INSTITUTO DE HABILIDADES MULTIDISCIPLINAR EM MICROBIOTA INTESTINAL –
InHaMMI
Edmilson Rodrigues da Rocha Junior
RELATÓRIO: Metas e desenvolvimento da aplicação da metabolômica no estudo da
microbiota intestinal.
Maceió – 2020 INTRODUÇÃO
Dado às varias evidencias da influência da microbiota intestinal em diversos
sistemas do organismo, como no sistema imune, a absorção de nutrientes e a mediação de diversos processos metabólicos, compreender o funcionamento da interação da microbiota com seu hospedeiro apresenta grande importância no estudo de diversos distúrbios e possíveis terapias como o transplante de microbiota intestinal, tornando possível diagnosticar e tratar diversos problemas de saúde de forma eficiente e barata, através da identificação e manipulação da constituição da microbiota do individuo. Inserido neste contexto, o campo da metabolômica traz ferramentas e métodos para o estudo dos metabolitos presentes em diferentes materiais biológicos, que podem ser aplicados no estudo da microbiota intestinal, no sentido de identificar as interações metabólicas entre microbiota e hospedeiro, bem como identificar com de maneira eficiente alterações e desequilíbrios nessa interação e servir como meio de monitorar terapias que envolvam a microbiota.
OBJETIVO GERAL
Compreender por meio da metabolômica as interações metabólicas entre
microbiota intestinal e hospedeiro, em pacientes de Doença de crohn e Retocolite ulcerativa, bem como acompanhar voluntários submetidos ao transplante de microbiota intestinal.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
Realizar a metabolômica de amostras de fezes dos pacientes portadores de Doença de
crohn e Retocolite ulcerativa.
Identificar as alterações metabólicas provocadas por ambas às doenças.
Identificar possíveis biomarcadores para a avaliação do estagio de ambas disfunções.
Caracterizar o perfil metabólico de pacientes saudáveis e portadores de doenças
intestinais.
Avaliar a evolução no perfil metabólico provocado pelo transplante de microbiota
intestinal. MATERIAIS E METODOS
Material utilizado no preparo das amostras: Micropipeta, Almofariz e pistilo,
O preparo das amostras fecais previamente conservadas em refrigeração é
feito através da adição de nitrogênio liquido e 10 ml de agua em um almofariz juntamente com a amostra, sendo homogeneizado completamente, o produto então é transferido a um tubo Eppendorf e centrifugado a 14000 RPM durante 15 minutos, o sobrenadante é então coletado e transferido a um tubo de RMN sendo adicionado então a solução contendo o tampão e D2O, a amostra então segue para a analise metabolômica.
As analises metabolômica serão executadas através de um espectrômetro de
RMN operando a 600MHz e um espectrômetro de massas de quadrupolo simples acoplado a cromatografia gasosa, sendo os resultados de ambas plataformas analíticas analisados em conjunto. Os espectros então serão devidamente pre-processados e normalizados, seguido pela identificação dos sinais apresentados, fazendo uso de bibliotecas e bancos de dados para confirmar o padrão espectral de cada metabolito. Os dados espectrais então serão convertidos no formato de planilha através de softwares como Matlab e os dados organizados em grupos de acordo com os dados patológicos de cada individuo, a fim de ser submetido a analise estatística de caráter univariado e multivariado, fazendo uso de métodos como a analise de componentes principais para discriminar o perfil metabólico de cada grupo e identificar os principais metabolitos diferenciais.
CONCLUSÂO
Através da analise do metaboloma utilizando as plataformas analíticas
descritas e métodos estatísticos para extrair informações dos dados apresentados, é esperado conseguir demonstrar o impacto metabólico da microbiota intestinal em diferentes condições de saúde, bem como evidenciar como o conhecimento destas alterações pode ser utilizado para diagnosticar de forma não invasiva diferentes problemas envolvendo o sistema gastrointestinal e também outros sistemas influenciados por este. Por fim, é esperado conseguir através da metabolômica dar assistência ao transplante de microbiota intestinal, tanto no acompanhamento da terapia como na seleção de doadores, de forma a maximizar os resultados e garantir sua eficácia.