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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA – EEL/USP

ELAINE DE BRITO SANTOS

ESTUDO PARA MODIFICAÇÃO DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO DE


UMA MÁQUINA DE TRAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA.

LORENA
2014
ELAINE DE BRITO SANTOS

ESTUDO PARA MODIFICAÇÃO DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO DE


UMA MÁQUINA DE TRAÇÃO EM UMA INDÚSTRIA METALÚRGICA.

Monografia apresentada como requisito


parcial para a conclusão de Graduação
do curso de Engenharia Industrial
Química.

Orientador: Prof. Dr. Félix Monteiro


Pereira

LORENA
2014
DEDICATÓRIA

À Josafá e Edinalva pelo apoio, amor e dedicação.


EPÍGRAFE

“Só existe uma maneira de evitar as


criticas: não fazer nada, não dizer
nada e não ser nada”.
Aristóteles
AGRADECIMENTOS

À Deus pela graça de poder viver o sonho que ele sonhou pra mim.

Aos meus pais, Josafá e Edinalva, minha família, meu amores, agradeço por acreditarem
sempre no meu potencial e por apoiarem minhas escolhas.

A todos os professores que passaram pela minha vida acadêmica até o presente
momento, esses me ensinaram a amar o que amo hoje. Em especial: Marta, Afra,
Fernanda, Felipe, Maria e todos os professores da EEL-USP.

Ao professor, Félix Monteiro, por aceitar me orientar nesse trabalho e sempre ter sido
tão atencioso e solícito.

A todos meus amigos que contribuíram direta e indiretamente durante toda a minha
graduação, em especial aqueles que estão sempre por perto me apoiando e me dando
injeções de ânimo e força, obrigada Aline, Cynthia, Adriana, Maria Letícia, Thiago,
Helton, Talita, Mariana, Guilherme, Guilherme Frank, Thamires, Cristiano, Bruna,
Priscila, Michael, Edgar, Marckis, Loan, Luis, Sandro, Nayara e Rebeca.

Por fim aos amigos da Tenaris, que durante meu período de estágio contribuíram
diretamente para a minha formação profissional e principalmente pessoal. Obrigada
especialmente a Leandro Jesus de Paula e Juliana Sousa, agradeço a amizade, confiança
e oportunidade que ambos me ofereceram durante esse período.

.
Resumo

Santos, E. B. Estudo para modificação do sistema de refrigeração de uma máquina de


tração em uma indústria metalúrgica. 2014. 69 f. Projeto de Monografia (Graduação) –
Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2014.

Esta monografia apresenta uma proposta de modificação para um sistema de


refrigeração ineficiente de uma máquina de tração de 16 KN, presente em um
laboratório de ensaios de uma indústria metalúrgica, situada no Vale do Paraíba, no
estado de São Paulo. A finalidade dessa modificação é atender as necessidades de
refrigeração da máquina, levando em consideração o ambiente na qual a máquina e os
operadores desta estão presentes. O sistema de refrigeração atual utiliza ar ambiente
como fluido de refrigeração. Dessa forma, o ar do ambiente de trabalho dos operadores
da máquina é aquecido, o que acarreta na necessidade de manter um conjunto de
condicionadores de ar ligado, a fim de refrigerar o ambiente de trabalho e de auxiliar na
refrigeração da máquina gerando, assim, um gasto energético desnecessário. A
modificação proposta por este trabalho foi substituir o sistema de refrigeração atual do
óleo da máquina, que opera utilizando um trocador de calor a ar, por outro trocador de
calor a água. Entre os tipos de sistemas de transferência de calor abordados, o trocador a
placa utilizando placas com 0,124 m x 0,335 m, com diâmetro de orifício de 0,025 m,
com ranhura chevron de 45°, contendo entre 60 e 100 placas com configuração de N
passes por 2 passagens, deve ser capaz de refrigerar o óleo abaixo da temperatura de
30°C, que é a condição ideal para a temperatura saída do óleo do trocador de calor. Os
resultados obtidos mostram, também, que uma bomba centrífuga de 0,5 cv pode ser
empregada para alimentar o sistema de troca térmica com água a 27 °C proveniente de
uma torre de refrigeração já existente no laboratório.

Palavras-chaves: engenharia química, transferência de calor, trocadores de calor,


trocadores de calor a placa, modelagem, simulação.
Abstract

Santos, E. B. Study to modification of the cooling system of a tensile machine in a


metallurgical industry. 2014. 69 f. Project of monograph (Undergraduate) – School of
Engineering of Lorena, University of São Paulo, Lorena, 2014.

This monograph proposes a modification to an inefficient cooling system of a


tensile machine with 16 KN, present in a laboratory mechanical testing of a
metallurgical industry, located in the Paraíba Valley, in São Paulo. The purpose of this
modification is to attend machine cooling needs, taking into account the environment in
which the machine and operators of this are present. The present cooling system uses
ambient air as a cooling fluid. This way, the air of the machine operators working
environment is heated, which entails the need to keep a number of connected air
conditioners in order to cool the working environment and to assist in cooling the
machine, generating unnecessary energy expenditure. The modification proposed by
this study was to replace the current cooling system of the oil of machine, which
operates using a heat exchanger with air on the other heat exchanger with water. Among
the types discussed heat transfer systems, the plate exchanger using plates with 0.124 m
x 0.335 m and 0.025 m by orifice diameter with a 45 ° chevron groove, containing
between 60 and 100 plates with configuration N passes per 2 passes, should be able to
cool the oil below 30 ° C, which is the ideal condition for the oil outlet temperature
from the heat exchanger. The results also show that a 0.5 cv centrifugal pump can be
employed to supply the system with heat exchange water at 27 ° C from a cooling tower
already existing in the laboratory.

Key Words: Chemical Engineering, heat transfer, heat exchanger, plate heat exchanger,
design, modeling and simulation.
Lista de Figuras

Figura 1- Maquina de tração. ...................................................................................................... 13


Figura 2 - Transferência de Calor por condução. ....................................................................... 15
Figura 3- Transferência de calor por convecção, camada limite. ................................................ 18
Figura 4-Alterações da forma da Camada limite em um cilindro circular .................................. 20
Figura 5- Detalhamento dos perfis de velocidade na Camada limite em um cilindro circular ... 21
Figura 6-Efeito do tipo de escoamento na separação da camada limite ...................................... 21
Figura 7- Formação da Camada limite durante escoamento laminar .......................................... 22
Figura 8- Configurações de escoamento em trocadores de calor ................................................ 24
Figura 9- Trocador de calor casco e tubos .................................................................................. 26
Figura 10- Modelos de trocador de calor casco tubo .................................................................. 27
Figura 11 - Trocador de calor a placas expandido. ..................................................................... 28
Figura 12- Componentes de um trocador de calor a placas gaxetado ......................................... 30
Figura 13 - Canais de escoamento trocador de calor a placas ..................................................... 31
Figura 14 - Exemplos de configurações de escoamento para trocadores de calor com 8 placas 32
Figura 15 - Dimensões da placa. ................................................................................................. 33
Figura 16- Configuração de passe único – 1 passe x N passagens.............................................. 45
Figura 17-Gráfico de analise do efeito da vazão-número de placas (A) x Temperatura de saída
de óleo. ........................................................................................................................................ 47
Figura 18-Gráfico de analise do efeito da vazão – Eficiência x número de placas (A). ............. 48
Figura 19-Gráfico de analise do efeito da vazão-número de placas (B) x Temperatura de saída
de óleo. ........................................................................................................................................ 50
Figura 20-Gráfico de analise do efeito da vazão - número de placas (B) x Eficiência. .............. 51
Figura 21-Gráfico de analise do efeito da vazão-número de placas (C) x Temperatura de saída
de óleo. ........................................................................................................................................ 53
Figura 22-Gráfico de analise do efeito da vazão - número de placas (C) x Eficiência. ............. 53
Figura 23 Configuração – N passes x 2 passagens ...................................................................... 54
Figura 24-Gráfico Temperatura de saída do óleo X Número de placas – Comparação entre
configurações. ............................................................................................................................. 56
Figura 25-Gráfico Efetividade X Número de placas – Comparação entre configurações. ....... 56
Figura 26-Gráfico Velocidade de escoamento por placa do óleo X Número de placas –
Comparação entre configurações. ............................................................................................... 57
Figura 27-Gráfico Temperatura de saída do óleo X Número de placas – Comparação entre
configurações. ............................................................................................................................. 59
Figura 28-Gráfico Efetividade X Número de placas – Comparação entre configurações. ......... 59
Figura 29-Gráfico de velocidade de escoamento por placa do óleo X Número de placas –
Comparação entre configurações. ............................................................................................... 60
Figura 30 -Gráfico Temperatura de saída do óleo X Número de placas – Comparação entre
configurações. ............................................................................................................................. 62
Figura 31-Gráfico Eficiência X Número de placas – Comparação entre configurações............. 62
Figura 32-Gráfico velocidade de escoamento por placa do óleo X Número de placas –
Comparação entre configurações. ............................................................................................... 63
Figura 33-Gráfico de comparação entre as placas A, B e C com configuração de n passes x 2
passagens. .................................................................................................................................... 64
Lista de Tabelas

Tabela 1 -Valores para expoentes c1 e c2 de uma placa com ranhura tipo chevron ................... 35
Tabela 2- Valores para expoentes c5 e c6 de uma placa com ranhura chevron .......................... 37
Tabela 3-Tipos de turbobombas. ................................................................................................. 39
Tabela 4- Tipos de bombas de deslocamento positivo. ............................................................... 40
Tabela 5 -Propriedades termodinâmicas e físico-químicas do óleo hidráulico. .......................... 42
Tabela 6-Dados da máquina de tração. ....................................................................................... 42
Tabela 7 -Dados do atual sistema de troca de calor. ................................................................... 43
Tabela 8 -Teste trocador casco tubos . ........................................................................................ 43
Tabela 9- Propriedades termodinâmicas e físico-químicas da água. ........................................... 44
Tabela 10- Dimensões das placas escolhidas. ............................................................................. 44
Tabela 11- Resultados para placa A - 1 passe x N passagens ..................................................... 46
Tabela 12- Resultados para placa B – 1 Passe x N passagens..................................................... 49
Tabela 13- Resultados para placa C – 1 Passe x N passagens..................................................... 52
Tabela 14-Resultados para placa A – n passes x 2 Passagens..................................................... 55
Tabela 15- Resultados para placa B – n passes X 2 Passagens. .................................................. 58
Tabela 16- Resultados para placa C – n passes X 2 Passagens. .................................................. 61
Tabela 17- Dados da tubulação e bomba..................................................................................... 65
Lista de Símbolos

Fluxo térmico (W/m2).

Condutividade térmica do material (W/(m.K)).

Gradiente de temperatura na direção x. (K/m).

Coeficiente de transferência de calor por convecção (W/(m2.K)).

Corresponde à temperatura da superfície aquecida (K).

Corresponde à temperatura do fluido na extremidade da espessura da


camada limite térmica (K).

