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Índice
1 A Origem
2 O Fado em Lisboa
3 Século XX
4 Anos recentes
5 O Fado em Coimbra
6 Categorizações conhecidas
7 Ver também
8 Referências
9 Ligações externas
A Origem
A palavra fado vem do latim fatum, ou seja, "destino", é a mesma palavra que deu
origem às palavras fada, fadario, e "correr o fado".
Uma explicação popular para a origem do fado de Lisboa remete para os cânticos dos
mouros, no entanto, tal explicação não está inteiramente comprovada. Apesar de não
existirem registos do fado até ao início do século XIX, era conhecido no Algarve, último
reduto dos árabes em Portugal em 1249, e na Andaluzia onde os árabes
permaneceram até aos finais do século XV.
"Na Irlanda, o cantor ou vate tinha o nome de Faith, e no tempo de Francisco I, Fatiste
era o compositor «de jeux et novalistés » em que se vê a transição para a forma
dramática, e a importância que merece entre nós o nome de Fadista dado ao cantor
popular."[4]
Uma outra origem é do escandinavo "fata", que significa vestir, compor, que teria dado
origem, segundo outra teoria, no francês antigo ao termo "fatiste" que significa
poeta."Assim podemos ver que o fado é uma degeneração da xacara, que pelas
transformações sociais, veio a substituir a canção de gesta da idade média".[5]
Numa outra teoria, também não completamente provada, a origem do fado parece
despontar da imensa popularidade nos séculos XVIII e XIX da Modinha, e da sua síntese
popular com outros géneros afins, como o Lundu que por sua vez tem origem em
danças angolanas com o Kaduke de Mbaka, posteriormente uma das mais populares
danças praticadas em Luanda com o nome de masemba.[6][7] No essencial, a origem
do fado é ainda desconhecida, mas certo é, que surge no rico caldo de culturas
presentes em Lisboa, sendo por isso uma canção urbana.
“Fado do marinheiro
— Cancioneiro popular
No entanto o fado só passou a ser conhecido depois de 1840, nas ruas de Lisboa.
Nessa época só o fado do marinheiro era conhecido, e era, tal como as cantigas de
levantar ferro as cantigas das fainas, ou a cantiga do degredado, cantado pelos
marinheiros na proa do navio. O fado mais antigo é o fado do marinheiro, e é este fado
que vai se tornar o modelo de todos os outros géneros de fado que mais tarde
surgiriam como o fado corrido que surgiu a seguir e depois deste o fado da cotovia. E
com o fado surgiram os fadistas, com os seus modos característicos de se vestirem, as
suas atitudes não convencionais, desafiadoras por vezes, que se viam em frequentes
contendas com grupos rivais. Um fadista, ou faia, de 1840 seria reconhecido pela sua
maneira de trajar:[9]
" Usava boné de oleado com tampo largo, e pala de polimento, ou boné direito do
feitio dos guardas municipais, com fita preta formando laço ao lado e pala de
polimento; jaqueta de ganga ou jaqueta com alamares."
" O seu penteado[]consistia em trazer o cabelo cortado de meia cabeça para trás, mas
comprido para diante, de maneira que formasse melenas ou belezas, empastadas
sobre a testa."
Na primeira metade do século XX, já em Portugal, o fado foi adquirindo grande riqueza
melódica e complexidade rítmica, tornando-se mais literário e mais artístico. Os versos
populares são substituídos por versos elaborados e começam a ouvir-se as décimas, as
quintilhas, as sextilhas, os alexandrinos e os decassílabos.
Durante as décadas de 30 e 40, o cinema, o teatro e a rádio vão projectar esta canção
para o grande público, tornando-a de alguma forma mais comercial. A figura do fadista
nasce como artista. Esta foi a época de ouro do fado onde os tocadores, cantadores
saem das vielas e recantos escondidos para brilharem nos palcos do teatro, nas luzes
do cinema, para serem ouvidos na rádio ou em discos.
Surgem então as Casas de Fado e com elas o lançamento do artista de fado
profissional. Para se poder cantar nestas Casas era necessário carteira profissional e
um repertório visado pela Comissão de Censura, bem como, um estilo próprio e boa
aparência. As casas proporcionavam também um ambiente de convívio e o
aparecimento de letristas, compositores e intérpretes.
O Fado em Lisboa
A primeira cantadeira de fado de que se tem conhecimento foi Maria Severa Onofriana
que cantava e tocava guitarra nas ruas da Mouraria, especialmente na Rua do Capelão.
Era amante do Conde de Vimioso e o romance entre ambos é tema de vários fados.
Mas é com início do século XX que nasce Ercília Costa, uma fadista quase esquecida
pelas vicissitudes do tempo, que foi a primeira fadista com projecção internacional e a
primeira a galgar fronteiras de Portugal.
Deste fado "clássico" (?)[16] são expoentes mais recentes Carlos Ramos, Alfredo
Marceneiro, Maria Amélia Proença, Berta Cardoso, Maria Teresa de Noronha,
Hermínia Silva, Fernando Farinha, Fernando Maurício, Lucília do Carmo, Manuel de
Almeida, entre outros.
