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Apostila de

Química Geral e Experimental

CURSOS:
ENGENHARIAS: QUÍMICA, MECÂNICA E PRODUÇÃO

DOCENTES:
Prof. Dr. Norberto Luiz Amsei Junior
a
Prof . MSc. Ana Leonor Santos Junqueira Franco
Profa. Dra. Maria Tereza Diamantino
Profa. MSc. Rosangela Carvalho Goulart Guedes Prado
Prof. Dr. Emanuel Carlos Rodrigues

Barretos, 2009
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PROCEDIMENTOS PARA AULAS EXPERIMENTAIS

O professor realizará a orientação necessária ao acompanhamento e aprendizado


experimental adequado durante as aulas em laboratório.
As informações necessárias para a realização de cada aula, bem como para a elaboração
dos relatórios, serão disponibilizadas na página da disciplina.
O laboratório de química é o lugar privilegiado para a realização de experimentos,
possuindo instalações de água, luz e gás de fácil acesso em todas as bancadas. Possui ainda
local especial para manipulação das substâncias tóxicas (a capela), que dispõe de sistema
próprio de exaustão de gases. O laboratório é um local onde há um grande número de
equipamentos e reagentes que possuem os mais variados níveis de toxidez e, portanto, é um
local bastante vulnerável a acidentes. É necessário que se trabalhe com as devidas precauções.
Deve-se entrar num laboratório com um objetivo específico, portanto é necessária uma
preparação prévia a esse trabalho: O que vou fazer? Com que objetivo? Quais os princípios
químicos envolvidos nesta atividade?
Durante a realização dos experimentos devem-se efetuar anotações sobre os fenômenos
observados, das massas e volumes utilizados, tempo decorridos, condições iniciais e finais do
sistema. Um caderno ou uma pasta serão suficientes para essa finalidade, pois possibilitarão
uma descrição precisa das atividades de laboratório. Não confie em sua memória, tudo deve
ser anotado.
Após o experimento vem o trabalho de compilação das etapas anteriores através de um
relatório. O relatório é um modo de comunicação escrita de cunho científico sobre o trabalho
laboratorial realizado.
Antes de cada aula experimental leia com atenção o roteiro da prática, estude os
conceitos teóricos envolvidos, obtenha as propriedades químicas, físicas e toxicológicas dos
reagentes a serem utilizados. Essas instruções são encontradas nos rótulos dos reagentes.
Ao final de cada aula lave todo o material, pois conhecendo a natureza do resíduo pode-
se usar o processo adequado de limpeza. Coloque todo o equipamento e vidraria sobre a
bancada, como no início da aula. Desligue todos os aparelhos e lâmpadas e feche as torneiras
de gás. Avise o professor e o técnico responsável pelo laboratório quando você acabar o
experimento.

PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO


As avaliações constarão das notas referentes aos relatórios solicitados, questões na prova
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teórica e desempenho do aluno durante as aulas.


BIBLIOGRAFIA
Toda bibliografia ou referências bibliográficas serão fornecidas pelo professor em aula
ou estarão disponíveis no final de cada procedimento experimental, na página da disciplina.
Na realização dos relatórios as referências utilizadas deverão seguir as normas da ABNT
para serem citadas.

RELATÓRIO
Uma composição qualquer deve conter sempre as seguintes partes: Introdução,
Desenvolvimento e Conclusão. O relatório da disciplina Química Geral e Experimental
deverá conter os seguintes pontos:

1. TÍTULO: corresponde ao nome do experimento realizado, número e data em que foi


realizado.

2. OBJETIVO: Frase sucinta que indica o principal objetivo da experiência

3. RESUMO: Texto de no máximo cinco linhas de tudo o que foi feito, inclusive dos
resultados alcançados.

4. INTRODUÇÃO: Descrição de toda teoria necessária ao entendimento da prática e da


discussão dos resultados. Deve ser uma síntese própria dos vários livros e artigos consultados.
Evite rodeios. O objetivo do trabalho deve aparecer no último parágrafo da introdução,
podendo ficar separado desta para maior destaque.

5. MATERIAIS E MÉTODOS: O item Materiais e Métodos é uma descrição completa da


metodologia utilizada, que permite a compreensão e interpretação dos resultados, bem como a
reprodução do experimento por outros alunos. Portanto, este item deve ser dividido em três
partes:

5.1) Materiais Utilizados: apresentação de todos os materiais, vidrarias e equipamentos


utilizados na realização do experimento, exceto reagentes, na forma de itens. Exemplo:
1) Tubo de ensaio
2) Béquer de 200 mL
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3) Béquer de 50 mL
4) Bomba de vácuo
5) Bico de Bunsen
6) Centrífuga, etc...

5.2) Reagentes Utilizados: todos os reagentes utilizados na realização do experimento.


Exemplo:
1) Solução aquosa de hidróxido de sódio (NaOH) 0,1 mol/L
2) Sulfato de cobre pentahidratado (CuSO4.5H2O)
3) Água destilada (H2O)
4) Álcool etílico anidro (CH3CH2OH).

5.3) Procedimento Experimental: consiste em descrever, detalhadamente, o


procedimento executado (incluindo-se modificações que tenham sido feitas no decorrer do
experimento em relação ao procedimento originalmente proposto) para a realização do
experimento. Neste item, não devem constar quaisquer observações experimentais, pois, as
mesmas fazem parte dos Resultados e Discussão. Use o tempo verbal de maneira apropriada e
impessoal (determinou-se, transferiu-se, coletou-se). Apresentar nesse item um esquema
(desenho) da montagem experimental em funcionamento.

6. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Esta é a parte mais importante do relatório e descreve os


principais resultados obtidos em aula, na seqüência em que o procedimento foi realizado.
Neste item são apresentados os resultados de forma objetiva e lógica, acompanhados de uma
análise crítica dos mesmos, com base nos conceitos químicos envolvidos. Devem-se incluir
com clareza todos os cálculos efetuados e os resultados obtidos podem ser apresentados na
forma de tabelas ou gráficos, de modo a comunicar melhor a mensagem.
Compare os resultados obtidos com o que era esperado com base na teoria (descrita na
Introdução) ou em resultados já publicados. Se os resultados diferem do que era esperado, na
discussão deve-se procurar explicar porque, refletindo sobre possíveis fontes de erro. Indique
sempre as unidades usadas nas medidas.
Discuta (explique) cada observação experimental (mudança de cor, aquecimento, turvação,
etc.) e os resultados obtidos (massa final, rendimento, ponto de fusão, etc.).
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Analise as fontes de erros, a exatidão e precisão da análise, sempre que possível compare com
a literatura ou com informações sobre a amostra. A discussão é a parte do relatório que exige
maior maturidade do aluno.
7. CONCLUSÃO: Síntese pessoal (do grupo) sobre as conclusões alcançadas com o trabalho.
Enumere os resultados mais significativos do trabalho. Não apresente nenhuma conclusão que
não seja fruto de discussão do seu grupo.

8. REFERÊNCIAS: Livros e artigos usados para escrever o relatório, bem como


endereços eletrônicos. Devem ser indicados cada vez que forem utilizados, seguindo-se
as regras da ABNT.

NORMAS GERAIS DE ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO

O relatório deverá ser apresentado em folhas de papel formato A4, digitado, seguindo
as seguintes recomendações:

• Corpo da letra tamanho 12, em TIMES NEW ROMAN, espaço 1,5 entre linhas;
• Partes que compõem o relatório, destacados com negrito, maiúsculas e em tamanho (12).
• Utilizar apenas uma lauda para impressão;
• Margens: esquerda de 3 cm, superior: 3 cm, direita: 2 cm e inferior: 2 cm, parágrafo: 3,0
cm, na formatação da página.
• Utilizar a seguinte capa para modelo de relatório:
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• O esquema da aparelhagem utilizada durante o experimento deve ser enumerado conforme


o exemplo:

FIGURA 1: Picnômetro FIGURA 2: Dessecador


• A apresentação das tabelas com dados experimentais obtidos ou relacionados da
literatura, devem ter a seguinte formatação:

TABELA 1: Amostras analisadas


Amostra Volume (mL) Densidade (g/mL)
1 15,00 1,24
2 23,50 0,89
3 27,60 2,45
4 34,70 1,04

• As ilustrações de qualquer tipo devem ser enumeradas, identificadas e inseridas o mais


próximo possível do texto, conforme modelo:

FIGURA 1: Proibido fumar

• FALAR SOBRE TABELAS


• FALAR SOBRE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Na correção de cada relatório será considerada a distribuição de nota apresentada a


seguir:

DISTRIBUIÇÃO DE PONTUAÇÃO DO RELATÓRIO

Seção Aspectos Avaliados Pontuação

Apresentação Estética na apresentação do relatório. 0,5

Capa Com todas as informações importantes. 0,5

Resumo Conforme explicitado no roteiro de relatório. 1,0

Introdução Fundamentação teórica de todos os assuntos envolvidos na 1,5


prática com referências bibliográficas consultadas.

Objetivo Expresso de forma clara 0,5

Parte i) Materiais e Reagentes: lista completa com as 0,5


Experimental respectivas especificações dos materiais (marca, modelo,
etc.) e reagentes (marca, grau de pureza, etc.) utilizados na
prática.

ii) Procedimento: texto compreensivo do trabalho


desenvolvido de modo que possa ser reproduzido por 1,0
outra pessoa. Montagem experimental.

Resultados e Apresentação de texto explicativo introdutório precedendo 2,0


Discussão a apresentação dos resultados experimentais, que, quando
pertinente, deve ser apresentado na forma de tabelas e
gráficos.

Conclusão Conforme explicitado no roteiro de relatório. 1,0

Referências Conforme explicitado no roteiro de relatório. 1,5

Será considerado motivo para perda de pontuação: texto em seção inapropriada, erro
gramatical, colocação incorreta de identificação de tabelas e FIGURAs, apresentação de
medidas sem a respectiva unidade, utilização inadequada de algarismos significativos, a falta
de indicação de referências bibliográficas ou sua indicação incorreta.
Competências e Habilidades que serão exigidas do aluno de Química Geral
Experimental (Parecer nº:CNE/CES 1.303/2001, aprovado em: 06/11/2001).
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A) Com relação à formação pessoal:


• Possuir domínio das técnicas básicas de utilização de laboratórios, bem como dos
procedimentos necessários de primeiros socorros, nos casos dos acidentes mais comuns
em laboratórios de Química.

