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Curso Técnico em Eletromecânica

Desenho Técnico Aplicado


à Eletromecânica
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente da Confederação Nacional da Indústria

José Manuel de Aguiar Martins


Diretor do Departamento Nacional do SENAI

Regina Maria de Fátima Torres


Diretora de Operações do Departamento Nacional do SENAI

Alcantaro Corrêa
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina

Sérgio Roberto Arruda


Diretor Regional do SENAI/SC

Antônio José Carradore


Diretor de Educação e Tecnologia do SENAI/SC

Marco Antônio Dociatti


Diretor de Desenvolvimento Organizacional do SENAI/SC
Confederação Nacional das Indústrias
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

Curso Técnico em Eletromecânica

Desenho Técnico Aplicado


à Eletromecânica

Reginaldo Motta

Florianópolis/SC
2010
É proibida a reprodução total ou parcial deste material por qualquer meio ou sistema sem o prévio
consentimento do editor. Material em conformidade com a nova ortografia da língua portuguesa.

Equipe técnica que participou da elaboração desta obra

Coordenação de Educação a Distância Design educacional, Ilustração,


Beth Schirmer Projeto Gráfico Editorial, Diagramação
Equipe de Recursos Didáticos
Revisão Ortográfica e Normatização SENAI/SC em Florianópolis
Contextual Serviços Editoriais
Autor
Coordenação Projetos EaD Reginaldo Motta
Maristela de Lourdes Alves

Fichacatalográfica
Ficha catalográfica elaborada
elaboradapor
porLuciana
LucianaEffting
EfftingCRB14/937
CRB14/937- Biblioteca do SENAI/SC
- Biblioteca Florianópolis
do SENAI/SC Florianópolis

M921d
Motta, Reginaldo
Desenho técnico aplicado à eletromecânica / Reginaldo Motta. –
Florianópolis : SENAI/SC, 2010.
55 p. : il. color ; 28 cm.

Inclui bibliografias.

1. Desenho técnico - Eletromecânica. 2. Desenho geométrico. 3. Desenho


industrial. 4. Geometria plana. I. SENAI. Departamento Regional de Santa
Catarina. II. Título.

CDU 744:621

SENAI/SC — Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial


Rodovia Admar Gonzaga, 2.765 – Itacorubi – Florianópolis/SC
CEP: 88034-001
Fone: (48) 0800 48 12 12
www.sc.senai.br
Prefácio
Você faz parte da maior instituição de educação profissional do estado.
Uma rede de Educação e Tecnologia, formada por 35 unidades conecta-
das e estrategicamente instaladas em todas as regiões de Santa Catarina.

No SENAI, o conhecimento a mais é realidade. A proximidade com as


necessidades da indústria, a infraestrutura de primeira linha e as aulas
teóricas, e realmente práticas, são a essência de um modelo de Educação
por Competências que possibilita ao aluno adquirir conhecimentos, de-
senvolver habilidade e garantir seu espaço no mercado de trabalho.

Com acesso livre a uma eficiente estrutura laboratorial, com o que existe
de mais moderno no mundo da tecnologia, você está construindo o seu
futuro profissional em uma instituição que, desde 1954, se preocupa em
oferecer um modelo de educação atual e de qualidade.

Estruturado com o objetivo de atualizar constantemente os métodos de


ensino-aprendizagem da instituição, o Programa Educação em Movi-
mento promove a discussão, a revisão e o aprimoramento dos processos
de educação do SENAI. Buscando manter o alinhamento com as neces-
sidades do mercado, ampliar as possibilidades do processo educacional,
oferecer recursos didáticos de excelência e consolidar o modelo de Edu-
cação por Competências, em todos os seus cursos.

É nesse contexto que este livro foi produzido e chega às suas mãos.
Todos os materiais didáticos do SENAI Santa Catarina são produções
colaborativas dos professores mais qualificados e experientes, e contam
com ambiente virtual, mini-aulas e apresentações, muitas com anima-
ções, tornando a aula mais interativa e atraente.

Mais de 1,6 milhões de alunos já escolheram o SENAI. Você faz parte


deste universo. Seja bem-vindo e aproveite por completo a Indústria
do Conhecimento.
Sumário
Conteúdo Formativo 9 32 Unidade de estudo 3 44 Unidade de estudo 5
Cortes, Seções e Tolerância
Apresentação 11 Rupturas Geométrica
e Dimensional

12 Unidade de estudo 1 33 Seção 1 - Cortes e seções


33 Seção 2 - Hachuras 45 Seção 1 - Tolerância geomé-
Introdução ao
trica de forma, orientação,
Desenho Técnico 34 Seção 3 - Corte total posição e batimento
35 Seção 4 - Corte em desvio 49 Seção 2 - Rugosidade: indica-
35 Seção 5 - Corte parcial ção de estado de superfície
13 Seção 1 - Forma do objeto
36 Seção 6 - Meio-corte 50 Seção 3 - Desenho técnico
13 Seção 2 - Caligrafia arquitetônico
36 Seção 7 - Omissão de corte
14 Seção 3 - Instrumentos 51 Seção 4 - Escalas
15 Seção 4 - Normas 37 Seção 8 - Seções
39 Seção 9 - Rupturas
Finalizando 53
22 Unidade de estudo 2
Projeção Ortogonal 40 Unidade de estudo 4
Referências 55
Desenho de Conjunto

23 Seção 1 - Vistas ortográficas


24 Seção 2 - Aplicação de linhas 41 Seção 1 - Explosão da mon-
tagem
25 Seção 3 - Dimensionamento
e cotagem 42 Seção 2 - Detalhamento de
montagem representação de
27 Seção 4 - Escalas elementos de máquina
27 Seção 5 - Croqui/esboço
28 Seção 6 - Vistas auxiliares
29 Seção 7 - Perspectiva
8 CURSOS TÉCNICOS SENAI
Conteúdo Formativo
Carga horária da dedicação

Carga horária: 60h

Competências

Interpretar projetos de sistemas mecânicos, por meio da elaboração de desenho


técnico mecânico.

Conhecimentos
▪▪ Caligrafia técnica, formatos e instrumentais utilizados no desenho eletromecânico.
▪▪ Desenho geométrico.
▪▪ Figuras e construções geométricas.
▪▪ Escalas.
▪▪ Dimensionamento/cotagem.
▪▪ Projeção ortogonal (vistas essenciais): cortes, seções, rupturas, croquis, desenho
de conjuntos, representação de elementos de máquinas, tolerâncias geométrica,
rugosidade, perspectivas.
▪▪ Desenho técnico arquitetônico: planta baixa.
▪▪ Catálogos técnicos.

Habilidades

▪▪ Interpretar e aplicar normas técnicas regulamentadoras e preservação ambiental.


▪▪ Elaborar desenhos técnicos eletromecânicos.
▪▪ Identificar os elementos de máquinas.
▪▪ Interpretar desenho, catálogos e manuais de sistemas eletromecânicos.
▪▪ Interpretar tolerâncias dimensionais, tolerâncias geométricas e simbologia de
rugosidade.
▪▪ Interpretar desenho técnico arquitetônico (planta baixa).

Atitudes

▪▪ Zelo no manuseio dos equipamentos e instrumentos de medição.


▪▪ Responsabilidade socioambiental.
▪▪ Adoção de normas de saúde.
▪▪ Segurança do trabalho e preservação ambiental.
▪▪ Proatividade e trabalho em equipe.
▪▪ Organização e conservação do laboratório e equipamentos.

