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Desenho Técnico Aplicado A Eletromecânica
Desenho Técnico Aplicado A Eletromecânica
Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina
Reginaldo Motta
Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.
Fichacatalográfica
Ficha catalográfica elaborada
elaboradapor
porLuciana
LucianaEffting
EfftingCRB14/937
CRB14/937- Biblioteca do SENAI/SC
- Biblioteca Florianópolis
do SENAI/SC Florianópolis
M921d
Motta, Reginaldo
Desenho técnico aplicado à eletromecânica / Reginaldo Motta. –
Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
55 p. : il. color ; 28 cm.
Inclui bibliografias.
CDU 744:621
Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.
É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.
Competências
Conhecimentos
▪▪ Caligrafia técnica, formatos e instrumentais utilizados no desenho eletromecânico.
▪▪ Desenho geométrico.
▪▪ Figuras e construções geométricas.
▪▪ Escalas.
▪▪ Dimensionamento/cotagem.
▪▪ Projeção ortogonal (vistas essenciais): cortes, seções, rupturas, croquis, desenho
de conjuntos, representação de elementos de máquinas, tolerâncias geométrica,
rugosidade, perspectivas.
▪▪ Desenho técnico arquitetônico: planta baixa.
▪▪ Catálogos técnicos.
Habilidades
Atitudes
SEÇÃO 1
Forma do objeto
Nesta seção você estudará as for-
mas do objeto, entendendo como Visão espacial significa você imaginar a partir de linhas do desenho
é possível descrevê-los e também e das vistas ortográficas a peça em três dimensões. Da mesma forma
como o desenho é representado, ao contrário, observando uma peça ou um desenho em perspectiva,
a forma correta dos desenhos imaginar as vistas do desenho.
técnicos, suas particularidades e
outras informações essenciais no
estudo da forma do objeto. Nesta seção você aprendeu sobre as formas do objeto e sua represen-
Para descrevermos um objeto é tação. Continue seus estudos na próxima seção conhecendo a caligrafia
possível fazê-lo de forma manu- técnica.
al, sem instrumentos e sem escala,
chamado de croqui ou esboço, ou
por meio de instrumentos de de- SEÇÃO 2
senho. Caligrafia
Alguns dos instrumentos mais
usados são: régua de 30 cm, ré- Na seção 2 você aprenderá sobre a caligrafia técnica e sua importância
gua T, escalímetro, esquadro de como complemento ao desenho técnico. Você terá acesso a um resumo
45°, esquadro de 30°, compasso e da NBR 8402 e ao dimensionamento da caligrafia técnica.
transferidor.
A caligrafia técnica é um elemento importante no complemento de um
O desenho é representado por desenho técnico, indicando informações necessárias à compreensão do
meio de linhas que mostram su- desenho, como números, anotações e listas de materiais. É importante
perfícies e contornos dos objetos, também para a apresentação final do desenho.
simbologias, dimensões e notas
que formam um conjunto descri-
to como desenho técnico. A Tabela 1 mostra um resumo da ABNT NBR 8402: execução de cará-
A Associação Brasileira de Nor- ter para escrita em desenho técnico, sendo que, na prática, a escrita
mas Técnicas (ABNT) padroni- é visual, mantendo uma uniformidade no tamanho das letras maiús-
za a forma correta dos desenhos culas e minúsculas, inclinadas 15° à direita ou vertical, e conforme a
técnicos e suas particularidades, importância da anotação. A altura da letra pode ser variada, usada
devendo ser consultada sempre para indicar um corte, uma legenda, uma lista de materiais.
que possível para sanar eventuais
dúvidas.
O desenvolvimento da capacida-
de de interpretação e representa-
ção de desenhos é uma forma de
desenvolver não só a criativida-
de e a coordenação motora, mas
igualmente o raciocínio e princi-
palmente a visão espacial, sendo
esta última a mais importante.
Nesta seção você teve acesso a informações sobre caligrafia. Você estu-
dou os principais assuntos envolvendo o tema, com figuras que exempli-
ficaram o conteúdo estudado.
