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27/11/2019

Universidade Federal Rural de Pernambuco Universidade Federal Rural de Pernambuco


Departamento de Engenharia Agrícola Departamento de Engenharia Agrícola
Engenharia Agrícola e Ambiental

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DEFINIÇÕES BÁSICAS ALGUMAS CAUSAS DA DESESTABILIZAÇÃO DE TALUDES:

1. Redução dos parâmetros de resistência do solo


Talude: → intemperismo químico ou físico;
• superfície que forma um ângulo com o plano horizontal de referência, definindo
fronteira entre o interior do solo e a atmosfera;
2. Mudança na geometria do talude
→ cortes no pé do talude, aterros no topo, mudanças naturais de inclinação da
encosta;
Ruptura:
3. Vibrações
• ocorre quando a tensão cisalhante atuante no maciço é maior do que a resistência
→ terremotos, explosões;
ao cisalhamento do solo;

4. Elevação do nível piezométrico da encosta


→ redução na tensão efetiva e redução da sucção em solos não saturados;
Deslizamento:

• deslocamento de massa de solo em relação a uma superfície (superfície de ruptura). 5. Rebaixamento rápido do nível d´água
Atingida a ruptura, o solo pode se deslocar por gravidade. →barragens

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BR 232 (PE) – 2011

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Salvador (BA) – 2005

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Mudanças no carregamento externo:


PRINCIPAIS CAUSAS DE DESLIZAMENTOS
Escavações no pé do talude.
Mudanças no carregamento externo:

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a) Escavações no pé do talude;
b) Construções no topo do talude;
c) Elevação do lençol freático;
d) Carregamento devido ao preenchimento de fendas por água (empuxo).

Redução da resistência ao cisalhamento do solo:


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a)Por saturação do maciço (perda da sucção);


b)Variação cíclica da poropressão;
c)Intemperismo.

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Construções no topo do talude


Escavações no pé do talude

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Saturação do Maciço ANÁLISE DE ESTABILIDADE


Ponto 1: o talude é estável
Equação de Resistência ao Cisalhamento dos Solos: Ponto 2: equilíbrio limite
Ponto 3: o talude é instável, não satisfaz

Onde:

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ANÁLISE DE ESTABILIDADE ANÁLISE DE ESTABILIDADE

Existem vários métodos: Métodos das


→De um modo geral, não se deve trabalhar na condição de equilíbrio limite; fatia ou
lamelas
→Para evitar esta condição, usa-se fatores de segurança.

Momento Resistente 1) Método do Talude Infinito;

2) Método de Culmann (1866);


Momento Atuante 3) Método de Taylor do Círculo de Atrito (1967);
onde:
FS = 1,0 → tem-se o EQUILÍBRIO LIMITE;
4) Método de Fellenius (1938);
FS ≥1,5 → considera-se o talude ESTÁVEL;
FS < 1,5 → considera-se o talude INSTÁVEL.
5) Método de Bishop (1955);

6) Método de Morgensterne Price (1965).


Norma aplicável → NBR 11682/2006 →Estabilidade de encostas (FS ≥ 1,5).

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MÉTODO DAS FATIAS

• Considera-se uma superfície de ruptura circular


dividida em um número arbitrário de fatias;

• Considera-se que não há interação entre as várias


fatias;

• Admite-se que as resultantes das forças laterais em


cada fatia são colineares e de igual magnitude, o que
permite eliminar o efeito destas forças.

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Estado de Tensões na Fatia Genérica Momento Resistente: MR =   L  R

N
 = c +   tan  = −u
L

  L = (c +   tan )L = c  L +   tan   L

N 
  L = c  L +  − u   tan   L = c  L + (N − u  L ) tan 
L 

N = P  cos  L = b  sec 

M R = c  L + (P  cos  − u  L ) tan R

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PESQUISA DA SUPERFÍCIE CRÍTICA:


Momento Atuante: M A = T  R = P  sen  R Arco de circunferência associado ao FS mínimo.

1) Define-se malha de centros de círculos a pesquisar;


Cálculo do Fator de Segurança:
2) Define-se uma série de raios para cada centro;
(M R _ em _ Cada _ Fatia ) 3) O círculo que apresentar o menor FS é o círculo crítico.
FS =
(M A _ em _ Cada _ Fatia )
Exemplo:

c  L + (P  cos  − u  L ) tan  R


FS =
(P  sen )  R 

c  L + (P  cos  − u  L ) tan 


FS =
(P  sen )

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Exemplo de uma barragem

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10

15 5 10 12,5 7,5

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29 30

5
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1,58 2 1,42 3,56 1,01

31 32
2,4

6,36

7,02

4,49

1,44

33 34

1,58 2 1,42 3,56 1,01

°
2,4

72
6,36

48°
7,02

°
10

72
4,49

32° 48°
1,44

22°
32°
12°
15 22°
5 10 12,5 7,5

12°

35 36

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Exemplo de uma barragem com linha freática

1,89
2,51
2,11
1,02
37 38

FS = 1,828

1,58 2 1,42 3,56 1,01


2,4

6,36

7,02

°
10

1,89

72
4,49
2,51

48°
2,11

1,44
1,02

32°

15 22°
5 10 12,5 7,5

12°

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Exercício 1: calcular o Fator de Segurança...