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 9


Apresentação
Nas indústrias em geral o desenho é uma ferramenta de grande impor- Reginaldo Motta
tância. O desenho técnico difere do desenho artístico, pois há normas
e critérios que devem ser seguidos. No desenho artístico as formas são Reginaldo Motta é graduado
variadas e não se requer um traço rigoroso, porém o desenhista deve ter em Administração de Empresas
uma visão espacial, criatividade e raciocínio lógico. pela Unerj Jaraguá do Sul e pós-
graduando em Engenharia de
O resultado de um desenho é permitir a visualização de imagens e peças Produção pela Fundação Uni-
sem a necessidade da presença física da mesma, para que ela possa ser versitária de Blumenau (FURB).
fabricada exatamente em sua forma e proporção. Possui formação técnica em
Este material está voltado ao desenho técnico aplicado à eletromecânica. Mecânica, Desenhos e Projetos
Para um aprofundamento maior, será necessário que você pesquise em pela Associação Beneficente da
Indústria Carbonífera de Santa
livros e normas técnicas e, principalmente, a prática, que faz com que o
Catarina (SATC). Atua na área de
desenhista tenha visão e raciocínio lógico, compreendendo facilmente metal mecânica, em engenharia
qualquer desenho. de processos, desenvolvimento
de produtos, projetos mecâni-
cos, metrologia, melhoria con-
tínua, controle da qualidade,
controle estatístico de processo.

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 11


Unidade de
estudo 1
Seções de estudo

Seção 1 – Forma do objeto


Seção 2 – Caligrafia
Seção 3 – Instrumentos
Seção 4 – Normas
Introdução ao Desenho Técnico

SEÇÃO 1
Forma do objeto
Nesta seção você estudará as for-
mas do objeto, entendendo como Visão espacial significa você imaginar a partir de linhas do desenho
é possível descrevê-los e também e das vistas ortográficas a peça em três dimensões. Da mesma forma
como o desenho é representado, ao contrário, observando uma peça ou um desenho em perspectiva,
a forma correta dos desenhos imaginar as vistas do desenho.
técnicos, suas particularidades e
outras informações essenciais no
estudo da forma do objeto. Nesta seção você aprendeu sobre as formas do objeto e sua represen-
Para descrevermos um objeto é tação. Continue seus estudos na próxima seção conhecendo a caligrafia
possível fazê-lo de forma manu- técnica.
al, sem instrumentos e sem escala,
chamado de croqui ou esboço, ou
por meio de instrumentos de de- SEÇÃO 2
senho. Caligrafia
Alguns dos instrumentos mais
usados são: régua de 30 cm, ré- Na seção 2 você aprenderá sobre a caligrafia técnica e sua importância
gua T, escalímetro, esquadro de como complemento ao desenho técnico. Você terá acesso a um resumo
45°, esquadro de 30°, compasso e da NBR 8402 e ao dimensionamento da caligrafia técnica.
transferidor.
A caligrafia técnica é um elemento importante no complemento de um
O desenho é representado por desenho técnico, indicando informações necessárias à compreensão do
meio de linhas que mostram su- desenho, como números, anotações e listas de materiais. É importante
perfícies e contornos dos objetos, também para a apresentação final do desenho.
simbologias, dimensões e notas
que formam um conjunto descri-
to como desenho técnico. A Tabela 1 mostra um resumo da ABNT NBR 8402: execução de cará-
A Associação Brasileira de Nor- ter para escrita em desenho técnico, sendo que, na prática, a escrita
mas Técnicas (ABNT) padroni- é visual, mantendo uma uniformidade no tamanho das letras maiús-
za a forma correta dos desenhos culas e minúsculas, inclinadas 15° à direita ou vertical, e conforme a
técnicos e suas particularidades, importância da anotação. A altura da letra pode ser variada, usada
devendo ser consultada sempre para indicar um corte, uma legenda, uma lista de materiais.
que possível para sanar eventuais
dúvidas.
O desenvolvimento da capacida-
de de interpretação e representa-
ção de desenhos é uma forma de
desenvolver não só a criativida-
de e a coordenação motora, mas
igualmente o raciocínio e princi-
palmente a visão espacial, sendo
esta última a mais importante.

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 13


Tabela 1 - Dimensionamento da Caligrafia Técnica
SEÇÃO 3
Característica Dimensões Instrumentos
Altura das letras maiúsculas h 3,5 7 10
Nesta seção, como continuação
Altura das letras minúsculas c 2,5 5 7
de seus estudos, você irá conhe-
Distância mínima entre linhas cer os instrumentos, entendendo
b 5 10 14
de base sobre a necessidade deles na exe-
Distância mínima entre cução de desenhos.
e 2,1 4,2 6
palavras Para executar um desenho rápido
Fonte: ABNT (1994, p. 2). e preciso, a utilização de instru-
mentos de desenho é necessária.
A qualidade dos instrumentos
também é fundamental para um
bom resultado final. Alguns ins-
trumentos mais utilizados são:
▪▪ régua T;
▪▪ régua paralela;
▪▪ jogo de esquadros (um com
ângulos de 30°, 60° e 90°, e outro
com ângulos de 45°;
Figura 1 - Dimensionamento Caligrafia
▪▪ lápis ou lapiseira;
Fonte: ABNT (1994, p. 2).
▪▪ escalímetro;
▪▪ compasso;
▪▪ transferidor;
▪▪ gabaritos de circunferências de
elipses;
▪▪ curva francesa.

Você acabou de estudar os instru-


Figura 2 - Caligrafia Técnica: Escrita Vertical mentos, tendo acesso, inclusive,
Fonte: ABNT (1994, p. 3). aos mais utilizados.

Figura 3 - Caligrafia Técnica: Escrita Inclinada


Fonte: ABNT (1994, p. 3).

Nesta seção você teve acesso a informações sobre caligrafia. Você estu-
dou os principais assuntos envolvendo o tema, com figuras que exempli-
ficaram o conteúdo estudado.

