Você está na página 1de 23

Sumário

1. Turismo sustentável
2. Os grandes ciclos turísticos em Portugal
2.1. Planeando o futuro
3. A gestão ambiental na hotelaria
3.1. Relevância das práticas de gestão ambiental na indústria hoteleira
3.2. Práticas de gestão ambiental (PGA)
Referências Bibliográficas
1. Turismo sustentável

Um dos temas que tornou-se uma grande preocupação em âmbito mundial actualmente é a
degradação do meio-ambiente e a consequência de seus impactos para todo o modo de vida atual e
futuro dos habitantes do planeta. Como a terra sobreviveria com a natureza degradada e com a extinção
massiva de muitas espécies animais eram as questões. Em meados do século XX ainda existiam muitos
questionamentos sobre as pretensões iniciais que este tema levantava, geralmente ele era tomado
como uma utopia ou um estilo alternativo de vida.
Já nos anos 1990 a questão relativa à sustentabilidade do planeta era se as ações pedidas
realmente chegariam a ser aplicadas pela maior parte da população, das empresas e das indústrias
(BARONI, 1992). Essa nova percepção acabou por levar a um consequente aprofundamento nos estudos,
em diversas áreas do conhecimento, relacionados à temática, tentando compreender qual era a sua
profundidade e complexidade socioeconómica.
Tomando como base os trabalhos de Foladori (2005), vê-se que de um modo geral a
sustentabilidade é baseada no equilíbrio de um tripé que aborda os aspectos económico, social e
ambiental, não sendo possível pensar em sustentabilidade apenas delimitada única e exclusivamente a
padrões de ganhos económicos e/ou financeiros. Neste tema é imperioso e sempre necessário apontar
para as consequências sociais e para as consequências ambientais. Ao mesmo tempo, não é possível
trabalhar apenas na direção de um determinado tipo de desenvolvimento social e/ou ambiental sem
levar em conta a relação custo/benefício que recaem sobre as instituições económicas.
Nascimento (2005), Belinky (2008) e Buarque (2008) também foram capazes de observar que,
nos últimos anos, todo o tipo de empreendimento e toda a ação socioeconómica buscam a necessidade
de perseguir de forma coordenada um desenvolvimento que seja sustentável. Significando isto que em
todos os projetos é preciso satisfazer as necessidades do tempo presente sem comprometer a
capacidade de satisfação das necessidades das gerações futuras.
Portanto, o desenvolvimento sustentável hoje é encarado como um modelo de progresso
económico e social que permitirá as diferentes sociedades atingir as boas condições de vida necessárias
para todos os seres humanos, em todas as partes do planeta. Em outras palavras, a sustentabilidade é
entendida como a qualidade daquilo que mantém, ou seja, da situação a se manter algo continuamente,
de ser perene.
No caso específico da indústria do turismo a questão da sustentabilidade pode ser trabalhada e
desenvolvida em múltiplos níveis e somente pode ser alcançada se os diferentes subsistemas que lhe
são interdependentes forem viáveis e perenes (HART, 2006). Por este motivo o trabalho desenvolvido
por Dias (2008) vai caminhar no sentido de realizar uma proposta para que no caso específico do
turismo, ou da indústria turística em geral, a população que vive localmente tem uma grande
importância para a manutenção e para a gestão do seu próprio legado que é utilizado com a finalidade
turística.
Assim sendo, o turismo dentro de uma perspectiva sustentável pode ser definido de uma forma
geral como sendo um modelo de gerenciamento desta atividade que tem como ênfase principal a
conservação dos diversos aspectos naturais e culturais, de acordo com a necessidade das comunidades
que vivem na zona onde a atividade e exercida. Procurando-se ao máximo evitar que ocorra uma
degradação dos atrativos turísticos e estimulando ao máximo a economia local, articulando as duas
coisas de forma conjunta (RUSCHMANN, 1990).
Nos últimos anos essa preocupação com o meio ambiente e a sustentabilidade está cada vez
mais presente no cotidiano das pessoas em geral e especialmente daquelas que vivem em destinos
turísticos. Pelo ponto de vista da investigação realizada por Ottman (2012, p.31), essa consciência
ambiental está a transformar-se em uma regra geral, “o público em geral está começando a
compreender o impacto que esses assuntos terão em suas vidas agora e nos próximos anos – e está
começando a agir”.
É importante reforçar sempre a ideia de que a sustentabilidade quando se trata do turismo só é
possível de ser alcançada quando os diversos recursos ambientais utilizados são optimizados pelos
intervenientes no processo (manter os processos ecológicos dos sistemas essenciais e ajudar a preservar
ao máximo os diversos recursos naturais e toda a biodiversidade), a autenticidade/identidade
sociocultural das diversas comunidades ou grupos étnicos que vivem nos locais de acolhimento é
respeitada (conservação do património cultural vivo, dos diferentes valores tradicionais, compreensão
da diversidade intercultural e tolerância em todos os sentidos). Além disto, é necessário que a indústria
turística seja viável nos locais de destino e as diversas operações económicas de longo prazo sejam
asseguradas, pois é a melhor forma de fornecer o máximo de benefícios socioeconómicos a todos os
interessados na exploração do turismo e que estes benefícios possam ser distribuídos de uma forma
justa (OMT, 2011).
O que está no imaginário e no senso comum da população é que a sustentabilidade deve
começar ou se relaciona apenas pelo aspecto ambiental. Isso ocorre em parte pela simplificação do
tema no momento de estabelecer uma comunicação com o público, dando ênfase a alguns aspectos e
negligenciando informações mais complexas e difíceis de explicar. Entretanto as diversas variáveis
económicas e financeiras podem influenciar muito mais profundamente a regeneração de uma
localidade, principalmente, após as últimas crises financeiras vividas em todo o mundo.
Analisando-se a literatura existente na vertente da produção cultural, que trata justamente das
questões relacionadas com a produção de valores e demonstração da identidade das diversas
comunidades locais, percebe-se que até o momento poucos estudos e um número reduzido de
investigações relevantes (UNESCO, 2006; SOLÈNE, 2011; KOREZ-VIDE, 2013) têm explorado as conexões
que podem existir entre a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento de uma vertente do turismo
criativo. Pois para além de uma regeneração económica das diferentes comunidades isto pode
contribuir positivamente para a conservação de patrimónios culturais.
Como Selwyn (1996, p.21) diz em seu trabalho de investigação: “o que faz com que um destino
turístico seja atrativo é o fato de se pensar em uma característica especial, um ‘espírito de lugar’
especial”. Corroborando, Turok (2009) argumentou que as cidades precisam ajustar a sua identidade
mais rapidamente nos mercados globais e, portanto, depender menos de mudanças em sua estrutura
ocupacional ou industrial, e mais em marcar para a sua particularidade. Com isso, os destinos turísticos
buscam construir uma identidade histórica e cultural para diferenciar-se, divulgando e apoiando a
economia criativa e os arranjos produtivos locais visando o crescente interesse dos turistas por
autenticidade (MACDONALD, 1997).