Legenda
A legenda deve ser executada do lado direito inferior da folha, com di-
mensionamento de 178 mm de comprimento nos formatos A4, A3 e A2
(Figura 9), e 175 mm nos formatos A1 e A0 (Figura 10). Deve conter na
legenda a identificação do desenho, como: número da peça, código de
material, descrição da peça, descrição do material, logomarca, escala do
desenho principal, responsável, desenhista, projetista, aprovação, datas,
descrição do projeto, indicação de primeiro diedro, entre outras.
SEÇÃO 1
Vistas ortográficas
Nesta seção você estudará as vis- Projeção no 3° diedro
tas ortográficas. Por meio de uma
abordagem prática você aprende- A projeção no 3° diedro mostra as
rá a respeito deste assunto, enten- seguintes vistas:
dendo sobre projeção, inclusive
▪▪ frontal;
aprendendo qual é a projeção
adotada no Brasil. Preste atenção ▪▪ inferior (representada abaixo
às dicas e estude! da vista frontal);
Esta etapa inclui: ▪▪ lateral direita (representada no
lado direito da vista frontal).
▪▪ projeção no 1° diedro;
▪▪ projeção no 3° diedro; No Brasil, adota-se a projeção no
▪▪ projeção ortogonal; 3° diedro representada pela Fi-
gura 17, sendo importante que a Figura 17 - Vistas Ortográficas
▪▪ vistas principais do desenho.
legenda contenha o símbolo do
método de projeção ortográfica. O objeto deve ser denominado e
Projeção no 1° diedro distribuído conforme Figura 18,
sendo:
A projeção no 1° diedro é repre- Projeção ortogonal
sentada pelas vistas: a. vista frontal;
As vistas ortográficas represen-
▪▪ frontal; tam um conjunto de uma ou mais b. vista superior;
▪▪ superior (representada abaixo vistas correlacionadas entre si.
da vista frontal); Cada vista mostra um detalhe di- c. vista lateral esquerda;
▪▪ e pela vista lateral esquerda ferente da forma do objeto.
(representada no lado direito da Para a confecção das vistas, deve- d. vista lateral direita;
vista frontal). se projetar linhas auxiliares de re-
ferência para alinhar perfeitamen- e. vista inferior;
A figura na legenda da folha indi- te as vistas do desenho.
f. vista posterior.
ca que o desenho está no 1° die- É possível analisar uma peça a
dro. partir de seis vistas ortográficas,
conforme mostrado na Figura
17, porém apenas três vistas são
necessárias para representar uma
peça (Figura 19).
Cota
É representada pelos valores nu-
méricos da peça, localizada na
linha de cota, sempre acima e
posicionada no centro. Deve es-
tar localizada na vista que melhor
indique o objeto dimensionado e
este deve, sempre que possível,
estar fora do desenho. Há auto-
res que defendem a colocação
de algumas cotas dentro da peça, Figura 25 - Cotagem Linear: Exemplo de Cotagem de uma Peça Simples
desde que traga mais clareza do Fonte: ABNT (1987, p. 4).
objeto cotado.
Quando cotada no interior da
peça, e esta estiver hachurada, re-
presentando um corte, a hachura
deverá ser interrompida no local
da cota.
Não devem ser utilizadas como
linha de cota, a linha de contorno
e a linha de centro.
Deve-se evitar também a cotagem
em linhas não visíveis.
Perspectiva isométrica
A peça é desenhada de tal forma que mostra três de suas faces: frontal,
superior e lateral esquerda.
A base de uma perspectiva isométrica são três linhas, sendo duas inclina-
das a 30° e outra perpendicular ao vértice das outras duas.
Deve-se marcar nessas três linhas a medida do comprimento, a largura e
a altura; após, deve-se traçar linhas paralelas nesses pontos.
Figura 30 - Cubo e
Deve-se executar os procedimentos seguintes. Isométrica Perspectiva
SEÇÃO 1
Cortes e seções
Nesta seção você estudará cortes Numa mesma peça, a hachura deve estar na mesma direção. Quando da
e seções. representação do corte em desenho de conjunto, contendo mais de uma
Uma peça com muitos detalhes, peça cortada, a representação do corte é feita por meio de hachuras em
representada por linhas não visí- sentidos opostos ou em espaçamentos diferentes.
veis ou linhas tracejadas, pode di-
ficultar o entendimento e a leitura
do desenho. Portanto, nesses ca-
sos, são empregados o sistema de
cortes para cada situação específi-
ca, representando com exatidão o
detalhe interno da peça.