• Saber trabalhar em equipe e ter uma boa compreensão das diversas etapas que compõem
uma pesquisa.
• Ter interesse no auto-aperfeiçoamento contínuo, curiosidade e capacidade para estudos
extracurriculares individuais ou em grupo, espírito investigativo, criatividade e iniciativa
na busca de soluções para questões individuais e coletivas relacionadas a Química.
B) Com relação à compreensão da Química:
• Compreender os conceitos, leis e princípios da Química.
• Acompanhar e compreender os avanços científico-tecnológicos.
C) Com relação à busca de informação e à comunicação e expressão:
• Saber identificar e fazer busca nas fontes de informações relevantes para a Química,
inclusive as disponíveis nas modalidades eletrônica e remota, que possibilitem a contínua
atualização técnica e científica.
• Ler, compreender e interpretar os textos científico-tecnológicos em idioma pátrio e inglês.
• Saber interpretar e utilizar as diferentes formas de representação (tabelas, gráficos,
símbolos, expressões, etc.).
• Saber escrever e avaliar criticamente os materiais didáticos, como livros, apostilas, "kits",
modelos, programas computacionais e materiais alternativos.
• Demonstrar bom relacionamento interpessoal e saber comunicar corretamente os projetos
e resultados de pesquisa (textos, relatórios, pareceres, laudos, "posters", internet, etc.) em
idioma pátrio.
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NORMAS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO

Para o seu bom desempenho e sua segurança no laboratório, estabelecemos as


seguintes normas a serem seguidas:
1) Siga rigorosamente as instruções do professor;
2) Nunca prove uma droga ou solução, a não ser com permissão do professor;
3) Use um avental ou capa apropriada;
4) Não fume no laboratório;
5) Evite o contato de quaisquer substâncias com a pele. Seja particularmente cuidadoso
quando manusear substâncias corrosivas, como ácidos e bases concentradas;
6) Nunca deixe frascos contendo solventes inflamáveis próximos à chama;
7) Não jogue nenhum material sólido dentro da pia ou nos ralos;
8) Sempre que possível trabalhe com óculos de proteção;
9) Quando aquecer uma substância em um tubo de ensaio não aponte a sua extremidade
aberta para seus colegas ou na sua própria direção;
10) Ao introduzir tubos de vidro em rolhas, umedece-as convenientemente, enrole a peça de
vidro numa toalha para proteger as mãos;
11) Experiências que envolvam liberação de gases tóxicos devem ser realizadas na capela;
12) Quando for testar um produto químico pelo odor, proceda com cuidado. Mantenha o
frasco afastado do seu rosto e com movimentos da mão dirija os vapores na direção do
nariz;
13) QUANDO DILUIR ÁCIDOS COM ÁGUA SEMPRE JUNTE O ÁCIDO À ÁGUA,
COM CUIDADO. NUNCA JUNTE ÁGUA A ÁCIDOS CONCENTRADOS;
14) Dedique especial atenção a qualquer operação que necessite de aquecimento prolongado
ou que desenvolva grande quantidade de energia;
15) Mantenha sua atenção voltada única e exclusivamente para o trabalho que você e seu
grupo desenvolvem;
16) Leia os rótulos dos frascos antes de usar as substâncias neles contidas;
17) Se qualquer produto químico for derramado, lave o local imediatamente;
Nunca use quantidade maior de reagente do que o máximo proposto;
18) Ao se retirar do laboratório verifique se não há torneiras abertas (água e gás). Desligue
todos os aparelhos, deixe todo o equipamento usado limpo e lave as mãos.
19) Antes de iniciar seus trabalhos, pegue a ficha de controle do seu grupo, anote a data, a
experiência a ser realizada e os números dos elementos do grupo.
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ACIDENTES COMUNS EM LABORATÓRIOS E ATENDIMENTOS

1. Queimaduras

A) causadas por calor seco (chama e objetos aquecidos):


No caso de queimaduras leves, aplicar pomada de picrato de butesina;
No caso de queimaduras graves, elas devem ser cobertas com gase esterilizada,
umedecida com solução aquosa de bicarbonato de sódio a 5%.

B) causadas por álcalis:


Lavar a região atingida imediatamente com bastante água em abundância, durante
cinco minutos. Tratar com solução de ácido etanóico (acético) a 1% e novamente lavar com
água. Secar a pele e aplicar merthiolate.

C) causada por ácidos:


Lavar imediatamente o local com água em abundância, durante cerca de cinco
minutos. Em seguida lavar com solução saturada de carbonatomonoácido de sódio e
novamente com água. Secar e aplicar merthiolate.

2. Ácidos nos olhos


Fazer lavagem com água em abundância por quinze minutos. Em seguida aplicar
solução de carbonatomonoácido de sódio a 1%.

3. Álcalis nos olhos


Proceder como no item anterior, apenas substituindo a solução de
carbonatomonoácido por uma solução de ácido básico a 1%.

4. Intoxicação por gases


Remover a vítima para um ambiente arejado, deixando-a descansar.

5. Ingestão de substâncias tóxicas


Administrar uma colher de sopa de “antídoto universal”, que é constituído de duas
partes de carvão ativo, uma de óxido de magnésio e uma de ácido titânico.
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EXPERIMENTO 1: Apresentação de equipamento básico de laboratório

A execução de qualquer experimento na Química envolve geralmente a utilização de


uma variedade de equipamentos de laboratório, na maioria muito simples, porém com
finalidade específicas. O emprego de um dado equipamento ou material depende dos
objetivos e das condições em que a experiência será executada. Abaixo foram colocadas as
relações de materiais e algumas utilizações e nas páginas seguintes, você encontrará
FIGURAs de quase todos esses materiais. Faça a correspondência adequada e tente encontrar
outras utilizações para cada um desses materiais.

1. Material de vidro
• Tubo de ensaio – utilizado para efetuar reações químicas em pequena escala,
principalmente testes de reações.
• Bequer – recipiente com ou sem graduação, utilizado para o preparo de soluções,
aquecimento de líquidos, recristalização, etc.
• Erlenmeyer – frasco utilizado para aquecer líquido ou fazer titulações.
• Kitassato – frasco de paredes espessas, munido de saída lateral e usado em filtrações a
vácuo.
• Balão de fundo chato ou de Florence – utilizado para armazenar líquido e em destilações.
• Balão volumétrico – recipiente calibrado, de precisão, destinado a conter um determinado
volume de líquido, a uma dada temperatura; utilizado no preparo de soluções de
concentração definidas.
• Cilindro graduado ou proveta – frasco com graduações, destinado a medidas aproximadas
de líquidos.
• Bureta – equipamento calibrado para medida precisa de volume de líquidos. Permite o
escoamento do líquido e é muito utilizado em titulações.
• Pipeta – equipamento calibrado para medida precisa de volume de líquidos. Existem dois
tipos: pipeta graduada e pipeta volumétrica.
• Funil - utilizado na transferência de líquidos de um frasco para o outro ou para efetuar
filtrações simples.
• Vidro de relógio – usado geralmente para cobrir béquer contendo solução ou para
evaporação em análise de líquidos.
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• Dessecador – utilizado no armazenamento de substâncias quando se necessita de uma


atmosfera com baixo teor de umidade.
• Pesa filtro – recipiente destinado à pesagem de sólidos.
• Bastão de vidro – utilizado na agitação e transferência de líquidos.
• Funil de separação – equipamento utilizado na separação de líquidos imiscíveis.
• Condensador – equipamento utilizado para condensação de vapores em destilações ou
aquecimento sob refluxo.
• Balão de destilação com saída lateral – utilizado em destilações simples

2. Materiais de porcelana
• Funil de Buchner – utilizado em filtrações por sucção, devendo ser acoplado a um
kitassato
• Cápsula de porcelana – usada para efetuar evaporações de líquidos.
• Cadinho – usado para calcinação de substâncias.
• Almofariz e pistilo – empregado para triturar e pulverizar sólidos.

3. Material Metálico
• Suporte (ou haste), mufa e garra – peças metálicas usadas para montar aparelhagens em
geral.
• Pinças – peças de vários tipos, como a de Mohr e de Hofmann, usadas para impedir ou
reduzir o fluxo de líquidos ou gases através de tubos flexíveis. Existe outro tipo, utilizado
para segurar objetos aquecidos (também chamada de tesoura).
• Tela de amianto – Tela metálica, contendo amianto, utilizada para distribuir
uniformemente o calor durando o aquecimento de recipientes de vidro à chama de um
bico de gás.
• Triângulo de ferro com porcelana – usado principalmente como suporte em aquecimentos
de cadinhos (aquecimento direto).
• Tripé – usado como suporte, principalmente de telas ou triângulos.
• Bico de gás (Bunsen) – fonte de calor destinado ao aquecimento de materiais não
inflamáveis.
• Argola (ou aro) – usada para suporte de funil de vidro.
• Espátula – usada para transferir substâncias sólidas.
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• Furador de rolhas – utilizado, quando necessário, para perfurar rolhas de cortiça e


borracha.

4. Materiais Diversos
• Suporte (ou estante) – tubo para ensaios.
• Pinça de madeira ou prendedor – utilizado para segurar tubos de ensaio.
• Trompa d’água – dispositivo para aspirar o ar e reduzir a pressão no interior de um frasco.
• Pisseta – frasco plástico, geralmente contendo água destilada (ou outro solvente), usado
para efetuar a lavagem dos recipientes com jatos de liquido nela contido.
• Estufa – utilizada para a secagem de materiais (por aquecimento), em geral até 200oC.
• Mufla ou forno – utilizado para calcinação de substâncias (por aquecimento), em geral até
1000 ou 1500oC.
• Centrifuga – instrumento que serva para acelerar a sedimentação do sólido em suspensão
em líquidos.
• Manta elétrica – utilizada no aquecimento de líquidos inflamáveis contidos em balões de
fundo redondo.
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Bibliografia:
• TRINDADE, D. F et al. Química - básica experimental. São Paulo: Cone, 1998.
• SILVA, R. R. da; BOCCHI, N.; FILHO, R. C. R. Introdução à Química Experimental.
São Paulo: McGraw-Hill, 1990.
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EXPERIMENTO 2: Medidas de volume e pesagem

1. Objetivo
Obter medidas de massas e volumes aproximadas e precisas.

2. Introdução teórica
2.1. Medida de volumes
A técnica de medição do volume de uma amostra depende do estado físico da amostra
(líquido ou sólido) e da sua forma (regular ou irregular).
Os resultados obtidos podem ser expressos em unidades SI, metro cúbico (m³), ou em
unidades submúltiplas deste, que é o caso mais frequente.
Normalmente, as unidades submúltiplas mais usadas são o mililitro (ml), ou
centímetro cúbico (cm³), e o litro (L), ou o decímetro cúbico (dm³).
2. 1.1. Medir volumes de líquidos
Para medir volumes de líquidos usam-se diversos instrumentos, consoante o rigor a
observar e o volume da amostra.
Para medições rigorosas usam-se pipetas, buretas ou balões volumétricos.
Para medições menos rigorosas utilizam-se as provetas.
Qualquer um destes instrumentos tem inscritas algumas informações importantes, tais
como:
· Volume máximo (capacidade);
· Graduação da sua escala, normalmente em mililitros;
· Tolerância (limite máximo do erro);
· Traço de referência, no caso de pipetas ou balões volumétricos;
· Temperatura de calibração (temperatura a que deve ser feita a medição e que é,
normalmente, 20˚C).

2.2. Erros de paralaxe


Erros associados à incorrecta posição do observador.
A leitura deverá ser feita de modo a que a direção do olhar coincida com a linha
tangente à parte interna do menisco se este for côncavo (ex: água), ou à parte externa do
menisco se este for convexo (ex: mercúrio). Vide FIGURA 1.
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FIGURA 1: Esquema da posição correta para a observação do menisco

Quadro 1: Principais instrumentos de medida de volume e suas características

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2.3. Medidas de massas


Medir a massa de uma amostra é uma operação de “pesagem”.
O instrumento necessário para essa operação é a balança, que está geralmente
graduada em grama (g), unidade submúltipla do quilograma (kg). Existem vários tipos de
balanças, com alcance e sensibilidade diversas.
O alcance é o valor máximo que é possível medir utilizando a balança; a sensibilidade
é o valor da menor divisão da sua escala.
Após a selecção da balança, pesa-se a amostra com os seguintes cuidados:
· Não colocar a amostra directamente sobre o prato da balança, mas, sim dentro de um
recipiente limpo e seco que pode ser um vidro de relógio, um copo de precipitação ou até
um simples papel de filtro. Estes recipientes devem estar à temperatura ambiente;
· Evitar vibrações da mesa ou da bancada em que se encontra a balança;
· Evitar derrame de líquidos ou reagentes sólidos sobre o prato da balança.

3. Procedimento experimental
1. Medir 50 mL de água em um Becker (ou béquer) e transferir para o Erlenmeyer. Verificar o
erro na escala (diferença das leituras de uma vidraria para outra). Transferir para a proveta
graduada e fazer a leitura do volume. Verificar a precisão.

2. Medir 50 mL de água na proveta graduada e transferir para um Becker. Verificar o erro na


escala. Transferir para o Erlenmeyer. Verificar a precisão. Colocar esses três aparelhos em
ordem crescente de precisão.

3. Pipetar 25 mL de água usando a pipeta volumétrica. Transferir para a proveta. Comparar a


precisão das escalas.
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4. Pipetará água com uma pipeta graduada (transferindo para diferentes tubos de ensaio):
Volumes: 1 mL; 2 mL; 5 mL; 1,5 mL; 2,7 mL; 3,8 mL; 4,5 mL
Esta pratica tem a finalidade de treinar para controlar volumes variáveis numa pipeta
graduada.