2. Os grandes ciclos turísticos em Portugal

A organização da atividade turística em Portugal é um processo relativamente recente. O


Estado português passou a adotar uma estratégia económica para organizar a actividade turística
somente a partir da segunda metade dos anos 1960. Assim, podem ser reconhecidos três ciclos de
políticas voltadas para o turismo: 1965/1973, 1974/1985 e 1985/2020.
Antes do primeiro ciclo o desenvolvimento da atividade turística ficou marcado por um grande
atraso relativamente ao desenvolvimento mundial do turismo, em parte devido a uma política
isolacionista durante o Estado Novo e em parte devido ao fato de a ditadura salazarista não ter uma
ideologia modernizadora, o que acarretou uma falta de infra-estruturas que permitissem o seu
desenvolvimento.
Os últimos anos da monarquia e o início do período republicano ainda foram benéficos ao
turismo português que também lucrava com a exploração da atividade nas colónias. Nesta época os
produtos portugueses de excelência eram os bordados da Madeira, as estâncias termais, as praias e a
cova da Iria em Fátima.
No entanto, as formalidades policiais aos estrangeiros conduziam a uma enorme burocracia
controladora, bem como a elevada carga de impostos que cidadãos de outras nacionalidades tinham de
pagar durante a sua permanência em Portugal. Para todos os efeitos a ala mais conservadora do regime
salazarista via com maus olhos a presença de pessoas que não podiam controlar. Para esta ala os
turistas sempre foram e continuavam a ser potenciais focos de má influência moral e política.
As mudanças em relação à exploração da atividade turística aconteceram em termos de política
externa. Reduzido a país periférico no tabuleiro da Guerra Fria, Portugal experimenta o deflagrar das
diversas lutas independentistas em Angola e o alastrar do conflito à Guiné e a Moçambique. Com uma
guerra de guerrilha prolongada na África o esforço de guerra sugava a maior parte do orçamento
português.
Portugal viu-se a braços com graves problemas orçamentais. Estes problemas ainda foram
agravados pelo fato de a ideologia do regime não desejar um país moderno, fato que no longo prazo
deixou o país divorciado dos grandes avanços tecnológicos e debatendo-se com as crónicas limitações
económicas. Desta forma, sem alternativas para financiar o Estado, Salazar, num movimento contrário
às suas próprias convicções, permitiu de forma controlada o levantamento dos muitos dos entraves
existentes que tolhiam o desenvolvimento da indústria turística nacional. Talvez uma das alterações
mais marcantes tenha sido a elevação da estrutura responsável pela atividade turística de Repartição do
Turismo para a categoria de Direcção de Serviços.
Este duro golpe no orçamento do Estado foi o que permitiu a alavancagem do turismo e criou
os ciclos turísticos dos anos seguintes.
Entre os anos de 1965 e 1973 há o lançamento os Planos de Fomento, nos quais o turismo
passa a ser encarado e reconhecido como um setor económico importante. Ele passa então a ser
merecedor de uma política de desenvolvimento que o eleva ao mesmo patamar de áreas consideradas
prioritárias.
Perante a importância deste setor começou a ter dentro da economia portuguesa, o Instituto
Nacional de Estatística (INE) começou a publicar sistematicamente os primeiros dados sobre este ramo
de actividade. Permitindo um acompanhamento de sua evolução.
Mesmo assim nesse primeiro ciclo é visível que não havia um objetivo concreto do Estado para
colocar a atividade turística dentro das primeiras posições da hierarquia entre as actividades
consideradas como motores da economia portuguesa. Entretanto, timidamente já estava a ser um passo
para fazer o turismo sair das intervenções pontuais e desarticuladas de antes e criar uma política mais
consistente para o setor.
O segundo ciclo do turismo acontece entre os anos de 1974 e 1985. Este é o período
compreendido entre o pós-Revolução de 25 de Abril e vai até a implementação do primeiro Plano
Nacional de Turismo. O setor foi beneficiado com a abertura política promovida pelo movimento que
derrubou o regime anterior e com isso foi possível a realização de uma série de reformas. Entretanto, o
maior problema neste período estava no campo económico, ainda sofrendo com as repercuções da crise
energética de 1973.
Nos dois anos seguintes à revolução dos cravos o turismo diminuiu drasticamente, diante do
cenário económico internacional adverso. As unidades hoteleiras ficaram praticamente vazias durante
todo este período e ressentiram-se negativamente. Em alguns casos valeu-lhes o facto de o Estado sido
obrigado a alojar em hotéis, de um dia para o outro, milhares de portugueses vindos das ex-colónias
ultramarinas que conquistaram sua independência.
Por causa disso as empresas portuguesas, sem capacidade financeira para investir e expostas a
uma vigorosa subida de taxas de juros internacionais nos finais dos anos 1970, acabaram por estagnar.
Toda indústria turística nacional e principalmente os hotéis deixaram envelhecer os respetivos ativos e
degradaram os preços.
A fragilidade das empresas de Portugal também estava demonstrada na falta de domínio dos
canais de comercialização dos produtos turísticos e a dependência por parte de um número muito
limitado de grandes operadores internacionais. Um dos resultados mais visíveis foi a canalização do
mercado para segmentos bem específicos: Portugal como um produto turístico barato e constituído
essencialmente por sol e mar.
Esses fatores determinaram uma inevitável massificação de mercado que contribuiu para
despersonalizar a pouco precisa imagem turística do país. A venda dos produtos turísticos portugueses
tomou por base os diferentes modelos economicistas que estavam assente numa óptica comum de
rentabilização máxima dos recursos disponíveis que não demandavam esforço, em que o principal
vector de motivação turística passava sempre pelo consumo de práticas comercializadas de forma
uniformizada e padronizada.
Mas neste período o próprio Estado negligenciou um pouco a gestão da oferta turística e
permitiu um crescimento desordenado dos operadores turísticos, que em grande parte atuavam mesmo
pela via clandestina. O turismo também não foi plenamente integrado aos serviços básicos da economia,
ficando uma infinidade de lacunas por preencher. O mais positivo neste período foi a criação da
Empresa Nacional de Turismo (ENATUR) e a implementação do Primeiro Plano Nacional de Turismo no
ano de 1985.
Outro dado relevante foi o fato de a partir de 1977 o número de visitantes estrangeiros
recomeçar a subir, o que indicava a estabilização do país aos olhos do público internacional. Ao mesmo
tempo o público português sentiu-se mais à vontade com o fim da ditadura e passou a consumir cada
vez mais os produtos turísticos internos. O principal resultado foi que o número de campistas disparou,
seguido dos adeptos do caravanismo.
Um terceiro ciclo da política para o turismo começa no ano de 1985. Pode-se dizer que este
novo ciclo inicia-se com a adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia (CEE) no próprio ano
de 1985. Portugal passou a seguir todas as regulamentações e exigências ambientais e económicas às
quais todos os países membros estão submetidos. As regras atingiram a indústria do turismo e
principalmente os hotéis, que foram obrigados a realizar muitas adaptações para obedecer aos padrões
mínimos da Europa.
Este ano de 1985 pode também ser considerado um divisor de águas porque, aliado aos
eventos descritos anteriormente, Portugal ultrapassou pela primeira vez na história a fasquia dos 10
milhões de visitantes estrangeiros.
Com este número reafirmou-se a ideia no país de que o turismo deveria ser encarado como um
factor fundamental para o desenvolvimento. Uma indústria capaz de ajudar a alavancar a economia e
colmatar os constantes problemas orçamentais dos últimos anos. Além disso, verificou-se que a
indústria do turismo era geradora de muitos empregos e o sector promovia de forma sustentável uma
melhoria geral do nível de vida de uma parte considerável da população portuguesa. Por outro lado, as
receitas geradas por esta actividade contribuíam largamente para o PIB.
Ao mesmo tempo a criação do Espaço Schengen criou uma larga zona de livre circulação de
pessoas e bens entre os países europeus signatários do acordo. Em seguida, o acordo de Maastricht, que
estabeleceu o Euro como moeda única para a maior parte dos países da Europa incentivou
enormemente uma maior mobilidade entre os diversos países da União Européia (EU) e o consequente
aumento no fluxo de turistas para Portugal.
O incremento do movimento de turistas incentivou, ao fim e ao cabo, diversas melhorias na
malha rodoviária portuguesa, com grandes investimento na construção de auto-estradas e melhores
ligações de entrada e saída nas cidades maiores. Isto contribuiu enormemente para a visitação turística
de diversos locais onde até então havia menos interesse dos viajantes.
A década de 1990 representou para Portugal um dos períodos mais brilhantes de projeção do
país no estrangeiro. Ao mesmo tempo assistiu-se um pouco por todo o país à renovação do sucateado
parque hoteleiro e a um novo tipo de investimento em alojamentos que foi caracterizado pelo aumento
da rede de casas de turismo em Espaço Rural. Já eram os primeiros passos para negociar produtos que
não eram simplesmente sol e mar ou religião.
Outra área na qual os investimentos também foram alargados foi a rede de pousadas. O
resultado secundário mais visível deste alargamento foi o fato de ter permitido evitar a degradação de
uma boa parte do património arquitetónico no interior do país.
Paralelamente foram promovidos uma série de planos em todos os níveis do Estado para a
readequação, renovação e conservação do património turístico português, como foi o caso do projeto
de Recuperação das Aldeias Históricas e, ao mesmo tempo, foi criado o Programa de Incremento do
Turismo Cultural.
Já caminhando para o fim dessa década, foi apresentado em 1996, pela primeira vez na história
do turismo português, um trabalho de fôlego que gerou o documento nomeado como Inventário dos
Recursos Turísticos do país. Este inventário foi a criação de uma extensa base de dados exaustivamente
sistematizada abrangendo informações sobre toda a oferta turística nacional existente. O projeto foi
promovido pela DGT.
O passo mais importante da década foi dado em Agosto de 1999, quando foi aprovado o
estatuto do Instituto de Financiamento e Apoio ao Turismo. Logo em seguida, no ano 2000, foi criado
pelo governo o Conselho Sectorial do Turismo, um órgão de consulta e aconselhamento estratégico
pertencente ao organigrama do Ministério da Economia, cuja função era tratar de todas as matérias