14 CURSOS TÉCNICOS SENAI


▪▪ NBR 6158: sistema de tole-
SEÇÃO 4 râncias e ajustes; O formato A0 possui as di-
Normas ▪▪ NBR 6173: terminologia de mensões de 841 mm x 1.189
mm. Para obter o padrão A1,
tolerância e ajustes;
Agora que você já tem um bom deve-ser dividir ao meio o
conhecimento introdutório sobre ▪▪ NBR 6409: tolerâncias geo- comprimento de 1.189 mm
desenho técnico, é importante se métricas: tolerâncias de forma, (resultado = 594 mm) ficando
orientação, posição e batimento: o padrão A1 com as dimen-
aprofundar nas normas técnicas,
generalidades, símbolos, defini- sões: 594 mm x 841 mm.
que têm por finalidade padroni- Para obter o padrão A2, deve-
zar termos, conceitos e formas ções em desenho.
se dividir ao meio o compri-
de execução entre aqueles que a mento de 841 mm, do forma-
utilizam. Formato do papel to A1, ficando o novo padrão
Na área de desenho técnico, são A2 com as dimensões: 420 x
Os desenhos devem ser dimen- 594 mm, e assim, sucessiva-
aplicadas várias normas. A As-
sionados em folhas padronizadas. mente para obter os demais
sociação Brasileira de Normas
Os formatos recomendados para formatos.
Técnicas (ABNT) normatiza a
o desenho técnico são normati-
forma correta de execução do
zados pela ABNT (NBR 10068:
desenho técnico, também cha-
folha de desenho, leiaute e dimen-
mada de NBR (Norma Brasileira Abaixo, as dimensões para os for-
sões) e são chamados de folhas
de Regulamentação) ou NBR M matos da série A:
padrão da série A.
(referindo-se a normas válidas ao
MERCOSUL). Ela se orienta a O formato padrão é baseado num
Tabela 2 - Formatos da Série “A”
partir de normas internacionais e retângulo de área igual a 1 m² e
padroniza de forma mais clara a de lados medindo 841 x 1189 mm Dimensões
Designação
linguagem para utilização no Bra- (Figura 4). Esse formato é o pa- (mm)
sil. drão A0 (A zero). A0 841 x 1.189
Qualquer dúvida ou aprofunda- O padrão A1 deriva do formato
A1 594 x 841
mento em desenho técnico, as A0, e os outros padrões (A2, A3,
normas de ABNT deverão ser A4) derivam sempre do anterior. A2 420 x 594
analisadas para esclarecimentos. A3 297 x 420
Abaixo seguem algumas normas A4 210 x 297
empregadas neste material que
Fonte: ABNT (1987, p. 2).
podem ser consultadas para maio-
res esclarecimentos:
▪▪ NBR 10126: cotagem em
desenho técnico;
▪▪ NBR 10068: folha de dese-
nho;
▪▪ NBR 10582: apresentação da
folha para desenho técnico;
Figura 4 - Padrão A0
▪▪ NBR 13142: dobramento de
Fonte: ABNT (1987, p. 2).
cópia;
▪▪ NBR 8196: desenho técnico;
▪▪ NBR 8402: execução de
caráter para escrita em desenho
técnico;

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 15


Margem Obs.: dimensões de referência
NBR 10068 (ABNT, 1987).
A margem é limitada pelo contorno externo da folha. As margens es-
querda e direita devem ser dimensionadas conforme a Tabela 3.
Referência por malhas
Tabela 3 - Margem Padrão das Folhas Para permitir uma fácil localização
Formato Margem esquerda Margem direita de detalhes do desenho, devem
ser colocadas na parte externa da
A0 25 10 folha colunas com números ao
A1 25 10 longo da margem inferior e supe-
rior, e letras ao longo da margem
A2 25 7
esquerda e direita. A largura das
A3 25 7 colunas deve ter no mínimo 25
mm e no máximo 75 mm, deven-
A4 25 7
do ser distribuídas pela complexi-
Fonte: ABNT (1987, p. 3). dade dos detalhes do desenho em
quantidade par.
Marcas de centro Os números e as letras devem es-
tar centralizados dentro da malha
Nos formatos da série A devem ser executadas quatro marcas de centro
(Figura 7).
com uma linha localizada no centro da folha, no lado da margem exter-
na, estendendo-se 5 mm em direção ao centro da folha (figuras 5 e 6).

Figura 7 - Sistema de Referência por


Malhas
Fonte: ABNT (1987, p. 3).

Figura 5 - Padrão A4: Modelo Paisagem


Fonte: ABNT (1987, p. 3)

Figura 6 - Padrão A4: Modelo Retrato


Fonte: ABNT (1987, p. 3).

16 CURSOS TÉCNICOS SENAI


DICA
Caso prático: um cliente envia um desenho para um fornecedor
em outro Estado. O fornecedor tem algumas dúvidas em relação
ao detalhamento da peça, e fica difícil o entendimento por tele-
fone. Porém quando indicada a malha do desenho (número da
coluna e letra da linha), com referência ao detalhe da sua dúvida,
fica mais fácil a localização do detalhe no desenho.

Figura 8 - Exemplo de Referência do Desenho por Malhas: Indicação da Ma-


lha (Coluna 2 x Letra C)

Legenda
A legenda deve ser executada do lado direito inferior da folha, com di-
mensionamento de 178 mm de comprimento nos formatos A4, A3 e A2
(Figura 9), e 175 mm nos formatos A1 e A0 (Figura 10). Deve conter na
legenda a identificação do desenho, como: número da peça, código de
material, descrição da peça, descrição do material, logomarca, escala do
desenho principal, responsável, desenhista, projetista, aprovação, datas,
descrição do projeto, indicação de primeiro diedro, entre outras.

Pode-se incluir ou excluir itens da legenda, dependendo da neces-


sidade de quem a utiliza. Como por exemplo: tabela de tolerâncias
lineares.

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 17


Figura 9 - Modelo de Legenda para os Formatos A4, A3 e A2

Figura 10 - Modelo de Legenda para os Formatos A1 e A0

As legendas podem conter informações adicionais como mostrado no


modelo abaixo, um quadro de tolerância linear referente à norma NBR
2768-1/2000.

Figura 11 - Modelo de Legenda para os Formatos A4, A3 e A2, com Quadro


de Tolerância Linear

18 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Dobramento da folha

Independente do formato, o resultado final da folha dobrada sempre


será um formato A4.

Deve-se dobrar a folha, verticalmente, na linha final da legenda, ou 178


mm (para os formatos A2, A3 e A4), ou a 175 mm (para os formatos
A1 e A0).

Figura 12 - Dobramento Formato A0


Fonte: Adaptado de ABNT (1999).

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 19


Figura 13 - Dobramento Formato A1
Fonte: Adaptado de ABNT (1999).

Figura 14 - Dobramento Formato A2


Fonte: Adaptado de ABNT (1999).

20 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 15 - Dobramento Formato A3
Fonte: Adaptado de ABNT (1999).

Nesta seção você estudou as normas da ABNT. Teve acesso a um caso


prático e a figuras ilustrativas relacionadas ao que você viu nesta seção.
Nesta unidade você estudou o desenho técnico e com isso pôde conhe-
cer assuntos importantíssimos para o seu curso, como as normas para
desenhos técnicos da ABNT, os instrumentos, as formas de objeto e a
caligrafia. Figuras ilustrativas, exemplos e dicas tornaram esta unidade
dinâmica e prática de ser estudada.
Faça uma revisão dos principais tópicos e em seguida comece a Unidade 2.

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 21


Unidade de
estudo 2
Seções de estudo

Seção 1 – Vistas ortográficas


Seção 2 – Aplicação de linhas
Seção 3 – Dimensionamento e cotagem
Seção 4 – Escalas
Seção 5 – Croqui/esboço
Seção 6 – Vistas auxiliares
Seção 7 – Perspectiva
Projeção Ortogonal

SEÇÃO 1
Vistas ortográficas
Nesta seção você estudará as vis- Projeção no 3° diedro
tas ortográficas. Por meio de uma
abordagem prática você aprende- A projeção no 3° diedro mostra as
rá a respeito deste assunto, enten- seguintes vistas:
dendo sobre projeção, inclusive
▪▪ frontal;
aprendendo qual é a projeção
adotada no Brasil. Preste atenção ▪▪ inferior (representada abaixo
às dicas e estude! da vista frontal);
Esta etapa inclui: ▪▪ lateral direita (representada no
lado direito da vista frontal).
▪▪ projeção no 1° diedro;
▪▪ projeção no 3° diedro; No Brasil, adota-se a projeção no
▪▪ projeção ortogonal; 3° diedro representada pela Fi-
gura 17, sendo importante que a Figura 17 - Vistas Ortográficas
▪▪ vistas principais do desenho.
legenda contenha o símbolo do
método de projeção ortográfica. O objeto deve ser denominado e
Projeção no 1° diedro distribuído conforme Figura 18,
sendo:
A projeção no 1° diedro é repre- Projeção ortogonal
sentada pelas vistas: a. vista frontal;
As vistas ortográficas represen-
▪▪ frontal; tam um conjunto de uma ou mais b. vista superior;
▪▪ superior (representada abaixo vistas correlacionadas entre si.
da vista frontal); Cada vista mostra um detalhe di- c. vista lateral esquerda;
▪▪ e pela vista lateral esquerda ferente da forma do objeto.
(representada no lado direito da Para a confecção das vistas, deve- d. vista lateral direita;
vista frontal). se projetar linhas auxiliares de re-
ferência para alinhar perfeitamen- e. vista inferior;
A figura na legenda da folha indi- te as vistas do desenho.
f. vista posterior.
ca que o desenho está no 1° die- É possível analisar uma peça a
dro. partir de seis vistas ortográficas,
conforme mostrado na Figura
17, porém apenas três vistas são
necessárias para representar uma
peça (Figura 19).