Numero de Reynolds.

Massa Especifica (Kg/m3).

Viscosidade do fluido (Kg/(m.s)).

Velocidade (m/s).

Diâmetro (m).

Correspondem à Indicação de temperatura de fluido, f fluido frio e q fluido


quente.

Coeficiente global de transferência de calor (W/(m2.K)).

Resistência condutiva da parede (m2.K/W).

Fator de deposição (m2.K/W).

Coeficiente de convecção (W/(m2.K)).

Eficiência global da superfície (W/K).

Área (m2).

Diâmetro hidráulico (m).

Distancia média entre as placas (m).

largura da placa medida entre as gaxetas (m).


Vazão mássica (Kg/s).

Calor especifico (J/Kg.K).

Temperatura do fluido quente na entrada (K).

Temperatura do fluido frio na entrada (K).

Temperatura do fluido quente na saída (K).

Temperatura do fluido frio na saída (K).

Média logarítmica das diferenças de temperatura (K).

Fluxo mássico por canal (Kg/m2s).

Número de Nusselt.

Numero de Prandtl.

Eficiência do trocador (%).

Capacidade térmica.

Número de unidades de transferência de calor.

Média logarítmica das diferenças de temperatura

Fator de Fanning.

Comprimento efetivo de escoamento do canal (m).

Altura da placa (m).

Perda de carga (Pa).

P Número de passes.

Aceleração da Gravidade (m/s2).

Fluxo mássico no orifício da placa (Kg/m2s).

Velocidade média de escoamento pelos canais (m/s).

Diâmetro econômico (m).

horas de funcionamento de equipamento por dia (horas).

Vazão do fluido que escoará na tubulação (m3/s).

Perda de carga na tubulação (m).


Comprimento da tubulação (m).

Material usado na tubulação.

Altura manométrica total (m).

Altura estática de recalque (m).

Altura estática de sucção (m).

Perda de carga na tubulação de recalque (m).

Perda de carga na tubulação de sucção (m).

Peso específico (Kgf / m3).

Pressão manométrica no reservatório de descarga (Pa).

Pressão manométrica no reservatório de sucção (Pa).

Potência absorvida da bomba (cv).

Rendimento (%).

n Número de passes.
Sumário

1 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 12
1.1 - Justificativa ..................................................................................................................... 13
1.2 - Objetivo .......................................................................................................................... 14
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 14
2.1 – Conceitos de Troca de energia ....................................................................................... 14
2.1.1 – Condução................................................................................................................. 15
2.1.2 – Convecção ............................................................................................................... 16
2.2 – Escoamento .................................................................................................................... 19
2.2.1 – Escoamento Externo ................................................................................................ 20
2.2.2 – Escoamento Interno ................................................................................................. 22
2.3 – Trocador de Calor........................................................................................................... 23
2.3.1 – Tipos e configurações de escoamento em trocadores de Calor ............................... 24
2.3.2 – Trocador de calor Casco e Tubos ............................................................................ 25
2.3.3 – Trocador de calor a Placas....................................................................................... 28
2.4 Tubulações e Bombas........................................................................................................ 38
3 – MATERIAS E MÉTODOS ................................................................................................... 41
4 – RESULTADOS ..................................................................................................................... 42
4 – CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 66
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 67
12

1 - INTRODUÇÃO

A transferência de calor, segundo Incropera (2008) é o trânsito da energia


térmica, ocasionado por uma diferença de temperaturas no espaço, consistindo em um
fenômeno natural que ocorre no universo. Portanto, havendo um gradiente de
temperatura, ocorrerá a transferência de calor.

Nas indústrias em geral, várias etapas do processo de produção necessitam de


um sistema de transferência de calor eficiente para promover a troca de calor.

Como exemplo pode-se citar as camisas usadas em reatores químicos por onde
escoa o fluido de aquecimento ou de refrigeração, auxiliando na troca de calor. Outros
dispositivos de troca térmica, mais usados e com grande leque de aplicação, são os
trocadores de calor utilizados em várias operações industriais. Trocadores de calor
podem ser utilizados no aquecimento e na refrigeração de ambientes, na produção de
potência, na recuperação de energia, na refrigeração ou aquecimento de equipamentos,
entre outras aplicações durante um processo produtivo. Há uma variedade de trocadores
de calor empregados para atender as necessidades específicas de cada processo,
auxiliando no aumento da eficiência energética (MORAN, 2005).

O presente trabalho de conclusão de curso visa estudar a possibilidade de


modificação de um sistema de refrigeração ineficiente de uma máquina de tração
pertencente a uma indústria metalúrgica, com a finalidade de atender às necessidades de
refrigeração da máquina, levando em consideração o ambiente na qual esta máquina
está presente. A seguir será apresentada a justificativa deste trabalho de conclusão de
curso.
13

1.1 - Justificativa

A justificativa deste trabalho de conclusão de curso está baseada na identificação


de um problema de ineficiência de um sistema de transferência de calor da máquina de
tração operante em uma determinada indústria metalúrgica do Vale do Paraíba.

Atualmente, a refrigeração da máquina de tração utiliza um sistema ar-óleo,


onde o ar do ambiente de trabalho troca calor com o óleo de refrigeração da máquina. O
ar do ambiente de trabalho é aquecido pelo óleo e, para refrigerar o ambiente de
trabalho e auxiliar na refrigeração da máquina, utilizam-se condicionadores de ar,
acarretando em um consumo energético desnecessário.

Este trabalho de conclusão de curso propõe a troca do trocador de calor por um


sistema água-óleo, uma vez que, a exaustão do ar quente para outro ambiente é inviável
na prática, devido ao espaço físico do laboratório e às falhas que poderiam ser causadas
no atual sistema de refrigeração, caso o trocador de calor existente fosse enclausurado
para a utilização de um sistema de exaustão.

Figura 1- Máquina de tração.

(fonte: próprio autor).

Espera-se que, após a troca, haja um aumento da eficiência energética do


processo, reduzindo assim os custos com energia elétrica necessária para refrigerar o
ambiente.
14

Além de propor o tipo de trocador de calor mais adequado, neste trabalho serão
projetadas as tubulações que levarão os fluidos de troca até o trocador e, ao final do
projeto, será realizada a simulação matemática do sistema para estimar o
comportamento do sistema de transferência de calor.

O presente trabalho foi realizado em conjunto com um laboratório de ensaios


mecânicos da indústria, onde se encontra uma máquina de tração de 16 KN.

1.2 - Objetivo

O objetivo principal do presente de trabalho de conclusão de curso consistiu em


projetar um novo sistema de refrigeração para uma máquina de tração presente no
laboratório de ensaios mecânicos de uma indústria metalúrgica.

Para atingir este objetivo principal foram propostos os seguintes objetivos


específicos:

 Projetar a tubulação de alimentação e de saída do trocador;


 Sugerir as bombas para transporte dos fluidos do trocador;
 Projetar o trocador de calor;
 Realizar a simulação do comportamento do trocador projetado.

Os resultados e a metodologia utilizada no presente trabalho poderão contribuir


com a obtenção de um trocador de calor viável para a indústria e com a realização de
trabalhos futuros envolvendo o projeto de trocadores de calor.

2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para a realização do projeto, foi realizada uma revisão bibliográfica dos


principais conceitos envolvidos no projeto de trocadores de calor.

2.1 – Conceitos de Troca de energia

A transferência de calor irá ocorrer sempre que houver um gradiente de


temperatura em função da coordenada espacial. De acordo com Ferraz (2008) a
15

necessidade de controle da transferência de calor começou com relatos sobre


refrigeração, que era feita usando gelo e neve usados especialmente pra resfriar bebidas
e alimentos por curto período de tempo. Em 1834 Jacob Perkins descreveu um
equipamento de refrigeração que operava de maneira cíclica, a partir desse momento, a
ciência evoluiu fazendo surgir, em 1918, o primeiro refrigerador automático. Após esse
período foram desenvolvidos vários equipamentos capazes de promover a troca
energética em processos industriais.

Antes de falar sobre os principais equipamentos de transferência de calor, os


trocadores de calor, e entender seu funcionamento existe a necessidade de apresentar os
principais mecanismos envolvidos na transferência de calor nesses equipamentos, a
condução e a convecção.

2.1.1 – Condução

Segundo Çengel (2009) o processo de transferência de calor por condução


ocorre por transferência de energia térmica entre as partículas de um corpo como
representado na figura 2.

Figura 2 - Transferência de Calor por condução.

(fonte: INCOPERA, 2008).

A figura 2 representa as partículas mais energéticas (círculos mais escuros)


transferem energia térmica para as partículas menos energéticas (círculos mais claros)
por meio de interações decorrentes entre si, ou seja, quando há gradiente de temperatura
16

em uma substância ocorre a interação entre as moléculas devido ao movimento aleatório


e a vibração que estas obtém, ao se chocarem, acarreta em uma transferência de energia
(ou calor), da molécula mais enérgica para a menos energética, esse mecanismo de
transferência é denominado condução de calor. O fenômeno da condução de calor é
representado pela a lei de Fourier, apresentada pela equação 1 (HOLMAN, 1983).

(1)

A condutividade térmica K, é uma propriedade de transporte que varia de acordo


com o tipo de material. Em um fluxo térmico, a condução aumenta com o aumento da
condutividade térmica, ou seja, os materiais que tiverem a condutividade termica maior
conduzirão calor com maior velocidade do que os materiais com condutividade térmica
menor. O estado fisico que o material se encontra também influencia na condutividade
térmica, esta é geralmente maior no estado sólido do que no estado líquido que por sua
vez é maior do que no estado gasoso, isso se deve a diferença de espaçamento entre as
moléculas nesses estados fisicos (INCROPERA, 2008).

2.1.2 – Convecção

O processo de transferência de calor por convecção ocorre por meio do


movimento global ou macroscópico e pelo movimento molecular aleatório. O
movimento fluido se dá no instante em que um grande número de moléculas se move
em conjunto em uma mesma direção. Este movimento, na presença de um gradiente de
temperatura, colabora com a transferência de calor. O movimento do fluido somado ao
movimento molecular aleatório dá origem ao movimento global ou macroscópico, que é
uma superposição desses dois movimentos, facilitando assim a troca de calor (MORAN,
2005).

