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Capítulo 5

OPERAÇÕES TIPO POLÍCIA

Este capítulo é vocacionado ao preparo do BI F Paz, contemplando também várias técnicas que
podem ser empregadas pelos militares da Cia E F Paz.

ARTIGO I

PATRULHAS MOTORIZADAS

5.1 GENERALIDADES
O patrulhamento motorizado é uma técnica operacional que deve ser utilizada nas ações de
manutenção da ordem e dissuasão. Este capítulo é vocacionado ao preparo do BI F Paz, contemplando
também várias técnicas que podem ser empregadas pelos militares da Cia E F Paz.

5.2 FINALIDADE
Normalmente, o patrulhamento motorizado tem por finalidade tornar ostensiva a ação e a
presença das tropas do EB, evitando que as áreas patrulhadas fiquem vulneráveis às ações das F Adv.
Esta técnica proporciona, ainda, um considerável impacto psicológico sobre a população e as F Adv, de
modo a criar condições favoráveis ao restabelecimento da ordem. Também permite que uma patrulha
cumpra sua missão com uma maior amplitude, cobrindo áreas mais extensas em menor tempo e com
menos desgaste para os homens.

Fig 5-1. O Pel C Mec

5.3 EMPREGO DE VIATURAS


A missão de patrulhamento motorizado pode ser atribuída a tropas de qualquer natureza.

a. Viaturas – A Cia Haiti possui em sua dotação de material Vtr diversas. De acordo com a
disponibilidade e tipos de viatura, o Cmt pode planejar o emprego da tropa no patrulhamento
motorizado. As Vtr mais comuns são:

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1) Vtr 1/2 Ton (Land Rover 90)
O emprego de uma viatura 1/2 Ton em patrulhamento, isoladamente, sobretudo em
ambiente urbano, deve ser evitado. Isto se deve à limitada capacidade da Vtr de transportar uma
guarnição. Estas viaturas podem, sim, compor uma fração constituída, como, por exemplo, um grupo
de exploradores de cavalaria mecanizada (no caso específico do BRABATT), de forma que quatro
viaturas, com o efetivo de 12 homens distribuídos entre elas, cumpram a missão de patrulhamento. O
Cmt decidirá qual o efetivo mínimo e as condições de patrulhamento nas diversas áreas de Porto
Príncipe.

Fig 5-2. Vtr 1/2 Ton

2)Vtr 3/4 (Land Rover 110 e 130)


O emprego de uma viatura ¾ Ton em patrulhamento, sobretudo em ambiente urbano, é o
mais recomendável. Este tipo de viatura permite o máximo de capacidade de transporte de tropa aliado
à máxima mobilidade em ruas e vielas estreitas, característico do ambiente operacional no Haiti. Este
tipo de viatura permite um rápido desembarque e emprego imediato da força. Deverá transportar, no
mínimo, uma guarnição de valor esquadra, no caso de deslocamento isolado. Estes meios podem,
também, integrar uma fração constituída, como, por exemplo, um grupo de combate, sendo
transportado, sempre que possível, em duas viaturas.

Fig 5-3. Vtr ¾ Ton

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3)Vtr 5 Ton
O emprego de uma viatura 5 Ton em patrulhamento, isoladamente, sobretudo em
ambiente urbano, não é o recomendado, porém exeqüível. Isto se deve à vulnerabilidade proporcionada
pelas dimensões da viatura. Além deste fator, o desembarque rápido fica prejudicado. Uma
característica importante é a capacidade desta classe de viatura superar obstáculos, seja tracionando-os
ou empurrando-os. Estas viaturas têm capacidade de transportar efetivo superior a um GE além de
materiais diversos.

Fig 5-4. Vtr 5 Ton

É recomendável que, de acordo com as peculiaridades da tropa empregada, seja


adotada a dosagem de um grupo de engenharia por Vtr 5 Ton.

b. Viaturas blindadas sobre rodas – A Cia E Haiti não possui viaturas blindadas sobre rodas.
Entretanto, sua utilização deve ser prevista tendo em vista seu emprego em operações por diversas
ocasiões no histórico da missão. O adestramento neste tipo de viatura pode ser restrito aos pelotões de
Engenharia de Combate (Pel E Cmb). A utilização destas viaturas promove considerável efeito
psicológico, contribuindo eficazmente para dissuadir as forças adversas de suas ações. As Vtr Bld sobre
rodas podem ainda imprimir maior velocidade sem danificar as ruas. As Vtr Bld sobre lagartas são
recomendadas quando o terreno a ser patrulhado for muito acidentado ou quando se espera que a F Adv
dissemine obstáculos (existem tropas na área de operações que possuem essas Vtr). Cabe ressaltar que
tais viaturas não se prestam somente a missões de segurança, elas podem ser empregadas em operações
de desobstrução de vias ou na transposição de obstáculos, batidos ou não, por fogos.

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Fig 5-5. Pa mista (VBTP protegendo a Prog da Inf a pé)

MEDIDAS DE PREPARAÇÃO
Para que a ação de patrulhamento motorizado obtenha sucesso e provoque o efeito desejado, é
imprescindível, por parte tropa, uma judiciosa preparação.

a. Antes do deslocamento
1) O Cmt da tropa deverá providenciar:
a) ligações seguras e estáveis entre sua posição e o comando;
b) o embarque dos suprimentos necessários ao cumprimento da missão; e
c) o embarque do material de OCD (SFC).
2) O deslocamento para a região do objetivo deve ser cuidadosamente planejado.
3) A tropa deve estar organizada para o combate.
4) Os Cmt nível U, Su e Pel devem, se possível, realizar o reconhecimento da área.

5.4 MEDIDAS ADOTADAS DURANTE O PATRULHAMENTO

a. Ações na área de operações


1) Não fumar, mantendo a atenção e a observação constantes.
2) Conduzir o veículo em baixa velocidade. A Vel em áreas verdes é de 30 km/h e, em áreas
vermelhas e amarelas, 10 km/h.
3) Os militares apontam suas armas para seus setores de tiro. Em áreas críticas, os
militares transportam suas armas na posição do tiro rápido, apontando para os locais prováveis
de atuação das F Adv, como lajes e janelas.
4)Efetuar abordagens de suspeitos, quando necessário.
5) Manter, ininterruptamente, o Sistema de Comunicações.
6) Tratar convenientemente, com firmeza e respeito, a população civil.
7) Evitar conversas desnecessárias com transeuntes.
8) Dispersar, se for o caso, ajuntamentos suspeitos.
9) Informar, com presteza, anormalidades que possam redundar em distúrbios ou tumultos.
10) Fiscalizar, quando pertinente, estabelecimentos bancários e comerciais.
11) Realizar a conduta adequada com mortos e feridos, amigos, civis e F Adv. É
conveniente que estes fiquem o menor tempo possível expostos, evitando, assim, a exploração negativa
de uma imagem.
12) Realizar a conduta adequada, obedecidas as diretrizes do escalão superior, com
elementos de imprensa.

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13) Realizar, adequadamente, procedimentos policiais em situações diversas. Chamar
a PE quando necessário.
14) Tomar as medidas inicias em caso de acidente de trânsito.
15) Zelar pela conservação do bem público.

b. Vtr 5 Ton - A viatura 5 Ton será ocupada por um GE, posicionando-se uma esquadra de
cada lado da viatura.
1) Os primeiros homens de cada esquadra estarão de frente para a cabine, provendo a
segurança à frente da viatura, podendo destacar um destes militares para, na posição de pé à retaguarda
da cabine, prover a segurança mais ampla à frente da mesma. Uma Mtr MAG cumpre muito bem essa
função.
2) Os próximos combatentes (com exceção daqueles da retaguarda) estarão de pé, de costas
um para o outro, com o cano do fuzil voltado para fora da viatura e apontado para cima, a fim de não
constranger a população civil que estiver se deslocando ao lado da viatura.
3) Os últimos militares estarão de costas para a cabine, com o cano do fuzil no interior da
viatura e apontado para baixo.

Fig 5-6. Posicionamento da Pa na Vtr

c. Vtr Land Rover - A viatura Land Rover será ocupada por um GC, posicionando-se uma
esquadra de cada lado da viatura.
1) Os primeiros homens deverão se posicionar na parte de trás do compartimento dianteiro,
provendo a segurança à frente da viatura. Quando a Mtr MAG estiver instalada na viatura, estes
elementos deverão estar sentados.
2) Os próximos combatentes (com exceção daqueles da retaguarda) estarão de costas um
para o outro, com o cano do fuzil voltado para fora da viatura e apontado para cima, a fim de não
constranger a população civil que estiver se deslocando ao lado da viatura.

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Fig 5-7. Posicionamento da Pa na Vtr Land Rover

d. Desembarque
1) Por ocasião do desembarque, os dois soldados posicionados mais à retaguarda da viatura
desembarcarão e tomarão o dispositivo de segurança em torno da mesma, enquanto os outros dois
soldados permanecem realizando a cobertura daqueles que desembarcaram, como se observa na Fig 5-
8.

Fig 5-8. Dispositivo durante o desembarque


.
2) Após os primeiros soldados haverem tomado suas posições, os demais desembarcarão e
reforçarão a segurança da viatura em todas as direções, como na Fig 3-9.

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Fig 5-9. Dispositivo após o desembarque.

3) O procedimento de desembarque mencionado anteriormente será realizado caso a patrulha


sofra interferência de forças adversas, ou seja, em caso de ataque que ameace a integridade física dos
componentes da patrulha, de acordo com a Dtz Cmt Pa.

5.5 PRESCRIÇÕES DIVERSAS


a. Manutenção - É muito importante para a segurança da tropa que, durante o cumprimento da
missão, as viaturas não apresentem problemas mecânicos, de modo a não se envolverem em acidentes
de trânsito nem ficarem paradas obstruindo as vias de circulação. Para que não ocorram estes
contratempos indesejáveis, é imprescindível que as viaturas destinadas a este fim sejam alvo de
criteriosa inspeção antes de saírem do aquartelamento. A limpeza e a boa apresentação das mesmas,
também, são importantes.
b. Utilização de vias apropriadas - Durante a missão, as guarnições devem evitar trafegar por
vias estreitas e de grande movimento. A Vtr militar sendo conduzida em baixa velocidade pode
acarretar transtornos à população civil. Devem, também, ser evitadas vias estreitas e dominadas por
edificações, as quais a F Adv poderia se utilizar para o lançamento de artifícios incendiários como
“Coquetel Molotov” ou pedras.

ARTIGO II

PATRULHAS MECANIZADAS

5-7. GENERALIDADES
O patrulhamento mecanizado é uma técnica operacional que deve ser utilizada nas ações de
MANUTENÇÃO DA ORDEM e DISSUASÃO, bem como nos deslocamentos em áreas vermelhas
provendo maior segurança às tropas de engenharia nestas situações.

5-8. FINALIDADE
Normalmente, o patrulhamento mecanizado tem por finalidade tornar ostensiva a ação e a
presença das tropas do Btl, evitando que determinadas áreas fiquem vulneráveis às ações das F Adv. É
uma técnica utilizada quando a probabilidade de enfrentamento é grande, ou quando o dispositivo,
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valor e composição das F Adv torne desfavorável o emprego de outro tipo de patrulhamento. Esta
técnica proporciona, ainda, um considerável impacto psicológico sobre a população e as F Adv, além
da capacidade de rápida intervenção em qualquer ponto da zona de ação, de modo a criar condições
favoráveis ao restabelecimento da ordem.

5-9. EMPREGO DE VIATURAS BLINDADAS DE TRANSPORTE DE PESSOAL


No Btl Haiti, as VBTP URUTU transportam um grupo de combate de Fuz Mec. Estas viaturas
proporcionam considerável potência fogo e ação de choque, além do impacto psicológico nas F Adv.
Possui grande mobilidade, limitada apenas pelas vielas estreitas e becos. Quando empregadas em vias
estreitas, deve-se ter em conta a vulnerabilidade da dificuldade de manobrar nesse terreno. A utilização
destas viaturas, além de dissuadir as forças adversas de ações ofensivas, proporciona a capacidade de
inserir um grupo de combate mecanizado em uma área hostil com razoável nível de segurança da
guarnição. As VBTP, normalmente, são armadas com Mtr MAG 7,62 mm. No entanto, dependendo da
ameaça adversa e das regras de engajamento, podem utilizar a Mtr .50.

Fig 5-10. VBTP URUTU

O desembarque das VBTP é realizado da mesma maneira que nas Vtr 5 Ton descritas neste
capítulo. Cabe salientar que, além do motorista e do atirador de Mtr, um Fuz deve permanecer
embarcado, posicionado na parte posterior da VBTP, proporcionando segurança à retaguarda.