Vistas principais do de-


senho
Um objeto pode ser observado
Figura 16 - Projeção no 1° Diedro
a partir de seis planos ou vistas,
Fonte: ABNT (1995, p. 1). conforme representado pela Fi- Figura 18 - Distribuição das Vistas
gura 17: Ortográficas

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 23


A vista mais importante deve ser Representação do desenho em uma única vista
usada como vista frontal (Figura
19, letra A), seguida das vistas:
▪▪ superior (posicionada abaixo
da vista frontal) (Figura 19, letra
B);
▪▪ lateral (esquerda, posicionada
no lado direito da vista frontal)
(Figura 19, letra C).

Figura 20 - Representação Correta de uma Única Vista de um Eixo

Figura 19 - Vistas Ortográficas Princi-


pais

A escolha das vistas depende da


complexidade da peça, devendo
os seguintes critérios serem ana-
lisados:
▪▪ uso do menor número de
vistas (quando a peça for muito
simples poderão ser omitidas
vistas desnecessárias;
▪▪ não repetir detalhes;
▪▪ ocultar linhas tracejadas des-
Figura 21 - Representação Incorreta de Vistas de um Eixo
necessárias;
▪▪ sempre que possível, manter
o padrão das três vistas princi- Nesta seção você estudou sobre representação com o auxílio de fi-
pais (frontal, superior e lateral vistas ortográficas. Continue com guras para o correto aprendizado
esquerda); o seu estudo, agora com o assun- do assunto.
▪▪ quando a peça for complexa, to aplicação de linhas na próxima As linhas de um desenho indicam
poderão ser usadas tantas vistas seção. sua exata representação (Figura
quanto necessário para esclareci- 23), e para facilitar a interpreta-
mento de sua forma; ção, os seguintes critérios devem
▪▪ independente da escolha das
SEÇÃO 2 ser adotados (Figura 22):
vistas, estas devem estar ali- Aplicação de linhas a. linha contínua larga – utili-
nhadas na horizontal e vertical, zada em contornos e arestas
com um espaço entre elas de no Esta seção aborda a aplicação de
visíveis;
mínimo 20 mm para que possam linhas, explicando sua finalidade.
ser dimensionadas (cotas). Você conhecerá os critérios de

24 CURSOS TÉCNICOS SENAI


b. linha contínua fina – indica- O dimensionamento de uma peça
da para linhas de cotas, auxilia-
SEÇÃO 3 é representado por meio de linhas
res, de chamada, hachuras e de Dimensionamento e e números, mostrando a dimen-
centros curtas; cotagem são da peça, de determinado ele-
mento, seja um plano, uma reta,
c. linha tracejada – serve para A Seção 3 apresenta um estudo um círculo ou um ângulo.
contornos e arestas não visí- de dimensionamento e cotagem. Deve-se atentar para que a cota
veis; Uma abordagem em tópicos so- represente o valor dimensional
bre esta etapa do desenho técnico de funcionamento da peça, sendo
d. linha de centro ou linha de que sem a cota ou com sua repre-
torna esta seção dinâmica e dará
simetria – linha representada sentação incorreta, o resultado
praticidade ao estudo do tema.
por um traço e um ponto al- será uma montagem com interfe-
ternado, usada para linhas de Acompanhe as etapas de estudos
da unidade. rência.
centro, de simetria e trajetórias.
As cotas devem ser colocadas di-
retamente no desenho, de forma
Cotagem completa e sem repetições, distri-
Para que a peça possa ser con- buídas nas três vistas ortográficas
feccionada, são necessárias infor- ou nas vistas representadas.
mações tais como: dimensões da As cotas devem manter a mesma
peça, símbolos, especificações de unidade de medida, não podendo
materiais, tolerâncias e acabamen- alterar, mesmo que em detalhe
tos. Isso é chamado de cotagem ampliado.
Figura 22 - Tipos de Linhas
do desenho.
Fonte: ABNT (1984, p. 2).
Elementos de cotagem

Linha auxiliar ou de chama-


da
A linha auxiliar é uma linha pro-
longada da aresta da peça além da
linha de cota. Deve haver um li-
geiro espaço entre a linha auxiliar
e o contorno da peça.
As linhas de chamada devem ser
perpendiculares ao elemento di-
mensionado, podendo ser inclina-
das a 60° quando necessário.
Sempre que possível, as linhas
Figura 23 - Interpretação de Aplicação das Linhas
auxiliares e as linhas de cota não
Fonte: Francesco (1978, p. 7-24). devem ser interrompidas.
As linhas de centro ou simetria
podem ser usadas como linhas de
Nesta seção você aprendeu sobre aplicações de linhas. Havendo dúvidas, chamada.
revise o conteúdo apresentado.
Linha de cota
É a linha na qual é colocado o
valor da peça. De preferência, as
linhas de cota e auxiliares não de-
vem se cruzar, caso ocorra, não
devem ser interrompidas no cru-
zamento.

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 25


O valor de dimensionamento da
cota deve ser colocado no centro
da cota.
A linha de cota deve ser uma linha
fina, para que não contraste com
as linhas de contorno do desenho.

Setas (limites da cota)


Nas extremidades da linha de
cota devem ter setas ou traços
oblíquos. Num desenho técnico
formal deve ser utilizado somente
um tipo, não podendo ser alterna- Figura 24 - Linhas de Cota
do. Fonte: ABNT (1987, p. 3).
A seta mais correta é a seta de ca-
beça cheia, com dimensão máxi-
ma de 3 mm de comprimento.

Cota
É representada pelos valores nu-
méricos da peça, localizada na
linha de cota, sempre acima e
posicionada no centro. Deve es-
tar localizada na vista que melhor
indique o objeto dimensionado e
este deve, sempre que possível,
estar fora do desenho. Há auto-
res que defendem a colocação
de algumas cotas dentro da peça, Figura 25 - Cotagem Linear: Exemplo de Cotagem de uma Peça Simples
desde que traga mais clareza do Fonte: ABNT (1987, p. 4).
objeto cotado.
Quando cotada no interior da
peça, e esta estiver hachurada, re-
presentando um corte, a hachura
deverá ser interrompida no local
da cota.
Não devem ser utilizadas como
linha de cota, a linha de contorno
e a linha de centro.
Deve-se evitar também a cotagem
em linhas não visíveis.

Figura 26 - Cotagem de Ângulos


Fonte: ABNT (1987, p. 5).