5. Encher uma bureta com água (acertando o menisco e verificando se não há ar em parte
alguma perto da torneira). Transferir o volume para o Erlenmeyer (não deixar ultrapassar o
volume máximo da bureta). Comparar a precisão das escalas.

6. pesagem de massas: pedir orientação do professor. Fazer distinção entre as balanças


analíticas e semi-analíticas.
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EXPERIMENTO 3: Teste da Chama

1. Objetivos:
• Identificar, por meio da cor produzida na chama, alguns cátions;
• Observar o fenômeno de emissão luminosa por excitação e correlacionar com o Modelo
Atômico de Bohr;
• Verificar a distribuição eletrônica dos elementos;
• Reconhecer os limites do Modelo de Bohr;
• Tomar contato com as regiões do espectro eletromagnético.

2. Introdução teórica:
Um modelo atômico é uma representação que procura explicar, sob o ponto de vista da
Ciência, fenômeno relacionado à estrutura da matéria e às formas como ela se expressa. Ele
visa dar uma explanação sobre a estrutura microscópica da matéria e deve ser capaz de prever
outros fenômenos associados a ela.
A partir do Modelo Atômico de Bohr, ficou estabelecido que os átomos possuem
regiões específicas disponíveis para acomodar seus elétrons – as chamadas camadas
eletrônicas.

2.1. Os postulados de Bohr


Usando os conceitos quânticos desenvolvidos para a luz, Bohr propõe os seguintes
postulados para o átomo:
- O elétron move-se em órbitas circulares em torno do núcleo do átomo;
- A energia total de um elétron (potencial + cinética) não pode apresentar qualquer valor, mas
sim, valores múltiplos de um quantum;
- Apenas algumas órbitas eletrônicas são permitidas para o elétron e ele não emite energia ao
percorrê-las;
- Quando o elétron passa de uma órbita para outra, emite ou absorve um quantum de energia.
No estado fundamental, de menor energia, os elétrons ocupam os níveis mais baixos
de energia possíveis. Quando um átomo absorve energia de uma fonte externa, um ou mais
elétrons absorvem essa energia e “pulam” para níveis mais energéticos ou externos. Neste
caso, diz-se que o átomo encontra-se em um estado excitado. Isso pode ser observado na
FIGURA 1.
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FIGURA 1: Representação do átomo de Borh

O elétron absorve uma quantidade de energia E = E2 – E1 e salta para um nível mais


externo de energia E2. Se a quantidade de energia for menor do que a diferença entre os níveis
(E), o elétron permanece em seu nível de energia. O átomo no estado excitado encontra-se
numa situação em que existe espaço livre em níveis de energia mais baixos. Desse modo, o
elétron excitado ou algum outro que esteja em níveis acima do espaço livre pode cair deste
nível mais externo para ocupar o espaço livre. O átomo, então, volta ao estado normal de
energia. Segundo Bohr, um elétron jamais poderia permanecer entre duas órbitas tidas como
permitidas. Neste caso ocorre emissão de energia na forma de radiação eletromagnética.
Como os átomos podem ter diferentes níveis, podem ocorrer diferentes transições eletrônicas
(absorção ou emissão), e cada uma dessas possíveis transições envolve um valor bem definido
de energia. Quando essas emissões ocorrem na região do visível (série de Balmer), podemos
observar suas cores. O conjunto de todas as radiações, desde os raios gama até as ondas de
rádio, forma o espectro eletromagnético, que nada mais é do que a ordenação destas radiações
em função do comprimento de onda e da freqüência (FIGURA 2).

FIGURA 2: Espectro Eletromagnético. Fonte: MOREIRA, M.A.


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O teste da chama está fundamentado nos princípios do modelo de Bohr, de que quando
certa quantidade de energia é fornecida a um determinado elemento químico, alguns elétrons
da camada de valência absorvem essa energia passando para um nível de energia mais
elevado, produzindo o que chamamos de estado excitado. Quando um ou mais elétrons
excitados retornam ao estado fundamental, eles emitem uma quantidade de energia radiante
igual àquela absorvida, cujo comprimento de onda é característico do elemento e da mudança
de nível eletrônico de energia. Assim, a luz de um comprimento de onda particular pode ser
utilizada para identificar um referido elemento.
Uma chama não-luminosa de Bunsen consiste em 3 partes: um cone interno azul
(ADB), compreendendo, principalmente, gás não queimado, uma ponta luminosa em D (que
só é visível quando os orifícios de ar estão ligeiramente fechados), um manto externo
(ACBD), na qual se produz a combustão completa do gás. As partes principais da chama, de
acordo com Bunsen, são claramente indicadas na FIGURA 3 abaixo. A mais baixa
temperatura está na base da chama (a), que é empregada para testar substâncias voláteis, a fim
de determinar se elas comunicam alguma cor à chama. A parte mais quente da chama é a zona
de fusão (b), que fica a cerca de um terço de altura da chama e eqüidistante do interior e
exterior do manto. A zona oxidante inferior (c) está situada na borda mais externa de b e pode
ser usada para oxidação de substâncias dissolvidas em pérolas de bórax. A zona oxidante
superior (d) é a ponta não-luminosa da chama. Nesta região há um grande excesso de
oxigênio e a chama não é tão quente. A zona redutora superior (e) está na ponta do cone
interno azul e é rica em carbono incandescente. A zona redutora inferior (f), está situada na
borda interna do manto próximo ao cone azul.

FIGURA 3: Temperaturas da chama não luminosa do bico de Bunsen


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O teste da chama baseia-se no fato ele que quando certa quantidade de energia é
fornecida a um determinado elemento químico, os elétrons da camada de Valência absorvem
esta energia passando para um nível de energia mais elevado, produzindo o que é chamado de
um estado excitado. Quando um desses elétrons excitados retoma ao estado fundamental,
emite uma quantidade de energia mediante (luz), igual àquela absorvida, cujo comprimento de
onda é característico do elemento e da mudança do nível eletrônico de energia. Assim, a luz
de um comprimento de onda particular ou cor, é utilizada para identificar o referido elemento.

Tabela 1: Ocorrência das linhas do espectro


Elemento Descrição da linha Comprimento de onda em nm
Sódio Amarela, dupla 589,0 / 589,6
Potássio Vermelha, dupla 766,5 / 769,9
Violeta, dupla 404,4 / 404,7
Lítio Vermelho 670,8
Laranja (fraca) 610,3
Tálio Verde 535,0
Cálcio Faixa laranja 618,2 – 620,3
Verde amarelada 555,4
Violeta (fraca) 422,7
Estrôncio Faixa vermelha 674,4 / 662,8
Laranja 606,0
Azul 460,7
Bário verde 553,6 / 534,7 / 524,3 / 513,7
Azul (fraca) 487,4

3. Materiais:
5,00 mL de solução 1,00 mol/L de cloreto de cálcio, cloreto de estrôncio, cloreto de
bário, cloreto de sódio e cloreto de potássio; 5 béqueres de 10 mL; 5 fios de níquel - cromo;
solução de HCl concentrado; 1 pipeta de 5,00 mL; 1 vidro de relógio.
26

4. Procedimento Experimental:

Acenda a chama do bico de Bunsen e calibre a entrada de ar para obter uma chama
azulada quase transparente. Limpe os fios metálicos que serão utilizados no experimento,
mergulhando-os em solução de HCl concentrado, previamente colocada no vidro de relógio, e
em seguida, aquecendo-os em rubro na chama do bico de Bunsen. Esse processo deve ser
repetido até que a chama do bico de Bunsen não altere sua coloração. Mergulhe o fio limpo na
solução da amostra em estudo e observe a coloração da chama. Anote o resultado em uma
tabela. Compare seu resultado com os resultados dos outros grupos.

5. Questões para o relatório:


1) Quais os postulados de Bohr?
2) Usando o sódio como exemplo, qual o E dos elétrons que estão sofrendo essa transição eletrônica?
3) Estes testes são conclusivos para identificar um elemento?
4) Quando uma espécie não apresenta coloração ao ser colocada na chama, podemos afirmar que não
está ocorrendo transição eletrônica? Justifique.

Referência:
MAIA, D. Práticas de Química para Engenharias. Campinas, SP: Editora Átomo, 2008.
27

EXPERIMENTO 4: Polaridade Molecular e Solubilidade

1. Objetivo: investigar a relação entre a natureza iônica, polar ou apolar de uma substância
com sua solubilidade em determinados solventes.

2. Introdução teórica

POLARIDADE DAS MOLÉCULAS


Em geral, os compostos são classificados em compostos iônicos e compostos
moleculares. Os compostos iônicos são aqueles que possuem uma ou mais ligações iônicas,
mesmo que apresente várias ligações covalentes.
Na ligação iônica, as forças de atração são conseqüência da transferência completa de
um ou mais elétrons de um átomo para outro sendo que um deles adquire carga positiva e o
outro, negativa, surgindo as forças responsáveis pela ligação. A maioria dos compostos
iônicos são sólidos, nas temperatura e pressão ambientes, porque a força de atração elétrica
mantém os
cátions e os ânions firmemente ligados uns aos outros.
Os compostos moleculares são aqueles que possuem somente ligações covalentes
entre seus átomos. A menor partícula deste composto denomina-se molécula.
Na ligação covalente a transferência de elétrons nunca é completa, pois estes são
compartilhados e neste caso a força de atração entre o par de elétrons (carga negativa) e o
núcleo (carga positiva) é o que mantêm os átomos unidos.
Polaridade
A polaridade de uma molécula está diretamente vinculada à polaridade das ligações
entre seus átomos constituintes e também a sua geometria. A molécula polar é uma molécula
com momento de dipolo diferente de zero enquanto uma molécula não-polar ou apolar tem
momento dipolo elétrico igual a zero. Cada ligação de uma molécula poliatômica pode ser
polar, mas a molécula como um todo pode ser não-polar ou apolar se os dipolos das ligações
individuais se cancelarem.
Experimentalmente, quando uma molécula se orienta na presença de um campo
elétrico externo é considerada polar, caso contrário é apolar. Diferentes materiais têm
diferentes tendências de ceder ou receber elétrons. Ao atritar vigorosamente dois materiais,
estamos fornecendo energia para que haja transferência de elétrons de um material para outro.
28

O material que recebeu elétrons fica com carga negativa e o que cedeu com carga positiva. A
seqüência dos materiais em função da tendência de receber ou ceder elétrons é mostrada pela
série triboelétrica. Ao atritar dois materiais quaisquer de uma série triboelétrica, aquele que
estiver posicionado à esquerda ficará eletrizado positivamente e aquele que estiver
posicionado à direita ficará eletrizado negativamente.
Ponto de Fusão
O ponto de fusão (PF) de um composto é a temperatura na qual este composto no
estado sólido se transforma em líquido. O ponto de fusão está relacionado com as interações
entre partículas (átomos, íons e moléculas). Compostos que possuem fortes interações entre
partículas, terão maiores pontos de fusão.
Os compostos iônicos são constituídos por íons positivos e negativos, dispostos de
maneira regular formando um retículo cristalino. Para que ocorra a fusão do retículo
precisamos de uma considerável energia, por isso os compostos iônicos possuem elevado
ponto de fusão e ebulição, geralmente são sólidos e muito duros.
Quanto mais fortes forem as interações intermoleculares, maior o ponto de fusão.
Compostos contendo moléculas polares possui ponto de fusão mais alto que moléculas
apolares.
Condução de corrente elétrica
Para que haja condução de corrente elétrica é necessária a presença de elétrons livres,
com mobilidade. Os compostos iônicos não conduzem corrente na fase sólida (quando os
elétrons estão firmemente ligados uns aos outros), mas conduzem na fase líquida ou em
solução aquosa, quando os íons adquirem mobilidade. O composto que se dissolve originando
uma solução que conduz corrente elétrica (solução eletrolítica) é chamado de eletrólito.