O fado moderno (?)[16] iniciou-se e teve o seu apogeu com Amália Rodrigues. Foi ela
quem popularizou fados com letras de grandes poetas, como Luís de Camões, José
Régio, Pedro Homem de Mello, Alexandre O’Neill, David Mourão-Ferreira, José Carlos
Ary dos Santos e outros, no que foi seguida por outros fadistas como João Ferreira-
Rosa, Teresa Tarouca, Carlos do Carmo, Beatriz da Conceição, Maria da Fé, Carlos
Macedo, Mísia e Dulce Pontes. Também João Braga tem o seu nome na história da
renovação do fado, pela qualidade dos poemas que canta e música, dos autores já
citados e de Fernando Pessoa, António Botto, Affonso Lopes Vieira, Sophia de Mello
Breyner Andresen, Miguel Torga ou Manuel Alegre, e por ter sido o mentor de uma
nova geração de fadistas. Acompanhando a preocupação com as letras, foram
introduzidas novas formas de acompanhamento e músicas de grandes compositores:
com Amália é justo destacar Alain Oulman (um papel determinante na modernização
do suporte musical do fado), mas também Frederico de Freitas, Frederico Valério, José
Fontes Rocha, Alberto Janes, Carlos Gonçalves.
Nascido em Lisboa o fado é hoje conhecido mundialmente pode ser (e é muitas vezes)
acompanhado por violino, violoncelo e até por orquestra, mas não dispensa a
sonoridade da guitarra portuguesa, de que houve e ainda há excelentes executantes,
como Armandinho, José Nunes, Jaime Santos, Raul Nery, José Fontes Rocha, Carlos
Gonçalves, Pedro Caldeira Cabral, Ricardo Parreira, Ricardo Rocha ou Álvaro Martins.
Também a viola é indispensável na música fadista e há nomes incontornáveis, como
Alfredo Mendes, Martinho d'Assunção, Júlio Gomes, José Inácio, Francisco Perez
Andión, o Paquito, Jaime Santos Jr., Carlos Manuel Proença ou José Maria Nóbrega.
Actualmente, muitos jovens – Cuca Roseta, Marco Rodrigues, Ana Moura, Carminho,
Raquel Tavares, Maria Ana Bobone, Mariza, Yolanda Soares, Joana Amendoeira,
Mafalda Arnauth, Miguel Capucho, Ana Sofia Varela, Marco Oliveira, Katia Guerreiro,
Luísa Rocha, Camané, Aldina Duarte, Ricardo Ribeiro, Cristina Branco, António Zambujo
- juntaram o seu nome aos dos consagrados ainda vivos e estão dando fôlego a esta
canção urbana.
O fado dito "típico" é hoje em dia cantado principalmente (?)[16] para turistas, nas
"casas de fado" e com o acompanhamento tradicional. As mais tradicionais casas de
fado encontram-se nos bairros típicos de Alfama, Mouraria, Bairro Alto e Madragoa.
Mantém as características dos primórdios: o cantar com tristeza e com sentimento
mágoas passadas e presentes. Mas também pode contar uma história divertida com
ironia ou proporcionar um despique entre dois cantadores, muitas vezes improvisando
os versos – então, é a desgarrada.
Século XX
Celeste Rodrigues.jpg
Fado
Referência 00563
O Fado em Coimbra
Grupo de Fado
Temas mais glosados: os amores estudantes, o amor pela cidade, e outros temas
relacionados com a condição humana. Dos cantores ditos "clássicos", destaques para
Augusto Hilário, António Menano, Edmundo Bettencourt.
Nos anos 1950 do Século XX iniciou-se um movimento que levou os novos cantores de
Coimbra a adoptar a balada e o folclore. Começaram igualmente a cantar grandes
poetas, clássicos e contemporâneos, como forma de resistência à ditadura de Salazar.
Neste movimento destacaram-se nomes como Adriano Correia de Oliveira e José
Afonso (Zeca Afonso), que tiveram um papel preponderante na autêntica revolução
operada desde então na Música Popular Portuguesa.
A canção mais conhecida é Coimbra é uma lição, que teve um êxito assinalável em
todo o mundo com títulos como Avril au Portugal ou April in Portugal, levada pelas
mãos de Amália.
Categorizações conhecidas
Fado Alcântara
Fado aristocrata
Iniciado por Maria Teresa de Noronha, e progredido por membros da sua família.
Fado Bailado
Fado Batê
Fado-canção
Fado Castiço
Fado Corrido
Fado experimental
Fado Lopes
Fado da Meia-noite
Fado Menor
Fado Mouraria
Fado Pintadinho
Fado Tango
Criado por Joaquim Campos.
Fado Tamanquinhas
Fado Vadio
Fado não-profissional.
Fado Vidualeiro
Rapsódia de fados
Fado Marialva