Incropera (2008, p.5) conceitua camada limite, representada pela figura 3, a


partir do seguinte exemplo:
17

[...] Imagine que por uma superfície passa um escoamento de um


fluido, perto da superfície a velocidade do escoamento varia entre zero
e um valor finito u∞ (Figura 3), essa região do fluido é intitulada
camada limite de velocidade, essa variação de velocidade ocorre
devido às tensões de cisalhamento que atuam nos planos paralelos à
velocidade do fluido, isto causa um retardamento no movimento das
partículas, que causam o retardamento de outras partículas até o efeito
não ser mais relevante estabelecendo assim a espessura da camada
limite de velocidade, essa camada associa-se fortemente com a
grandeza velocidade e sempre está presente quando há escoamentos.
Considerando ainda que haja um gradiente de temperatura, por
exemplo a superfície tenha uma temperatura que seja superior à
temperatura do fluido, as partículas que se encontram perto da
superfície trocam calor com as partículas mais próximas e assim
sucessivamente até o momento que essa troca e o gradiente gerado
não seja mais relevante, estabelecendo assim uma espessura, ou seja,
há a formação de uma região em que a temperatura varia de Ts
(temperatura na superfície) até T∞ (temperatura da extremidade da
espessura), essa região é conhecida como camada limite térmica. A
transferência de calor pelo movimento molecular aleatório é
predominante próximo à camada limite de velocidade. A medida que
o calor é transferido da superfície até a camada limite térmica e o
fluido escoa, há um aumento de espessura dessa camada limite
estimulando assim a transferência de calor por movimento global,
assim o calor é arrastado para o interior da camada seguindo o sentido
do escoamento e assim transferido para o fluido que se encontra na
área externa a camada.
18

Figura 3- Transferência de calor por convecção, camada limite.

(fonte: INCOPERA, 2008).

De acordo com Holman (1983, p.11) “o gradiente de temperatura depende da


razão na qual o calor é removido” por esta razão a temperatura junto à parede,
mencionada na definição de camada limite, depende do campo velocidade
caracterizando assim a transferência de calor por convecção.

A transferência de calor por convecção pode ser classificada, segundo a


natureza do escoamento, como convecção natural ou como convecção forçada. A
convecção natural ocorre quando escoamento é gerado por forças de empuxo, que
ocorrem como consequência das diferenças de densidade e de temperatura. A convecção
forçada ocorre quando o escoamento é gerado por influência de efeitos externos como o
uso de bombas ou de ventiladores. Os mecanismos de convecção, natural e forçada,
seguem à lei de resfriamento de Newton, representada pela equação 2 (ÇENGEL,
2009):

(2)
19

2.2 – Escoamento

Há uma influência direta entre o tipo de escoamento e transferência de calor. O


escoamento é classificado como Laminar ou Turbulento, de acordo com Fox (2009):

[...] o escoamento laminar é aquele em que as partículas se movem em


camadas lisas e no escoamento turbulento essas partículas misturam-
se rapidamente enquanto se movimentam ao longo do escoamento,
devido a flutuações aleatórias no campo tridimensional de velocidade.

A troca de calor é mais efetiva nos escoamentos turbulentos do que nos


laminares, pois essa mistura aleatória das partículas é muito efetiva no transporte de
energia térmica. Além do conceito puramente teórico para determinar o tipo de
escoamento, pode-se utilizar o numero de Reynolds, representado pela equação 3, para
uma determinação analítica do tipo de escoamento no interior de tubulações (MORAN,
2005).

(3)

Geralmente o escoamento em tubulações será classificado como laminar para


Re ≤ 2300 e turbulento para valores maiores que este (FOX, 2009).

Para efeitos de outras geometrias faz-se o uso do diâmetro hidráulico para


calcular o número de Reynolds. . Este diâmetro é calculado de acordo com a secção
transversal constante do trocador, ele é definido como (SHAH, 1988):

(4)

Os escoamentos envoltos por superfícies sólidas recebem a nomenclatura de


escoamento interno enquanto os escoamentos não contidos, sobre corpos ou superfícies
imersas no fluido são chamados de escoamento externo (FOX, 2009).
20

2.2.1 – Escoamento Externo

Seja considerado um fluido escoando, em uma direção especifica x,


externamente a uma superfície sólida plana, tubular ou esférica. Um exemplo de
escoamento sobre as superfícies planas foi apresentado, na figura 3, para demonstrar o
conceito de convecção. Para superfícies esféricas e tubulares o escoamento flui de
forma similar, como apresentado, na figura 4, para uma corrente livre de fluido
escoando sobre uma superfície tubular (INCROPERA, 2008).

Figura 4-Alterações da forma da Camada limite em um cilindro circular

(fonte: INCOPERA, 2008)

No ponto de estagnação frontal, indicado na figura 4, o fluido chega a ficar em


repouso. Essa perda de velocidade acarreta em um aumento da pressão, que diminui
com o aumento de x formando, assim, um gradiente de pressão favorável na direção do
escoamento. Na parte traseira do cilindro, a pressão atinge um valor mínimo formando,
assim, um gradiente de pressão adverso à direção do escoamento, esses dois gradientes
formam a camada limite. O fluido acelera devido à ação do gradiente favorável e
desacelera devido à ação do gradiente adverso como pode ser visto na figura 5
(ÇENGEL, 2009).
21

Figura 5- Detalhamento dos perfis de velocidade na Camada limite em um cilindro circular

(fonte: INCOPERA, 2008).

Ao chegar no ponto de separação, o fluido necessita de momento suficiente para


superar o gradiente de pressão e continuar o escoamento na direção de x. Quando o
momento não é suficiente ocorre a separação da camada limite. Nesse ponto, o
escoamento turbulento influencia sobre o laminar produzindo, como efeitos, a formação
de vórtices e irregularidades durante a separação da camada limite, como apresentado
na figura 6 para diferentes regimes de escoamento (ÇENGEL, 2009).

Figura 6-Efeito do tipo de escoamento na separação da camada limite

(fonte: INCOPERA, 2008).

Em uma matriz de cilindros circulares onde estes estão dispostos em fileiras e


alternados entre si, o escoamento no interior dessa matriz é caracterizado pelos efeitos
da separação da camada limite. Como a turbulência do escoamento favorece a troca de
22

calor, os tubos da primeira coluna ajudam a promover a turbulência no escoamento,


auxiliando em uma melhor transferência de calor. Na maioria das configurações as
condições de troca térmica se estabilizam. (INCROPERA, 2008).

2.2.2 – Escoamento Interno

De acordo com Fox (2009), um fluido que entra em um tubo com velocidade
uniforme, origina um escoamento laminar. Assim que este fluido entra em contato com
a superfície há a formação da camada limite, pois os efeitos viscosos entram em ação.
No inicio ocorre um encolhimento da camada limite devido à região de escoamento não
viscoso. Com o desenvolvimento do escoamento na direção de x há a fusão da camada
limite. Com os efeitos viscosos presentes em toda extensão da secção transversal do
tubo, tem-se um escoamento plenamente desenvolvido como pode ser visualizado na
figura 7, em um escoamento turbulento esse perfil de camada limite é achatado devido à
componente de velocidade na direção radial.

Figura 7- Formação da Camada limite durante escoamento laminar

(fonte: INCOPERA, 2008, p.308).

Seja considerada a transferência de calor para o interior de um tubo, onde um


fluido escoa no interior de um tubo com a superfície aquecida. Logo na entrada desse
fluido começará a transferência de calor por convecção e a formação da camada limite
térmica e da camada limite de velocidade, logo após a formação do perfil plenamente
23

desenvolvido o perfil de temperatura varia de acordo com o andamento do escoamento


na direção x. (INCROPERA, 2008).

Em um escoamento interno o escoamento turbulento será mais eficiente na


transferência de calor por convecção (INCROPERA, 2008).

2.3 – Trocador de Calor

Trocadores de calor são dispositivos utilizados para auxiliar a transferência de


calor, visando melhorar o desempenho de sistemas que envolvem trocas térmicas
(INCROPERA, 2008).

O projeto de processos térmicos começou a chamar atenção nos anos 70,


fazendo com que as análises de energia nas plantas industriais e a otimização dos
trocadores de calor também ganhassem atenção nesta década (AWAD E MUZYCHKA,
2012).

Incropera (2008) define o coeficiente global de transferência de calor como


apresentado na equação 5. O coeficiente global de transferência de calor incorpora os
parâmetros de transferência de calor por condução e por convecção.

A equação 5 leva em consideração a presença de aletas (incorporada no


parâmetro ) e o efeito da deposição de incrustações nas superfícies de transferência
de calor, que ocorre ao longo do tempo (incorporado no parâmetro Rd).

(5)

A relação entre o fluxo de transferência de calor e as temperaturas de entrada e


saída dos fluidos, o coeficiente global de transferência de calor e a área superficial, são
parâmetros essenciais para o projeto de um trocador de calor. O fluxo de calor é
calculado a partir da seguinte equação (INCROPERA, 2008).

(6)
24

A variável é calculada em função do arranjo de escoamento das correntes


fria e quente, no caso de escoamento contra corrente, é calculada conforme a equação a
seguir (WANG, 2007):

(7)

A é uma média de natureza logarítmica devido à diminuição exponencial


das diferenças de temperatura entre as correntes fria e quente ao longo do escoamento.

2.3.1 – Tipos e configurações de escoamento em trocadores de Calor

De acordo com Moran (2005) os trocadores são classificados em função da


configuração do escoamento e do tipo de construção. A figura 8 apresenta os quatro
tipos de configurações de escoamento em trocadores de calor presentes na maioria dos
trocadores utilizados pela indústria.

Figura 8- Configurações de escoamento em trocadores de calor

(fonte: MORAN, 2005).


25

Na figura 8 estão as configurações de escoamento mais comuns em trocadores


de calor, o correspondente à letra (a) é o do tipo tubo concêntrico, com escoamento
paralelo, onde as correntes dos fluidos quente e frio fluem na mesma direção no interior
do trocador de calor; no trocador de calor correspondente à letra (b) o escoamento está
em contra corrente, que consiste em um escoamento paralelo, porém com os fluidos
quente e frio escoando em direções opostas no interior do trocador de calor; o trocador
correspondente a letra (c) é do tipo casco e tubos, um dos mais utilizados nas industrias
e com inúmeras aplicações, este possui um casco com vários tubos, podendo o
escoamento ocorrer em um único ou em múltiplos passes (escoamento em fluxo misto),
as chicanas são normalmente instaladas para aumentar a turbulência e assim aumentar a
troca de calor como já visto anteriormente; o trocador correspondente a letra (d) é o com
correntes cruzadas este possui uma porção de placas finas dispostas na forma de pilha e
fixadas à diversos tubos em paralelo, normalmente, um fluido gasoso que escoa na
superfície das placas, que neste caso funcionam como aletas que auxiliam na troca de
calor e garantem o escoamento cruzado sobre os tubos (MORAN, 2005).

2.3.2 – Trocador de calor Casco e Tubos

O trocador de calor do tipo casco e tubos é um dos mais importantes tipos de


trocador e o equipamento mais comum nos processos industriais para refrigeração de
sistemas. Além de ser usado também em estações nucleares como condensadores e até
mesmo como geradores de vapor para estações de energia. A dinâmica de
funcionamento normal deste tipo de trocador de calor utiliza fluidos menos viscosos,
como a água, escoando nos tubos, pois requerem uma maior velocidade de escoamento
para facilitar a troca, e no casco, fluidos mais viscosos, como óleos hidráulicos, a fim de
aumentar a velocidade do escoamento, proporcionando um aumento de troca térmica
(RAZA 2013 e KAKAÇ 2002). A figura 9 mostra o tipo mais comum de trocador casco
e tubos.
26

Figura 9- Trocador de calor casco e tubos

Saída Entrada
de do
tubos casco

Chicanas
Saída Entrada
do do tubo
casco
(Fonte: GUO, 2011)

Este tipo de trocador tem sido muito usado na indústria por anos, por conta disso
são bem compreendidos (RAFFERTY, 1998).

