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Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho
PROCESSO Nº TST-AIRR-2518-38.2011.5.02.0020
Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1000EDAB84B4BEA36D.
A C Ó R D Ã O
2.ª Turma
GMDMA/MHS/sm
V O T O
1 – CONHECIMENTO
2 – MÉRITO
Firmado por assinatura digital em 27/05/2015 pelo sistema AssineJus da Justiça do Trabalho, conforme MP
2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
Poder Judiciário
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Tribunal Superior do Trabalho fls.2
PROCESSO Nº TST-AIRR-2518-38.2011.5.02.0020
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O recurso de revista do reclamado teve seu seguimento
denegado pelo juízo primeiro de admissibilidade mediante os seguintes
fundamentos:
"PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 21/10/2013 - fl. 205;
recurso apresentado em 29/10/2013 - fl. 210).
Regular a representação processual, fl(s). 28/29.
Satisfeito o preparo (fls. 181, 186 e 209).
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
Remuneração, Verbas Indenizatórias e Benefícios / Adicional /
Adicional de Insalubridade.
Alegação(ões):
- contrariedade a Orientação Jurisprudencial: SBDI-I/TST, nº 173.
Consta do v. Acórdão:
Cotejando-se detidamente o presente processado, extrai-se do laudo
pericial de fls. 133/143 a seguinte ilação: "(...) pode se constatar que, no
ambiente de trabalho do reclamante, o mesmo desempenhou suas atividades
em presença de agente insalubre, uma vez que suas tarefas junto aos postos
de trabalho são efetuadas sempre em condições assim consideradas pela NR
-15 da Portaria 3.214/78, com especial atenção ao Anexo nº 7 - Radiação
não ionizantes, por exposição ao sol sem qualquer equipamento de proteção,
como creme protetivo a pele e óculos escuros com proteção UV." (fl.140),
cuja conclusão se acolhe para o deslinde da questão em apreço, haja vista
que, ao revés do que a empresa recorrente pretende fazer crer, verifica-se
que o empregado esteve sim exposto a raios ultravioletas provenientes da
exposição ao sol, o que caracteriza desenvolvimento de atividades sob
condições insalubres por exposição a radiações - não ionizantes, à vista do
disposto na Portaria n. 3.314/78, NR 15, anexo 7, quando preconiza:
"Radiações não-ionizantes - 1. Para os efeitos desta norma, são radiações
não-ionizantes as micro-ondas, ultravioletas e laser. 2. As operações ou
atividades que exponham os trabalhadores às radiações não-ionizantes, sem
a proteção adequada, serão consideradas insalubres, em decorrência de
laudo de inspeção realizada no local de trabalho. 3. As atividades ou
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operações que exponham os trabalhadores às radiações da luz negra
(ultravioleta na faixa - 400- 320 nanômetros) não serão consideradas
insalubres." (grifei e destaquei), não havendo, por conseguinte, em se falar
na ausência de previsão legal quanto à insalubridade em função de
exposição do empregado aos raios ultravioletas, o que afasta a incidência
ao caso em epígrafe do entendimento consubstanciado na OJ 173 da SDI-1
do C. TST.
Por oportuno, relevante destacar que a questão suscitada no presente
feito fomenta a preocupação despendida com a segurança e saúde do
trabalhador, que desempenha suas atividades em campo aberto, sobretudo à
vista de que se é consabido que o acometimento do câncer mais comum no
Brasil é o de pele e a radiação ultravioleta natural (raios UV), em suas
modalidades UV- A, UV- B e UV- C, proveniente do sol, é o seu maior agente
etiológico.
Nesse compasso, verifica-se que o caso vertente revela que o
reclamante desempenhava a função de ajudante de produção, em canteiros
de obras junto à linha A da CPTM luz/ Francisco Morato, em razão do que
estava permanente sob exposição dos raios ultravioletas, inclusive nos
horários de maior incidência - das 10h as 16h -, provenientes da luz solar, à
vista da habitual jornada de trabalho das 7h as 17h (vide fls. 64/72), sem
quaisquer proteções, tais como cremes protetivos (filtros solares), roupas
protetivas ou mesmo de óculos escuros com proteção UV, à vista dos EPIs
fornecidos pela empresa reclamada descrito à fl. 145.
Imperioso mencionar que o fato da empresa recorrente fornecer
uniforme ao empregado, tais como calça e camisa, não elide as condições
insalubres constatadas, pois tal EPI não neutraliza a incidência dos raios
ultravioletas no corpo do empregado, por não deter qualquer caráter
protetivo quanto aos raios UV, fazendo jus o reclamante, por conseguinte,
ao pagamento do adicional de insalubridade e respectivos reflexos,
consoante deferido em r. sentença.
Relevante, outrossim, mencionar que a referida condição insalubre
detém caráter qualitativo e não quantitativo, não detendo, por conseguinte,
a variação metereológica condições de infirmar a referida condição.
Diante do todo exposto, reputa-se acertada a decisão monocrática,
não merecendo quaisquer reparos.
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Nada a prover, portanto.
Por se tratar de processo sujeito ao rito sumaríssimo, as hipóteses de
cabimento subsumem-se aos casos de malferimento direto à norma
constitucional e de atrito com súmula do C. Superior Colegiado Trabalhista.
Para o trânsito da revista por violação a dispositivo constitucional, a
ofensa alegada deve ser direta e literal, e não por via reflexa ou indireta.
Assim, por não restar configurado vilipêndio a texto constitucional ou
contrariedade à súmula do colendo Tribunal Superior do Trabalho, não há
como ser admitido o apelo.
CONCLUSÃO
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Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, a admissibilidade
de recurso de revista está limitada à demonstração de violação direta a
dispositivo da Constituição Federal ou contrariedade a Súmula do Tribunal
Superior do Trabalho, não se admitindo o recurso por contrariedade a
Orientação Jurisprudencial deste Tribunal (Livro II, Título II, Capítulo III,
do RITST), ante a ausência de previsão no art. 896, § 6º, da CLT.”
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deste Tribunal, cristalizada na OJ 173/SDI-I/TST ("Tem direito ao adicional
de insalubridade o trabalhador que exerce atividade exposto ao calor acima
dos limites de tolerância, inclusive em ambiente externo com carga solar, nas
condições previstas no Anexo 3 da NR 15 da Portaria nº 3214/78 do MTE"),
inviável o recurso de embargos, por óbice da parte final do art. 894, II, da
CLT. Recurso de embargos não conhecido, no tópico. (...) (E-RR -
132-53.2011.5.09.0242 , Relator Ministro: Hugo Carlos Scheuermann, Data
de Julgamento: 30/04/2015, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, Data de Publicação: DEJT 08/05/2015)
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(TST-RR-119000-20.2009.5.09.0093. Rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de
Fontan Pereira. 3ª Turma. Publicado no DEJT em: 28.09.2012)
ISTO POSTO
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