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☭ O que é o Comunismo?


Comunismo é uma ideologia política e uma estrutura socioeconó mica que
tem como objectivo atingir a igualdade social onde nã o existe nem Estado nem
classes sociais. Baseia-se no controlo dos meios de produçã o e na propriedade
comum e através da tecnologia e de métodos de aumento da eficiência de trabalho
ser-se-ia capaz de suprir todas as necessidades humanas em prol da sociedade
comum. O Comunismo é considerado o estado final da sociedade em que todas as
decisõ es sã o tomadas democraticamente e todos têm igual peso na sociedade.

A ideia do Comunismo proveio da Antiga Grécia por Platã o que o descreveu


como sendo: “um estado onde o povo partilhava toda a riqueza, propriedades,
mulheres e filhos e onde o «privado» e o «individual» estavam banidos da vida e as
coisas que por sua natureza eram privadas, como os olhos e os ouvidos tornavam-se
comuns e de alguma maneira todos ouviam e actuavam em comum. Assim todos os
homens sentiriam alegria e tristeza nas mesmas ocasiões”.

A ideologia foi popularizada por Karl Marx e Friedrich Engels pelo seu
trabalho chamado “Manifesto Comunista” (em alemã o Manifest der
Kommunistischen Partei), publicado em 1848. Marx introduziu diversos conceitos
sendo os dois mais importantes o Socialismo e a Ditadura do Proletariado.

O Comunismo tenta oferecer uma alternativa aos problemas do


Capitalismo e do Imperialismo (desigualdade entre indivíduos cria conflitos entre
estes e isso cria problemas sociais). Estes problemas surgiram, segundo Marx,
apenas quando a humanidade foi capaz de criar excedente o que “criou” a
propriedade privada e por conseguinte desigualdades. Uma maneira de resolver
estes problemas (do Capitalismo e Imperialismo) era através da classe
trabalhadora (proletariado) que era a principal geradora de riqueza e que era
explorada pela classe rica (burgueses). A classe trabalhadora revolta-se e tenta
deitar abaixo toda a propriedade privada ou apodera-se dela para se tornar um
bem comum invés de um bem pessoal.
Socialismo VS Comunismo
Socialismo e Comunismo sã o muitas vezes confundidos e por vezes
considerados sinó nimos. No entanto há uma ligeira diferença entre eles. Por
definiçã o ambos têm o mesmo objectivo: Sociedade igual, sem classes nem
propriedade privada. Mas para atingir esses objectivos o Socialismo faz uso da
figura do estado enquanto que o Comunismo nã o necessita de uma figura do
estado.

Como curiosidade, Portugal é o ú nico país Europeu, além do países de


Leste ,considerado Socialista pois no Preâ mbulo da Constituiçã o Portuguesa está
escrito que: “A Assembleia Constituinte afirma a decisão do povo português de
defender a independência nacional, de garantir os direitos fundamentais dos
cidadãos, de estabelecer os princípios basilares da democracia, de assegurar o
primado do Estado de Direito democrático e de abrir caminho para uma
sociedade socialista, no respeito da vontade do povo português, tendo em vista a
construção de um país mais livre, mais justo e mais fraterno”

Mais de 60 anos
Lista de Países que sobre qualquer definição se
Entre 50 a 60 anos auto declaram Países Socialistas.
Entre 40 a 50 anos
Entre 30 a 40 anos
Entre 20 a 30 anos
Entre 10 a 20 anos
Menos de 10 anos
Comunismo no Mundo
O Comunismo espalhou-se pelo mundo. Os países designados “comunistas”
sã o (a vermelho os países que já nã o existem):

 Afeganistã o
 Albâ nia
 Angola
 Benim
 Bulgá ria
 República Popular de China
 Congo
 Cuba
 Checoslová quia
 Etió pia
 Alemanha Oriental
 Hungria
 Repú blica Popular do Kampuchea
 Coreia do Norte
 Laos
 Mongó lia
 Moçambique
 Poló nia
 Roménia
 Somá lia
 União Soviética
 Vietname
 Vietname do Norte
 Sul de Iémen
 Jugoslá via
Tipos de Comunismo
Marxismo: É uma ideia política filosó fica particular, desenvolvida por Karl
Marx e Friedrich Engels. Esta ideia baseia-se em três aspectos fundamentais:

- A histó ria humana é nada menos que uma luta de classes. A capacidade produtiva
da sociedade é o pilar da sociedade. Esta capacidade vai aumentando ao longo do tempo
devido à luta entre classes passando por estados definitivos (comunismo primitivo,
escravatura, feudalismo e capitalismo).

- Crítica ao capitalismo – Marx alega que numa sociedade capitalista uma minoria
econó mica (os burgueses) domina e explora uma maioria econó mica (proletariado). Marx
diz que o capitalismo está cheio de contradiçõ es pois nã o contempla toda a sociedade com
o fruto do seu desenvolvimento e a sociedade nã o pode avançar até que a propriedade
privada seja abolida.