SOLUBILIDADE
Coeficiente de solubilidade e solvatação dos sais
Quando nos referimos ao sal não estamos nos referindo exclusivamente ao cloreto de
sódio, o mais famoso dos sais, velho conhecido em nossas cozinhas ou na água do mar.
Talvez por nossa associação quase despercebida de sal com o cloreto de sódio (NaCl),
afirmamos que os sais são solúveis em água. Isto não é verdade em alguns aspectos: nem
todos os sais são solúveis em água e nem tudo que é solúvel em água é um sal. Nosso
conhecimento também nos diz que não é possível dissolver qualquer quantidade de um sal em
água, que se colocarmos muito, sobrará uma parcela no fundo do recipiente que não se
dissolve. Com base nesse conhecimento, vamos discutir algumas coisas:
29

Coeficiente de solubilidade
Por que, se colocarmos muito sal na água, parte dele não se dissolve? Muitos de nós
aprendemos na escola que existe uma quantidade máxima de um sal que pode ser dissolvida
em certa quantidade de água em uma certa temperatura e, a isto chamamos de coeficiente de
solubilidade. Não costumamos discutir esse fato, apenas o aceitamos já que nossa experiência
cotidiana já o provou. Para entender o porquê, temos que entender como se dá a dissolução do
sal.
Para exemplificars, utilizaremos o cloreto de sódio que, como já citamos, também
conhecido como "sal de cozinha" e o principal - mas não o único - sal encontrado na água do
mar. O cloreto de sódio, NaCl, é uma composto iônico que apresenta dois tipos de íons: Na+
(sódio) e Cl-(cloreto). Nos cristais de NaCl, incontáveis íons Na+ e Cl- estão associados, mas a
proporção é 1 Na+: 1Cl-, e por isso a fórmula usada é NaCl. A água, H2O, é uma molécula
triatômica com ligações covalentes e que apresenta polaridade.

FIGURA 1: Representação da molécula de água, com geometria angular

No caso do cloreto de sódio:

FIGURA 2: Representação do cloreto de sódio (NaCl)

Quando adiciona-se um cristal de NaCl em água, seus íons interagem com a água e
pode ocorrer a dissociação. Cada íon acaba atraindo o lado positivo das moléculas de água
(hidrogênios), enquanto o lado positivo (sódio) atrai o lado negativo das moléculas de água
30

(oxigênio). Como existe abundância de moléculas de água, várias delas são atraídas, cercando
os íons.

FIGURA 3: Interação do cloreto de sódio com a água

Esse processo chama-se solvatação e, quando íons estão cercados por moléculas de
água, diz-se que estão solvatados.

FIGURA 4: Solvatação dos íons Na+ e Cl-

Entendendo este processo, fica fácil perceber que, se adicionarmos muito NaCl, não
haverá moléculas de água disponíveis para solvatar os íons, fazendo com que eles não sejam
separados, portanto o sal não se dissolverá. Quando isso ocorre, todo sal que for adicionado a
água continuará intacto, não se dissolvendo e precipitando, formando o que chamamos de
corpo de fundo ou corpo de chão.

FIGURA 5: Corpo de fundo


Solubilidade dos sais em água
Nem todos os sais são solúveis em água. Embora muitos deles sejam solúveis em água
existem exceções e você precisa conhecê-las. Estas são algumas regras de solubilidade:
31

Tabela 1: Solubilidade dos compostos iônicos em água na temperatura ambiente


Substâncias Solubilidade Exceções
Ácidos Orgânicos Solúveis
Permanganatos, Nitritos e Nitratos, Cloratos Solúveis
Sais de Alcalinos e Amônio Solúveis carbonato de lítio
Acetatos Solúveis de prata
Tiocianatos e Tiossulfatos Solúveis de prata, chumbo e
mercúrio
Fluoretos Solúveis de magnésio, cálcio e
estrôncio
Cloretos e Brometos Solúveis de prata, chumbo e
mercúrio I
Iodetos Solúveis mercúrio, bismuto e
estanho IV
Sulfatos Solúveis de prata, chumbo,
bário, e estrôncio
Óxido metálico e Hidróxidos Insolúveis de alcalinos, amônio,
cálcio, bário e
estrôncio
Boratos, Cianetos, Oxalatos, Carbonatos, Insolúveis de alcalinos e de
Ferrocianetos, Ferricianetos, Silicatos, Arsenitos, amônio
Arseniatos, Fosfitos, Fosfatos, Sulfitos e Sulfetos

Fatores que influenciam na solubilidade dos sais


Por que um sal é mais solúvel que outro? A solubilidade em água depende de alguns
fatores:
• A força de interação entre as partículas próximas do soluto; (interação soluto-soluto);
• A força de interação entre as moléculas de água e as do soluto antes da dissolução;
(interação soluto-solvente)
• A força de interação entre as moléculas de água e as do soluto depois da dissolução
(interação soluto-solvente)
32

3. Procedimento Experimental

A) Ação de um campo elétrico


1- Monte 3 buretas em suportes, colocando sob cada uma delas um béquer de 100 mL.
2- Encha a primeira bureta com água, a segunda com álcool e a terceira com benzeno.
3- Atrite um bastão de plástico (ou vidro) contra o cabelo ou contra papel secante.
4- Abra a torneira da bureta com água, de forma a deixar correr um filete fino.
5- Aproxime o bastão de vidro atritado deste filete. Anote suas observações.
Repita o procedimento com a bureta que contém o álcool e com a que contém o benzeno.
1- O comportamento observado foi o mesmo para as 3 substâncias?
2- Utilize as fórmulas estruturais para tentar justificar o comportamento apresentado por cada
substância.

B) Solubilidade x polaridade
Monte um conjunto com 6 buretas e coloque respectivamente em cada uma: água, álcool,
acetona, óleo de soja, gasolina, benzeno.
Utilizando 2 mL de cada substância, misture-as 2 a 2 em tubos de ensaio, até completar todas
as combinações (tabelar), indicando se as misturas obtidas são homogêneas ou heterogêneas.

C) Solubilidade x polaridade
Coloque 10 mL de água, álcool, benzeno em béqueres identificados. Acrescente a cada
um deles, uma pequena quantidade (= 1 g) de NaCl e agite.
O NaCl é um composto iônico ou molecular? Justifique.
De acordo com a sua resposta anterior você é capaz de prever em qual solvente ele irá
dissolver-se melhor? Qual?
De acordo com os conceitos e com suas observações, indique o solvente mais polar e o
mais apolar.
Agora nestes mesmos béqueres acrescente um pequeno cristal de I2. Agite e observe.
Você pode concluir que o I2 é polar ou apolar?
Estimar no relatório o possível comportamento do NaCl e do I2 em acetona e
querosene. Justifique.
33

EXPERIMENTO 5: Separação de misturas

Objetivo: utilizar o método mais adequado para separar as misturas apresentadas.

2. Introdução teórica

2.1 Métodos Usuais de Separação dos Componentes de uma Mistura

As misturas são comuns em nosso dia a dia; como exemplo temos as bebidas, os
combustíveis e a própria terra em que pisamos. Poucos materiais são encontrados puros.
Qualquer material feito de duas ou mais substâncias, que não são combinadas quimicamente,
é uma mistura.
O isolamento dos componentes puros, a partir de uma mistura, requer a separação de
um componente do outro e vários métodos têm sido desenvolvidos com essa finalidade.
Alguns se baseiam nas diferenças de propriedades físicas dos componentes da mistura; outros,
nas diferenças de propriedades químicas ou de características químicas.
Algumas das técnicas mais simples de separação dos componentes de misturas são:
sublimação, extração, decantação, filtração e evaporação.

A) Destilação
Existem alguns tipos de destilação, tais como: destilação simples, destilação
fracionada, destilação por arraste a vapor, dentre outros. O processo de destilação,
independentemente do tipo, tem sido muito empregado para purificação de substâncias e para
separação dos componentes de misturas. O processo de destilação se baseia na combinação
sucessiva dos processos de vaporização e de condensação.

A1) Destilação Simples


O processo de destilação simples é um dos métodos mais comuns de purificação de
líquidos. O esquema usado é o descrito na FIGURA abaixo e a destilação pode ocorrer num
sistema fechado ou semi-aberto.
A destilação é um método muito simples: um líquido é levado à ebulição tornando-se
vapor, o qual é, então, condensado e retorna ao estado liquido: O liquido é coletado e
armazenado. Os líquidos, ao serem aquecidos, têm a energia cinética de suas moléculas
34

gradativamente aumentada, fazendo com que algumas alcancem energia suficiente para
escapar da fase líquida e passar para a fase vapor.

FIGURA 1: Aparelhagem para destilação simples

O vapor acima do líquido exerce uma pressão chamada de pressão de vapor. Quanto
maior o número de moléculas que adquirem energia suficiente para escapar para a fase vapor,
maior será a pressão de vapor dessas moléculas. Quando a pressão de vapor se iguala a
pressão externa (pressão atmosférica) ocorre a ebulição. A temperatura em que ocorre a
ebulição de um líquido é o ponto de ebulição. O liquido no frasco de destilação é aquecido à
ebulição, o vapor alcança o condensador que está resfriado pela água corrente, condensa e
retorna à fase liquida. Se a mistura tem um componente de baixo ponto de ebulição (uma
substância volátil com uma alta pressão de vapor), ele destilará primeiro e pode ser coletado
primeiro. Os compostos de ponto de ebulição mais altos (substâncias com baixa pressão de
vapor) permanecem no frasco de destilação. Estes compostos só poderão ser destilados se a
temperatura do sistema for aumentada.
Quando a destilação é realizada à pressão atmosférica, em sistema aberto, o líquido
destila no seu ponto de ebulição "normal". Entretanto, quando a ebulição ocorre em um
sistema fechado, é possível mudar o ponto de ebulição do liquido pela redução da pressão no
sistema; se a pressão é reduzida, utilizando-se uma bomba à "vácuo", o ponto de ebulição do
liquido é reduzido. Assim, líquidos sensíveis ao calor, que se decompõem quando atingem o
ponto de ebulição, à pressão atmosférica, destilam com mínima ou nenhuma decomposição à
35

pressão reduzida. Por exemplo, anilina, líquido orgânico, de fórmula C6H5NH2 pode ser
destilada a 184oC (760mmHg) ou a 68oC (10 mmHg).

B) Sublimação, Filtração e Evaporação

B1) Sublimação – Processo que envolve o aquecimento de um sólido até que ele passe
diretamente da fase sólida para fase gasosa. O processo inverso, o vapor passando para a fase
sólida, sem passar pela fase líquida, é chamado de condensação. Exemplos de alguns sólidos
que sublimam: iodo, cafeína, naftaleno (naftalina), p-diclorobenzeno, etc.

B2) Filtração – Processo de separação entre um sólido e um líquido, pela utilização de filtros
- material poroso que pode ser papel, carvão, areia, etc; esses materiais permitem que o
líquido passe através deles separando-o do sólido. (FIGURA 2).

B3) Evaporação - Processo através do qual, uma mistura é aquecida e o componente mais
volátil deixa a mistura, permanecendo no recipiente, o componente menos volátil.

FIGURA 2: Técnica de filtração

3. Procedimento
A- Sublimação do Iodo presente em uma mistura
Coloque a cápsula de porcelana com a mistura para aquecer. Tampe a cápsula de
porcelana com um funil de vidro tendo a sua extremidade fechada por algodão. Inicie o
36

aquecimento e observe por aproximadamente 2 minutos. Vire com cuidado o funil e


acrescente um pouco de álcool no seu interior, anote as observações.

B- Retirar o pigmento escuro da coca-cola


Coloque em um béquer 20 mL de coca-cola e uma espátula de carvão ativado. Aqueça
moderadamente e faça uma filtração comum. Verifique a cor do filtrado.

C- Comprovação do CO2 da coca-cola


Em um sistema fechado com dois tubos de ensaio e um tubo recurvado, coloque em
um dos tubos uma amostra de coca-cola e no outro, solução de Ba(OH)2. Aqueça
brandamente o tubo de ensaio que contém a coca-cola e observe o que ocorre no outro tubo.

