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Jesus Caminha com cada um de nós (Lc 24, 13-35)

O catequista é um companheiro de caminhada que na condição de discípulo-missionário vai ajudando seus catequizandos a
desatrofiar os seus sentidos para rompererem com a cegueira que não os permite reconhecer o Cristo que caminha
conosco.

Nessa estrada em que o catequista e o catequizando caminham juntos, lado a lado, algumas atitudes são essenciais.
Atitudes essas que aprendemos como o próprio modo de ser peregrino, de caminhar de Jesus.

1. Caminhar juntos: Não devemos caminhar sozinhos. É importante nas estradas da vida cultivar a vida em comunidade. É
nela que partilhamos nossas alegrias e tristezas, nossas conquistas e perdas, nossos momentos de paz e angústias, nossas
conquistas e frustrações. Como catequistas não devemos nos isolar e viver em uma bolha. Devemos em cada momento
oferecido partilhar cada uma das experiências que fazemos, seja elas sinais de luzes ou trevas. Deus caminha conosco e
coloca irmãos amados e queridos por Ele para caminhar conosco.

2. Deixar-se encontrar: Jesus era especialista nessa capacidade de deixar-se encontrar. Ele se colocava no caminho das
pessoas e de maneira humilde, paciente, amorosa e generosa, se fazia presente respeitando o momento e o tempo de cada
um.

4. Perguntar: Para Jesus, a vida de cada pessoa é importante. Vida essa que carrega uma história marcada de acertos e
erros, poucas certezas e muitas dúvidas. Jesus recupera a dignidade de cada filho amado e querido, tendo como ponto de
partida Seu interesse por aquilo que estamos passando: “o que vocês andam conversando pelo caminho?”

5. Aproximar: A proximidade se constrói a partir do momento que estabelecemos uma verdadeira troca de experiências.
Me abro para acolher o outro e, em seguida, o outro também se abre para me acolher. O catequista não deve construir
suas relações como o catequizando de forma autoritária ou hierárquica, mas de maneira a estabelecer um vínculo afetivo
que leve o catequizando a querer partilhar sua vida com ele.

6. Acolher: Para verdadeiramente acolher, Jesus nos ensina que devemos olhar com profundidade para nossos irmãos sem
nossas expectativas e projeções. É fundamental não desconsiderar os sentimentos que cada catequizando trás, mesmo que
não gostamos (como tristezas, inquietações, falta de vontade e desânimo). As vezes também iremos nos deparar com
algumas resistências dos catequizandos que não permite nossa aproximação. Não se esqueça! É na condição de seguidor
de Jesus que você encontrará meios para superar cada uma dessas situações.

7. Deixar que o outro fale: Gostamos muito de falar e pouco de ouvir. Tiramos muitas conclusões pelas nossas deduções e
poucas vezes por verdadeiramente perceber o que o outro esta vivendo e como ele está percebendo e acolhendo o fato
vivido: “O que foi?”. É importante ter paciência na escuta e deixar que o outro fale sem interrupções. O falar nos permite,
antes de tudo nos ouvir, tomar consciência do que eu estou passando e sentido. Quando nomeamos as situações e
sentimentos que nos povoam, iniciamos um caminho de cura interior. Essa nomeação não deve ser feita pelo catequista. O
catequista deve ir acompanhando o catequizando, dando a ele pistas e ajudando-o a perceber os sinais que passam
despercebido pela sua imaturidade ou cegueira na fé.

8. Acolher as expectativas dos catequizandos: Em nossa vocação catequética devemos aprender do Cristo Jesus a acolher
os anseios dos catequizandos. São os nossos desejos e sentimentos que tanto nos movem como nos paralisam. A partir
desse concreto da vida vamos ajudando aqueles que nos são confiados a confrontar sua vida com a vida de Jesus. Nesse
encontro constante vamos redescobrindo a direção que devemos seguir organizando e orientando em Deus nossa forma
de ser e proceder.

9. Acolher as dúvidas: É comum na adolescência e na juventude e até mesmo na vida adulta nos envergonharmos de
reconhecer nossas descrenças e dúvidas. O catequista deve ser alguém, que a exemplo de Jesus, não desconsidera nossa
incredulidade, mas parte delas para nos ajudar a perceber nosso olhar limitado e estreito diante das realidades da vida que
vão muito além do imediato que vivemos.

10. Contato com a Palavra de Deus: A partir da Palavra de Deus, o catequista deve oferecer aos catequizandos elementos
da Revelação que seja luz para iluminar as trevas que impede os catequizandos de sentir o Ressuscitado junto deles. Aos
poucos, ir trazendo experiências da História da Salvação que vai aquecendo o coração (a frieza de um coração insensível,
atrofiado que vai se aquecendo, começa a bater, a circular o sangue, levar ar para todo o corpo, leva vida...)

11. Estabelecer um espaço fraterno de trocas, de questionamentos que leve a participação: O catequista deve oferecer
um ambiente de diálogo e convivência amorosa e fraterna. Não é seu papel oferecer uma ideia pronta que não permite o
diálogo. Imposições doutrinais sufocam e afastam o catequizando do encontro pessoal com o Cristo. Deve-se apresentar as
verdades da fé, sempre buscando significá-las como a proposta de Cristo de ser um cuidador, defensor e gerador da Vida
que se dá em cada momento do nosso existir.

12. Despertar o desejo do mais: A Graça maior que um catequista pode alcançar é ver crescer no coração do catequizando
seu amor incondicional por Jesus Cristo. É perceber em cada encontro uma maior admiração pelo Mestre Jesus que o faz
próximo do Senhor. Um amor que afeta todas as dimensões da vida ao ponto de não conseguir viver sem a certeza que
Deus caminha ao seu lado. É uma construção afetiva tão carinhosa, profunda e significante que nos faz convidar Jesus para
participar das nossas mesas, levando ao nascimento de uma nova pessoa que deseja ardentemente seguir os passos
Daquele que se colocou em sua caminhada por primeiro. “Fica Conosco Senhor!”

13. Compromisso da vida Cristã: um novo ânimo, um desejo novo de estar na comunidade brota na vida do catequizando.
Deixam as periferias marcadas pelas frustrações, medos, inseguranças e parte para o centro da vida, lugar de expansão, de
criatividade, de alegria, de paz, de serviço.

O Encontro se dá de dentro para fora! Brota do coração e chega aos sentidos: Quebra a cegueira.

Momento de Oração Pessoal

Texto bíblico: Lc 24, 13-35.

Ser catequista não é impor uma maneira de se encontrar com Jesus, mas ser um sinal de luz que permite que cada um, a
partir da sua história de vida encontre o Cristo Ressuscitado nas estradas que estamos trilhando.

1. Como tenho vivido minha vocação enquanto seguidor(a) de Jesus? Reconheço e percebo Jesus como companheiro
de caminhada?
2. Quais atitudes de Jesus tenho levado e vivido na condição de catequista?
3. Quais atitudes ainda não acolhi em minha missão catequética que dificultam minha ação pastoral?
4. Escolha três propósitos e desejos para nortear sua ação evangelizadora para o ano de 2020. Peça a Deus a Graça de
colocar os meios necessários para concretizá-los nessa nova fase da sua caminhada.

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