26 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Esta seção trouxe um estudo prá- Escala de ampliação ▪▪ in loco, com a finalidade de
tico em relação ao dimensiona- obter o desenho de uma peça na
mento e à cotagem. Na próxima Quando uma peça é pequena máquina para que a mesma seja
seção você estudará as escalas. demais para o formato da folha confeccionada;
onde será desenhada, ela deve ser ▪▪ esboço da ideia de um equipa-
ampliada. Uma vez escolhida a es- mento qualquer, com as dimen-
cala, todas as dimensões da peça
SEÇÃO 4 devem ser multiplicadas por ela.
sões principais da máquina;
Escalas Exemplos de escala de ampliação:
▪▪ detalhamento de uma peça
para fabricação;
2:1; 2,5:1; 5:1; 10:1; 20:1; 50:1;
Nesta seção você estudará sobre 100:1. ▪▪ após o esboço concluído, o
escalas, aprendendo que existem mesmo deve ser redesenhado em
tipos de escala e estudando cada folha-padrão, com instrumentos
um deles. e na escala adequada, aplicando
A peça deve ser desenhada
Os objetos possuem tamanhos nas medidas resultantes da símbolos, notas, informações
diferenciados, e para desenhá-los escala e o dimensionamento adicionais para a fabricação da
dentro dos formatos padrão é das cotas deve ser os valores mesma;
necessário reduzi-los ou ampliá- reais da peça. Dessa forma, a ▪▪ há casos em que o croqui pode
los conforme a conveniência. Os pessoa que irá fabricar a peça ser utilizado para fabricação,
desenhos devem estar dispostos não necessita calcular para
porém não é recomendado, pois
de forma que não pareçam muito ver a medida real da peça.
pode ocasionar alguns problemas
pequenos, dificultando o enten- como falta de atualização, infor-
dimento, e nem muito grande, se mações incorretas, interpretação
não houver muitos detalhes. Exis- errada pelo fato de o desenho
tem as escalas natural, de amplia- SEÇÃO 5 estar à mão livre, entre outros.
ção e de redução representadas Croqui/esboço
por dois números separados por
dois-pontos (ex.: 1:1 escala natu- O croqui, também chamado de
ral). esboço ou rascunho, é um traça-
do da peça à mão livre, sem es-
Escala natural cala, sem instrumentos, depen-
dendo somente da habilidade do
É a escala na qual a peça é dese- desenhista em traçar uma linha
nhada em tamanho real. Repre- perfeita.
sentada na legenda pelo campo O croqui é utilizado quando se
escala 1:1, ou abreviada Esc. 1:1. precisa coletar as informações de
uma peça no local, numa máqui-
Escala de redução na, por exemplo, sem que haja
necessidade de desligá-la ou des-
Quando uma peça for maior do montá-la. As informações são ob-
que o formato da folha onde será tidas por meio de instrumentos de
desenhada, ela deverá ser reduzi- Figura 27 - Esboço à Mão livre/Croqui
medição, desenhadas à mão livre
da em relação às suas dimensões e, posteriormente, colocadas em
reais. Uma vez escolhida a escala, desenho técnico formal. Deve-se Esta seção fez um estudo sobre o
todas as dimensões da peça de- obedecer às regras do desenho croqui, muito usado para coletar
vem ser divididas por ela. técnico, como cotas e utilização informações de uma peça no lo-
Exemplos de escala de redução: das linhas. cal.
1:2; 1:2,5; 1:5; 1:10; 1:20; 1:50; O croqui deve ser feito somente
1:100. nos seguintes casos:

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 27


SEÇÃO 6
Vistas auxiliares
Você estudará agora as vistas au-
xiliares, muito utilizadas em casos
em que as peças possuem planos
inclinados. As figuras ilustrativas
darão suporte ao aprendizado
nesta seção.
Nas projeções normais para re-
presentação do desenho no 1º
diedro, os planos da peça estão
paralelos, porém há casos em que
as peças possuem planos inclina-
dos, sendo que quando projetados
para as vistas normais do dese-
nho, a face não aparece em ver-
dadeira grandeza e então ocorre
uma deformação por causa de sua
inclinação. Nesses casos, aplica-
se a vista auxiliar, utiliza-se uma
das vistas em que aparece a face
inclinada, projeta-se uma linha de
referência e, por fim, desenha-se a
face em verdadeira grandeza. Não
há necessidade de desenhar toda a
peça na vista auxiliar, somente o
plano inclinado.
Figura 28 - Vista Auxiliar

Nesta seção você estudou sobre as vistas auxiliares, entendendo quando


deve ser utilizada e visualizando o conteúdo estudado por meio figuras
ilustrativas.
Continue o estudo da unidade, avançando para a Seção 7, que abordará
o tema perspectiva.

28 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 7
Perspectiva
Nesta seção você estudará a perspectiva, tendo acesso a um conteúdo
que envolve perspectiva isométrica, perspectiva isométrica de uma cir-
cunferência e perspectiva cavaleira.
Esta seção contempla os itens seguintes. Acompanhe.
Figura 29 - Linhas: Perspectiva

Perspectiva isométrica
A peça é desenhada de tal forma que mostra três de suas faces: frontal,
superior e lateral esquerda.
A base de uma perspectiva isométrica são três linhas, sendo duas inclina-
das a 30° e outra perpendicular ao vértice das outras duas.
Deve-se marcar nessas três linhas a medida do comprimento, a largura e
a altura; após, deve-se traçar linhas paralelas nesses pontos.

Figura 30 - Cubo e
Deve-se executar os procedimentos seguintes. Isométrica Perspectiva

1. Criar três eixos, sendo dois a 30° e um perpendicular aos vértices.


2. Marcar nos três eixos as medidas de comprimento, largura e altura.
3. Para dar forma à peça, deve-se construir linhas paralelas aos três
eixos iniciais.
4. É importante o uso de esquadros de 30°e 45°, régua T, ou régua
normal 30 cm.

Figura 31 - Exemplo Perspectiva

Figura 32 - Exemplo de Isométrica


Perspectiva

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 29


Perspectiva isométrica de uma circunferência
O resultado de uma perspectiva da circunferência é uma elipse. Sua
construção parte de um quadrado desenhado em perspectiva, cujo lado
é o diâmetro da circunferência (passo 1). Deve-se achar os pontos mé-
dios (centro das linhas) e unir o vértice do quadrado aos pontos médios
opostos ao vértice (passo 1 e 2). Por último, deve-se traçar os raios (pas-
so 3 a 6).

Figura 36 - Sequência (4, 5) para


Desenhar um Círculo em Perspectiva

Figura 33 - Detalhamento de Perspectiva de uma Circunferência

Figura 34 – Sequência (1, 2, 3) para Desenhar um Círculo em Perspectiva

Figura 37 - Aplicação da Perspectiva de


uma Circunferência

Figura 35 - Sequência (1, 2, 3) para Desenhar um Círculo em Perspectiva

30 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Perspectiva cavaleira Nesta unidade foi feito um estu-
do da projeção ortogonal. O tema
Na perspectiva cavaleira uma face foi abordado por meio de seções,
da peça é desenha exatamente de o que tornou o conteúdo muito
frente, em verdadeira grandeza. acessível.
As outras faces são projetadas Na próxima unidade você estu-
obliquamente, inclinadas a 30°, dará cortes, seções e rupturas. É
45° ou 60°. importante que, ao final de cada
unidade, você revise os principais
tópicos, fixando melhor os conte-
Quando escolher a repre- údos.
sentação de um desenho em
perspectiva cavaleira?
Quando a face frontal con-
ter detalhes, principalmente
objetos circulares, para que
sejam representados em ver-
dadeira grandeza.

Figura 38 - Perspectiva isométrica

Figura 39 - Perspectiva Cavaleira

Com o estudo das perspectivas,


você concluiu a última seção da
Unidade 2.

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 31


Unidade de
estudo 3
Seções de estudo

Seção 1 – Cortes e seções


Seção 2 – Hachuras
Seção 3 – Corte total
Seção 4 – Corte em desvio
Seção 5 – Corte parcial
Seção 6 – Meio-corte
Seção 7 – Omissão de corte
Seção 8 – Seções
Seção 9 – Rupturas
Cortes, Seções e Rupturas

SEÇÃO 1
Cortes e seções
Nesta seção você estudará cortes Numa mesma peça, a hachura deve estar na mesma direção. Quando da
e seções. representação do corte em desenho de conjunto, contendo mais de uma
Uma peça com muitos detalhes, peça cortada, a representação do corte é feita por meio de hachuras em
representada por linhas não visí- sentidos opostos ou em espaçamentos diferentes.
veis ou linhas tracejadas, pode di-
ficultar o entendimento e a leitura
do desenho. Portanto, nesses ca-
sos, são empregados o sistema de
cortes para cada situação específi-
ca, representando com exatidão o
detalhe interno da peça.
Você acabou de estudar os cortes
e seções. De maneira simples e di-
reta teve acesso ao assunto.

SEÇÃO 2
Hachuras
Esta seção apresentará um estudo
das hachuras, que são represen-
tações do material em regiões de
corte.
Segundo a Norma 12298 (ABNT,
1992), hachuras são representa-
ções do material em regiões de
corte. Todo desenho representa-
do em corte deve conter hachu-
ras, sendo específicas para cada
tipo de material.
Na eletromecânica, como os ma-
teriais mais comuns são aços ou
ferro fundidos, a representação da
hachura é feita por meio de linhas
Figura 40 - Hachuras Conforme Tipo de Material
paralelas, inclinadas a um ângulo
Fonte: Strauhs (2007, p. 82).
de 45°, com distância proporcio-
nal à superfície da peça, no míni-
Você acabou de estudar na Seção 2 as hachuras. Viu o que são hachuras,
mo 0,7 mm, dentro da seção em
como devem estar representadas e onde devem estar localizadas. Con-
corte.
tinue o estudo desta unidade, avançando para a Seção 3, que aborda o
corte total.

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 33


SEÇÃO 3
Corte total
Você estudará agora o corte total, que deve ser representado em uma das
vistas do desenho por uma linha traço-ponto. A maneira como isso deve
ser feito é o que você verá nesta seção.
O corte total deve ser representado em uma das vistas do desenho por
uma linha traço-ponto, sendo que esta linha ultrapassa toda a peça, em
sentido longitudinal ou em sentido transversal. Nas extremidades da li-
nha de corte devem conter setas que mostram o sentido em que o corte
é observado, assim como também letras que indicam onde o corte será
representado.
Chama-se indicação do corte a região por onde passa a linha traço-
ponto e representação do corte a vista que mostra o corte com a ha-
chura.

Figura 41 - Representação de Corte Total: Longitudinal

Figura 42 - Representação de Corte Total: Transversal

Nesta seção você estudou o corte total, aprendendo como ele deve ser
representado. A seguir estude sobre corte e desvio, tema da Seção 4.

34 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 4
Corte em desvio
Agora que você já estudou o corte total e sabe o que significa e como
deve ser representado, estudará nesta seção o corte em desvio, que será
usado quando os detalhes da peça não estiverem alinhados, ou quando
não for possível um corte total mostrar todos os detalhes internos da
peça.
Quando os detalhes da peça que devem ser mostrados não estiverem
alinhados, ou quando com um corte total não for possível mostrar todos
os detalhes internos da peça, deve-se usar o tipo de corte em desvio. O Figura 45 - Corte Parcial de uma Mon-
corte em desvio é indicado por uma linha traço-ponto, sendo desviado a tagem
90° em direção ao objeto que se quer mostrar. Da mesma forma como
no item anterior, a representação o corte deve ser feito em uma das Nesta seção você estudou o corte
vistas do desenho. parcial, que mostra um pequeno
detalhe interno da peça, sem a ne-
cessidade de linhas de centro para
representação do corte.

Figura 43 - Representação de Corte em Desvio

Você acabou de estudar o corte em desvio, sendo orientado quanto à sua


utilização. Estudará agora o corte parcial na Seção 5.

SEÇÃO 5
Corte parcial
Você já tem conhecimento de corte total e corte em desvio e terá a partir
de agora também conhecimento sobre corte parcial, assunto desta seção.
O corte parcial deve mostrar um pequeno detalhe interno da peça, sem
a necessidade de linhas de centro para representação do corte. O mode-
lo do corte é representado como uma mordida na peça, ou seja, linhas
sinuosas hachuradas onde ser quer a representação do corte.

Figura 44 - Corte Parcial de uma Peça

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 35


SEÇÃO 6 SEÇÃO 7
Meio-corte Omissão de corte
Nesta seção o seu estudo estará concentrado no tema meio-corte, que Esta seção traz um estudo da
geralmente é utilizado para peças simétricas. Por meio das figuras você omissão de corte usado para dar
poderá entender melhor o assunto. um melhor entendimento à peça
Geralmente utilizado para peças simétricas, o meio-corte mostra a re- e aos seus detalhes.
presentação interna da metade da peça, sendo a outra metade com os Para dar um melhor entendimento
contornos visíveis, sem linhas tracejadas. à peça e aos seus detalhes, alguns
objetos são omitidos em um cor-
te, como elementos de máquinas
(parafusos, porcas, arruelas, eixos,
pinos, rebites, chavetas, volantes,
manípulos) e alguns detalhes da
peça (nervuras, braço de um vo-
lante, dentes de engrenagem).
No desenho abaixo a represen-
tação de corte A-A está colocada
INCORRETAMENTE, pois na
vista lateral em corte dá a impres-
são que a peça é maciça, confor-
me a vista isométrica.

Figura 47 - Representação de Corte em


Nervura (Incorreto)

Figura 46 - Meio-corte

Você acabou de estudar o meio-corte. Agora já tem conhecimento sobre


corte total, corte em desvio, corte parcial e meio-corte. Dando continui-
dade aos seus estudos, você verá na próxima seção a omissão de corte.

36 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Agora, no desenho abaixo, o corte está representado de forma CORRE-
TA, omitindo o corte na região da nervura e hachurando somente uma
parte da peça.

Figura 48 - Representação de Corte em Nervura (Correto)

Você estudou nesta seção a omissão de corte. Continue estudando esta


unidade, que traz, a seguir, um estudo sobre seções.

SEÇÃO 8
Seções
Agora você estudará sobre seções, que devem ser representadas confor-
me o perfil da peça. Aproveite todo conteúdo!
A seção de corte deve ser representada conforme o perfil da peça: di-
retamente na peça, nos casos de nervuras ou outros perfis semelhantes;
entre a peça, sendo representada por uma ruptura na peça, e o perfil da
peça entre a ruptura; ou representada numa vista abaixo da peça.
Conforme o perfil da peça, este deve ter uma linha específica de ruptura.