De acordo com Kakaç (2002) o trocador casco e tubos apresenta algumas


vantagens, dentre elas está o fato de trabalhar em aplicações com liquido, vapor e gases.
Além disso, suporta valores relativamente elevados de pressão. Na figura 10 estão
descritos os trocadores de calor do tipo casco e tubos.
27

Figura 10- Modelos de trocador de calor casco tubo

(fonte: Kreith, 2005)

O número de passes e tubos dentro do casco varia alterando as configurações do


trocador. Normamente, grande número de passes é usado para aumentar a troca térmica
e a velocidade do fluido nos tubos. Menores diâmetros de tubos 8-15 mm são
preferíveis para área e densidade de volume, porém são limitados devido ao valor de
diâmetro ideal para limpeza ser de 20 mm. Maiores diâmetros são recomendados para
condensadores (KAKAÇ, 2002).
28

As desvantagens na implantação de um trocador do tipo casco e tubos se devem


ao fato de que normalmente esse modelo normalmente é robusto, quanto maior a
necessidade de troca térmica maior o trocador, ou seja, necessita um grande espaço
físico para a implantação, portanto sua aplicação é inviável quando o espaço físico é
reduzido e uma vez implantado não há possibilidade de redimensioná-lo, caso haja
alguma alteração nas exigências de troca térmica (KREITH, 2005). Por estas razões
neste trabalho será estudado o trocador de calor a placas, cuja descrição é apresentada
no próximo tópico.

2.3.3 – Trocador de calor a Placas

O trocador de calor do tipo placas com gaxetas foi introduzido no mercado por
volta dos anos 30 na indústria de alimentos, devido a sua facilidade de limpeza
(KAKAÇ, 2002). Nos dias atuais é muito usado em diferentes ramos da indústria por
conta da sua alta eficiência térmica e outras inúmeras vantagens que são muito atrativas.

Figura 11 - Trocador de calor a placas expandido.

(fonte: <http://www.steamteam.co.za/>).
29

Rafferty (1998) apresenta algumas vantagens para escolha do trocador de calor a


placas tipo gaxetas, são elas:

 Elevado desempenho térmico – Neste tipo de trocador o coeficiente global de


transferência de calor em até três vezes maior do nos trocadores do tipo casco-
tubo;
 Pode ser construído com diferentes tipos de materiais anti corrosivos- Esse fator
é interessante pelo fato de que o trocador de placas suporta uma gama de
ambientes corrosivos, devido à possibilidade de variação de seu material de
construção, as placas por serem finas apresentam um custo com maior
viabilidade quando comparada com um trocador casco tubo de material
semelhante;
 Fácil manutenção e limpeza – Após a desmontagem todas as áreas deste trocador
são facilmente acessadas para inspeção e limpeza;
 Capacidade de expansão – Esse tipo de trocador pode ser redimensionado, a fim
de atender novas necessidades de troca térmica;
 Design compacto – O espaço requerido por um trocador de calor de placas é
10% a 50% menor em relação ao espaço que um trocador casco tubo ocuparia
para realizar o mesmo trabalho.

Kakaç (2002) lembra que este tipo de trocador trabalha em baixos e médios
valores de pressão e somente aplicações líquido-líquido.

Em relação ao equipamento, este tipo de trocador de calor é composto por um


conjunto de placas finas e retangulares colocadas juntas em um suporte como mostra a
figura 12.
30

Figura 12- Componentes de um trocador de calor a placas gaxetado

(Fonte: GUT, 2003).

O suporte possui uma placa fixa e outra placa de aperto móvel, nessas placas se
encontram os bocais de conexão com as tubulações. Todo o conjunto é fixado pelos
parafusos de aperto (KAKAÇ, 2002).

Os fluxos são controlados por vedações que são feitas utilizando gaxetas
presentes nas placas, pela da posição dessas gaxetas os fluxos são canalizados de uma
placa à outra, não podendo haver falha nessas vedações, caso aconteça há a
possibilidade de mistura dos dois fluidos. Há também a possibilidade das placas serem
soldadas umas nas outras no caso de trabalhos em alta pressão, os trocadores com essa
configuração são chamados de “brazados”. As correntes fluem em sentidos opostos
através das placas, variando as placas por onde escoam de acordo com o passe
determinado (RAFFERTY, 1998).

As placas de troca de calor apresentam ranhuras que aumentam a turbulência do


escoamento e, consequentemente, os coeficientes de troca térmica. Normalmente são
feitas de aço inoxidável AISI–316, AISI-304, AISI-317, contudo também podem ser
feitas com outros tipos de metais dúcteis como Titânio, Tântalo, Níquel, Cobre, Incoloy,
Alumínio. Além desses metais para casos especiais, podem ser utilizadas diferentes
ligas para cumprir a necessidade térmica, de acordo com o ambiente de exposição do
equipamento (SHAH, 1988 e KAKAÇ, 2002).
31

Os fluidos entram no trocador de calor através de conexões feitas do mesmo


material das placas, de modo que cada fluido passe por placas alternadas com o
escoamento direcionado pelas gaxetas, o espaço entre duas placas é denominado canal
de escoamento (GUT, 2003).

Os canais são divididos entre impares e pares, Lado I e lado II respectivamente,


pois assim como em um trocador casco-tubos os fluidos escoaram por lados diferentes
do trocador de calor, como mostra a figura 13 (SHAH , 1988).

Figura 13 - Canais de escoamento trocador de calor a placas

(Fonte: GUT, 2003).

Há inúmeras possibilidades de configurações dos escoamentos no trocador de


calor à placas. O fluxo principal de um dos escoamentos passa por um conjunto de
canais, esse conjunto é denominado passe. O numero de canais por passe é denominado
passagem. O número de passes varia de acordo com o conjunto de placas, com o sentido
do escoamento formando assim diferentes arranjos como mostrado na figura 14 (SHAH,
1988).
32

Figura 14 - Exemplos de configurações de escoamento para trocadores de calor com 8 placas

(fonte: GUT, 2003).

A escolha da melhor configuração influencia diretamente na perda de carga,


velocidade de escoamento e eficiência da troca térmica.

De acordo com Shah (1988) “uma dimensão de comprimento característica é


necessária para correlacionar o desempenho de uma família de placas, em forma
adimensional”. O fator adimensional mais usado e já apresentado neste trabalho na
equação 4 é o diâmetro hidráulico.

Para o trocador de calor a placas o diâmetro hidráulico tem o valor de


(INCROPERA, 2008)

(8)

Onde b é a distância média entre duas placas (m) e w é a largura da placa,


medido entre as gaxetas (m). Essas dimensões são apresentadas na figura 15.
33

Figura 15 - Dimensões da placa.

(fonte: GUT, 2003).

Considerando que a transferência de calor entre o trocador e o ambiente em que


será instalado seja desprezível, a equação de balanço de energia para o trocador de calor
(SAHA,1988) é descrita a seguir:

(9)

O fluxo mássico por canal para ambos os lados do trocador de calor a placas, é
dependente da configuração do trocador, pois o número de passagens, largura da placa e
distancia média entre as placas são variáveis inversamente proporcionais ao fluxo, como
descrito na equação (KAKAÇ, 2002).

(10)

O coeficiente de transferência de calor por convecção, segundo Kakaç (2002), é


calculado conforme a equação 11 para ambos os fluidos

(11)
34

As seguintes equações são usadas para o cálculo do número de Reynolds (Re)


equação 12 e Prandtl (Pr) equação (KAKAÇ, 2002):

(12)

(13)

Para algumas placas utilizam-se equações especiais calcular o número de


Nusselt, essas equações são definidas de acordo com o tipo de ranhura da placa. O tipo
de ranhura a ser considerado neste trabalho é do tipo chevron, para este tipo o número
de Nusseltt pode ser calculado pela equação 14.

(14)

O fator de correção para viscosidade na parede que multiplica a equação


acima pode ser desconsiderado. Normalmente o valor que é considerado para o
coeficiente do numero de Prandtl c3= (SAUNDERS, 1988).

Saunders (1988) apresenta os valores típicos para os parâmetros c1 e c2 de


acordo com o numero de Re e o valor do ângulo da ranhura da placa chevron.
35

Tabela 1 -Valores para expoentes c1 e c2 de uma placa com ranhura tipo chevron

Β Re c1 c2
≤10 0,718 0,349
≤30°
>10 0,348 0,663

<10 0,718 0,349


45°
10 – 100 0,400 0,598
>100 0,300 0,663
<20 0,630 0,333
50° 20-300 0,291 0,591
>300 0,130 0,732

<20 0,562 0,326


60° 20-400 0,306 0,529
>400 0,108 0,703
<20 0,562 0,326
≥65° 20-500 0,331 0,503
>500 0,087 0,718
(fonte: Saunders, 1988)

Para avaliar a desempenho térmico ou analisar a transferência de calor, Wang


(2007) apresenta três métodos MLDT, Ɛ-NUT e o P-NUT. Os dois primeiros, MLDT e
Ɛ-NUT, são mais usados na pratica industrial, o P-NUT normalmente é usado para o
calculo do fator de correção para o método MLDT.

O método da média logarítmica das diferenças de temperatura, MLDT ou ,


é aplicável quando as temperaturas de entrada e saída dos fluidos envolvidos na troca
térmica são conhecidas. O método que utiliza o cálculo da eficiência de troca e o
numero de unidades de transferência de calor, Ɛ-NUT, é um método usado quando não é
conhecido as temperaturas de saída dos fluidos e faz uso de parâmetros adimensionais
(WANG, 2007). Neste trabalho será usado o método Ɛ-NUT para analisar a
transferência de calor no trocador a ser indicado.

A efetividade de um trocador de calor é definida pela equação 15.

(15)
36

Qmáx é calculado conforme a equação 16. Onde Cmin é o menor valor entre Cq
(Capacidade térmica do fluido quente) e Cf (Capacidade térmica do fluido frio).

(16)

O numero de unidades de transferência de calor, NUT é calculado de acordo


com a equação 17.

(17)

O valor médio entre as capacidades térmicas, mínima e máxima, sobre dois


fluidos é dado por R, como descrito na equação 18.

(18)

A configuração do trocador de calor influência no calculo na efetividade que


varia de acordo com a configuração do escoamento, dependendo também dos fatores R
e NUT. Em escoamentos paralelos para Cq> Cf ou Cq < Cf o valor da efetividade é
calculado de acordo com a equação 19. Em escoamentos contra corrente o valor da
efetividade é calculado de acordo com a equação 20. (SHAH, 1989 e ARSENYEVA,
2011).