- Revoluçã o do proletariado – Para se conseguir vencer a propriedade privada e os


burgueses é preciso que a classe trabalhadora ganhe poder politico através de uma
revoluçã o e exproprie as classes capitalistas. Desta forma, todas as desigualdades
humanas seriam extintas.

Marxismo-Leninismo

O Marxismo-Leninismo é uma derivaçã o do Marxismo que consiste em


passar à prá tica o que Karl Marx tinha idealizado. Lenine, dessa forma, adoptou a
filosofia e introduziu-lhe algumas alteraçõ es adequadas à realidade da Rú ssia no
século XX. Estas inovaçõ es sã o:

-o apelo à participaçã o activa dos assalariados agrícolas (os camponeses) na


Revoluçã o Socialista.

- o reforço do aparelho de Estado, tornando-o cada vez mais centralizado e


ditatorial.

- a utilizaçã o do poder politico da maioria – isto é, da força politica do


estado – para aniquilar todas as estruturas do modus vivendi anterior. Isto
significa que o marxismo-leninismo admitiu a repressã o e a violência politicas
como estratégias transitó rias de poder.

- O Marxismo-Leninismo considera ainda que primeiro deve haver um


estado transitó rio sendo impossível que qualquer revoluçã o consiga manter o
ímpeto e a coesã o para defender a nova sociedade de qualquer ameaça externa ou
interna.

AnarcoComunismo

O AnarcoComunismo é outra escola do Comunismo que nã o deriva do


Marxismo-Leninismo. No entanto partilham alguns pontos e discordam doutros.
Ora vejamos. O AnarcoComunismo considera que deve haver uma aboliçã o do
Estado, da propriedade privada, do capitalismo, etc. O dinheiro também seria
abolido e valeria a má xima "de cada um de acordo com suas capacidades, a cada
um de acordo com suas necessidades" o que significa, na prá tica, que todos deviam
ser obrigados a trabalhar excepto as crianças, os idosos e os deficientes.

Algumas formas de AnarcoComunismo sã o altamente individualistas, ao


contrá rio do Marxismo-Leninismo, e sã o por isso criticadas, mas estes contra-
argumentam que a visã o dos Marxistas-Leninistas é hipó crita e sobretudo
autoritá ria.

Os AnarcoComunistas também rejeitam a “Ditadura do Proletariado” do


Marxismo-Leninismo pois qualquer minoria que consiga tomar conta do poder
central será tã o autoritá ria como a classe dominante do Capitalismo e constituir-
se-ia a si mesma como a nova classe dominante. Dessa forma o AnarcoComunismo
propõ e que associaçõ es livres e descentralizadas sã o suficientes para dar poder ao
proletariado e mesmo assim preservar a liberdade de cada um. Um exemplo bem
conseguido desta escola Comunista é a Revoluçã o Espanhola de 1936 que só foi
quebrada por forças superiores a ela.
Marxismo-Leninismo
Sistema político-doutriná rio aplicado por Lenine na Rú ssia Soviética apó s a
Revoluçã o de Outubro. Tendo como programa bá sico o do socialismo marxista,
Lenine introduziu-lhe inovaçõ es técnicas e estratégias advindas da necessidade de
adaptar o sistema à s circunstâ ncias histó ricas da Rú ssia no início do século XX.
Essas inovaçõ es dizem respeito:

-ao apelo à participaçã o activa dos assalariados agrícolas (os camponeses)


na Revoluçã o Socialista.

- ao reforço do aparelho de Estado, tornando cada vez mais centralizado e


ditatorial.

- ao emprego do poder politica da maioria – isto é da força politica do


estado – para aniquilar todas as estruturas do modus vivendi anterior. Isto
significa que o marxismo-leninismo admitiu a repressã o e a violência politicas
como estratégias transitó rias de poder.
União Soviética
A Uniã o Soviética formou-se em 1922 apó s uma revoluçã o começada em
1917 por Vladimir Lenine que instituiu na Rú ssia e posteriormente na Uniã o
Soviética uma sociedade socialista (etapa transitó ria). Tornou-se um simbolo do
Comunismo do século XX.

Apó s a morte de Lenine, em 1924, a revoluçã o soviética precisava de um


líder. Existiam entã o dois homens fortes: Trotsky e Estaline. O Trotsky era
defensor da “revoluçã o permanente” que se devia estender a todo o mundo.
Estaline tinha opiniã o contrá ria e pretendia primeiro consolidar a revoluçã o na
Uniã o Soviética e só depois estendê-la ao resto do mundo. Estaline ganhou ao
Trotsky, apesar de este ter sido considerado “o mais capaz do Comité Central”.
Estaline, desta forma, conseguiu concentrar todo o poder em si, transformando a
Uniã o Soviética numa ditadura com um poder ilimitado.

Ligada à Uniã o Soviética temos a chamada Guerra Fria que se estendeu até
1991, altura da dissoluçã o da URSS. A Guerra Fria era, no fundo, uma luta entre os
ideais liberais e democrá ticos do Ocidente (EUA e Europa) e os ideais
socialistas/comunistas e ditatoriais do Oriente (URSS, China, Cuba, Vietname, etc).