Figura 49 - Vista de Seção do Eixo

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 37


Figura 50 - Seção da Peça em “L”

Figura 51 - Seção da Peça em “U”

O corte é representado pelos seguintes itens:


▪▪ hachura (diferente para cada tipo de material);
▪▪ indicação do corte (plano de corte);
▪▪ representação do corte;
▪▪ nome do corte (A-A, B-B);
▪▪ sentido do corte (representado por setas).

No corte parcial, não há plano de corte e sentido do corte.

Você acabou de estudar sobre seções, a seguir 9 iniciará o estudo sobre


rupturas.

38 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 9
Rupturas
Você sabe o que são rupturas? Esse é o assunto da Seção 9.
É um processo utilizado para reproduzir peças longas, fazendo uma re-
presentação de rompimento e mantendo o dimensionamento real.

Firgua 51 - Recomendação de Rupturas


Fonte: Strauhs (2007, p. 83).

Você foi apresentado a um estudo das rupturas, encerrando assim a Uni-


dade 3. Nesta unidade você estudou cortes, seções e rupturas.
Revise os tópicos importantes antes de avançar para a próxima unidade,
que fará um estudo do desenho de conjunto.

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 39


Unidade de
estudo 4
Seções de estudo

Seção 1 – Explosão da montagem


Seção 2 – Detalhamento de montagem e
representação de elementos de máquina
Desenho de Conjunto

SEÇÃO 1
Explosão da montagem
Nesta seção você estudará o de-
senho de conjunto, entendendo
como deve ser a montagem de
equipamento, como a numeração
será indicada, entre outras infor-
mações importantes sobre o as-
sunto.
A montagem de qualquer equipa-
mento deve ser feita respeitando
exatamente o posicionamento de
cada peça. É importante, ainda,
desenhar os elementos de máqui-
nas ou representá-los. Para me-
lhor verificação da montagem e
do posicionamento de cada peça,
faz-se necessária a explosão da
montagem, ou seja, uma repre-
sentação do equipamento, com as Figura 52 - Morsa de Mesa: Desenho em Perspectiva Isométrica Montado
peças separadas, porém alinhadas
de forma que dê um nítido posi- A explosão da montagem em vista isométrica deve ser realizada obede-
cionamento das mesmas. cendo a uma linha de trajetória imaginária como referência de alinha-
mento das peças (linha traço-ponto). A numeração de cada peça é inte-
Em alguns casos, é interessante ressante para identificar rapidamente peças duvidosas ou semelhantes. A
mostrar a sequência de montagem NBR 13273: referência a itens (1999) esclarece melhor a forma de como
de um equipamento, e para isso é
referenciar os itens de uma montagem.
utilizada a explosão de peças, ou Usualmente, a numeração é indicada do seguinte modo:
seja, uma sequência das peças em ▪▪ pela ordem de montagem;
vista isométrica.
▪▪ pela importância das peças;
▪▪ pela disposição no desenho no sentido horário.

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 41


Figura 53 - Morsa de Mesa: Vista Explodida da Montagem

Você acabou de fazer um estudo do desenho de conjunto. Na seção 2


você estudará o detalhamento de montagem e representação de elemen-
tos de máquina.

SEÇÃO 2
Detalhamento de montagem e representação de
elementos de máquina
Agora você estudará o detalhamento de montagem e representação de
elementos de máquina. Estude com disciplina esse tema, pois cada ele-
mento possui uma particularidade em sua representação. As normas da
ABNT sobre desenhos técnicos serão importantes aliadas nesta seção.
No detalhamento de um conjunto, deve-se colocar as peças na posi-
ção montada e detalhar itens importantes como os elementos de má-
quinas. Para isso, são utilizadas vistas de seção, ampliação de detalhes,
cortes parciais. Alguns elementos, ao invés de serem representados por
seu desenho, são representados por um símbolo. Cada elemento pos-
sui uma particularidade em sua representação. Verificar as normas da
ABNT NBR 11145:1990, NBR 11534:1991, NBR 13104:1994, NBR
12288:1992 para maiores esclarecimentos.

42 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 54 - Morsa de Mesa: Detalhamento em Vistas Ortográficas

Figura 55 - Representação de Mola – Sequência, Respectivamente: Mola Normal/


Mola em Corte/Mola Simplificada
Fonte: ABNT (1990, p. 2).

Nesta seção você estudou o detalhamento de montagem e a representa-


ção de elementos de máquina, encerrando assim a Unidade 4.
Na unidade sobre desenho de conjunto, dividida em duas seções, abor-
daremos o tema proposto de forma clara e objetiva. Reflita!

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 43


Unidade de
estudo 5
Seções de estudo

Seção 1 – Tolerância geométrica de forma,


orientação, posição e batimento
Seção 2 – Rugosidade: indicação de estado
de superfície em desenhos técnicos
Seção 3 – Desenho técnico arquitetônico
Seção 4 – Escalas
Tolerância Geométrica
e Dimensional

SEÇÃO 1
Tolerância geométrica
de forma, orientação,
posição e batimento
Nesta seção você estudará sobre Tabela 4 - Valores de Frequência e Tempo
tolerância geométrica de forma, Características toleradas Símbolo
orientação, posição e batimento,
aprendendo quando as tolerâncias Retitude
devem ser indicadas, os elementos
Planeza
de referência e muitas outras in-
formações relevantes ao estudo
Circularidade
do tema.
As tolerâncias geométricas devem Forma
ser indicadas no desenho sempre Cilindricidade
que necessário, para assegurar que
a peça será fabricada de forma Perfil de linha qualquer
funcional, sem interferências por
motivos de não indicação da to- Perfil de superfície qualquer
lerância.
O elemento de referência para in- Paralelismo
dicação da tolerância pode ser um
ponto, uma linha ou uma super-
Orientação Perpendicularismo
fície.

Inclinação

Posição

Concentricidade
Posição
Coaxialidade

Simetria

Circular
Batimento
Total
Fonte: ABNT (1997).

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 45


As tolerâncias geométricas podem ser representadas e indicadas direta
ou indiretamente no desenho da peça.
A forma de representação das tolerâncias geométricas deve ser realizada
num retângulo, no qual devem ser colocados, respectivamente:
▪▪ o símbolo da tolerância geométrica;
Figura 57 - Indicação de Tolerância
▪▪ o valor dimensional da grandeza tolerada; para Elementos Associados
▪▪ a letra de referência. Fonte: ABNT (1997, p. 3).

ou

Figura 58 - Indicação de Elemento


Tolerado, Contorno, Linha de Chamada
ou Linha de Simetria
Fonte: ABNT (1997, p. 4).

Simbologia para carac-


terísticas toleradas
Figura 56 - Indicação de Tolerância para Elementos Isolados
Fonte: ABNT (1997, p. 3).