(19)

(20)

Shah (1988) e Kakaç (2002) relatam que a perda de carga para um trocador de
calor a placas ocorre devido a três principais fatores: perda de carga por atrito durante o
escoamento nos canais, perda de carga nos dutos de distribuição e perda da de carga
devido a variação de pressão por mudança de cota. Esses três fatores são expressos na
equação 21.

(21)
37

Onde P é o numero de passes, Lp é o comprimento efetivo de escoamento no


canal Lp= L + Dp onde Dp é o diâmetro do orifício da placa, Gp é o fluxo mássico no
orifício e é calculado conforme a equação 22.

(22)

Shah (1988) descreve a forma de calcular o fator de Fanning, f, de acordo com a


equação 23 que possui 3 fatores: c4, c5 e c6 onde para escoamentos turbulentos c4=0.

(23)

Saunders (1988) apresenta os valores de c5 e c6 para placas com ranhura


chevron.

Tabela 2- Valores para expoentes c5 e c6 de uma placa com ranhura chevron

Β Re c5 c6
<10 50 1
≤30° 10-100 19,40 0,589
>10 2,990 0,183
<15 47 1
45° 15 – 100 18,29 0,652
>100 1,441 0,206
<20 34 1
50° 20-300 11,25 0,631
>300 0,772 0,161
<40 24 1
60° 40-400 3,24 0,457
>400 0,760 0,215
<50 24 1
≥65° 50-500 2,80 0,451
>500 0,639 0,213
(Fonte : Saunders, 1988)

A velocidade de escoamento do fluido pelos canais do trocador de calor a placas


é definido pela equação 24.

(24)
38

Thonon sugere que velocidade de escoamento fique entre 0,3 m/s a fim de evitar
pontos de estagnação. A faixa típica de velocidade para os trocadores de calor do tipo
placas gaxetadas fica entre 0,1 m/s e 1 m/s (GUT, 2003).

Outros elementos presentes no sistema de transferência de calor são as bombas


para transporte dos fluidos e a tubulação. Esses elementos são apresentados no tópico
seguinte.

2.4 Tubulações e Bombas

De acordo com Silva Telles (1967) “tubos são condutos fechados, destinados
principalmente ao transporte de fluidos”. O conjunto de tubos denomina-se tubulação.

Para mudanças de direção, diâmetro e para fazer ligações entre tubos ou até
mesmo fechamento de extremidades se faz o uso de acessórios de tubulações. Estes
acessórios podem ser soldados, flangeados e rosqueados (SILVA TELLES, 1967).

Há diversos tipos de bombas no mercado, dentre os tipos tem-se as turbobombas


que são caracterizadas por exercerem forças que se desenvolvem na massa liquida
dando origem a aceleração do liquido. Alguns tipos de turbobombas são descritos na
tabela 3 (MACINTYRE, 1980).
39

Tabela 3-Tipos de turbobombas.

Tipo de Bomba Características

A energia fornecida ao liquido é cinética que é posteriormente


Centrífugas convertida em energia de pressão. Essa energia cinética pode ter
origem centrífuga, arrasto ou combinação de ambas.

Através de forças de arrasto, a energia cinética é transferida ao


Fluxo axial liquido. Direção é paralela ao eixo. Muito usada quando há
necessidade de aumentar a vazão do fluido.

Fluxo misto A força fornecida ao liquido é centrifuga e de arrasto.

O fluido é arrastado através de um impelidor com palhetas, ou


Periféricas seja, a energia cinética gerada é convertida em pressão. Indicada
para serviços que requerem carga elevada com baixas vazões.

(fonte : Mattos, 1998).

Nas bombas de deslocamento positivo a energia é fornecida ao liquido sob a


forma de pressão. O fluido enche espaços de volume determinado dentro da bomba, é
expulso sucessivas vezes, dessa maneira a força é transmitida ao fluido na mesma
direção do movimento do liquido. Os tipos de bombas de deslocamento positivo são
descritos na tabela 4. (MACINTYRE, 1980).
40

Tabela 4- Tipos de bombas de deslocamento positivo.

Tipo de Bomba Características

Indicada quando é requerida carga elevada e baixa vazão.


Alternativas Existem bombas alternativas do tipo pistão, êmbolo e diafragma,
o que as diferencia é a forma de funcionamento.

Indicadas para carga elevada e alta vazão, são comandadas por


movimentos de rotação. Existem bombas rotativas de
Rotativas
engrenagens e lóbulos, o principio de funcionamento é parecido
para ambas.

(fonte : Mattos, 1998).

O diâmetro de recalque da bomba e consequentemente da tubulação, foi


calculado utilizando uma adaptação da formula de Bresse. A ABNT com a NBR 5626
recomenda o uso da equação 25, pois a equação de Bresse pode ser usada apenas para
sistemas que trabalham durante 24 horas seguidas (SAMPAIO, 2001).

(25)

Para o cálculo de perda de carga na tubulação de recalque e sucção, foi usada a


equação de Hazen Williams, descrita a seguir (HAZEN, 1963).

(26)

O cálculo da potência da bomba inclui as perdas de carga totais do sistema, que


é definida pela equação a seguir (MATTOS, 1998).

(27)

Depois de calculados os valores para perda de carga calcula-se o valor da


potência da bomba, conforme a equação 28 (MATTOS, 1998).
41

(28)

3 – MATERIAS E MÉTODOS

Para atingir os objetivos propostos neste trabalho de conclusão de curso,


primeiramente foram levantados dados sobre a condição atual de operação do sistema
atual de operação do sistema de troca de calor utilizado para o resfriamento da máquina
de tração de 16KN presente em um laboratório de ensaios mecânicos de uma indústria
metalúrgica do Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo é utilizada para realizar todas
as analises de tração que a planta necessita, trabalhando com amostras de aço de
carbono.

Durante essa primeira etapa, foram medidas:

 A temperatura de entrada do óleo no atual trocador de calor, utilizando


equipamentos específicos. Para tal medição foi utilizado um pirômetro da
marca Homis modelo 467-A.
 A temperatura de saída do óleo no atual trocador de calor, utilizando o
mesmo pirômetro.
 A temperatura da corrente de ar na saída do trocador, utilizando um
termopar.
 A temperatura média do ambiente.

Foram utilizados dados do fabricante da máquina de tração para obtenção do


fluxo mássico de óleo e dados do fabricante do óleo hidráulico para obtenção de suas
propriedades físico-químicas e termodinâmicas. Os dados fornecidos pelo fabricante do
óleo são aproximados por motivo de confidenciabilidade e são apresentados na tabela 5.
42

Tabela 5 -Propriedades termodinâmicas e físico-químicas do óleo hidráulico.

Propriedade Valor
Densidade ρ 0,8410 Kg/L
Calor específico cp 2035,83 J/Kg K
Viscosidade μ 0,0345 Kg/MS
Condutividade térmica K 0,1244 W/mK
(fonte: Empresa fabricante do óleo).

Os dados fornecidos pela fabricante da máquina de tração seguem a seguir na


tabela 6.

Tabela 6-Dados da máquina de tração.

Variável Valor
Vazão de óleo 32 L/min
Tipo do óleo HLP 46 DIN 51524-2
Temperatura de acionamento do
sistema de refrigeração 45°C
Temperatura de atenção 65°C
Temperatura para o desligamento
automático do sistema 80°C
(fonte: Manual da Zwick Roell fabricante da máquina de tração).

A segunda etapa do trabalho foi projetar um novo sistema de transferência de


calor, a água para substituir o sistema atual. Para isso foram utilizadas metodologias
presentes na literatura de transferência de calor apresentados na revisão bibliográfica
desse trabalho e os cálculos foram realizados utilizando o software Excel da Microsoft.

Os resultados finais foram apresentados na forma de tabelas e gráficos.

4 – RESULTADOS

Foram mensuradas as condições em que a máquina de tração trabalha


atualmente. Os dados apresentados na tabela a seguir foram medidos após 2 horas de
operação da máquina.
43

Tabela 7 -Dados do atual sistema de troca de calor.

Variável Valor
Fluido de troca Ar
Temperatura de entrada
do óleo 60°C
Temperatura de saída do
óleo 47°C
Temperatura de entrada
do ar 27°C
Temperatura de saida do
ar 55°C
Fluxo de Calor 14128,8 W
(fonte: próprio autor).

Com intuito de verificar a possibilidade de instalar um trocador de calor do tipo


casco tubos com passes, foram consideradas as dimensões de acordo com o espaço
físico disponível no laboratório de ensaios mecânicos, o espaço foi mensurado
cogitando a não alteração brusca nos aspectos físicos da máquina. Os valores obtidos
nesse teste são apresentados na tabela 8.

Tabela 8 -Teste trocador casco tubos .

Variáveis Valores
28298,659
Re água

Re óleo 171,656

Coeficiente global U 13,045 W/m2 K


13,096 °C

Comprimento 283,599 m

Diâmetro Casco 0,300 m

Diâmetro tubos 1"

Quantidade de 8
passes
(fonte: Próprio autor).

Como mostrado na tabela 8, o comprimento do trocador ficou fora dos


parâmetros do mercado e dos citados na literatura, ou seja, para obter melhores
resultados utilizando um trocador casco tubos é necessário aumentar suas dimensões, o
44

que o tornaria mais robusto. Alinhando este fator a impossibilidade de expansão, optou-
se por modelar um trocador compacto e flexível caso o laboratório necessite
futuramente de maior capacidade de refrigeração.

A modelagem do trocador de calor do tipo placas considera algumas variáveis


além das já apresentadas nas tabelas 5 e 6. Essas variáveis se referem ao fluido de troca
térmica, que para este trabalho será a água. As variáveis são apresentadas na tabela a
seguir.

Tabela 9- Propriedades termodinâmicas e físico-químicas da água.

Propriedade Valor
Densidade ρ 0,9999 Kg/L
Calor especifico cp 4181,88 J/Kg K
Viscosidade μ 746,8x10-6 Kg/MS
Condutividade térmica K 0,6227 W/mK
(fonte: Incropera, 2007).

Tendo como base a literatura (GUT, 2003) e o catálogo de um fabricante (GEA,


2014) foram sugeridas três diferentes dimensões de placas, com diferentes valores de w,
Dp, L, Lp e β já mostrados na figura 15. As dimensões escolhidas foram:

Tabela 10- Dimensões das placas escolhidas.

w Dp L Lp β
Placa A 0,074 m 0,015 m 0,204 m 0,170 m 45°
Placa B 0,124 m 0,025 m 0,173 m 0,120 m 45°
Placa C 0,124 m 0,025 m 0,335 m 0,281 m 45°
(fonte: Próprio autor).

A configuração usada para modelagem dos trocadores de placas (placas A, B e


C) nas tabelas a seguir foi de um passe único contracorrente com arranjo paralelo tipo Z,
como o mostrado na figura 16.
45

Figura 16 - Configuração de passe único – 1 passe x N passagens.

(fonte:próprio autor).