relacionadas com o turismo.


Apesar de todo o incremento no que toca à gestão do turismo e às infra-estruturas de apoio à
atividade turística os resultados numéricos apresentaram subidas e descidas. De um modo geral houve
um crescimento do fluxo de turistas para Portugal, mas o setor viveu alguns momentos de crise e
retração da atividade.
Assim, em termos o desempenho estatístico do turismo, considerando-se o período entre os
anos de 1995 e 2000, Portugal conquistou um crescimento em média 4,9% ao ano. Este desempenho
significa que o país evoluiu quase 1% acima do desempenho da Europa (4,2%) e foi um pouco melhor do
que o resto do mundo (4,7%). Entretanto ficou abaixo do desempenho espectacular da Espanha, que viu
a atividade turística crescer 6,5% como média anual.
No entanto, levando em conta o período seguinte entre 2000 e 2004, o desempenho do
turismo português minguou. Enquanto a atividade turística em todo o mundo continuou a crescer, com
uma média de 2,9% ao ano, em Portugal verificou-se um crescimento médio anual negativo de 1%. A
Europa manteve uma curva ascendente na procura turística de 1,9% no período, sendo que em Espanha
esse crescimento repetiu os números da média mundial de 2,9%. A maior ascenção verificou-se na Ásia,
cujo aumento da demanda turística foi de 7,9%.
De todo modo foi uma grande evolução da indústria turística, que de setor negligenciado pelas
políticas públicas o turismo passou a ser incorporado como parte estratégica da economia. Por causa
disto em 2006 foi criado o Plano Estratégico Nacional de Turismo. Este planeamento global para o
turismo foi atualizado algumas vezes, de acordo com a conjuntura nacional, até ser substituído em 2015
pelo plano Turismo 2020.
Este programa Turismo 2020 foi o projeto que norteou toda a política pública para a área de
turismo durante o período compreendido entre os anos de 2016 e 2020. Para o bem ou para o mal o
objetivo principal do modelo traçado por este plano era o de “colocar Portugal entre os 10 destinos mais
competitivos do mundo e gerar um crescimento de receitas superior ao da média dos seus
concorrentes” (Barros, 2015).
O Turismo de Portugal, a partir do programa Turismo 2020, buscou incentivar a criação de uma
série de produtos turísticos que contribuíssem de maneira eficiente e eficaz para atingir todos os
objetivos propostos.
Deste modo, o Turismo de Portugal tomou como base de ação todos os principais atributos do
país sob o ponto daquelas pessoas e empresas que poderiam procurar Portugal como destino de eleição
para suas viagens. Aqui já não se pensava apenas nas viagens de lazer, descanso e nos momentos de
férias.
Deste modo pensou-se uma estratégia ampla e irrestrita para que a identidade turística
recaísse sobre os seguintes conceitos: Sol e Praia, Touring Cultural, City Breaks, Turismo de Negócios,
Golfe, Turismo de Natureza, Saúde e Bem-estar; Turismo de Mar, Turismo Residencial e Turismo de
Gastronomia e Vinhos.

2.1. Planeando o futuro


Com o término dos projetos do plano Turismo 2020 no horizonte o governo Português
preparou-se e já delineou para o futuro as metas gerais que devem nortear o setor até o ano de 2027.
Uma Resolução de Conselho de Ministros n.º 134/2017 de 27 de Setembro de 2017 estabeleceu a
“Estratégia Turismo 2027 (ET27)”, um planeamento para a gestão do Turismo nos próximos anos.
Obviamente, como a resolução foi criada em 2017, o planeamento de longo prazo é para os dez anos
seguintes, isto é, 2027.
Este novo referencial estratégico estruturado para o futuro do turismo português tem como
foco os “ativos que visam a sustentabilidade e a competitividade do destino Portugal.” (Turismo de
Portugal, 2018).
Mesmo com o desempenho do setor turístico em Portugal demonstrando uma evolução
positiva na atração de clientes estrangeiros desde o início da década de 1960, foi apenas no ano de 2017
que o setor apresentou uma elevação histórica de 7% no número de chegadas de visitante, o maior
aumento percentual em um ano registado desde o início do século XXI. Daí a necessidade sentida em
redefinir estratégias e apostar em inovações.
Com uma tendência de crescimento que continua até os dias de hoje, os recentes resultados da
indústria do turismo a colocam como a maior actividade exportadora de Portugal. Logo, foi com base
nessa expressiva contribuição económica da indústria turística que a ET27 pretende fazer com que o
setor continue a evoluir positivamente. A estratégia que tem como mote “liderar o turismo do futuro”
(Turismo de Portugal, 2018).
Há que se destacar que em todo o material informativo produzido pelo Turismo de Portugal
para publicitar as suas ações há uma grande preocupação em demonstrar a grande importância que se
está a dar para a sustentabilidade no turismo. Ou seja, Portugal quer ser visto e demonstrar-se como um
destino sustentável sob todos os pontos de vista, este é o primeiro elemento presente na lista de itens
relacionados à ideia de liderança turística.