Você acabou de estudar os cortes
e seções. De maneira simples e di-
reta teve acesso ao assunto.
SEÇÃO 2
Hachuras
Esta seção apresentará um estudo
das hachuras, que são represen-
tações do material em regiões de
corte.
Segundo a Norma 12298 (ABNT,
1992), hachuras são representa-
ções do material em regiões de
corte. Todo desenho representa-
do em corte deve conter hachu-
ras, sendo específicas para cada
tipo de material.
Na eletromecânica, como os ma-
teriais mais comuns são aços ou
ferro fundidos, a representação da
hachura é feita por meio de linhas
Figura 40 - Hachuras Conforme Tipo de Material
paralelas, inclinadas a um ângulo
Fonte: Strauhs (2007, p. 82).
de 45°, com distância proporcio-
nal à superfície da peça, no míni-
Você acabou de estudar na Seção 2 as hachuras. Viu o que são hachuras,
mo 0,7 mm, dentro da seção em
como devem estar representadas e onde devem estar localizadas. Con-
corte.
tinue o estudo desta unidade, avançando para a Seção 3, que aborda o
corte total.
Nesta seção você estudou o corte total, aprendendo como ele deve ser
representado. A seguir estude sobre corte e desvio, tema da Seção 4.
SEÇÃO 5
Corte parcial
Você já tem conhecimento de corte total e corte em desvio e terá a partir
de agora também conhecimento sobre corte parcial, assunto desta seção.
O corte parcial deve mostrar um pequeno detalhe interno da peça, sem
a necessidade de linhas de centro para representação do corte. O mode-
lo do corte é representado como uma mordida na peça, ou seja, linhas
sinuosas hachuradas onde ser quer a representação do corte.
Figura 46 - Meio-corte
SEÇÃO 8
Seções
Agora você estudará sobre seções, que devem ser representadas confor-
me o perfil da peça. Aproveite todo conteúdo!
A seção de corte deve ser representada conforme o perfil da peça: di-
retamente na peça, nos casos de nervuras ou outros perfis semelhantes;
entre a peça, sendo representada por uma ruptura na peça, e o perfil da
peça entre a ruptura; ou representada numa vista abaixo da peça.
Conforme o perfil da peça, este deve ter uma linha específica de ruptura.
SEÇÃO 1
Explosão da montagem
Nesta seção você estudará o de-
senho de conjunto, entendendo
como deve ser a montagem de
equipamento, como a numeração
será indicada, entre outras infor-
mações importantes sobre o as-
sunto.
A montagem de qualquer equipa-
mento deve ser feita respeitando
exatamente o posicionamento de
cada peça. É importante, ainda,
desenhar os elementos de máqui-
nas ou representá-los. Para me-
lhor verificação da montagem e
do posicionamento de cada peça,
faz-se necessária a explosão da
montagem, ou seja, uma repre-
sentação do equipamento, com as Figura 52 - Morsa de Mesa: Desenho em Perspectiva Isométrica Montado
peças separadas, porém alinhadas
de forma que dê um nítido posi- A explosão da montagem em vista isométrica deve ser realizada obede-
cionamento das mesmas. cendo a uma linha de trajetória imaginária como referência de alinha-
mento das peças (linha traço-ponto). A numeração de cada peça é inte-
Em alguns casos, é interessante ressante para identificar rapidamente peças duvidosas ou semelhantes. A
mostrar a sequência de montagem NBR 13273: referência a itens (1999) esclarece melhor a forma de como
de um equipamento, e para isso é
referenciar os itens de uma montagem.
utilizada a explosão de peças, ou Usualmente, a numeração é indicada do seguinte modo:
seja, uma sequência das peças em ▪▪ pela ordem de montagem;
vista isométrica.
▪▪ pela importância das peças;
▪▪ pela disposição no desenho no sentido horário.
