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Como uma definição usa palavras para definir ou esclarecer uma palavra, uma
dificuldade comum nessa prática é ter de escolher termos cuja compreensão
seja mais acessível que a daquele que se quer definir. Se os termos usados
para definir uma palavra carecerem eles mesmos de esclarecimento, a
definição proposta não terá utilidade alguma.
Índice
1 Considerações básicas
2 Intensão e Extensão
3 Definição pelo gênero e pela diferença
3.1 Regras para definição pelo gênero e pela diferença
3.2 Essência
4 Definições recursivas
4.1 Definição do número e
5 Referências
6 Ligações externas
Considerações básicas
Em linguagens formais, como a lógica e a matemática, uma definição
estipulativa guia uma discussão específica e só é rejeitada se contiver uma
contradição lógica explícita ou implícita. Esse tipo de definição pode ser
temporária, usada enquanto servir bem para seu propósito de trabalho. Por
outro lado, uma definição descritiva pode ser julgada como certa ou errada,
conforme se adeque ou não ao uso ordinário da palavra definida (por exemplo,
uma definição de "lama" pode ser "água misturada com terra", mas não pode
ser "água quente com macarrão").
Intensão e Extensão
Tradicionalmente, intensão (com "s", diferente de intenção, com "c") diz
respeito ao significado de um termo, algo que determina os objetos os quais o
termo designa. A extensão, por outro lado, diz respeito aos objetos designados
por um termo. Uma definição intensional, também chamada de definição
coativa [coactive], especifica as condições necessárias e suficientes para algo
ser de um conjunto específico. Qualquer definição que tente estabelecer a
essência de algo, tal como a definição por gênero próximo e diferença
específica, é uma definição intensional. Ao contrário, uma definição
extensional, também chamada de definição denotativa, de um termo ou
conceito especifica sua extensão, isto é, traz uma lista de objetos que são
membros de um conjunto específico.
Willard van Orman Quine[2], num artigo famoso de 1951 chamado Two
Dogmas of Empiricism[3], criticou a noção de intenção ou significado,
apresentando dificuldades à comparação de intensões e, consequentemente, à
avaliação sobre se uma intenção é ou não igual a outra. Enquanto é fácil dizer
se a extensão de dois conceitos é a mesma, não é fácil identificar quando seus
significados são os mesmos - a não ser contextualmente. Dois termos podem
ter extensões idênticas (por exemplo, "criaturas com coração" e "criaturas com
rins"), mas significados diferentes. Para Quine, não há entidade sem identidade
e, como não há critério de identidade para intensões, então intensões ou
significados são entidades abstratas desnecessárias e confusas. Isso ameaça
a distinção filosófica entre proposições sintéticas e analíticas, que pretendia
assegurar um papel filosófico para o trabalho de "análise conceitual".[4]
Um gênero (ou família): uma definição pré-existente que vai compor parte da
nova definição; trata-se de incluir o definiendum dentro de um conjunto ou
gênero conhecido.
A diferença: trata-se do elemento distintivo que completa a definição,
destacando o definiendum dentro do gênero de que faz parte mediante uma
qualidade própria.
Por exemplo, considere estas duas definições:
Um triângulo: uma figura plana que tem três lados fechados por retas.
Um quadrilátero: uma figura plana que tem quatro lados fechados por retas.
Nesses casos, as definições expressam um mesmo gênero de coisas: figuras
planas. Mas destacam duas diferenças: ter três lados e ter quatro lados. Essas
diferenças delimitam um conjunto de coisas dentro de um conjunto mais amplo
(o gênero ou a família).
Quando há mais de uma definição pode servir igualmente bem, então todas
são aplicadas simultaneamente. Considere o seguinte:
Essência
Para o pensamento filosófico clássico, uma definição era tomada como sendo
um enunciado sobre a essência da coisa. Para Aristóteles, uma definição não
diz respeito ao significado de uma palavra, mas aos atributos da coisa em si. É
exatamente isso o que era uma definição para Aristóteles: a exibição da
essência de algo.[7]
Essa ideia à distinção entre essência real e nominal, de modo que, para
Aristóteles, seria possível conhecer o significado (nominal) de algo, sem
necessariamente conhecer a essência (real). Com base nisso, os lógicos
medievais distinguiram entre quid nominis e quid rei. Essa discussão continua
na filosofia moderna, com Locke, por exemplo.[8]
Definições recursivas
Em lógica matemática e ciência da computação, uma definição recursiva
(também chamada de definição indutiva)é usada para definir um objeto (ou um
conjunto) em termos de si mesmo. Uma definição recursiva de uma função, por
exemplo, define valores para certas entradas em termos de valores produzidos
por outras entradas para a mesma função.[9]
Uma definição recursiva de um conjunto define todos os elementos desse
conjunto através de outros elementos do mesmo conjunto, tomados como
base. Por exemplo, uma definição indutiva do conjunto dos números naturais,
N:
1 pertence a N.
Se o elemento n pertence a N, então o elemento (n+1) pertence a N.
N é o menor conjunto que satisfaz as cláusulas 1 e 2.
A condição (3) é comumente chamada de "cláusula de fechamento".
Pelo menos uma coisa é, por definição, membro do conjunto a ser definido. É o
chamado "caso base".
Todas as coisas que mantêm certa relação com os membros (base) do
conjunto também pertencem a esse conjunto. Esse é o passo recursivo ou
indutivo.
Todas as outras coisas estão excluídas desse conjunto (fechamento).
Kenneth H. Rosen[10] explica que definições recursivas podem ser usadas
para definir conjuntos e funções. Usamos duas etapas para definir uma função
com o conjunto dos números inteiros não negativos como seu domínio:
f(0)= 3,
f(n+1)= 2f(n)+3.
Encontre f(1), f(2), f(3), f(4).
Solução: