saúde)
que oferecem serviços de atenção primária, assim como as Clínicas da Família (CF). São
diversos os serviços oferecidos para atenção básica da saúde, como vacinação; pré-natal;
exames de raios-x entre outros. Os CMS também fazem atendimentos coletivos e visita
domiciliar. No Morro do Borel está em funcionamento o CMS Carlos Figueiredo Filho,
localizado na Rua São Miguel, sem número; pode ser contatado pelo número 21-2238-3209. Já
no Morro da Casa Branca, o CMS Casa Branca é quem faz esse atendimento, ele fica na
Estrada da Casa Branca, número 200; para entrar em contato, só pelo telefone 21-1198-3450.

Movimentos Sociais
As mortes por intervenção de agentes do Estado atingiram o patamar mais alto no ano de
2019, com 1.814 vítimas e com um aumento de 18,3% em comparação com os últimos anos. A
violência se constitui como uma das maiores questões de políticas públicas no território. A
solução encontrada pelas autoridades públicas, são pouco eficazes diante do tamanho do
número de violações em todos os setores sociais. O surgimento constante de movimentos
sociais no decorrer de toda a história do território, nos mostra como ainda é necessário a
organização orgânica dos moradores e a importância dos mesmo na movimentação de ações
preventivas efetivas. Nesse sentido, a história de lutas no Complexo do Borel nos apresenta
um histórico de lutas e reivindicações. O Morro do Borel foi a primeira comunidade do Rio de
Janeiro a ter uma associação de moradores. A Associação de moradores é uma organização
criada pelos moradores do território com o objetivo de centralizar os problemas estruturais, de
segurança, educacionais, de saúde entre outros, que ocorrem na comunidade. A Associação
de Moradores do Borel está localizada na Rua São Miguel, número 500. Ainda no Complexo,
existem outras 2 associações, são elas; Associação Moradores Morro da Casa Branca com
sede na Estrada da Casa Branca, número 130; Associação Moradores da Favela Indiana,
sediada na Rua Paul Underberg, número 58. Além das associações, projetos e coletivos
organizados pelos moradores ganham espaço na luta pela garantia de direitos essenciais
dentro do território. O grupo de "Mulheres, as Arteiras" mobilizou mulheres do Complexo em
prol da economia solidária no território nos segmentos de artesanato e alimentação. O
movimento ganhou força e notoriedade dentro e fora do Complexo. Uma delas, Monica
Francisco, se encontra hoje como Deputada Estadual do Rio de Janeiro. Nos dias atuais o
coletivo Brota na Laje, que atua na disseminação do debate sobre política pública e direito à
educação, tem implementado projetos importantes na comunidade como o pré-vestibular
comunitário, que atende jovens e adultos de todo o Complexo do Borel.

Fontes

http://www.rio.rj.gov.br/web/ipp/exibeconteudosocial?id=4677463

https://issuu.com/marcelaescobar/docs/favela_como_oportunidade_2

http://www.rio.rj.gov.br/web/cvl/ra

http://cap22tijuca.blogspot.com/

http://www.data.rio/datasets/3f105a10dcf7475eae69b2514b9d6262

https://diariodorio.com/as-reas-de-planejamento-da-prefeitura-do-rio-de-janeiro/

http://mds.gov.br/assuntos/assistencia-social/unidades-de-atendimento/cras

http://www.leaoxiii.rj.gov.br/

https://matricula.rio/EscolasEDI/Index

https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/filtros-series/2/juventude-perdida

http://www.isp.rj.gov.br/dadosoficiais.asp

http://www0.rio.rj.gov.br/sme/downloads/coordenadoriaEducacao/2viaEDI.pdf

https://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v6n2/03.pdf
http://rodaviva.org.br/nossa-casa.html

https://www.jocumborel.org.br/comunidades/borel/

http://www.fundacaosaojoaquim.org.br/

https://www.rio.rj.gov.br/web/sms/centros-municipais-de-saude#:~:text=Centros%20Municipais
%20de%20Sa%C3%BAde%20%E2%80%93%20CMS,Cl%C3%ADnicas%20da%20Fam
%C3%ADlia%20(CF).&text=O%20munic%C3%ADpio%20do%20Rio%20conta,todas%20as
%20%C3%A1reas%20de%20planejamento.

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