SEÇÃO 2
Detalhamento de montagem e representação de
elementos de máquina
Agora você estudará o detalhamento de montagem e representação de
elementos de máquina. Estude com disciplina esse tema, pois cada ele-
mento possui uma particularidade em sua representação. As normas da
ABNT sobre desenhos técnicos serão importantes aliadas nesta seção.
No detalhamento de um conjunto, deve-se colocar as peças na posi-
ção montada e detalhar itens importantes como os elementos de má-
quinas. Para isso, são utilizadas vistas de seção, ampliação de detalhes,
cortes parciais. Alguns elementos, ao invés de serem representados por
seu desenho, são representados por um símbolo. Cada elemento pos-
sui uma particularidade em sua representação. Verificar as normas da
ABNT NBR 11145:1990, NBR 11534:1991, NBR 13104:1994, NBR
12288:1992 para maiores esclarecimentos.
SEÇÃO 1
Tolerância geométrica
de forma, orientação,
posição e batimento
Nesta seção você estudará sobre Tabela 4 - Valores de Frequência e Tempo
tolerância geométrica de forma, Características toleradas Símbolo
orientação, posição e batimento,
aprendendo quando as tolerâncias Retitude
devem ser indicadas, os elementos
Planeza
de referência e muitas outras in-
formações relevantes ao estudo
Circularidade
do tema.
As tolerâncias geométricas devem Forma
ser indicadas no desenho sempre Cilindricidade
que necessário, para assegurar que
a peça será fabricada de forma Perfil de linha qualquer
funcional, sem interferências por
motivos de não indicação da to- Perfil de superfície qualquer
lerância.
O elemento de referência para in- Paralelismo
dicação da tolerância pode ser um
ponto, uma linha ou uma super-
Orientação Perpendicularismo
fície.
Inclinação
Posição
Concentricidade
Posição
Coaxialidade
Simetria
Circular
Batimento
Total
Fonte: ABNT (1997).
ou
5300
planta baixa, visualizando um
exemplo desse tipo de planta,
dentre outros conteúdos impor-
tantes.
Para desenvolver projetos de ins-
talações elétricas o projetista deve
ter em mãos o projeto arquitetô-
nico com a finalidade de obter
as dimensões reais e desenhar a 6800
Planta baixa
Imagine o desenho de uma cons-
trução, como por exemplo, de
uma casa. Nesse desenho, tem-
se uma vista superior a mais ou
menos 1,5 m de altura, há ainda
portas, janelas e outros detalhes
da construção pertinentes ao pro-
jeto elétrico. Por meio dessa vista,
o projetista é capaz de mensurar
cabos, tomadas, interruptores,
lâmpadas, etc.
▪▪ ______. NBR 10068: folha de desenho: leiaute e dimensões. Rio de Janeiro: ABNT, 1987. 4 p.
▪▪ ______. NBR 10582: apresentação da folha para desenho técnico. Rio de Janeiro: ABNT,
1988. 4 p.
▪▪ ______. NBR 8402: execução de caracter para escrita em desenho técnico. Rio de Janeiro:
ABNT, 1994. 4 p.
▪▪ ______. NBR 13142: desenho técnico dobramento de cópia. Rio de Janeiro: ABNT, 1999. 3 p.
▪▪ ______. NBR 8196: desenho técnico: emprego de escalas. Rio de Janeiro: ABNT, 1999. 2 p.
▪▪ ______. NBR 12298: representação de área de corte por meio de hachuras em desenho téc-
nico. Rio de Janeiro: ABNT, 1995. 3 p.
▪▪ CASILLAS, A. L. Máquinas: formulário técnico. 3. ed. São Paulo: Mestre Jou, 1981. 634 p.
▪▪ DEL MONACO, G.; RE, V. Desenho eletrotécnico e eletromecânico: para técnicos, en-
genheiros, estudantes de engenharia e tecnologia superior e para todos os interessados no
ramo. São Paulo: Hemus, 1975. 511 p.
▪▪ MICELI, M. T.; FERREIRA, P. Desenho técnico básico. 2. ed. Rio de Janeiro: Ao Livro
Técnico, c2003. 143 p.