Para efeito de estudo, foi variada a quantidade de placas usadas. Os valores


obtidos durante a modelagem da placa A, considerando como temperaturas de entrada
da água a 27°C, garantido por uma torre de resfriamento de água já presente no
laboratório, e do óleo a 55°C, que reflete a temperatura limite sem comprometer
gravemente o desempenho do óleo. A vazão considerada para a água foi de 0,4 Kg/s
estimada a partir da carga térmica necessária para o resfriamento do óleo. O valor
desejado para temperatura de saída do óleo é aproximadamente 30°C. Os resultados
obtidos são apresentados na tabela 11.
46

Tabela 11- Resultados para placa A - 1 passe x N passagens

Temp. Temp.
Coeficiente Eficiência ΔP
N de saída de saída v água v óleo ΔP óleo
global U ε água
óleo água
10 752,1997 0,1028 52,1224 28,4961 0,3711 0,4695 7784,81 18564,11
11 772,1241 0,1159 51,7538 28,6877 0,3165 0,4804 7298,65 19218,01
12 723,0589 0,1191 51,6650 28,7339 0,3228 0,4083 7389,93 16972,95
13 736,3472 0,1310 51,3321 28,9070 0,2814 0,4153 7039,60 17384,71
14 694,5138 0,1336 51,2603 28,9443 0,2856 0,3612 7096,75 15703,68
15 703,7302 0,1444 50,9570 29,1020 0,2531 0,3659 6836,03 15978,11
16 667,5718 0,1465 50,8982 29,1326 0,2560 0,3239 6873,68 14677,44
17 674,1546 0,1564 50,6195 29,2774 0,2299 0,3272 6674,35 14868,62
18 642,5345 0,1582 50,5708 29,3028 0,2320 0,2935 6700,19 13835,91
19 647,3421 0,1674 50,3131 29,4367 0,2106 0,2960 6544,27 13973,89
20 619,4115 0,1688 50,2723 29,4580 0,2122 0,2684 6562,62 13136,55
21 622,9826 0,1774 50,0326 29,5826 0,1942 0,2702 6438,28 13239,08
22 598,0953 0,1786 49,9980 29,6006 0,1954 0,2472 6451,68 12548,22
23 600,7812 0,1866 49,7738 29,7171 0,1802 0,2487 6350,87 12626,28
24 578,4362 0,1877 49,7445 29,7324 0,1811 0,2291 6360,89 12047,84
25 580,4741 0,1952 49,5338 29,8419 0,1680 0,2303 6277,97 12108,51
26 560,2771 0,1961 49,5086 29,8550 0,1688 0,2135 6285,62 11618,07
27 561,8316 0,2032 49,3099 29,9583 0,1574 0,2144 6216,54 11666,06
28 543,4674 0,2040 49,2883 29,9696 0,1580 0,1999 6222,49 11245,66
29 544,6555 0,2107 49,1002 30,0674 0,1480 0,2006 6164,31 11284,22
30 527,8694 0,2114 49,0814 30,0771 0,1485 0,1879 6169,00 10920,41
31 528,7758 0,2178 48,9028 30,1700 0,1397 0,1885 6119,51 10951,80
32 513,3593 0,2183 48,8865 30,1784 0,1401 0,1773 6123,27 10634,30
33 514,0467 0,2244 48,7164 30,2669 0,1323 0,1778 6080,80 10660,17
34 499,8275 0,2249 48,7023 30,2742 0,1326 0,1678 6083,85 10381,00
35 500,3429 0,2307 48,5399 30,3587 0,1256 0,1682 6047,12 10402,54
36 487,1772 0,2312 48,5275 30,3651 0,1259 0,1593 6049,61 10155,42
37 487,5562 0,2367 48,3721 30,4459 0,1195 0,1596 6017,62 10173,53
38 475,3231 0,2371 48,3613 30,4515 0,1198 0,1516 6019,68 9953,46
39 475,5932 0,2424 48,2123 30,5290 0,1141 0,1519 5991,63 9968,82
40 464,1900 0,2428 48,2029 30,5339 0,1143 0,1446 5993,36 9771,76
41 464,3727 0,2479 48,0597 30,6083 0,1090 0,1448 5968,61 9784,88
42 453,7117 0,2482 48,0515 30,6126 0,1092 0,1382 5970,07 9607,55
43 453,8238 0,2531 47,9137 30,6842 0,1045 0,1384 5948,13 9618,84
44 443,8298 0,2533 47,9065 30,6880 0,1046 0,1324 5949,36 9458,53
45 443,8846 0,2581 47,7737 30,7570 0,1002 0,1326 5929,82 9468,32
46 434,4923 0,2583 47,7674 30,7603 0,1004 0,1270 5930,87 9322,80
47 434,5005 0,2629 47,6392 30,8270 0,0963 0,1272 5913,37 9331,32
48 425,6533 0,2631 47,6337 30,8298 0,0965 0,1220 5914,28 9198,71
49 425,6234 0,2675 47,5098 30,8942 0,0927 0,1222 5898,55 9206,18
50 417,2717 0,2677 47,5050 30,8967 0,0929 0,1175 5899,33 9084,91
(fonte: próprio autor).
47

A tabela 11 mostra que foram obtidos baixos valores de eficiência, acarretando


em temperaturas de saída do óleo superiores a 30ºC.

Os gráficos apresentados nas figuras 17 e 18 mostram o efeito do aumento da


vazão de água na temperatura de saída do óleo e na eficiência do sistema.

Figura 17-Gráfico de analise do efeito da vazão-número de placas (A) x Temperatura de saída


de óleo.

Número de Placas (A) X Temperatura de Saída óleo


53,0000

52,0000

51,0000

50,0000
Temp. saída óleo

49,0000

48,0000 Vazão
0,4 Kg/s

47,0000
Vazão
0,8 Kg/s
46,0000

45,0000

44,0000
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50
Número de placas

(fonte: próprio autor).


48

Figura 18-Gráfico de analise do efeito da vazão – Eficiência x número de placas (A).

Eficiência x Número de placas (A)


0,3000

0,2500

0,2000
Eficiência ε

0,1500
Vazão 0,4
Kg/s

0,1000 Vazão 0,8


Kg/s

0,0500

0,0000
10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42 44 46 48 50
Número de placas

(fonte: Próprio autor).

De acordo com as figuras 17 e 18, o aumento da vazão, a partir de 0,4 kg/s,


pouco afeta a temperatura de saída do óleo e a eficiência térmica, o que sugere a
necessidade de se utilizar outras dimensões de placa.

Os valores obtidos durante a modelagem da configuração utilizando o tipo de


placa B seguem na tabela a seguir, as considerações feitas para a placa A, com relação
às temperaturas de entrada dos fluidos e o valor da vazão da água, permanecem as
mesmas.
49

Tabela 12- Resultados para placa B – 1 Passe x N passagens

Temp. Temp.
Coeficiente Eficiência
N de saída de saída v água v óleo ΔP água ΔP óleo
global U ε
óleo água
10 472,1872 0,0925 52,4111 28,3460 0,1863 0,2357 2063,99 4169,44
11 492,2726 0,1059 52,0343 28,5419 0,1604 0,2435 1990,62 4367,17
12 466,7940 0,1101 51,9173 28,6027 0,1650 0,2088 2013,38 3930,62
13 481,0992 0,1225 51,5699 28,7833 0,1450 0,2140 1957,15 4062,59
14 458,2575 0,1260 51,4711 28,8347 0,1481 0,1874 1972,26 3720,16
15 468,7819 0,1375 51,1501 29,0016 0,1321 0,1910 1928,33 3812,25
16 448,2474 0,1405 51,0659 29,0454 0,1344 0,1700 1938,75 3537,18
17 456,1918 0,1511 50,7683 29,2001 0,1213 0,1726 1903,83 3603,75
18 437,6577 0,1537 50,6961 29,2376 0,1230 0,1555 1911,26 3378,50
19 443,7801 0,1636 50,4189 29,3817 0,1120 0,1575 1883,04 3428,04
20 426,9776 0,1658 50,3566 29,4141 0,1133 0,1434 1888,49 3240,62
21 431,7770 0,1751 50,0975 29,5488 0,1041 0,1449 1865,36 3278,39
22 416,4760 0,1770 50,0433 29,5770 0,1051 0,1329 1869,45 3120,33
23 420,2918 0,1857 49,8002 29,7034 0,0972 0,1341 1850,26 3149,72
24 406,2978 0,1874 49,7528 29,7281 0,0980 0,1239 1853,39 3014,85
25 409,3676 0,1956 49,5238 29,8471 0,0911 0,1249 1837,29 3038,13
26 396,5162 0,1971 49,4821 29,8688 0,0918 0,1161 1839,72 2921,89
27 399,0106 0,2048 49,2658 29,9813 0,0858 0,1168 1826,08 2940,61
28 387,1630 0,2061 49,2290 30,0004 0,0863 0,1092 1828,00 2839,53
29 389,2069 0,2134 49,0239 30,1070 0,0810 0,1098 1816,33 2854,79
30 378,2454 0,2146 48,9913 30,1240 0,0814 0,1030 1817,88 2766,20
31 379,9319 0,2216 48,7964 30,2253 0,0767 0,1035 1807,81 2778,78
32 369,7563 0,2226 48,7673 30,2404 0,0771 0,0975 1809,07 2700,59
33 371,1561 0,2292 48,5817 30,3369 0,0729 0,0980 1800,33 2711,07
34 361,6808 0,2302 48,5558 30,3504 0,0732 0,0926 1801,36 2641,62
35 362,8482 0,2365 48,3785 30,4425 0,0694 0,0930 1793,72 2650,44
36 353,9996 0,2373 48,3552 30,4547 0,0697 0,0881 1794,57 2588,40
37 354,9770 0,2434 48,1857 30,5428 0,0662 0,0884 1787,85 2595,88
38 346,6915 0,2441 48,1647 30,5537 0,0665 0,0841 1788,56 2540,17
39 347,5122 0,2499 48,0022 30,6382 0,0633 0,0844 1782,61 2546,57
40 339,7346 0,2506 47,9833 30,6480 0,0635 0,0804 1783,21 2509,49
41 340,4252 0,2562 47,8273 30,7292 0,0607 0,0806 1777,93 2514,26
42 333,1075 0,2568 47,8102 30,7380 0,0609 0,0770 1778,44 2480,25
43 333,6892 0,2621 47,6601 30,8161 0,0583 0,0772 1773,72 2484,44
44 326,7893 0,2627 47,6447 30,8241 0,0584 0,0739 1774,15 2453,03
45 327,2796 0,2679 47,5000 30,8993 0,0560 0,0741 1769,92 2456,74
46 320,7604 0,2684 47,4860 30,9066 0,0561 0,0710 1770,29 2427,62
47 321,1733 0,2733 47,3466 30,9791 0,0539 0,0712 1766,47 2430,92
48 315,0022 0,2738 47,3338 30,9857 0,0540 0,0684 1766,80 2403,86
49 315,3494 0,2786 47,1991 31,0557 0,0520 0,0685 1763,35 2406,81
50 309,4974 0,2790 47,1875 31,0618 0,0521 0,0659 1763,63 2381,60
(fonte: próprio autor).
50

Na tabela 12 os valores de eficiência também estão baixos, acarretando em


temperaturas de saída do óleo superiores a 30ºC.