Durante a guerra fria aconteceram diversos fenó menos na Uniã o Soviética


ligados ao Comunismo: A Grande Purga que fez com que Estaline, subitamente e
inexplicavelmente, decidisse matar 5000 oficias de patente superior a Major, 13 de
15 generais de cinco estrelas do Exército Vermelho e milhares de civis. O mais
inacreditá vel era que a maior parte destas vitimas nã o apresentavam nenhum
indicio de oposiçã o directa ao ditador soviético. Aliá s o povo acatava qualquer
acusaçã o por mais absurda que fosse com medo de represá lias. Aqueles que
Estaline decidia nã o matar eram transferidas para a Sibéria para as tristemente
célebres Gulags onde os prisioneiros eram forçados a trabalhar sob a supervisã o
de guardas impiedosos acabando por morrer de frio, fome ou doença.
Estaline praticamente matava qualquer pessoa (incluindo as que lhe eram
leais e compatriotas) que o aborrecesse e que nã o concordasse com ele sobre
qualquer assunto.

Tanto a URSS como os EUA, as duas superpotências da época, queriam


mostrar ao mundo qual dos sistemas era o melhor e dominá -lo da maneira que
achavam melhor. Por isso travaram diversas lutas e intrigas políticas o que
culminou com o armamento nuclear. Entretanto é sabido que a URSS acaba por
perder influência e os EUA sã o os vencedores desta guerra. Isto acontece devido a
vá rios factores inerentes à filosofia comunista e à maneira como tinha sido
aplicada.

Se por outro lado a URSS tivesse ganho esta guerra o mundo hoje seria
completamente diferente e provavelmente viveríamos sob um regime comunista e
totalitá rio.
Críticas e Limitações do Comunismo
- O Comunismo depende muito da mentalidade humana e de um
comportamento linear do ser humano. Ou seja, o ser humano por natureza é um
ser ganancioso o que vai contra um dos princípios do Comunismo que é a
igualdade de classes.

- O Comunismo nã o é um sistema eficaz a nível econó mico por dois motivos.


Primeiro, porque os que produzem mais têm que deslocar recursos para os que
produzem menos o que acaba por, no final, prejudicar o sistema. Segundo, o
Comunismo destró i a iniciativa do trabalhador e promove a inércia pois nã o há
qualquer mérito pelo seu trabalho o que se traduz numa reduçã o de produtividade.

- O ponto referido anteriormente explica que o nível de vida, apesar de


igual para todos, é baixo e tem tendência para baixar. Aqueles que produzem mais,
acabam por, ao longo do tempo, produzir menos e há uma reduçã o global do nível
de vida podendo chegar a situaçõ es em que a populaçã o nã o tenha o que comer e
passar, por isso, fome.

- Chega-se também facilmente à conclusã o que o Comunismo leva sempre a


um regime totalitá rio pois é preciso um “pulso forte” para manter toda a estrutura
e sistema do Comunismo. O uso da repressã o política e da força para eliminar
qualquer resistência é usada frequentemente.

- O Nazismo matou aproximadamente 25 milhõ es de pessoas e muitos dos


autores destas mortes foram julgados. O Comunismo matou aproximadamente
quatro vezes mais, 100 milhõ es de pessoas e ninguém foi julgado por isso. 65
milhõ es na China, 20 milhõ es na Uniã o Soviética, 2 milhõ es na Camboja (1/4 da
populaçã o foi morta - limpeza étnica), 2 milhõ es na Coreia do Norte, 1,7 milhõ es
em Á frica, 1,5 milhõ es no Afeganistã o, 1 milhã o nos Estados Comunistas do Leste
Europeu, 1 milhã o no Vietname e 150 mil na América Latina.

- Fidel Castro anunciou a 14 de Setembro de 2010 que “o modelo já nã o


funciona nem connosco” quando questionado se valia a pena exportar o modelo
cubano. Esta revelaçã o surpreendente de um dos líderes mais carismá ticos do
mundo comunista actual é suficiente para mostrar ao mundo que o Comunismo é
um sistema falhado.
Conclusão

Com este trabalho podemos apercebermo-nos que o Comunismo é ou foi


uma corrente política com grande influência no mundo em que vivemos e explica
muitas das revoluçõ es ao longo da histó ria. Aprendi também que este regime tem
sido um dos mais perigosos e mortíferos de toda a histó ria da humanidade;
sabendo que vivemos num país de regime político pró -socialista consegue deixar-
me um pouco preocupado.

Consegui ainda perceber que o Modelo Comunista é um modelo utó pico


cujas explicaçõ es da aplicaçã o do Comunismo em á reas como a Economia eram
muitas vezes escassas ou impraticá veis.

Finalmente posso ainda concluir que este tema é altamente complexo e, por
nã o dispor de mais tempo, houve vá rios conceitos e conteú dos que nã o pude
aprofundar mas que sã o importantes para perceber, na plenitude, como funciona
este modelo.

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