3. A gestão ambiental na hotelaria

É consenso na literatura que o turismo é um dos maiores setores em termos económicos de


todo o mundo. Um bom exemplo é o ano de 2014, que foi considerado um ano de enorme sucesso na
década para a economia, pois foi a sua maior contribuição direta para o produto interno bruto (PIB). Em
nível mundial de viagens e o turismo cresceram um total de 3,5% em termos relativos, um desempenho
ligeiramente acima dos 3,4% registado no ano 2013, que também foi um resultado económico muito
positivo (WTTC, 2015).
Por causa do crescimento da indústria do turismo e docrescente tráfego de pessoas entre os
diversos países do globo é já desde os anos 1990 que vem crescendo progressivamente uma
preocupação com a regulamentação da qualidade e conforto na hotelaria. Nos últimos anos a
preocupação passou a ser especialmente naquilo que se refere à preocupação com o meio ambiente.
Tanto é assim que as empresas hoteleiras não podem mais ignorar os diferentes padrões de
qualidade ambiental como as diversas normas definidas pelo padrão ISO 14000 que são uma “série de
padrões que dá às empresas e organizações uma série de ferramentas práticas para gerirem bem a sua
responsabilidade ambiental” (International Organization for Standardization, 2016); apesar de não
obrigatória.
Em 2015, o comité de regulação atualizou o sistema principal da norma (ISO 14001) para dar
uma resposta mais efetiva à questão das alterações climáticas. A certificação ISO 14001 assenta na
metodologia do ciclo PDCA (plan-do-check-act) e utiliza terminologia e linguagem de gestão conhecida
das empresas e ter esta certificação apresenta uma série de benefícios para a rede hoteleira.
Os benefícios alcançados com a normatização são basicamente três, nomeadamente:

1) Compromisso ambiental - As empresas ou organizações que recorrem à certificação ISO 14001


demonstram desta forma que possuem um total compromisso com uma gestão empresarial sustentável
o que sempre assegura uma a melhoria geral do desempenho das mesmas. Demonstra também que há
a incorporação de questões ambientais na gestão da organização e o aumento do envolvimento da área
de gestão de topo e dos diversos colaboradores na gestão ambiental, o que possibilita, ao fim e ao cabo,
a concretização de objectivos estratégicos com sucesso.
2) Melhoria da performance – Trabalhar em conformidade com a ISO 14001:2015 permite às empresas
hoteleiras a melhoria e optimização de toda a gestão de recursos uma vez que busca-se atuar através do
uso racional dos mesmos e deste modo reduzindo a probabilidade de ocorrência de riscos ambientais,
como por exemplo emissões ou derrames.
Com a melhoria da eficiência e da eficácia dos diferentes processos envolvidos, são reduzidos
os diversos custos associados a uma gestão que trabalha e atua de maneira deficiente tais como as
diferentes multas, as coimas, a perda de bónus de seguros ou o agravamento de seus valores
decorrentes de uma maior exposição a riscos ambientas e trabalhistas. Por fim a gestão consegue
beneficiar-se da redução de consumos.
3) Gestão da reputação da sua empresa - Ao demonstrar elevados níveis de conformidade ambiental e
reduzindo os riscos de incumprimento e consequentes penalizações, as organizações turísticas
comprovam que os seus valores e os seus compromissos estão a braços com a sustentabilidade do
ambiente onde estão inseridas. As vantagens competitivas provenientes da melhoria da imagem
institucional reflectem-se não só a nível de mercado externo e a consequente atração de mais clientes
deste mercado, mas também a nível interno. Num segundo momento atua consciencializando e
motivando os seus colaboradores.

A Agência Portuguesa do Ambiente é o órgão responsável pela coordenação das práticas


ambientais no país. Na questão ambiental ela foi pioneira em relação a adoção do sistema europeu
EMAS (Sistema Comunitário de Ecogestão e Auditoria), que é anterior ao ISO 14000. Este sistema
europeu é voltado sobretudo para as empresas do setor industrial – 39 dos 58 membros são empresas
industriais – e conta apenas com dois membros na área do alojamento e restauração (Agência
Portuguesa do Ambiente, 2016).
A nível hoteleiro falta uma investigação recente que reúna dados de forma abrangente sobre
toda a rede hoteleira. No entanto, há farto material de publicidade que é produzido pelas empresas de
hotelaria, demonstrando sua preocupação com o ambiente.
Alguns exemplos que podem ser destacados são o grupo Bensaude com várias unidades nos
Açores e o Santa Bárbara Eco-Beach Resort, também no arquipélago, que têm uma rigorosa política
ambiental e diversas certificações (Ambitur, 2016). Na Madeira tem o projeto HOTRES, que produziu
know-how ambiental para 10 hotéis da ilha. E no continente os exemplos de hotéis que buscam a
sustentabilidade são muitos, daí que não é viável discorrer exaustivamente a lista de projetos
existentes.
Buscando informações na versão mais atualizada do Plano Estratégico Nacional do Turismo
(PENT) vê-se que ele menciona algumas vezes a necessidade de haver uma preocupação com o meio-
ambiente e a adoção de medidas práticas para a sua preservação em todos os níveis. Desde o plano
Turismo 2020 – cinco princípios para uma ambição que é notória a melhoria e a importância crescente
da gestão ambiental.
Paralelamente, nos últimos anos assistiu-se a uma alteração sobre as diversas matrizes de
investimento económico e o financiamento para projetos de energias renováveis para a substituição das
matrizes energéticas tradicionais é uma destas alterações. Ao mesmo tempo um gestor competente
sabe que existem muitas pequenas coisas que todos os hotéis podem e devem ser feitas. O peso
financeiro no saldo final é significativo tanto quando se fala em poupanças nos gastos quanto na atração
de novos clientes.
De modo mais amplo, vários hotéis ou cadeias hoteleiras possuem e desenvolvem uma
política ambiental própria, valorizando e antecipando boas práticas ambientais, desenvolvendo e
defendendo a sustentabilidade.