D- Dissolução Fracionada
Você receberá uma mistura de 2 sólidos (NaCl e I2), tendo a sua disposição alguns
materiais na bancada que são utilizados em um processo que é capaz de separar esta mistura.
O seu grupo deverá optar pelo método mais conveniente possível. Faça o experimento e
justifique a escolha do método.

E) Destilação fracionada (demostrativo)

Coloque 80 mL de vinho em uma


proveta e transfira para um balão de findo
chato, colocando algumas bolinhas de
destilação. Monte o destilador (FIGURA
ao lado). Acenda o bico de Bunsen e anote
a temperatura a cada intervalo, tomando o
cuidado para anotar a temperatura e o
tempo para a obtenção da primeira gota do
destilado.
Continue anotando a temperatura até a temperatura de 80ºC, desligue o gás, espere
gotejar e leia o volume do destilado obtido.
Pesquisa
1- Qual é o destilado obtido?
2- Qual a % de álcool do vinho analisado?
37

EXPERIMENTO 6: Cálculo da densidade e do teor de álcool em gasolina

1. Objetivo: Calcular a densidade de solução e verificar possível irregularidade em amostras


de gasolina comercial

2. Introdução teórica:
A gasolina é um líquido volátil, inflamável, constituído por uma mistura extremamente
complexa de hidrocarbonetos. Pode ser obtida através da destilação do petróleo, entretanto a
crescente demanda mundial do combustível, devido ao surgimento do motor a explosão,
promoveu o desenvolvimento e aperfeiçoamento de técnicas para se obter um maior
rendimento na produção.
A fração do petróleo que corresponde à gasolina apresenta faixa de ebulição entre
40oC e 200oC, e é formada por hidrocarbonetos de composição variada (de 17 a 38 átomos por
molécula), mas seu principal constituinte são os octanos (C8).
A geometria molecular influi diretamente na polaridade das moléculas: se uma
molécula tem dois átomos que "puxam" os elétrons com a mesma força essa molécula é
apolar, pois não há formação de centros que concentram carga positiva e negativa. Se
molécula é composta por átomos que puxam os elétrons com forças diferentes, ocorre a
formação de pólos e então se diz que a molécula é polar. Dessa forma podemos atribuir que se
o nº de nuvens em volta do átomo central for igual ao nº de átomos centrais que a cercam, a
molécula é apolar, caso contrário é polar.
A relação entre polaridade e solubilidade ocorre da seguinte maneira: substâncias
polares tendem a serem solúveis em substâncias polares e substâncias apolares em substâncias
apolares. Isso ocorre porque uma molécula polar possui o pólo positivo e o pólo negativo e
esses pólos atraem os pólos opostos de outra molécula, dessa forma solubilizando com maior
facilidade. A solubilidade entre substâncias apolares ocorre pelas forças de dipolo induzido.
Isso explica a experiência da polaridade nas substâncias.

3. Procedimento

Pesar uma proveta vazia de 100,00 mL em balança semi-analítica. Coloque 50 mL de


uma mistura de álcool e gasolina em uma proveta de 100 mL, acrescente 50 mL de uma
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solução de água e NaCl. Pesar a proveta cheia. Observe o que ocorre, anote o resultado e faça
a separação utilizando um funil de separação.
• Calcular a densidade da gasolina.
• Determine a % de álcool na gasolina usando o seguinte raciocínio:
50 mL-----100%
X mL----- P
Verifique se o valor obtido está dentro do permitido por nossa legislação.
39

EXPERIMENTO 7: O uso de indicadores ácido-base

1. Objetivo: reconhecimento de ácidos e bases com indicadores

2. Introdução teórica
2.1 Indicadores de pH

Inúmeros processos químicos, dependem diretamente do controle da concentração de


íons H+ (pH) no meio reativo, este controle pode ser feito por potenciômetros.
Para processos onde esta medida não seja adequada (uma reação com reagentes
tóxicos, por exemplo) substâncias químicas que forneçam indicação visual são de extrema
utilidade, substâncias estas chamadas indicadores.
A primeira teoria sobre os indicadores, dita teoria iônica dos indicadores, é creditada
a W. Ostwald (1894), tendo como base a teoria da dissociação eletrolítica iônica dos
indicadores. Segundo esta, os indicadores são bases ou ácidos fracos cuja cor das moléculas
não-dissociadas difere da cor dos respectivos íons.

Cálculo do pH do indicador
Pela teoria de Ostwald o indicador na forma ácida não dissociada (HIn) ou básica
(InOH) teria uma cor diversa daquela que teriam seus íons. O comportamento destas
moléculas pode ser resumido como:

a) Indicadores Ácidos: possuem hidrogênio (s) ionizável (eis) na estrutura, quando o


meio está ácido (pH<7), a molécula de indicador é "forçada" a manter seus
hidrogênios devido ao efeito do íon comum, nesta situação a molécula está neutra.
Quando o meio está básico (pH>7), os hidrogênios do indicador são fortemente
atraídos pelos grupos OH- (hidroxila) para formarem água, e neste processo são
liberados os ânions do indicador (que possuem coloração diferente da coloração da
molécula).

b) Indicadores Básicos: possuem o grupo ionizável OH- (hidroxila), portanto, em meio


alcalino (pH>7) as moléculas do indicador "são mantidas" não-ionizadas, e em meio
ácido (pH<7) os grupos hidroxila são retirados das moléculas do indicador para a
40

formação de água, neste processo são liberados os cátions (de coloração diferente da
coloração da molécula).
No entanto, a teoria iônica dos indicadores não oferece explicações sobre o
mecanismo pelo qual as cores são produzidas ou deixam de existir.
Aqui a teoria cromófora oferece uma explicação única para a formação das cores: "A
coloração das substâncias deve-se à presença de certos grupos de átomos ou ligações duplas
nas moléculas".
Indicadores básicos, no entanto, tornar-se-ão menos sensíveis aos íons H+, assim, as
zonas de transição tendem a ser deslocadas para valores mais baixos de pH (maior
concentração de íons H+).
Como esperado, os indicadores, sofrem influência da temperatura, os ácidos
apresentam relativa grande constância de comportamento, o mesmo não acontecendo com os
indicadores básicos, que com o aumento da temperatura tendem a perder a sensibilidade aos
íons hidrogênio e conseqüente deslocamento para valores mais baixos de pH (ou seja, maiores
concentrações de H+ ). Para exemplificar segue tabela comparativa (valores em meio aquoso):

faixa de transição de faixa de transição de


INDICADOR
pH a 18oC pH a 100oC
azul de timol 1,2 - 2,8 1,2 - 2,6
tropeolina 00 1,3 - 3,2 0,8 - 2,2
amarelo de metila 2,9 - 4,0 2,3 - 3,5
alaranjado de metila 3,1 - 4,4 2,5 - 3,7
azul de bromofenol 3,0 - 4,6 3,0 - 4,5
verde de bromocresol 4,0 - 5,6 4,0 - 5,6
vermelho de metila 4,4 - 6,2 4,0 - 6,0
p-nitrofenol 5,0 - 7,0 5,0 - 6,0
púrpura de bromocresol 5,2 - 6,8 5,4 - 6,8
azul de bromotimol 6,0 - 7,6 6,2 - 7,8
vermelho de fenol 6,4 - 8,0 6,6 - 8,2
vermelho de cresol 7,2 - 8,8 7,6 - 8,8
azul de timol 8,0 - 9,6 8,2 - 9,4
fenolftaleína 8,0 - 10,0 8,0 - 9,2
timolftaleína 9,4 - 10,6 8,6 - 9,6
nitramina 11,0 - 13,0 9,0 - 10,5
41

Deve ser observado que outro importante fator será a adição de solventes não-aquosos
visando a melhor visualização da viragem (a mudança de coloração da solução em análise) do
indicador. Solventes como metanol, etanol e acetona produzem interessantes efeitos, para
exemplo:
Etanol: diminui a constante de ionização de ácidos e bases fracos, tendo como
conseqüência o aumento da sensibilidade de indicadores ácidos ao íon hidrogênio. Observar
que este efeito é genérico para solventes orgânicos, tendo suas zonas de transição deslocadas
para valores mais altos de pH (menores concentrações de íons H+).
Indicadores básicos, no entanto, tornar-se-ão menos sensíveis aos íons H+, assim, as
zonas de transição tendem a ser deslocadas para valores mais baixos de pH (maior
concentração de íons H+).
Formas tautômeras: compostos que apresentam ligações duplas e/ou triplas cujas
estruturas diferem grandemente, uma da outra, pela disposição dos átomos, mas que se
encontram em equilíbrio. O mais comum tipo de tautomeria envolve a diferenciação das
moléculas pela mudança do ponto de ligação de um átomo de hidrogênio: o equilíbrio tende
para a forma em que o átomo de hidrogênio está ligado a um átomo de carbono em vez de
tender a estar ligado a um átomo mais eletronegativo, como o oxigênio, ou seja, a forma ácida
mais fraca tende a ser a mais estável.

3. Procedimento (A)
1- pegue dois suportes de tubos de ensaio, coloque em cada um deles, 9 tubos de ensaio,
numere os tubos de cada suporte de 1 a 9
2- para o primeiro suporte, pipete 5 mL de solução de HCl para cada tubo. Para o segundo
suporte, pipete 5 mL de solução de NaOH para cada tubo.
3- Nos tubos 1 coloque 4 gotas de fenolftaleína
4- Nos tubos 2, coloque 4 gotas de vermelho congo
5- Nos tubos 3, coloque 4 gotas de metilorange
6- Nos tubos 4, coloque um pedacinho de papel tornassol azul
7- Nos tubos 5, coloque um pedacinho de papel tornassol vermelho
8- Nos tubos 6, coloque um pedacinho de papel universal
9- Nos tubos 7, coloque 6 gotas do indicador natural I
10- Nos tubos 8, coloque 6 gotas do indicador natural II
11- Nos tubos 9, coloque 6 gotas do indicador natural III
42

Meio Ácido Meio Básico


Fenolftaleína
Vermelho congo
Alaranjado de metila
Vermelho de cresol
Azul de bromotimol
Papel tornassol azul
Papel tornassol vermelho
Papel universal
Indicador I
Indicador II
Indicador III

Pesquise:
1- Qual o conceito de ácidos e bases de Arrhenius, Bronsted-Lowry e de Lewis?