Figura 59 - Tolerância de Planicidade e


Retilineidade de 0,01

46 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Figura 60 - Tolerância de Circularidade de 0,01 em Relação a “A” e Tolerância
de Perpendicularidade de 0,01 em Relação “A”

Figura 61 - Tolerância de Paralelismo Figura 63 - Tolerância de Inclinação em Relação a “A-B”


de 0,2 em Relação à Seta de Indicação
na Superfície “A” e Superfície “B”

Figura 62 - Tolerância de Paralelismo


de 0,2 em Relação a “A” e em Relação
a “B”

Figura 64 - Tolerância de Posição em Relação a “B” e “C”

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 47


Figura 65 - Tolerância de Retilineidade
de 0,1

Figura 68 - Tolerância de Circularidade de 0,1

Figura 66 - Tolerância de Planeza de


0,05

Figura 69 - Tolerância de Perpendicularidade de 0,1 em Relação a “A”

Figura 67 - Tolerância de Circularidade Figura 70 - Tolerância de Perpendicularidade de 0,1 em Relação a “A”


de 0,02

Figura 71 - Tolerância de Batimento e Batimento Total de 0,1 em Relação a “A-B”

48 CURSOS TÉCNICOS SENAI


Nesta seção você estudou tolerância geométrica de forma, orientação, O símbolo deve ser indicado uma
posição e batimento. Avançando nos estudos você irá para a Seção 2 e vez para cada superfície, porém
estudará rugosidade. quando as indicações requeridas
forem as mesmas, a indicação
deve constar junto à vista da peça.
SEÇÃO 2 Quando o mesmo estado de su-
Rugosidade: indicação de estado de superfície em perfície é exigido pela maioria das
superfícies de uma peça, as outras
desenhos técnicos indicações devem estar entre pa-
rênteses.
Um estudo sobre rugosidade será realizado agora, na Seção 2.
O símbolo básico para indicação da superfície do desenho é constituído
Tabela 6 - Características da Rugosidade
por duas linhas inclinadas a 60°. Abaixo, na tabela, estão as figuras repre-
sentativas e suas aplicações: (Ra) Desvio
Classe de
médio em
rugosidade
mícrons
Tabela 5 - Símbolos de Rugosidade
N12 50
N11 25
N10 12,5
N9 6,3
N8 3,2
N7 1,6
N6 0,8
N5 0,4
N4 0,2
Fonte: Adaptado de ABNT (1984).
N3 0,1
N2 0,05
a. Símbolo básico constituído g. Quando necessário, estabelecer
por duas linhas em 60° de di- um valor mínimo e máximo da N1 0,025
ferentes tamanhos. rugosidade principal. Fonte: ABNT (1984, p. 2).

b. Exigência de remoção de ma- h. Quando um processo especí-


terial. fico de fabricação é exigido, Você acabou de estudar nesta se-
deve ser indicado no traço ho- ção a rugosidade. Estudará agora,
c. Não é permitida a remoção de rizontal sem abreviatura. na Seção 3, o desenho técnico ar-
material. quitetônico.
i. Comprimento da amostra.
d. Indicação de característica es-
pecial do estado de superfície, j. Para indicar o sentido da estria
se necessário. da rugosidade.

e. Valor principal da rugosidade k. Indicação de sobremetal para


obtido por qualquer processo usinagem.
de fabricação.

f. Valor principal da rugosidade,


deve ser obtido por remoção
de material.

DESENHO TÉCNICO APLICADO À ELETROMECÂNICA 49


SEÇÃO 3
Desenho técnico
arquitetônico
Nesta seção você estudará o de-
senho técnico arquitetônico. Será
abordado o desenvolvimento de
projetos de instalações elétricas,

5300
planta baixa, visualizando um
exemplo desse tipo de planta,
dentre outros conteúdos impor-
tantes.
Para desenvolver projetos de ins-
talações elétricas o projetista deve
ter em mãos o projeto arquitetô-
nico com a finalidade de obter
as dimensões reais e desenhar a 6800

planta baixa. Com isso, o proje-


tista poderá realizar os cálculos Figura 72 - Exemplo de Planta Baixa
de luminotécnica, cabeamento,
entre outros. Com a necessidade O projetista elétrico será capaz de desenhar janelas, portas, escadas e
de transmitir e arquivar todo esse detalhes que terão influência no projeto elétrico tendo como base o pro-
conjunto de informações para o jeto arquitetônico da construção. O formato do papel para realização do
cliente ou executor da instalação desenho deverá ser o formato da série A, sendo o formato A0 o maior
elétrica, é preciso que se faça o de- e o formato A4 o menor.
senho técnico da instalação. Você acabou de fazer um estudo sobre desenho técnico arquitetônico,
Para que o projetista possa reali- nesta seção. Agora estudará as escalas, na Seção 2.
zar o desenho técnico elétrico, é
necessário ainda conhecer alguns
critérios estudados pelos arquite-
tos. São eles: saber o que é uma
planta baixa, saber utilizar as esca-
las, conhecer as vistas e os cortes
utilizados em arquitetura.

Planta baixa
Imagine o desenho de uma cons-
trução, como por exemplo, de
uma casa. Nesse desenho, tem-
se uma vista superior a mais ou
menos 1,5 m de altura, há ainda
portas, janelas e outros detalhes
da construção pertinentes ao pro-
jeto elétrico. Por meio dessa vista,
o projetista é capaz de mensurar
cabos, tomadas, interruptores,
lâmpadas, etc.

50 CURSOS TÉCNICOS SENAI


SEÇÃO 4
Escalas
A escala representa a proporção entre as dimensões do desenho e as
dimensões reais. Conforme a NBR 6492, dentre as escalas mais usu-
ais destacam-se as seguintes: 1/2; 1/5; 1/10; 1/20; 1/25; 1/50; 1/75;
1/100; 1/200; 1/250 e 1/500. Essas escalas são escalas de redução, sen-
do que reduzem o tamanho ou a dimensão de uma construção. Como
exemplo, a escala de 1/50 significa que a cada 1 mm no desenho equivale
a 50 mm na dimensão real. E a cada 1 cm no desenho equivale a 50 cm
na dimensão real.
A vista é disposta a mostrar com o máximo de clareza os detalhes perti-
nentes ao projeto, pode ser: frontal, lateral esquerda, lateral direita, pos-
terior ou superior.

Figura 73 - Vistas em Desenho Técnico Arquitetônico

Você fechou esta unidade estudando as escalas. Elas representam a pro-


porção entre as dimensões do desenho e as dimensões reais.
Nesta unidade você estudou o detalhamento de montagem e represen-
tação de elementos de máquina. O conteúdo foi apresentado em tópicos
para facilitar o aprendizado. Assuntos como tolerância geométrica de
forma, escalas, orientação, posição e batimento, sistemas de tolerância e
ajustes dimensionais, e rugosidade deram embasamento ao tema.

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Finalizando
O conteúdo deste material contribui significativamente para o seu aperfeiçoamento profissional
como técnico em eletromecânica, tanto desenhista quanto projetista. Além deste conteúdo, para
trabalhar com desenho técnico é preciso estar sempre atualizado com as normas técnicas.
Para aqueles que não estão diretamente ligados ao projeto, mas praticam alguma atividade relacio-
nada à eletromecânica, é primordial o conhecimento de desenho técnico, pois em todas as áreas
da eletromecânica ele é utilizado, desde a fabricação de uma peça ou na produção de componen-
tes até na montagem, assistência técnica e vendas.
Com o avanço da tecnologia, a maioria das empresas aplica softwares específicos para desenho e
projetos, porém de nada adianta o melhor software, se você não entender os conceitos de de-
senho técnico para interpretá-los, compreendê-los e aplicá-los.

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Referências
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▪▪ ______. NBR 10582: apresentação da folha para desenho técnico. Rio de Janeiro: ABNT,
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▪▪ ______. NBR 8402: execução de caracter para escrita em desenho técnico. Rio de Janeiro:
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nico. Rio de Janeiro: ABNT, 1995. 3 p.

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senho técnico. Rio de Janeiro: ABNT, 1987. 13 p.

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ramo. São Paulo: Hemus, 1975. 511 p.

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