3.1. Relevância das práticas de gestão ambiental na indústria hoteleira


Todos os estudos dos últimos anos mostram que os impactos causados pela indústria hoteleira
no ambiente são muito significativos. De um modo geral os todos os hotéis são responsáveis por 21% de
todas as emissões de dióxido de carbono da atividade turística em nível global. Por causa de sua
diversidade de serviços há como consequência um grande consumo de recursos que é inerente à
execução da atividade. Ao mesmo tempo a crescente procura por parte de clientes premium de
elevados níveis de conforto e qualidade implicam para os hotéis o crescimento de um consumo
energético intensivo. Daí, os hotéis são os maiores consumidores de energia dentro da indústria turística
(UNWTO/OMT, 2009).
Outro aspeto relevante a ter em conta na atividade hoteleira é o consumo de água. Como a
maior parte da utilização de água pelos hóspedes nos hotéis é sob a forma de água quente acaba por
haver uma relação direta entre o gasto de água e de energia elétrica. A rotatividade na ocupação das
unidades habitacionais aumenta em razão direta a quantidade de vezes que os funcionários utilizarão
água para executar a limpeza. Além disto, diversos itens de decoração e conforto são grandes
consumidores de água.
Foi a partir dos anos 1990 que as grandes redes hoteleiras preocuparam-se em começar a
implementar diferentes medidas de proteção ambiental para atender a uma demanda política e a uma
pressão exercida pelos próprios clientes, que desejavam um serviço prestado com a mesma visão sobre
sustentabilidade que possuiam.
A literatura e diferentes estudos investigativos mostram que o principal exemplo das ações de
sustentabilidade do ramo hoteleiro começou com o Intercontinental Hotel Group (IHG). Foi esta
empresa, em conjunto com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, a pioneira na aplicação dos
princípios do desenvolvimento sustentável.
O Intercontinental Hotel Group colocou em execução em toda a rede o programa PLANET 21.
Este programa é o melhor exemplo de uma estratégia notável de gestão ambiental. O programa teve
como foco implementar até o século XXI (e também durante o século XXI) uma agenda ambiental em
suas unidades, composta de 21 compromissos.
Os 21 compromissos para um desenvolvimento sustentável dentro das unidades da rede
Intercontinental estão divididos em sete grandes temas e são os seguintes (os números representam os
resultados alcançados ao final do século XX):
Saúde:
63% dos hotéis utilizam produtos com rótulos ecológicos (produtos de manutenção, tintas ou
revestimentos para o chão);
55% dos hotéis oferecem refeições equilibradas nos seus restaurantes;
78% dos hotéis organizam formações de prevenção para o pessoal.
Natureza:
84% dos hotéis têm duchas com reguladores do fluxo de água;
68% dos hotéis faz reciclagem;
197 hotéis participam de projeto de reflorestamento.
Carbono:
88% dos hotéis utilizam lâmpadas de baixo consumo em iluminação permanente;
93% dos hotéis acompanham e avaliam o seu consumo energético todos os meses;
27 hotéis utilizam energias renováveis e 20 destes possuem painéis solares térmicos;
Inovação:
91 hotéis têm, pelo menos, 3 elementos ecológicos nos seus quartos (a roupa de cama, a roupa de
banho ou o papel, por exemplo).
Desenvolvimento local:
Na França, Alemanha, Reino Unido, Portugal, Suíça e na África do Sul, os hotéis oferecem bebidas
quentes (chá, café, chocolate) com o rótulo de comércio justo;
Mais de 5 000 colaboradores receberam formação sobre o combate ao turismo sexual envolvendo
crianças;
60% dos hotéis adquirem e utilizam produtos alimentares da região;
71% dos hotéis preservam os ecossistemas locais, deixando, para tal, de consumir produtos do mar em
vias de extinção
Emprego:
129 hotéis organizam formações de aperfeiçoamento de idiomas para os seus colaboradores;
109 hotéis organizam formações sobre riscos psicossociais.
Diálogo:
24% dos hotéis em franchising estão em conformidade com o nível Standard da Carta 21 da rede
hoteleira
Outra iniciativa importante por parte das empresas hoteleiras foi a International Tourism
Partnership (ITP), fundada pelas maiores cadeias hoteleiras internacionais (já em 1992 com o nome de
International Hotels Environment Initiative). Esta iniciativa desenvolve constantemente manuais de boas
práticas para os gestores hoteleiros e colabora ativamente em ações de formação nos mais diversos
hotéis. Desde seu início demonstrou que uma das preocupações da indústria hoteleira deve ser a gestão
ambiental.
Nos hotéis de Portugal a descrição mais abrangente sobre a situação da indústria está na
investigação de Viegas (2008). Esta investigação revela que o estado de implementação da maioria das
práticas ambientais é deficitário. E por esta época apenas 5% dos estabelecimentos hoteleiros possuem
algum tipo de certificação ambiental.

3.2. Práticas de gestão ambiental (PGA)


Os hotéis de um modo geral e a indústria hoteleira de Portugal em particular têm procurado ao
máximo implementar Práticas de Gestão Ambiental de modo a conquistar a certificação ambiental e
outros sistemas de reconhecimento da qualidade ambiental: rótulos ecológicos e os prémios de
desempenho ambiental.
Entretanto, o nível de adoção destas práticas acaba por ser influenciado directamente pelas
características gerais das unidades hoteleiras. Mas é inegável que têm sido muito utilizados os diversos
instrumentos de gestão ambiental pela indústria com o intuito de minimizar todos os impactos gerados
pela atividade.
De uma forma geral a gestão ambiental na hotelaria abrange uma grande diversidade de áreas:
a gestão do consumo energético (tanto a electricidade quanto os combustíveis), a gestão de resíduos
em geral, a gestão dos diferentes consumos de água, a gestão dos efluentes, a gestão dos materiais
tóxicos. Isto no primeiro plano de atuação. De forma complementar estão incluídas a política de
compras, a poluição luminosa, a poluição sonora e o impacto paisagístico.
As empresas com maior desenvolvimento na área da sustentabilidade ambiental passaram a
desenvolver também ações no âmbito da preservação do património histórico (como a rede Vila Galé), e
a comunicação ambiental voltada para a sensibilização e colaboração dos hóspedes no sentido da
economia de recursos.
De todas as práticas da indústria hoteleira portuguesa pode-se destacar as seguintes ações
práticas em diferentes áreas:
3.2.1 Conservação de energia
Com exigências cada vez maiores por parte público consumidor e o crescimento da
concorrência no setor de hospedagem, os hotéis têm buscado cada vez mais a implementação de
sistemas de gestão energética eficientes e eficazes, principalmente com o uso de equipamentos e
materiais certificados.
Além da instalação de equipamentos eficientes buscando uma melhora geral do desempenho
energético, os hotéis recorrem regularmente a uma análise e um controlo criteriosos de dados sobre os
seus consumos energéticos. A monitorização dos consumos de energia permite não apenas uma
economia que se reflecte no resultado financeiro mensal como também pode mostrar ao público que
reduz a pegada de carbono da empresa.
De um modo geral as ações dos hotéis na área energética estão relacionadas aos seguintes
materiais e equipamentos: utilização de lâmpadas de baixo consumo energético; colocação nas áreas
comuns de deteção de movimento para controlo da iluminação; interruptor geral controlado pelo
cartão da fechadura da porta nos quartos dos hóspedes.
Na construção ou renovação dos prédios as empresas de hotelaria têm procurado obter o
melhor isolamento térmico com a colocação de janelas com vidros duplos e caixilharias com corte
térmico; além disso optam pela instalação de um sistema de coleta de energia solar para aquecimento
de água utilizada nas cozinhas, casas de banho, piscinas e onde mais for necessário. Em alguns casos
usam painéis solares para geração de energia própria.
A geração de energia própria através de sistemas de energias renováveis ainda é algo muito
recente. Estes sistemas tornaram-se efetivamente mais baratos e populares em 2017. Ainda são poucas
as redes hoteleiras que usam o sistema.
3.1.2 Conservação de água
Um terço de todo o consumo de água nos hotéis é realizado nas unidades de habitação. Por
este motivo um investimento maciço em domótica para o controle do consumo é altamente
compensador.
A prática mais comum para reduzir o consumo de água é a colocação de torneiras com sensores
de presença e/ou temporizador além dos redutores de caudal. Em alguns casos as torneiras possuem
uma regulação automática da temperatura da água. Usa-se nas casas de banho também o autoclismo
com cargas diferenciadas.
Uma outra medida comum nos hotéis para economia de água é a colocação de um sistema de
rega automático e com temporizador.
3.1.3 Gestão de resíduos sólidos
De um modo geral as medidas mais implementadas nas empresas é a separação e reciclagem
dos resíduos. É uma ação simples com baixo investimento e atinge todos os setores - áreas técnicas,
escritórios e cozinhas.
Mas esta gestão não se refere apenas a utilização de ecopontos para a separação do lixo,
também se refere à doação de mobiliário, têxteis e outros materiais que ainda são utilizáveis mas não
atendem ao hotel por algum motivo. Normalmente os destinatários destas doações são as instituições
que prestam assistência para a comunidade local.
Uma outra ação relativa à redução da produção de lixo é a reconversão de lençóis e toalhas em
fim de vida em panos de limpeza, por exemplo. São têxteis que não estão em condições para doação e
sua reconversão diminui a produção de resíduos. Além disso evita-se a compra imediata de novos panos
para limpeza.
A gestão de resíduos sólidos refere-se também à prevenção na produção de lixo. Daí uma das
ações mais comuns é a redução de consumo de embalagens. Assim, os exemplos mais comuns são a
substituição de produtos de higiene em embalagens individuais por dispensadores de modo a evitar o
desperdício dos produtos que não são consumidos totalmente; compra de agentes de limpeza com
embalagens de maior capacidade.
Também se refere aos produtos alimentares nas situações em que podem ser comprados
aqueles embalados em envases de maior capacidade, principalmente os que serão para utilização na
cozinha do hotel.
Há que se ressaltar que existem diversas medidas de carácter obrigatório, definidas pela
legislação nacional e pelo Ministério do Ambiente e Transição Energética, como, por exemplo, o caso do
óleo alimentar.
3.1.4 Outras práticas relevantes
A gestão e controlo de substâncias perigosas trata não só da gestão ambiental, refere-se
também de uma questão de segurança laboral. As grandes redes hoteleiras vêm substituindo os
tratamentos químicos de jardins e campos de golfe por controlo biológico de pragas ou a utilização de
processos químicos mais naturais.
Outra área que também é uma preocupação do Estado é a gestão das águas residuais, pois
podem contaminar os mananciais de água ou o lençol freático. Uma das iniciativas de melhor resultado
está na colocação de sistemas que retêm a gordura na canalização da cozinha, evitando que ela vá para
directamente para a rede de esgotos e dando um destino adequado para os resíduos que ficaram presos
no sistema.
Do ponto de vista económico algumas empresas hoteleiras têm investido na recolha de águas
pluviais e/ou reutilização de águas usadas (devidamente tratadas para eliminar resíduos de detergentes
e gorduras). É uma água que pode ser utilizada na limpeza de algumas áreas, nas sanitas, na rega dos
jardins ou nos elementos decorativos (espelhos d’água e fontes). A recuperação de água evita que se
gaste água potável e tratada em situações nas quais são desnecessárias.
Uma prática que faz parte da gestão ambiental, mas é menos óbvia é a aquisição de bens
produzidos localmente. Esta atitude contribui não apenas para a melhoria da economia local e
consequente melhoria das condições sociais da comunidade que vive ao redor da empresa, ajuda
também a diminuição dos efeitos ambientais negativos associados ao transporte de produtos.

4. Desempenho ambiental dos hotéis em Portugal

O setor do Turismo manteve-se consolidado e prestou um forte contributo para a recuperação


da economia portuguesa em 2018, tendo alcançado crescimentos em todos os tipos de indicadores de
atividade. Foi o ano no qual entraram em Portugal cerca de 21,2 milhões de turistas, o que representou
um aumento global de 16,5% relativamente a 2017.
Para a rede hoteleira, em termos de procura, atingiram-se máximos históricos. Foram 65
milhões de dormidas (um aumento positivo de 10,6% face a 2017) e 24 milhões de hóspedes (+12,7%),
ambos os indicadores com um peso maioritário do mercado externo (72% e 61%, respetivamente).
Ressalta-se que esses números estão apoiados no crescimento positivo de novos mercados: brasileiro
(636 mil), norte-americano (496 mil), polaco (280 mil), canadiano (164 mil), irlandês (162 mil), chinês
(127 mil) e russo (123 mil).
Em temos de receita financeira, as receitas conseguidas com o turismo representaram mais de
metade das exportações de serviços do país, ou seja, 50,1% (47,4% em 2016) e 18% das exportações
globais (16,7% em 2016). Um crescimento que reflecte-se na participação do Produto Interno Bruto
(PIB), que saltou de 3,9% em 2009 para 7,8% em 2017, reforçando o posicionamento do turismo como a
principal atividade exportadora portuguesa.
O impacto do enorme crescimento da atividade turística também fez-se sentir nos aumentos do
consumo de energia. O setor do Turismo também contribui significativamente para as emissões de gases
de efeito estufa (GEE) através, sobretudo, das viagens aéreas realizadas e das deslocações rodoviárias
efetuadas pelos turistas.
Outra parte das emissões de GEE decorre do consumo de energia direta, nomeadamente, gás
natural, gás propano e gás butano.
Há também as emissões decorrentes do consumo de eletricidade. Entretanto, não é
conveniente tentar realizar uma análise das emissões de GEE decorrentes do consumo genérico de
eletricidade, uma vez que, para além de serem influenciadas pela variação do consumo de energia,
dependem igualmente das variações decorrentes do mix energético utilizado em Portugal.
Assim sendo, podemos verificar com os dados disponíveis na Direção Geral de Energia e
Geologia (DGEG), que os setores que apresentaram os maiores níveis de consumo energético – incluindo
todas as fontes de energia – foram o da Restauração e similares e o do Alojamento, que representaram
49,6% e 48,2% do consumo total, respetivamente.
O gráfico abaixo demonstra os números.