4. Procedimento (B) - Opcional

4.1 Solução de pH conhecido e Indicador

1. Partindo de uma solução de HCl 0,100 molL-1 prepare, por diluição, 50 mL de


soluções: 0,0100 molL-1; 0,00100 mol.L-1 e 0,000100 mol.L-1 (mostrar os cálculos e
utilizar as unidades corretamente).
Dica:
• 50 mL de solução HCl 0,01 molL-1 = 5 mL de solução 0,1 molL-1 + 45 mL de água;
• 50 mL de solução de HC 0,001molL-1 = 5 mL de solução 0,01 molL-1 + 45 mL de água;
• 50 mL de solução de HCl 0,0001molL-1 = 5 mL de solução 0,001 molL-1 + 45 mL de água
2. Partindo de uma solução de NaOH 0,100 molL-1 prepare, por diluição, 50 mL de
soluções: 0,0100 molL-1; 0,00100 mol.L-1 e 0,000100 mol.L-1 (mostrar os cálculos e
utilizar as unidades corretamente).
43

3. Calcular o pH das soluções dos itens 1 e 2;


4. Preparar uma bateria de 8 tubos de ensaio limpos e coloque 5 mL de cada uma das oito
soluções anteriores (item 1 e 2), identificando cada tubo pelo pH. Adicione em cada
tubo uma gota do indicador violeta de metila. Observe as cores e guarde a bateria;
5. Prepare uma nova bateria de oito tubos de ensaio e adicione uma gota de alaranjado de
metila em cada tubo;
6. Repita este procedimento com outros indicadores, a saber: vermelho de metila, azul de
bromotimol, vermelho de bromocresol, fenolftaleína e amarelo de alizarina R.
As baterias das soluções com as cores características das viradas de pH serão utlizadas como
padrão para medida aproximada do pH de soluções

7. Prepare agora uma solução 0,100 mol.L-1 de ácido acético (100 mL) por diluição de
uma solução 1 mol.L-1;
8. Pegue alíquotas de 5 mL desta solução e coloque em tubos de ensaio (total de 7 tubos
de ensaio, 1 para cada indicador);
9. Adicinone a cada tubo uma gota de cada um dos indicadores usados anteriormente;
10. Estime o pH, por comparação, com as cores da bateria de soluções de referencia;
11. Repita o mesmo procedimento dos itens 7 e 8 com a base hidróxido de amônio.
Compare as cores.
12. Determine o pH das soluções ácidas e básicas preparadas nos itens 1 e 2 utilizando
papel indicador universal. Para isto, introduzir um bastão de vidro limpo na solução
colocando a seguir e extremidade do bastão em contato com uma pequena tira de
papel indicador. Verificar a cor produzida e o pH correspondente, comparando com a
tabela de cores da embalagem do papel.
44

EXPERIMENTO 8: Concentração de soluções e diluição

1. Objetivo
Preparação de soluções diluídas de ácidos, bases fortes e sais.

2. Introdução
2.1 Soluções
Uma solução é uma dispersão homogênea de duas ou mais espécies de substâncias
moleculares ou iônicas. É um tipo especial de mistura, em que as partículas dispersas são de
tamanho molecular. Em química, trata-se principalmente das soluções no estado líquido,
constituídas por gases, líquidos ou sólidos, dispersos em um líquido.
Os componentes de uma solução são denominados de solvente e soluto, onde o solvente é
o componente mais abundante. De acordo com a quantidade de soluto x solvente, as soluções
podem ser classificadas em:
• soluções diluídas
• soluções concentradas
• soluções saturadas
• soluções supersaturadas
O ponto de saturação depende do soluto, do solvente, e das condições físicas, como
temperatura e pressão. A quantidade de uma substância necessária para saturar uma quantidade
padrão (100 g) de um solvente em uma dada pressão e temperatura, é chamada coeficiente ou
grau de solubilidade. O gráfico que apresenta o coeficiente de solubilidade de uma substancia em
função da temperatura, chama-se curva de solubilidade e é de grande importância nas soluções
de sólidos em líquidos.
Uma vez que as quantidades dos solventes e de soluto podem ser medidas em peso,
volume ou número de moles há diversos métodos para descrever suas concentrações, tais como:
C – concentração comum
C ou M – concentração molar ou molaridade
– título
W – molalidade
X – fração molar
45

3. Procedimento:

A) PREPARAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO DE BASE FORTE

Calcula-se a massa necessária para se obter 0,25 L de uma solução 0,2 M de NaOH. Com
o auxílio de um vidro de relógio pese-se corretamente a massa e transporte-a, utilizando para esta
operação um bastão de vidro, para um béquer, tomando o cuidado de não deixar nenhum resíduo
de NaOH no vidro de relógio. Para tanto, jogue água destilada sobre o mesmo fazendo com que
ela caia dentro do béquer. Acrescente água destilada até a marca de 100 mL do béquer e agite até
a dissolução completa do NaOH. Transporte o conteúdo do béquer para um balão volumétrico
tendo-se o cuidado de não perder nenhuma parte desta solução ao fazer esta operação. A seguir
complete com água destilada, até a aferição do balão e agite para homogeneizar a solução
preparada. Esta deve ser armazenada em um frasco coletor ideal para cada tipo de solução
preparada. Deve-se proceder da seguinte maneira: coloca-se um pouco da solução preparada no
frasco coletor e agita-se para enxaguar totalmente. Esta quantidade de solução deve ser
desprezada. Em seguida transporta-se a solução para o frasco coletor, devidamente etiquetado.

B) PREPARAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO DE ÁCIDO FORTE

Determine, partindo-se da densidade e do titulo, a molaridade do HCl. Com este dado e a


equação fundamental de diluição de soluções, calcule o volume de acido necessário para se
preparar uma solução 0,2 mol/L de HCl. Com o auxilio de uma pipeta, transporte para um
béquer, com 40 mL de água destilada no seu interior, o volume de HCl concentrado calculado
anteriormente. Agite a solução até homogeneização total e faça sua transferência para um balão
volumétrico. Complete o volume e torne a agitar. Em seguida transporte essa solução para o
frasco coletor (previamente preparado), devidamente etiquetado.

C) PREPARAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO DE UM SAL

Calcula-se a massa necessária para se obter 0,25 L de uma solução 0,2 M de


CuSO4.5H2O. Com o auxílio de um vidro de relógio pese-se corretamente a massa e transporte-a,
utilizando para esta operação um bastão de vidro, para um béquer, tomando o cuidado de não
46

deixar nenhum resíduo no vidro de relógio. Para tanto, jogue água destilada sobre o mesmo
fazendo com que ela caia dentro do béquer. Acrescente água destilada até a marca de 100 mL do
béquer e agite até a dissolução completa do sal. Transporte o conteúdo do béquer para um balão
volumétrico tendo-se o cuidado de não perder nenhuma parte desta solução ao fazer esta
operação. A seguir complete com água destilada, até a aferição do balão e agite para
homogeneizar a solução preparada. Esta deve ser armazenada em um frasco coletor ideal para
cada tipo de solução preparada. Deve-se proceder da seguinte maneira: coloca-se um pouco da
solução preparada no frasco coletor e agita-se para enxaguar totalmente. Esta quantidade de
solução deve ser desprezada. Em seguida transporta-se a solução para o frasco coletor,
devidamente etiquetado.

D) DILUIÇÃO DAS SOLUÇÕES

Das soluções preparadas anteriormente, fazer as seguintes diluições:


• 1:10 (volume)
• 1:100 (volume)
• 0,05 mol.L-1
47

EXPERIMENTO 9: Preparação e padronização de NaOH 0,2 mol.L-1

1. Objetivo: Preparar e padronizar uma solução de NaOH 0,2 mol.L-1 utilizando um padrão
primário.

2. Introdução:

2.1 Titulação

Uma titulação é um processo em que se determina a quantidade de uma substancia em


solução, medindo-se a quantidade necessária de um reagente para reagir completamente com
toda a substancia. Normalmente, isto é feito adicionando-se, controladamente, um reagente de
concentração conhecida à solução da substancia, ou vice-versa, até que se julgue que ela reagiu
por completo. Então, através do volume de reagente adicionado e da sua concentração,
determina-se a quantidade de matéria de reagente consumido; em seguida, através da
estequiometria da reação (equação balanceada), determina-se a quantidade de matéria da
substancia e, se conhecido o volume de solução que a continha, a concentração da solução.
Um reagente cuja quantidade de matéria é exatamente conhecida chama-se de solução
padrão. A concentração de uma solução padrão é obtida por dois modos:
a) Preparando-se uma solução de volume exatamente conhecido, utilizando-se uma porção
cuidadosamente pesada de um reagente puro – padrão primário (método direto).
b) Determina-se qual o seu volume necessário para neutralizar uma quantidade de matéria
exatamente conhecida (cuja massa foi cuidadosamente pesada) de um padrão primário
(método indireto)
No primeiro caso, obtém-se uma solução conhecida como solução padrão primária; no
segundo caso, uma solução padrão secundária.
A FIGURA 1 ilustra as vidrarias e o procedimento para realizar a titulação ácido-base
48

FIGURA 1: Procedimento para realizar a titulação

2.2. Padrão primário

Os requisitos mais importantes que uma substância deve cumprir para poder ser utilizada
como padrão primário são os seguintes:
a) Deve ter sua pureza perfeitamente conhecida (eventuais impurezas devem ser inertes em
relação à reação desejada)
b) Deve ser estável nas temperaturas necessárias para secá-la numa estufa.
c) Deve permanecer inalterada em contato com o ar durante a pesagem, isto é, não deve ser
higroscópica (que absorve a água do ar), nem reagir com o oxigênio ou com o dióxido de
carbono à temperatura ambiente.
d) Deve reagir quantitativamente com a substancia a ser padronizada, isto é, a reação deve ser
sensível, rápida, completa e estequiométrica.
e) Deve, preferencialmente, ter uma massa molar elevada, o que permitirá que eventuais erros
de pesagem sejam sempre inferiores aos erros de leitura de escalas de buretas.

2.3. Indicadores

Existe uma serie de corantes orgânicos que apresentam uma cor em solução acida e outra
cor diferente em solução básica. Assim eles podem ser utilizados para assinalar quando a reação
de neutralização ocorreu totalmente; daí que são denominados indicadores. A tabela seguinte
49

mostra alguns dos principais corantes utilizados em titulação e suas respectivas cores em meio
acido e básico.

Tabela 1: Indicadores ácido-base as respectivas faixas de viragem de cores.


Indicador Cores
Azul de bromotimol Amarelo (pH < 6,0) Azul (pH > 7,8)
Azul de timol Vermelho (pH < 1,2) Amarelo (pH > 2,8)
Fenolftaleína Incolor (pH < 8,0) Vermelho (pH > 9,8)
Verde de bromocresol Amarelo (pH < 3,8) Azul (pH > 5,4)
Vermelho de cresol Vermelho (pH < 0,2) Amarelo (pH > 1,8)

3. Procedimento para padronização

Preencha todo o volume da bureta (50 mL) com a solução previamente preparada de
0,2 mol.L-1 de NaOH, observando corretamente o menisco, pois a precisão no volume é
fundamental. Pese cuidadosamente uma massa entre 0,7800 – 0,8600 g do padrão primário
(ftalato acido de potássio, massa molar: 204,21 g/mol). Anote o valor desta massa. Usando um
frasco de Erlenmeyer dissolva essa massa em 20,0 mL de água destilada. Como é usado o
método indireto para padronizar a base, note que não é necessário conhecer o volume desta
solução de ftalato acido de potássio, somente a massa do sal. Adicione à solução de ftalado acido
de potássio 3 gotas do indicador fenolftaleina.
Antes de iniciar a titulação, anote o valor na escala de volume da bureta correspondente à
posição do menisco (V0). Agitando-se a solução no de Erlenmeyer com um movimento circular
constante (o professor lhe mostrará como fazer isto), goteje lentamente a solução de base sobre a
solução de ftalato, até que o indicador mude de cor. Tão logo o indicador mude de cor, cesse a
adição da base e anote o novo valor correspondente à nova posição do menisco (Vf). A diferença
entre V0 e Vf corresponde ao volume da solução de base gasto para reagir com a solução de
ftalato acido de potássio. Neste ponto o numero de mols do ftalato acido de potássio será igual a
numero de mols de NaOH. Com isto, calcule a concentração exata da solução de NaOH.
Determine o fator f.
50

EXPERIMENTO 10: Preparação e padronização de HCl 0,2 mol.L-1

1. Objetivo: Preparar e padronizar uma solução de ácido forte, HCl 0,2 mol.L-1 utilizando um
padrão secundário

2. Procedimento para padronização

Utilizando como padrão secundário a solução de NaOH padronizada anteriormente, faça


a padronização da solução de acido. Para isto, transfira 20,0 mL da solução do acido para o
frasco e Erlenmeyer, utilizando uma pipeta volumétrica. Complete o volume da bureta com a
solução padrão de NaOH. Adicione 3 gotas de fenolftaleina no Erlenmeyer e proceda à titulação
do mesmo modo que na titulação com ftalato acido de potássio anterior.
51

EXPERIMENTO 11: Preparação de um precipitado e filtração a vácuo

1. Objetivo: preparar corretamente um precipitado cristalino.

2. Introdução
Quando a adição de uma solução à outra provoca uma reação química, o estado final terá
propriedades diferentes daquelas das soluções que reagiram. Isto pode ser observado no
laboratório, pela formação de um sólido insolúvel, pela evolução de gás, pela mudança de
coloração, pelo odor, etc.
Quando da formação de um sólido insolúvel, também chamado de precipitado, deve-se
dar especial atenção às fases sólida e líquida, podendo-se separa-las através da filtração. A
solução que passa através do papel de filtro é recolhida num recipiente e é chamada de filtrado, a
fase retida no papel é o precipitado.
Os precipitados podem ser classificados em cristalinos, gelatinosos e grumosos, cujas
características físicas dependem não somente da natureza da substância, mas também das
condições em que se processa a precipitação, do tempo decorrido desde a adição do precipitante
e do tratamento dado ao precipitado após a sua formação.