As figuras 19 e 20 mostram o efeito do aumento da vazão de água na


temperatura de saída do óleo e na eficiência do sistema.

Figura 19-Gráfico de analise do efeito da vazão-número de placas (B) x Temperatura de saída


de óleo.

Número de Placas (B) X Temperatura de Saída óleo


53,0000

52,0000

51,0000

50,0000
Temp. saída do óleo

49,0000

48,0000
Vazão
0,4 Kg/s
47,0000
Vazão
46,0000 0,8 Kg/s

45,0000

44,0000

43,0000
10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49
Número de Placas

(fonte: próprio autor).


51

Figura 20-Gráfico de analise do efeito da vazão - número de placas (B) x Eficiência.

Eficiência x Número de placas (B)


0,3500

0,3000

0,2500

0,2000
Eficiência ε

Vazão
0,1500 0,4 Kg/s

Vazão
0,1000 0,8 Kg/s

0,0500

0,0000
10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49
Número de placas

(fonte: próprio autor).

Nas figuras 19 e 20, também se verifica que o aumento da vazão, a partir de 0,4
kg/s, pouco afeta a temperatura de saída do óleo e a eficiência térmica, o que sugere a
necessidade de se utilizar outras dimensões de placa.

Os valores obtidos durante a modelagem da placa C seguem na tabela a seguir,


as considerações feitas para a placa A e B, com relação às temperaturas de entrada dos
fluidos e o valor da vazão da água, permanecem as mesmas. Para este tipo de placa foi
explorado além do aumento das dimensões, o aumento de quantidade de placas no
sistema.
52

Tabela 13- Resultados para placa C – 1 Passe x N passagens.

Temp. Temp.
Coeficiente Eficiência v ΔP
N de saída de saída v óleo ΔP óleo
global U ε água água
óleo água
12 473,7263 0,2001 49,3984 29,9123 0,1675 0,2119 4053,45 8499,44
16 455,8100 0,2504 47,9876 30,6458 0,1365 0,1727 3872,82 7550,56
20 434,7812 0,2909 46,8558 31,2342 0,1152 0,1458 3750,44 6830,82
24 414,1440 0,3242 45,9226 31,7194 0,0997 0,1261 3664,67 6280,69
28 394,9479 0,3523 45,1350 32,1289 0,0878 0,1111 3602,46 5852,28
32 377,4248 0,3765 44,4574 32,4812 0,0785 0,0993 3555,96 5512,05
36 361,5233 0,3977 43,8653 32,7890 0,0710 0,0898 3520,29 5236,90
40 347,1001 0,4164 43,3412 33,0615 0,0648 0,0819 3492,32 5039,80
44 333,9918 0,4331 42,8722 33,3054 0,0595 0,0753 3469,98 4901,38
48 322,0419 0,4483 42,4485 33,5256 0,0551 0,0697 3451,83 4780,74
52 311,1100 0,4620 42,0629 33,7261 0,0513 0,0649 3436,89 4674,74
56 301,0731 0,4747 41,7095 33,9098 0,0480 0,0607 3424,43 4580,91
60 291,8252 0,4863 41,3838 34,0792 0,0450 0,0570 3413,92 4497,30
64 283,2751 0,4971 41,0819 34,2361 0,0424 0,0537 3404,97 4422,34
68 275,3447 0,5071 40,8010 34,3822 0,0401 0,0508 3397,29 4354,78
72 267,9664 0,5165 40,5384 34,5187 0,0381 0,0482 3390,65 4293,58
76 261,0822 0,5253 40,2921 34,6468 0,0362 0,0458 3384,85 4237,88
80 254,6419 0,5336 40,0603 34,7673 0,0345 0,0437 3379,77 4186,99
84 248,6017 0,5414 39,8415 34,8810 0,0330 0,0417 3375,29 4140,30
88 242,9236 0,5488 39,6345 34,9886 0,0316 0,0399 3371,31 4097,33
92 237,5740 0,5558 39,4381 35,0907 0,0303 0,0383 3367,77 4057,65
96 232,5236 0,5624 39,2514 35,1878 0,0291 0,0368 3364,59 4020,89
100 227,7466 0,5688 39,0735 35,2803 0,0280 0,0354 3361,74 3986,75
(fonte: próprio autor).

Na tabela 13 os valores de eficiência e temperatura de saída do óleo apresentam


uma melhora em relação aos valores obtidos durante a modelagem da placa A e B,
porém, os valores de temperaturas de saída do óleo ainda são superiores a 30ºC.

AS figuras 21 e 22 apresentam o efeito do aumento da vazão de água na


temperatura de saída do óleo e na eficiência do sistema.
53

Figura 21-Gráfico de analise do efeito da vazão-número de placas (C) x Temperatura de saída


de óleo.

Número de Placas (C) X Temperatura de Saída óleo

55,0000

50,0000

45,0000
Temp. saída do óleo

40,0000

Vazão
35,0000
0,4 Kg/s

Vazão
30,0000 0,8 Kg/s

25,0000

20,0000
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Número de placas

(fonte: próprio autor).

Figura 22-Gráfico de analise do efeito da vazão - número de placas (C) x Eficiência.


Eficiência x Número de placas (C)
0,7000

0,6000

0,5000
Eficiência ε

0,4000

Vazão
0,3000 0,4 Kg/s

Vazão
0,2000 0,8 Kg/s

0,1000

0,0000
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Número de placas

(fonte: próprio autor)


54

As figuras 21 e 22 também mostram que o aumento da vazão, a partir de 0,4


kg/s, afeta de forma inexpressiva a temperatura de saída do óleo e a eficiência térmica.
Os resultados apresentados para as placas A, B e C utilizando 1 passe x N passagens
sugerem a necessidade de utilização de outra configuração de escoamento a fim de obter
melhores resultados.

A configuração usada a seguir para modelagem das placas A, B e C foi a de duas


passagens variando o passe de acordo com a quantidade de placas, o escoamento
permanece contra corrente e o arranjo paralelo tipo Z como mostrado na figura 23.

Figura 23- Configuração – N passes x 2 passagens

(fonte: próprio autor).

Foram selecionadas apenas a quantidade de placas em que se é possível aplicar


esse tipo de configuração, a fim de entender os efeitos que essa mudança provoca no
trocador.

Seguem os resultados para as placas tipo A.


55

Tabela 14-Resultados para placa A – n passes x 2 Passagens.

Temp. Temp.
Coeficiente Eficiência
N de saída de saída v água v óleo ΔP água ΔP óleo
global U ε
óleo água
12 1403,2358 0,2128 49,0402 30,0985 0,9683 1,2249 17952,26 42839,08
16 1526,9854 0,2926 46,8078 31,2592 1,0241 1,2956 20033,83 48949,53
20 1609,6043 0,3630 44,8361 32,2843 1,0609 1,3420 21518,13 53306,71
24 1668,6156 0,4248 43,1056 33,1840 1,0868 1,3749 22625,51 56557,41
28 1712,8517 0,4791 41,5859 33,9741 1,1062 1,3993 23481,75 59070,90
32 1747,2355 0,5269 40,2472 34,6701 1,1211 1,4183 24162,90 61070,44
36 1774,7247 0,5692 39,0634 35,2856 1,1331 1,4334 24717,38 62698,10
40 1797,2019 0,6067 38,0120 35,8322 1,1428 1,4457 25177,34 64048,33
44 1815,9221 0,6402 37,0747 36,3195 1,1509 1,4559 25564,97 65186,21
48 1831,7541 0,6702 36,2357 36,7557 1,1577 1,4645 25896,03 66158,03
(fonte: próprio autor).

A tabela 14 mostra melhora nos valores de eficiência e temperaturas de saída do


óleo, porém os valores de temperaturas de saída do óleo ainda são superiores a 30ºC. O
que sugere a necessidade de utilizar outras dimensões de placa.

Os gráficos 24, 25 e 26 mostram a comparação entre as configurações para a


placa A.
56

Figura 24-Gráfico Temperatura de saída do óleo X Número de placas – Comparação entre


configurações.

Temperatura de saída óleo X Número de placas (A)


60,0000

50,0000

40,0000
Temp. saída do óleo

Temp. de saida
óleo - 2
passagens
30,0000
Temp. de saida
óleo - 1 passe
20,0000

10,0000

0,0000
12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Número de placas

(fonte: próprio autor).

Figura 25-Gráfico Efetividade X Número de placas – Comparação entre configurações.


Eficiência x Número de placas (A)
0,8000

0,7000

0,6000

0,5000
Eficiência ε

0,4000
Eficiência ε - 2
0,3000 passagens

0,2000 Eficiência ε - 1
passe

0,1000

0,0000
12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Número de placas

(fonte: próprio autor).


57

Figura 26-Gráfico Velocidade de escoamento por placa do óleo X Número de placas –


Comparação entre configurações.

V óleo X Número de placas (A)


1,6000

1,4000

1,2000

1,0000
V óleo

0,8000
v óleo - 2
passagens
0,6000
v óleo - 1
passe
0,4000

0,2000

0,0000
12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Número de placas

(fonte: próprio autor).

A análise dos gráficos 24, 25 e 26 mostra que a melhora obtida na mudança da


configuração, foi significativa, porém ainda não atinge os valores desejados.

Seguem os resultados para as placas tipo B.


58

Tabela 15- Resultados para placa B – n passes X 2 Passagens.

Temp. Temp.
Coeficiente Eficiência
N de saída de saída v água v óleo ΔP água ΔP óleo
global U ε
óleo água
12 895,2363 0,1960 49,5130 29,8527 0,4951 0,6263 3863,81 8019,78
16 1017,7810 0,2805 47,1467 31,0830 0,5375 0,6800 4418,66 9648,54
20 1104,5019 0,3565 45,0189 32,1893 0,5666 0,7168 4848,19 10909,43
24 1168,9545 0,4235 43,1413 33,1654 0,5878 0,7436 5187,42 11905,22
28 1218,6843 0,4824 41,4940 34,0219 0,6040 0,7641 5460,90 12708,02
32 1258,1950 0,5340 40,0493 34,7730 0,6167 0,7802 5685,53 13367,42
36 1290,3314 0,5793 38,7795 35,4332 0,6270 0,7932 5873,06 13917,92
40 1316,9758 0,6193 37,6599 36,0153 0,6355 0,8039 6031,84 14384,02
44 1339,4219 0,6547 36,6691 36,5304 0,6426 0,8128 6167,94 14783,53
48 1358,5876 0,6861 35,7893 36,9878 0,6486 0,8205 6285,83 15129,63
(fonte: próprio autor).

A tabela 14 mostra melhora nos valores de eficiência e temperaturas de saída do


óleo. Os valores para temperatura de saída do óleo estão próximos do valor desejado,
porém a eficiência ainda apresenta valores baixos. O que sugere a necessidade de
utilizar outras dimensões de placa.