A
DGEG também informa que a energia mais consumida, tanto na Restauração e similares como no
Alojamento é a eletricidade, com representações de 53,6% e 45% do consumo total destes setores. O
menor consumo é registado pelas agências de viagem e actividades relacionadas, que não consomem
mais do que 45 mil Gigajoules de electricidade por ano.
O relatório de sustentabilidade do Turismo de Portugal para o ano de 2017 aponta para uma
melhora crescente nos padrões de gestão ambiental da indústria hoteleira. Quando se trata de Gerir
racionalmente os recursos energéticos percebe-se que é uma prática adoptada por 63% das unidades
hoteleiras portuguesas.
Entretanto os dados disponíveis destacam claramente que as principais medidas de economia
energética estão relacionadas a uma tentativa de redução de despesas com este gasto variável do
balanço contabilístico. Pode-se afirmar com certeza que, apesar de estar apresentada com o rótulo de
sustentabilidade, a primeira preocupação com a economia energética é de ordem financeira.
Como ver-se-á abaixo, as principais ações para economia energética são aquelas que não
demandam investimentos em infra-estrutura, treinamento de pessoal ou custos associados a sua
implementação.
Assim, a utilização de lâmpadas economizadoras de energia e o desligamento dos
equipamentos não necessário já fazem parte do cotidiano de mais de 90% das unidades hoteleiras.
O segundo grupo de ações comuns na indústria hoteleira portuguesa diz respeito a
investimentos de baixo custo ou que podem ser adiados até o momento de substituição ou reforma de
equipamentos e/ou espaços físicos. No caso de novas unidades hoteleiras já podem ser incluídos nos
projetos quando a construção é feita de raíz.
Este tipo de ação está presente em, pelo menos, dois terços das unidades hoteleiras e são a
colocação de um sistema de climatização no qual o hóspede pode regular a temperatura do ambiente; o
isolamento térmico e acústico das janelas; um sistema de iluminação das unidades habitacionais
accionado pelo cartão da fechadura da porta (por causa do custo deste tipo de tecnologia é algo que é
menos comum que os dois processos anteriores; e, finalmente, a utilização de equipamentos eléctricos
de classe energética A (neste caso os números demonstram que, em Portugal, a substituição dos
equipamentos menos eficientes só acontecem quando eles estão no fim de sua vida útil).
Quando verifica-se que o investimento em ações que envolvem maior custo em tecnologia,
necessidade de manutenção, acompanhamento periódico de desempenho e definição de estratégias,
reduzem no curto prazo os resultados contábeis dos grupos hoteleiros estes investimentos não são
realizados ou têm uma menor utilização.
Percebe-se isso ao ver-se que apenas 12% da rede hoteleira nacional produz a própria energia
que consome. Além disto, a auditoria para a verificação da eficiência e eficácia energética é realizada
por pouco mais da metade das empresas de hotelaria, ou seja, apenas 54% realizam uma auditoria por
um técnico certificado.
Neste sentido, vê-se que Portugal ainda está muito atrasado no ponto de vista da automação e
domótica na indústria hoteleira. Este fato deve-se em parte pelo grande sucateamento sofrido pelas
unidades já instaladas, cuja recuperação demanda investimento maciço.
O gráfico abaixo, elaborado pelo Turismo de Portugal, mostra a situação que acabou-se de
descrever:

Comparativamente tem-se verificado nos últimos anos a uma subida gradual em algumas das
práticas, nomeadamente o fato de 91% das unidades hoteleiras terem a preocupação de garantir que os
equipamentos não necessários são desligados, sendo esta uma das práticas mais seguidas e de maior
crescimento, pois eram 86% em 2016.
A geração de energia própria vem crescendo, também, apesar de não serem as práticas mais
comuns. Mas talvez impulsionada pela construção de novas unidades hoteleiras. Assim, temos que 41%
dos estabelecimentos já tem painéis solares térmicos para aquecimento de água, contra 37% em 2016 e
12% das unidades hoteleiras já tem painéis solares fotovoltaicos para produção de energia, contra 10%
em 2016.
Da mesma forma que as práticas energéticas são tomadas em função do investimento exigido
para a sua aplicação, as boas práticas na gestão da água também seguem o mesmo tipo de raciocínio.
Na questão da água o mais preocupante é que em seu relatório anual o Turismo de Portugal
aponta que apenas dois terços dos empreendimentos hoteleiros assumiram um compromisso formal de
gerir de forma responsável os recursos hídricos, ou seja, 63% do parque hoteleiro instalado no país.
As práticas sustentáveis para o consumo de água adotadas pelas empresas de hotelaria são
mais comuns quando estão relacionadas com a economia /redução de consumo que irá reflectir em um
menor custo para a empresa. Assim, como na questão da electricidade, o foco principal da
sustentabilidade passa pelo resultado contábil da unidade hoteleira.
Como podemos ver nos dados contidos no gráfico abaixo, produzido pelo Turismo de Portugal,
a principal medida para economia de água se traduz também em uma medida de economia de trabalho.
Ou seja, a redução da intensidade da limpeza dos têxteis das unidades habitacionais. Assim, 92% da rede
hoteleira portuguesa reduz o consumo das lavandarias só limpando toalhas e lençóis a pedido dos
clientes ou de acordo com as exigências legais.
Reciclagem de água e torneiras inteligentes são as ações menos praticadas, 32% e 31%
respetivamente, uma vez que demandam investimento em tecnologia e a colocação de sistemas
próprios para prover a água reciclada.
Com relação a reciclagem de água, ainda é preciso prover o hotel de sinalética adequada e
realizar o treinamento e formação de pessoal para evitar o uso inadequado ou a utilização equivocada
dos sistemas.
Neste gráfico do Turismo de Portugal temos como destaque que 74% das unidades hoteleiras
tem autoclismos de baixo consumo e 70% redutores de caudal.
Após este retrato da situação actual, há que se ter em conta que já existem metas a serem
cumpridas para o futuro. De acordo com as metas estabelecidas na Estratégia Turismo 2027, no que
respeita ao turismo sustentável e ao meio ambiente, o estado português vem desafiando as redes
hoteleiras a aderir aos objetivos estabelecidos.
Sobre a questão da gestão eficiente em termos de energia o que se perspetiva é que mais de
90% das empresas hoteleiras devem adotar medidas para uma gestão eficiente deste recurso. Os
indicadores apontam que é possível atingir satisfatoriamente este patamar. O Turismo de Portugal
pretende manter um crescimento médio anual de 3% na adesão das hotéis a tais medidas.
A adesão às práticas de utilização eficiente da energia, por tipo de boa prática, revelaram
estabilidade de valores na evolução de 2016 para 2019, quando vistos os procedimentos com maior
recorrência de aplicabilidade.
As práticas situadas na faixa intermédia de utilização e que ainda se encontram a uma boa
distância da meta dos 90% de utilização para 2027 demonstram que são os pontos para alcançar taxas
crescentes de aplicação. Estas ações são nomeadamente: possuir um sistema de iluminação acionado
com cartão, equipamentos elétricos de classe A (que devem experimentar maior aumento na medida
em que os equipamentos mais antigos passam a perder sua vida útil) e sensores automáticos na
iluminação das áreas públicas (que já não implicam maiores custos para sua implementação)
As iniciativas de energia sustentável que tradicionalmente recolhem um menor nível de
adesões das empresas de hotelaria continuam em patamares de aplicabilidade muito baixos e,
mantendo-se o cenário atual dificilmente atingirão a meta de 90% contida no planeamento da Estratégia
Turismo 2027.
Por mais que o Turismo de Portugal se esforce na criação de estratégias de sensibilização junto
dos gestores das empresas hoteleiras para tentar equacionar a quebra da meta planificada o custo de
painéis solares e sistemas automáticos ainda é muito elevado. O custo/benefício decorrente da adesão a
estas práticas ainda não é vantajoso, quer no plano do desempenho sustentável, como na perspetiva
económico-financeiro.
A meta de 90% de prática sustentável também refere-se a água e está a fazer parte da
Estratégia Turismo 2027. Como na energia o objetivo é que este seja o percentual mínimo das