3. Procedimento

A) preparação de um precipitado cristalino


Pipetar 10 mL de Pb(NO3)2 e transporte para um béquer de 50 mL, acrescente vagarosamente
12 ml de KI para não haver maior concentração de reagentes em certos pontos da solução,
abaixando assim o rendimento do experimento. Esta etapa deve ser realizada lentamente e
sob constante agitação. Para que haja formação de um precipitado de cristais maiores, em
menor tempo, aquece-se brandamente a solução por 3 a 4 minutos, sem deixar entrar em
ebulição.

B) Filtração a vácuo
Inicialmente pesa-se o papel de filtro, monta-se o sistema de filtração e inicia-se a filtração.
Em seguida, lava-se o precipitado 3 vezes com água destilada (regra de lavagem: sempre
lavar 3 vezes com pouca água, em torno de 5 mL; isto garante uma lavagem eficiente) para
52

retirar as impurezas contidas no mesmo. Com o auxílio de uma pinça coloca-se o papel de
filtro em uma cápsula de porcelana e levar a estufa para secar, depois de seco leva-o ao
dissecador e em seguida pesa-se o papel de filtro com o precipitado.

Questões:
Qual é a melhor técnica para se obter um precipitado cristalino?
Quais os cuidados necessários que se deve ter para obter um precipitado?
Por que nesse caso foi necessário aquecimento? E quando não é necessário?
Por que é necessário lavar o precipitado?
Em que facilita a filtração à vácuo?
Forneça a equação das eventuais reações ocorridas?

4. Recristalização

5. Objetivo: purificar um sal através do processo de recristalização

6. Introdução
Quando usamos o termo dissolver, queremos dizer o processo de produzir uma solução.
Geralmente o componente da solução presente em grandes quantidades é chamado de solvente, e
as substâncias dissolvidas são os solutos. A recristalização ocorre quando o soluto se separa da
solução como cristais, muitas vezes por evaporação do solvente. Na precipitação, o soluto se
separa muito rapidamente da solução, que não há tempo para formar um único cristal.
Diminuindo a temperatura facilitamos esta separação pois diminuímos, muitas vezes, a
solubilidade. Este é considerado um processo de purificação de substâncias.

7. Procedimento
1- pesar em torno de 6 gramas do sal (indicado pelo professor) em um béquer de 100 mL
2- com o auxílio de uma proveta transferir 50 mL de água destilada
3- aquecer sobre uma tela de amianto até o ponto de ebulição (todo sólido deve dissolver e
volume deve ser reduzido para cerca de 40 mL).
4- Resfriar um pouco a solução e retirar o béquer da tela de amianto (utilizar uma tesoura
metálica). Filtrar a solução em seguida, desprezar o papel de filtro que contém as impurezas.
53

5- Colocar o béquer onde foi recolhida a solução em um banho de gelo, agitando


ocasionalmente com um bastão de vidro.
6- Adaptar um papel de filtro no funil de Buchner e filtrar os cristais, lavando-os com água
gelada.
7- Pesar em um vidro de relógio limpo e seco.
8- Com uma espátula transferir os cristais para o vidro de relógio e deixar secar ao ar. Em
seguida, pesar e calcular o rendimento.

8. Resultados e discussão

Massa inicial da amostra


Massa do vidro de relógio vazio
Massa do vidro de relógio mais o sal
recristalizado
Massa do sal recristalizado
Rendimento
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EXPERIMENTO 12: Obtenção do NaCl

1. Objetivo: Preparar o cloreto de sódio

2. Introdução:
O cloreto de sódio, popularmente conhecido como sal ou sal de cozinha, é uma substância
largamente utilizada formada na proporção de um átomo de cloro para cada átomo de sódio. A
sua fórmula química é NaCl. O sal é essencial para a vida animal e é também um importante
conservante de alimentos e um popular tempero (FIGURA 1).
O sal é produzido em diversas formas: sal não refinado (como o sal marinho), sal refinado
(sal de cozinha), e sal iodado. É um sólido cristalino e branco nas condições normais.
Cloreto de sódio e íons são os dois principais componentes do sal, são necessárias para a
sobrevivência de todos os seres vivos, incluindo os seres humanos. O sal está envolvido na
regulação da quantidade de água do organismo. O aumento excessivo de sal causa risco de
problemas de saúde como pressão alta.

FIGURA 1: Estrutura cristalina do NaCl

Atualmente a água do mar, lagos, rios e rochas que podem conter sal. Seu processo de
fabricação é é físico e não químico, dando-se por dissolução de sal gema com água quente
injetada nas jazidas para a produção de salmoura. Após, procede-se a concentração, etapa que
também é realizada com a água do mar e de lagos salgados, a cristalização do cloreto de sódio e
a colheita e sua lavagem, e se adequado, refino e adição de compostos contendo iodo para o
consumo humano.
55

Cloreto de sódio para uso industrial é obtido por processos mais complexos e cuidadosos que
incluem etapas como as seguintes:
• Evaporação e concentração da salmoura por evaporação da salmoura de NaCl em
instalações de duplo e simples efeito. Nas plantas deste processo, que incluem a produção
conjunta de carbonato de sódio a fonte do vapor necessário é, na quase totalidade, obtido
por um recuperador de vapor, dos líquidos quentes provenientes da fabricação de
carbonato de sódio.
• Decantação e centrifugação dos cristais obtidos de cloreto de sódio, quando a suspensão
de cristais obtida é decantada e separa-se a fase líquida ("águas mães"). A fase mais densa
é centrifugada, sendo separadas as restantes águas mães e obtem-se o cloreto de sódio
úmido, com teor de água de 2 a 3%.
• Secagem e peneiração do sal quando a secagem em leito fluidizado e a obtenção de
granulação adequada por peneiração alimentam o processo de embalagem e o
carregamento a granel do produto acabado.
Embora a maioria das pessoas esteja familiarizada com os vários usos do sal na culinária,
desconhece que a substância é utilizada em várias outras aplicações, como a manufatura de papel
e a produção de sabão e detergentes.
No norte dos Estados Unidos da América e na Europa, grandes quantidades de sal são
utilizadas para limpar as rodovias do gelo durante o Inverno.
É utilizado em larga escala na produção de hidróxido de sódio, cloro, hidrogênio e
indiretamente ácido clorídrico por eletrólise de sua solução aquosa (processo cloro-álcali).
O sal também é utilizado para a produção de gás cloro e de sódio metálico, através da
eletrólise ignea. Além disso, este mineral é o de maior utilidade aplicada entre todos, sendo
utilizado em mais de 16 mil formas diferentes. [

3. Procedimento:

1. Pese, em balança semi-analítica, uma cápsula de porcelana e um vidro de relógio (juntos).


2. Pese, na cápsula, aproximadamente 1,00 g de bicarbonato de sódio; anote o peso.
3. Adicione ao NaHCO3 10 mL de água destilada, medida com uma proveta e cubra a cápsula
com o vidro de relógio.
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4. Levantando ligeiramente o vidro de relógio, adicione, por meio de um conta-gotas, ácido


cIorídrico 6 M, gota a gota, 3 gotas por vez, até que uma nova adição não mais provoque
efervescência..
5. Lave cuidadosamente a face inferior do vidro de relógio, com água destilada, usando para tal
uma pisseta. A água de lavagem deve ser recolhida na cápsula.
6. Retire o vidro de relógio e aqueça a cápsula suavemente, com bico de Bunsen e tela de
amianto, a fim de evaporar a água. Quando o sal estiver começando a cristalizar, recoloque o
vidro de relógio sobre a cápsula, pois a partir deste momento há uma tendência de gotas da
solução saltarem (fenômeno da crepitação) para fora da cápsula..
7. Continue o aquecimento até não haver mais água na cápsula e no vidro de relógio.
8. Deixe esfriar e pese o conjunto cápsula + vidro de relógio + sal.
9. Calcule o rendimento da preparação.
10. Realize testes analíticos com o produto obtido: teste de chama (para Na+) e reação com
nitrato de prata (para Cl-). Para ambas as experiências dissolva uma ponta de espátula do cloreto
de sódio em cerca de 2ml de água destilada.. Leve uma gota desta solução à chama azul do bico
de Bunsen por meio de um fio de níquel-cromo e observe a coloração que a chama assume. Em
seguida adicione à solução algumas gotas de uma solução de nitrato de prata. Observe o
precipitado. Depois, exponha o tubo à luz e o observe novamente. Interprete os resultados.
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EXPERIMENTO 13: Estudo das reações químicas

1. Objetivos: Observando reações químicas em soluções aquosas entre compostos inorgânicos

2. Introdução teórica:

As reações químicas são transformações de substâncias em outras, através de uma


redisposição dos átomos. As reações químicas são representadas por igualdades chamadas de
EQUAÇÕES QUÍMICAS, que são formas abreviadas de descrever as transformações químicas e
as condições em que ocorrem. A equação química possui dois membros: no primeiro membro da
equação são colocadas as fórmulas das substâncias ou elementos (reagentes) e no segundo
membro da equação as fórmulas das substâncias ou elementos produzidos pela reação entre os
reagentes (produtos). Uma seta, colocada entre os dois membros da equação, índica que a reação
é irreversível ( ) e duas setas opostas indica que a reação é reversível ( ); essa seta dupla
indica, também, que o sistema encontra-se em um estado de equilíbrio, ou seja, as concentrações
de reagentes e produtos permanecem constantes sob determinada condição de temperatura e/ou
pressão. As equações químicas representam as reações químicas da maneira mais próxima
possível da realidade e, desse modo, devem conter muitas informações tais como: variações de
energia, meio em que se realizam, catalisadores etc.

2.1 TIPOS DE REAÇÕES QUÍMICAS EM SOLUÇÕES AQUOSAS

Muitas reações que você vai encontrar no Laboratório de Química se passam em solução
aquosa. Os químicos estão interessados nessas reações, não apenas por serem o caminho de
chegada a produtos úteis, mas também porque são as reações que ocorrem nos vegetais e animais
da Terra. Vamos examinar alguns padrões comuns das reações para ver quais podem ser as
respectivas "forças motrizes"; em outras palavras, como se pode saber que, ao se misturarem
duas substâncias químicas, haverá reação entre elas e a formação de um ou mais compostos
novos?
58

A- Classificação das reações químicas quanto as forças motrizes

Quatro tipos importantes de processos provocam a ocorrência de reações, quando os reagentes se


misturam em solução aquosa.