Os gráficos 27, 28 e 29 mostram a comparação entre as configurações para a


placa B.
59

Figura 27-Gráfico Temperatura de saída do óleo X Número de placas – Comparação entre


configurações.

Temperatura de saída óleo X Número de placas (B)


60,0000

50,0000

40,0000
Temp. saída do óleo

Temp. de saída
óleo - 2
30,0000 passagens

Temp. de saída
óleo - 1 passe
20,0000

10,0000

0,0000
12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Número de placas

(fonte: próprio autor).

Figura 28-Gráfico Efetividade X Número de placas – Comparação entre configurações.

Eficiência x Número de placas (B)


0,8000

0,7000

0,6000

0,5000
Eficiência ε

0,4000
Eficiência ε - 2 passagens
Eficiência ε - 1 passe
0,3000

0,2000

0,1000

0,0000
12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Número de placas

(fonte: próprio autor).


60

Figura 29-Gráfico de velocidade de escoamento por placa do óleo X Número de placas –


Comparação entre configurações.

V óleo X Número de placas (B)


0,9000

0,8000

0,7000

0,6000
v óleo - 2
passagens
0,5000
V óleo

0,4000 v óleo - 1
passe

0,3000

0,2000

0,1000

0,0000
12 16 20 24 28 32 36 40 44 48
Número de placas

(fonte: próprio autor)

A análise dos gráficos 27, 28 e 29 mostra que a melhora obtida na mudança da


configuração, foi significativa, porém ainda não atinge os valores desejados.

Seguem os resultados para as placas tipo C.


61

Tabela 16- Resultados para placa C – n passes X 2 Passagens.

Temp. Temp.
Coeficiente Eficiência v
N de saída de saída v óleo ΔP água ΔP óleo
global U ε água
óleo água
12 908,1950 0,3359 45,5952 31,8896 0,5024 0,6356 8580,69 18506,05
16 1034,4217 0,4555 42,2461 33,6308 0,5461 0,6909 9961,63 22559,81
20 1123,9606 0,5520 39,5445 35,0354 0,5762 0,7289 11034,98 25710,62
24 1190,6170 0,6292 37,3829 36,1593 0,5982 0,7567 11885,07 28206,07
28 1242,1091 0,6912 35,6468 37,0619 0,6149 0,7779 12571,87 30222,16
32 1283,0575 0,7414 34,2419 37,7923 0,6281 0,7946 13136,90 31880,84
36 1316,3874 0,7823 33,0957 38,3882 0,6388 0,8081 13609,24 33267,38
40 1344,0376 0,8160 32,1531 38,8783 0,6476 0,8192 14009,59 34442,62
44 1367,3422 0,8438 31,3724 39,2842 0,6549 0,8285 14353,05 35450,83
48 1387,2490 0,8671 30,7217 39,6225 0,6612 0,8364 14650,80 36324,89
52 1404,4493 0,8866 30,1764 39,9060 0,6666 0,8433 14911,34 37089,68
56 1419,4591 0,9030 29,7172 40,1447 0,6713 0,8492 15141,17 37764,35
60 1432,6711 0,9168 29,3289 40,3466 0,6754 0,8544 15345,39 38363,84
64 1444,3899 0,9286 28,9995 40,5179 0,6791 0,8591 15528,03 38899,98
68 1454,8547 0,9386 28,7191 40,6636 0,6823 0,8632 15692,32 39382,28
72 1464,2564 0,9471 28,4799 40,7880 0,6853 0,8669 15840,90 39818,41
76 1472,7490 0,9545 28,2752 40,8944 0,6879 0,8702 15975,89 40214,69
80 1480,4583 0,9607 28,0999 40,9856 0,6903 0,8732 16099,08 40576,31
84 1487,4877 0,9661 27,9494 41,0638 0,6925 0,8760 16211,95 40907,63
88 1493,9233 0,9707 27,8200 41,1311 0,6945 0,8785 16315,73 41212,28
92 1499,8374 0,9747 27,7087 41,1890 0,6963 0,8808 16411,48 41493,36
96 1505,2907 0,9781 27,6128 41,2388 0,6980 0,8829 16500,09 41753,49
100 1510,3351 0,9811 27,5300 41,2818 0,6995 0,8849 16582,34 41994,92
(fonte: próprio autor).

A tabela 15 mostra melhora significativa nos valores de eficiência e


temperaturas de saída do óleo. Os valores para temperatura de saída do óleo a partir de
56 placas estão abaixo do valor desejado e os valores de eficiência aumentam de acordo
com o aumento do número de placas chegando a 98 %.

Os gráficos 30, 31 e 32 mostram a comparação entre as configurações para a


placa C.
62

Figura 30-Gráfico Temperatura de saída do óleo X Número de placas – Comparação entre


configurações.

Temperatura de saída óleo X Número de placas (C)


50,0000

45,0000

40,0000

35,0000
Temp. saída do óleo

Temp. de saida
30,0000 óleo - 2
passagens
25,0000

20,0000 Temp. de saida


óleo - 1 passe
15,0000

10,0000

5,0000

0,0000
12

24
28
32

44
48
52

64
68
72

84
88
92
16
20

36
40

56
60

76
80

96
100
Número de placas

(fonte: próprio autor).

Figura 31-Gráfico Eficiência X Número de placas – Comparação entre configurações.

Eficiência x Número de placas (C)


1,2000

1,0000

0,8000
Eficiência ε

Eficiência ε - 2
0,6000 passagens

Eficiência ε - 1
0,4000
passe

0,2000

0,0000
12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76 80 84 88 92 96 100
Número de placas

(fonte: próprio autor).


63

Figura 32-Gráfico velocidade de escoamento por placa do óleo X Número de placas –


Comparação entre configurações.

V óleo X Número de placas (C)


1,0000

0,9000

0,8000

0,7000

0,6000
V óleo

0,5000
v óleo - 2 passagens
0,4000 v óleo - 1 passe

0,3000

0,2000

0,1000

0,0000
12 20 28 36 44 52 60 68 76 84 92 100
Número de placas

(fonte: próprio autor).

Nas figuras 30, 31 e 32, nota–se que a configuração n passes X 2 passagens


apresentada melhor desempenho que a primeira configuração apresentada, 1 passe X N
passagens, atendendo assim a necessidade do sistema de troca térmica.

No gráfico 33 há uma comparação entre as placas A, B e C quando submetidos a


configuração n passes X 2 passagens.
64

Figura 33-Gráfico de comparação entre as placas A, B e C com configuração de n passes x 2


passagens.

Comparação entre placas A, B e C


60,0000 1,0000

0,9000 Temp. de saída


óleo - Placa A
50,0000
0,8000
Temp. de saída
óleo - Placa B
0,7000
40,0000
Temp.de sáida óleo

Temp. de saída
0,6000
óleo - Placa C

Eficiência ε
30,0000 0,5000
Eficiência ε -
Placa A
0,4000
20,0000 Eficiência ε -
0,3000 Placa B

0,2000 Eficiência ε -
10,0000
Placa C
0,1000

0,0000 0,0000
12 16 20 24 28 32 36 40 44 48 52 56 60 64 68 72 76 80 84 88 92 96 100
Número de placas

(fonte: Próprio autor).

A análise da figura 33 mostra que a alteração do parâmetro L da placa tem maior


influência sobre a troca térmica que a alteração do parâmetro w, parâmetros
apresentados na figura 15, pois a placa C apresenta resultados significativamente
melhores que as placas A e B.

A tabela a seguir apresenta os valores para a tubulação de alimentação do


trocador, os dados foram calculados de acordo com as equações apresentadas no item
2.4 da revisão bibliográfica.
65

Tabela 17- Dados da tubulação e bomba.

Variável Valor
Comprimento da
75 m
tubulação - Recalque
Comprimento da
75 m
tubulação - Sucção
Diâmetro de
1"
Recalque
Diâmetro sucção 1" 1/4"
Perda de carga na
3,27 m
tubulação de recalque
Perda de carga na
1,11 m
tubulação de sucção
Perda de carga para
41 m
10 cotovelos de 90º
Altura Manométrica 52,08 m
Potência bomba 0,5 cv
Tipo da bomba Centrifuga
(fonte: próprio autor).

A análise da tabela 17 mostra que a aplicação de uma bomba centrifuga com


potência de 0,5 cv atenderá as necessidades do sistema proposto nesse trabalho.
A implantação de um novo sistema de troca, baseado na proposta deste trabalho,
eliminaria os gastos energéticos com ares condicionados, aumentaria a eficiência de
trabalho da máquina, pois a temperatura de saída do óleo hidráulico estaria próxima a
ideal, e o ambiente de trabalho para os operadores presentes no laboratório de tração
seria mais agradável.
66

4 – CONCLUSÃO

Partindo dos resultados apresentados no presente trabalho de conclusão de curso,


foi possível obter as seguintes conclusões:

 O trocador de calor de casco e tubos projetado para o sistema de transferência de


calor da máquina térmica possuía dimensões inconsistentes com os disponíveis
no mercado e superiores ao aceitável pelo laboratório de ensaios mecânicos;
 Entre os tipos de sistemas de transferência de calor utilizando trocador a placa
abordados, o sistema utilizando placas com 0,124 m x 0,335 m, com diâmetro de
orifício de 0,025m, com ranhura chevron de 45º, contendo entre 60 e 100 placas
com configuração de N passes por 2 passagens deve ser capaz de refrigerar o
óleo abaixo de 30ºC;
 Uma bomba centrífuga de 0,5 cv pode ser empregada para alimentar o sistema
de troca térmica com água a 27 ºC proveniente de uma torre de refrigeração já
existente no laboratório.

Os resultados obtidos no presente trabalho necessitam de validação prática.


67

REFERÊNCIAS

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G.L. Optimal design of plate-and-frame heat exchangers for efficient heat recovery
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<http://www.sciencedirect.com>. Acesso em: 16 out. 2014

AWAD, M. M.; MUZYCHKA Y. S. Heat Exchanger Design applications. InTech,


2012. 3 p. Edited by Mitrovic J. Disponivel em:
<http://www.intechopen.com/books/heat-exchangers-basics-design-applications>.
Acesso em: 01 mai. 2014.

ÇENGEL, Y. A. Tranferencia de calor e Massa. 3ª edição. São Paulo: McGraw-Hill,


2009. 359-398 p.

FERRAZ, F.; GOMES, M. O histórico da refrigeração. In: Apostila do curso de


Eletromêcanica. Santo Amaro, 2008. Disponivel em:
<http://fabioferrazdr.files.wordpress.com/2008/08/ref1.pdf>. Acesso em: 02 mai. 2014.

FOX, R. W.; PRITCHARD, P. J.; MCDONALD, A. T. Introdução à Mecânica dos


Fluidos. 7ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2010. 35-40 p.

GEA DO BRASIL. GBH Series – Brazed Plate heat exchanger : Catálogo. Franco da
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