empresas hoteleiras que estarão a gerir eficientemente este tipo de recurso. Este é um
objetivo que pode ser alcançado sem muito esforço.
O ritmo de adesão dos hotéis que o Turismo de Portugal necessita para atingir os 90%
é o de 2,5% ao ano.
Não é muito esforço se levarmos em conta que a colocação de redutores de caldal e a
instalação de autoclismos de baixo consumo na maior parte da rede hoteleira contribuirá para
o atingimento da meta. Ou seja, um investimento de baixo custo e relativamente fácil de ser
realizado pelos hotéis.
Quanto aos resíduos sólidos 60% das empresas hoteleiras declararam ter gerido de forma
eficiente os resíduos em 2019. Assim, para cumprir a meta da Estratégia Turismo 2027 é preciso haver
um aumento médio anual de 3,7% das empresas aderindo a algum programa de tratamento deste tipo
de resíduo.
Em números atuais, separar o lixo é já prática habitual em 95% das unidades hoteleiras. No
entanto, nos estabelecimentos que têm restaurante a produção de lixo é maior e apenas 67% minimiza
a utilização de embalagens e 48% reencaminha resíduos orgânicos para compostagem.
Mesmo com estas lacunas os hotéis têm procurado destacar-se junto ao público e a busca por
certificações como empresa sustentável é o melhor exemplo. Em 2019, 47% das empresas de hotelaria
possuíam pelo menos uma certificação ao abrigo de Normas Internacionais.
Referências Bibliográficas
AGÊNCIA PORTUGUESA DO AMBIENTE (2016). Instrumentos EMAS. Disponível em:
http://www.apambiente.pt/index.php?ref=17&subref=120&sub2ref=125

AMAZONAS, Iuri Tavares; CARVALHO E SILVA, Rodrigo Freire de e ANDRADE, Maristela Oliveira de
(2018). Gestão ambiental hoteleira: tecnologias e práticas sustentáveis aplicadas a hotéis. Ambiente e
sociedade. Vol.21. São Paulo.

AMERICAN CLEANING INSTITUTE. (2019). High Efficiency Washers and Detergents. Disponível em:
http://www.cleaninginstitute.org/assets/1/page/he.pdf

AUSTRIA, C. (2012). Green business model innovation in the tourism and experience economy. In: Nordic
Innovation Publication 2012:08.

BARONI, M. (1992). Ambiguidades e Deficiências no Conceito de Desenvolvimento Sustentável. Revista


de Administração de Empresas. São Paulo, n. 32(2): 14-24, abr/jun, 1992.

BELINKY, A. (2008) O poder das palavras. In: Guia Exame 2008 – Sustentabilidade.

BUARQUE, S. C. (2008) Construindo o desenvolvimento local sustentável: metodologia de


planejamento. SP: Garamond.

BRUNS-SMITH, A. et al (2015). Cornell Hospitality Report: Cornell Hospitality Report Environmental


Sustainability in the Hospitality Industry: Best practices, Guest Participation, and Customer Satisfaction,
15 (March), 6–16.

DIAS, R. (2008). Turismo sustentável e meio ambiente. São Paulo: Atlas.

EUSÉBIO, Celeste e SOUSA, Natalina (2013). Análise da gestão ambiental nos hotéis portugueses.
Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão. vol.12. no.2. Lisboa.

FOLADORI, G. (2005) Sustentabilidad Alternativa. Uruguai: Colección Cabichui.

GONÇALVES, C et al (2014). Desafios do Turismo em Portugal 2014. Pricewaterhouse Coopers


International Limited (PwC 2014), 10–60.

HART, S. L. (2006) O capitalismo na encruzilhada: as inúmeras oportunidades de negócios na solução


dos problemas mais difíceis do mundo. Porto Alegre: Bookman.

KOREZ-VIDE, R. (2013) Achieving economic, social and environmental benefits by supporting culture-
based creativity. In: Miroslav Rebernik, Barbara Brada Hojnik and Matej Rus (eds.) Proceedings of the
32nd Conference on Entrepreneurship and Innovation PODIM Potentials of Creative Industries, April 4–
5. Maribor, Slovenia, p.19–31.

MACDONALD, S. (1997) A people’s story, heritage, identity and authenticity. In: URRY, John; ROJEK,
Chris (Ed.). Touring cultures, transformations of travel and theory. London: Routledge.

MENDES, Joana Linhares Vieira Duarte (2017). Sistemas de gestão ambiental: Uma Aplicação ao Hotel
Parador Casa da Ínsua. FEP. UPorto.
NASCIMENTO, L. F. (2005) Gestão Socioambiental Estratégica: a percepção de executivos de pequenas
e médias empresas americanas. In: Encontro da Associação Nacional de Pós- Graduação e Pesquisa em
Administração.

OECD. (2013). Green Innovation in Tourism Services, OECD Tourism Papers, 2013/01,OECD Publishing.
http://dx.doi.org/10.1787/5k4bxkt1cjd2-en

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA - UNESCO. (2019)
Understanding Creative Industries: cultural statistics for public-policy
making. Unesco. Disponível em: <http://www.unesco.org.br>.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA - UNESCO. (2019). The 2009
UNESCO Framework for Cultural Statistics. Disponível em:
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001910/191061e.pdf.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE TURISMO (OMT). (2003) E-business para Turismo. Porto Alegre: Bookman.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE TURISMO (OMT). (2011) Handbook on tourism product development.


Published by the World Tourism Organization (UNWTO) and the European Travel Commission (ETC),
Madri, Spain.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE TURISMO (OMT). (2008) International recomendations for tourism


statistics. Economic & Social Affairs. ST/ESA/STAT/SER.M/83/Rev.1.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO TURISMO (OMT). (2015). Patrimonio Cultural Reporte anual 2014, 95.

OTTMAN, J. (2012) As novas regras do marketing verde: estratégias, ferramentas e inspiração para o
branding sustentável. São Paulo, M. Brooks.

PAPER, W., ALCARAZ, J. M., & SUSAETA, L. (2015). Managing Sustainability For Competitive Advantage :
Evidence From The Hospitality Industry Managing Sustainability For Competitive Advantage: Evidence
From The Hospitality Industry, 3, 1–18.

PARSA, Vijay & NARAPAREDDY. (2015). Sustainability, Social Responsibility, and Innovations in the
Hospitality Industry. Canadá: Apple academic press.

RUSCHMANN, D. (1990). Marketing turístico. Campinas: Papirus.

SÃO JOSÉ, Carolina Fagundes de (2019). Turismo sustentável: um diagnóstico das práticas sustentáveis
de gestão em entidades hoteleiras no entorno do Parque Nacional Peneda-Gerês. Dissertação mestrado.
Uminho

TUROK, I. (2009). The distinctive city: Pitfalls in the pursuit of differential advantage. Environment and
Planning A, v.41. p.13–30.

VIEGAS, M. M. A. (2008), Instrumentos de Turismo sustentável. Práticas ambientais no sector Hoteleiro.


Revista dos Algarves, Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo da Universidade do Algarve, vol.
17, 1.º semestre, pp. 30-36.

Você também pode gostar