FS = 2,141

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Exercício 2: calcular o Fator de Segurança...


g1 18,9 kN/m³ c1 25,0 kPa
Método de Fellenius g2 19 kN/m³ c2 15,0 kPa
c 10 kPa g3 20,4 kN/m³ c3 35,5 kPa

f 29 ângulo

P. esp. 20 kN/m³
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Wcosθ – (Wcosθ – u.L) .
Fatia b h L θ senθ cosθ W W.senθ W.cosθ u L.u c . L (14+15)
u.L tanf
(m) (m) (m) (graus) (kN/m) (kN/m) (kN/m) (kN/m²) (kN/m) (kN/m)
1 1,50 0,80 1,55 -14,80 -0,26 0,97 24,00 -6,13 23,20 6,00 9,30 13,90 7,71 15,50 23,21
2 1,50 1,80 1,50 0,00 0,00 1,00 54,00 0,00 54,00 12,00 18,00 36,00 19,96 15,00 34,96
3 1,50 2,80 1,55 14,50 0,25 0,97 84,00 21,03 81,32 16,00 24,80 56,52 31,33 15,50 46,83
4 1,50 3,50 1,60 20,40 0,35 0,94 105,00 36,60 98,41 19,00 30,40 68,01 37,70 16,00 53,70
5 1,50 3,90 1,70 28,00 0,47 0,88 117,00 54,93 103,30 17,00 28,90 74,40 41,24 17,00 58,24
6 1,50 4,00 1,95 40,00 0,64 0,77 120,00 77,13 91,93 11,00 21,45 70,48 39,07 19,50 58,57
7 1,50 3,00 2,35 50,30 0,77 0,64 90,00 69,25 57,49 0,00 0,00 57,49 31,87 23,50 55,37
8 1,00 1,20 2,15 63,60 0,90 0,44 24,00 21,50 10,67 0,00 0,00 10,67 5,92 21,50 27,42

FS = 1,3

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Método de Bishop
Método de Fellenius

P. esp. 18,9 kN/m³ c1 25,0 kPa Talude: 2H/1V → 10m/5m


P. esp. 19 kN/m³ c2 15,0 kPa

P. esp. 20,4 kN/m³ c3 35,5 kPa Aterro


F = 0,761
g = 18 kN/m³
Fatia b (m) h1 (m) h2 (m) h3 (m) h total θ (°) senθ L (m) W (kN) W.senθ c (kPa) c.L  = 30
1 3 3 0 0 3 56,4 0,83 5,4 170,1 141,7 25,0 135,0 c = 5 kPa
2 3 6 1,5 7,5 47 0,73 4,4 425,7 311,3 15,0 66,0

3 3,5 6 3 1,5 10,5 35,7 0,58 4,3 703,5 410,5 35,5 152,7

4 6 6 3 3 12 22 0,37 6,5 1389,6 520,6 35,5 230,8

5 6 1,5 3 6 10,5 7,2 0,13 6 1246,5 156,2 35,5 213,0

6 6 0 1 6 7 -7,2 -0,13 6 848,4 -106,3 35,5 213,0

7 4 0 0 4 4 -19,5 -0,33 4,2 326,4 -109,0 35,5 149,1

8 6 0 0 1,5 1,5 -30 -0,5 6,9 183,6 -91,8 35,5 245,0


g = 16 kN/m³
1233,2 1404,5 =0
Su = 10,7 kPa
FS = 1,14

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Método de Bishop Método de Bishop

TALUDE → 2H/1V Talude: 3H/1V → 9m/3m


F = 0,802 F = 1,228

2m/1m

4m/1m

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ALGUMAS TÉCNICAS PARA ESTABILIZAÇÃO DE TALUDES

1. Redução do peso do talude


• suavização do ângulo de inclinação e/ou execução de patamares;

2. Bermas de equilíbrio
• aumento do peso sobre o pé do talude;

3. Drenagem
• superficial e profunda;

4. Revestimento do talude com vegetação


• proteção contra erosão superficial e reforço (raízes);

5. Adição de materiais estabilizantes


• injeção de nata de cimento ou outros produtos químicos;

6. Grampos, ancoragens ou muros de arrimo.

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