1o. TIPO: REAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO


As reações de precipitação são aquelas em que os íons se combinam em solução para
formar um produto de reação insolúvel. Exemplo:
Equação geral:
Pb(NO3)2 (aq) +2 KI (aq) → Pbl2 (s) + 2 KNO3 (aq)

Equação Iônica Líquida:


Pb2+ (aq) + 2 l- (aq) → Pbl2 (s) (sólido amarelo)

2o. TIPO: REAÇÕES ÁCIDO – BASE


As reações ácido-base, são aquelas em que os íons H+ e OH- combinam-se para formar
água. Exemplo:
Equação geral:
HNO3 (aq) + KOH (aq) → KNO3 (aq) + HOH (l)

Equação iônica líquida:


H+ (aq) + OH- (aq) → H2O
(Esta é a equação iônica líquida de todas as reações entre ácidos fortes e bases)

3o. TIPO: REAÇÕES COM DESPRENDIMENTO DE GÁS


As reações com desprendimento de gás são aquelas em que os reagentes se combinam
em solução para formar um produto de reação que se desprende na forma de gás. Como
exemplos mais comuns tem-se as reações envolvendo, principalmente, carbonatos de metais e
ácidos, com formação do ácido carbônico, H2CO3, como produto o qual, na maioria das vezes, se
decompõe em H2O e CO2. O dióxido de carbono é o gás que se vê borbulhar durante a reação.
Exemplo:
59

Equação geral:
NiCO3 (s) + 2 HNO3 (aq) → Ni(NO3)2 (aq) + H2CO3 (aq)
H2CO3 (aq) → CO2 (g) + H2O

Equação iônica líquida:


NiCO3 (s) + 2H+ (aq) → Ni2+ (aq) + CO2 (g) + H2O (l)

4o. TIPO: REAÇÕES DE OXIDAÇÃO–REDUÇÃO (OXI–REDUÇÃO)


As reações de oxidação–redução são aquelas em que o processo importante é a
transferência de elétrons de uma substância para outra. Exemplo:

Equação geral:
Cu(s) + AgNO3 (aq) → CuNO3 (aq) + 2Ag(s)

Equação iônica líquida:


Cu(s) + 2Ag+ (aq) → Cu2+(aq) + 2Ag(s)

• “Forças Motrizes” Responsáveis pelas Reações em Soluções Aquosa Tipo de Reação


Força Motriz:
Precipitação Formação de composto insolúvel
Ácido – base :Neutralização Formação de um sal e Água
Desprendimento de gás Evolução de gás, insolúvel em água, como o CO2
Oxidação – redução (redox) Transferência de elétrons
Estes tipos de reações são, em geral, fáceis de serem reconhecidos; uma reação pode ter
mais de uma força motriz.

B- Classificação das reações químicas quanto aos seguintes itens:

I ) LIBERAÇÃO OU ABSORÇÃO DE CALOR


As reações podem ser classificadas quanto `a absorção ou liberação de calor em:
ENDOTÉRMICAS, quando ocorrem com a absorção de calor do meio ambiente, e
EXOTÉRMICAS, quando liberam calor para o meio ambiente.
60

II) QUANTO À VELOCIDADE


As reações podem ser classificadas em RÁPIDAS ou INSTANTÂNEAS e LENTAS
quando levam horas, meses ou anos para ocorrer.

III) QUANTO À REVERSIBILIDADE


As reações podem ser REVERSIVEIS, quando não se completam e podem ocorrer no
sentido inverso pela variação da concentração de reagentes e produtos, temperatura, etc. e
IRREVERSIVEIS, quando ocorrem completamente.

3. Procedimento
Todas as reações devem ser feitas em tubos de ensaio. Quando houver a necessidade de
aquecimento utilize tubos de ensaio pirex. Observe todas as soluções dos reagentes desse
experimento, contidas em frascos conta-gotas colocadas sobre a bancada do laboratório. Leia
com atenção o rótulo de cada solução, antes de misturar os reagentes. Procure seguir as
instruções abaixo anotando as mudanças detalhadamente em seu caderno de laboratório. Para
cada reação use 10 gotas de solução, exceto quando houver outra especificação. Observe o que
ocorre nas reações: precipitação, desprendimento de gás, mudança de coloração, aquecimentoou
resfriamento do tubo, etc.

1. Coloque em um tubo de ensaio, ácido clorídrico diluído (0,1 mol/L) + solução de nitrato de
prata (0,1 mol/L). Observe.

2. Filtre a mistura obtida no item 1 pela utilização de um pequeno funil de vidro contendo papel
de filtro dobrado, sobre o tubo de ensaio Nº 2; após a filtração deixe o sistema montado no
mesmo local, de modo que o resíduo obtido no papel de filtro (Cloreto de Prata) fique exposto à
luz; depois de algum tempo observe a mudança de sua coloração.

3. Coloque em um tubo de ensaio, solução de sulfato de cobre + solução de hidróxido de sódio.


Observe.
61

4. Coloque em um tubo de ensaio, solução de nitrato de chumbo + solução de sulfato de sódio.


Observe.

5. Coloque em um tubo de ensaio, solução de nitrato de chumbo + solução de iodeto de potássio.


Se nada for observado à frio, aqueça com cuidado e observe.

6. Coloque em um tubo de ensaio, solução de nitrato de chumbo + solução de ácido clorídrico


diluído. Se nada for observado, acrescente 2 gotas de HCl concentrado, que está na CAPELA.

7. Coloque em um tubo de ensaio, 2 mL (40 gotas) de ácido clorídrico 4 M + 2 mL (40 gotas) de


hidróxido de sódio 4 M. Observe.

8. Coloque em um tubo de ensaio, aproximadamente 1 grama (uma ponta de espátula) de óxido


de cálcio (cal viva) e adicione água. Agite e espere decantar. Transfira o líquido sobrenadante
para outro tubo de ensaio. Adicione duas gotas de fenolftaleína.

9. Com o auxilio de uma pinça metálica, queime um pedaço de magnésio metálico – CUIDADO:
AO QUEIMAR O Mg VOCÊ DEVE EVITAR OLHAR DIRETAMENTE PARA A CHAMA
BRILHANTE. Coloque o metal + o pó branco formado num tubo de ensaio e adicione algumas
gotas de água e, em seguida, duas gotas de fenolftaleína. Observe

10. Coloque em um tubo de ensaio, um pedaço de zinco metálico e adicione aproximadamente


10 gotas de acido clorídrico diluído (0,1 mol/L). Se nada for observado, acrescente 2 gotas de H
Cl concentrado, que está na CAPELA

11. Coloque em um tubo de ensaio aproximadamente 40 gotas de solução de nitrato de prata e


mergulhe um fio de cobre bem fino enrolado ou em espiral. Observe.

12. Coloque em um tubo de ensaio, um pouco de bicarbonato de sódio (ponta da espátula) sólido
e adicione gotas de acido clorídrico diluído. Observe.
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13. Coloque em um tubo de ensaio, aproximadamente 10 gotas de solução de iodato de potássio


+ 10 gotas de solução de iodeto de potássio e uma gota de acido clorídrico diluído. Observe.

Para o relatório

• Escreva a equação química balanceada correspondente a cada reação.


• Escreva a equação iônica quando for caso.
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EXPERIMENTO 14: Reações redox – Bafômetro

1. Objetivo: Estudar, experimentalmente, a tendência que apresentam as substâncias aos


fenômenos de oxidação e redução, bem como aos produtos destas reações.

2. Introdução teórica:
Reações que ocorrem com transferência de elétrons, são chamadas de reações de redox.
As substâncias que perdem elétrons são chamadas agentes redutores, as quais sofrem oxidação e
as substâncias que recebem elétrons são chamadas agentes oxidantes, as quais sofrem redução.
Para entender o fenômeno de oxirredução é também necessário entender o conceito de nº de
oxidação.
O número de oxidação de um átomo em uma molécula ou íon, se define como a carga
elétrica que o átomo tem, ou parece ter, determinada por algumas regras de atribuição de nº de
oxidação. Dois pontos importantes devem ser acentuados:
- No caso de íons monoatômicos, o número de oxidação corresponde à carga elétrica
real da espécie em estudo;
- No caso de íons poliatômicos o número de oxidação de cada átomo não corresponde à
carga real do átomo, tudo se passa como se o elemento mais eletronegativo ficasse carregado
negativamente e o outro elemento, carregado positivamente.

No quadro dado a seguir, encontram-se relacionados os oxidantes e redutores mais


usados na química inorgânica. É importante tentar entender as reações que eles participam e
como agem, para que se possa conseguir escrever reações de oxidação-redução.
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Quadro 1: Agentes oxidantes e redutores comuns


Agente oxidante Produto da reação Agente redutor Produto da reação

2-
Íon hidrogênio, H+ ou
Oxigênio, O2 Íon óxido, O Hidrogênio, H2
H combinado na H2O

- - -
Íons de metal, Mn+
Halogênios, F2, Cl2, Br2 Íon haleto, F , Cl , Br Metal M, como K,
-
como Na+, K+, Fe2+, ou
ou I2 ou I Fe, Al
Fe3+ e Al3+
Óxidos de nitrogênio, Carbono, C (usando CO e CO2 para reduzir
Ácido nítrico, HNO3
como NO e NO2 óxidos metálicos)
Íon cromo (III), Cr3+
Íon dicromado, Cr2O72-
(em solução ácida)
Íon manganês (II),
Íon permanganato, 2+
Mn (em solução
MnO4
ácida)

Nos processos de oxidação-redução, o aumento ou diminuição do nº de oxidação é


proveniente de uma transferência de elétrons de uma átomo a outro.

Quadro 2: Reconhecimento as reações redox


Oxidação Redução
Aumento do nº de oxidação Diminuição do nº de
Em termos de nº de oxidação
de um átomo oxidação de um átomo
Perda de elétrons por um
Em termos de elétrons Ganho de elétrons por um
átomo
Em termos de oxigênio Ganho de oxigênio Perda de oxigênio

3. Procedimento experimental:

A) – Identificar 2 tubos de ensaio T-1 e T-2. No T1, coloque 5,0 ml de solução de CuSO4 0,50M,
acrescente um pequeno pedaço de palha de aço. Observe durante 15 minutos. No T-2, coloque
0,20g de MnO2 e acrescente lentamente 5,0 ml de solução de HCl concentrado. Deixe reagir por
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3 a 5 minutos. Pegue uma tira de papel de filtro molhada com solução de KI 0,50M, segure-a
com uma pinça e coloque-a na boca do tubo de ensaio. Observe o que ocorre com o papel.
1. Quais as evidências de que está ocorrendo reação química nos tubos T-1, T-2 e papel de filtro?
2. Forneça as equações das reações.
3. Indique, em cada uma, quem é o agente oxidante e o agente redutor.

B) Reações de oxidação de materiais orgânicos:

B.1) Coloque em um béquer, 30,0 mL de óleo de soja e adicione 2,50 mL da solução de KMnO4.
Agite bem e observe durante 15 minutos.
Obs: O óleo de soja é constituído por uma mistura de compostos orgânicos que são
ésteres do glicerol com ácidos orgânicos de cadeia longa (ácidos graxos) e que contém ligações
duplas C = C em suas estruturas. Assim, o óleo de soja também deve reagir como o KMnO4
conforme reação genérica

B.2) Em um béquer pequeno, coloque 2,5 mL de álcool e adicione 5,5 mL da solução de KMnO4
0,50 M, vagarosamente e sob agitação. Observe a mistura por 5 minutos. Repita o procedimento
utilizando 2,5 ml de formol, no lugar de 2,5 mL álcool.
Obs: A reação do KMnO4 com álcoois e com aldeídos, ocorre segundo as equações indicadas:
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Nos experimentos utilizou-se o etanol (CH3CH2OH) e uma solução de formaldeído


(H2CO) em água, conhecida como formol.

B.3) Projeto - "O Bafômetro"

Objetivo: Mostras a reação de funcionamento de um bafômetro, que é uma redox. A


equação não balanceada é:

K2Cr2O7 + H2SO4 + CH3CH2OH → K2SO4 +Cr2(SO4)3 + CH3CHO + H2O


Laranja incolor verde incolor

Faça o balanceamento da equação e mostre quem é o agente oxidante e quem é o agente


redutor.

Procedimento experimenta: Em um suporte para tubos de ensaio, coloque 6 tubos ensaio,


identificados como T1 T6. Com o auxílio de uma pipeta, coloque 2 mL da solução de K2Cr2O7
em cada tubo. No T1, adicione 1 gota de H2SO4 concentrado, no T2 adicione 2 gotas de H2SO4
concentrado e assim sucessivamente até 6 gotas no T6. Anote a cor apresentada em cada tubo.
Acrescente 1 gota de etanol em cada tubo e marque o tempo em que ocorre uma mudança na
coloração da solução para esverdeado.
Lave os tubos de ensaio e repita o experimento, utilizando agora, 6 gotas de ácido
sulfúrico no TI e 11 gotas no T6. Anote o tempo para mudança na coloração. Organize os dados
em uma tabela.
Na equação apresentada, indique o nome de todas as substâncias.

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