5-10. PRESCRIÇÕES DIVERSAS


a. Manutenção – Além de óbvios problemas operacionais, muito importante para a imagem da
instituição que, durante o cumprimento da missão, as viaturas não apresentem problemas mecânicos, de
modo a não se envolverem em acidentes de trânsito nem ficarem paradas obstruindo as vias de
circulação. Para que não haja estes contratempos indesejáveis, é imprescindível que as viaturas
destinadas a este fim sejam alvo de criteriosa inspeção antes de saírem das bases. A condução de cabos
de aço e “cambões” é imprescindível para uma rápida evacuação de uma Vtr em pane, sobretudo em
área sujeita às ações adversas. A limpeza e a boa apresentação das mesmas, também, são importantes
pois exteriorizam a disciplina e o profissionalismo da guarnição.

b. Utilização de vias apropriadas - Durante a missão, as guarnições devem evitar trafegar por
vias estreitas e de grande movimento. A Vtr militar que, por questão de segurança, é conduzida em
baixa velocidade, pode acarretar transtornos à população civil. Devem, também, ser evitadas vias
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estreitas e dominadas por edificações, as quais a F Adv poderia se utilizar para o lançamento de
artifícios incendiários como “Coquetel Molotov”.

c. Utilização de adição de blindagem - Dependendo da ameaça adversa, da disponibilidade de


material e ferramental e do modelo de VBTP empregado, pode ser aplicada uma adição de blindagem.
Normalmente, esta adição visa a aumentar a proteção de elementos mais vulneráveis como, por
exemplo, o atirador de Mtr. A adição de sacos de areia ao redor das escotilhas do compartimento de
combate proporcionam considerável proteção à guarnição contra impactos diretos e, sobretudo, contra
ricochetes.

Fig 5-11. Sacos de areia adicionados

Fig 5-12. Adição de blindagem à torre da VBTP Urutu

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d. Recursos de extinção de incêndio – Em face sobretudo da ameaça proporcionada às
VBTP pelos artifícios incendiários tipo “Coquetel Molotov”, armas de uso simples e fácil confecção,
medidas devem ser adotadas para a proteção da viatura e da guarnição. Os extintores de incêndio
devem estar permanentemente carregados e, sempre que possível, devem ser conduzidos em quantidade
adicional. Deve se disponibilizar, no compartimento de combate, algumas unidades de manta VO para
o combate às chamas em militar da guarnição.

e. Emprego noturno - As ações desencadeadas após o FCVN constituem excelente


oportunidade para sobrepujar as F Adv em poder de combate e aumentar o controle sobre a Z Aç. A
tropa Mec possui excelentes condições de incursionar em áreas de elevado nível de risco, aproveitando
ao máximo a proteção blindada, devendo-se, no entanto, observar os seguintes aspectos:
1) a guarnição deve aclimatar-se à escuridão antes de ingressar em área sujeita à ação
adversa;
2) preferencialmente, as viaturas devem ser conduzidas em escurecimento total para
manutenção do sigilo e aproveitamento máximo dos dispositivos de visão noturna;
3) quando não instalados nas viaturas, as guarnições devem conduzir holofotes, para
iluminação de alvos e objetivos; e
4) quando um GC Mec embarcado realizar patrulhamento em escurecimento total, o Cmt
GC e o At Mtr devem utilizar OVN para observar, designar alvos e controlar os fogos da fração.

ARTIGO III

PATRULHA A PÉ

5-11 GENERALIDADES
A patrulha deverá ser organizada de acordo com os fatores da decisão. Serão apresentadas, a
seguir, sugestões para o patrulhamento ostensivo em área edificada, particularmente, em favelas. Tendo
em vista o emprego anterior da Cia E Haiti recomenda-se que tal adestramento seja realizado.

5-12 COMPOSIÇÃO DA PATRULHA


Normalmente, emprega-se um GE, podendo ser reforçado.

5-13 ARMAMENTO E MUNIÇÃO


De dotação do GC, podendo ser reforçado com caçadores (atiradores do grupo). Normalmente,
cada homem conduz 5 carregadores plenos de munição.

5-14 SUGESTÃO DE MATERIAL


a. Capacete
b. Colete
c. OVN
d. Rifle 7,62 mm para os caçadores
e. Binóculos
f. Cabos solteiros
g. Mosquetões
h. Freio em 8
i. Cordada de 30 m
j. Granadas de gás lacrimogêneo, luz e som e fumígenas
l. Algemas

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m. Bornal para acondicionamento de granadas e carregadores extras

5-15. DESLOCAMENTO DA PATRULHA


a. A patrulha, em princípio, deslocar-se-á em coluna. Os dois esclarecedores serão de vital
importância, pois observam o caminho mais rápido e seguro para a patrulha seguir (Fig 3-13). Tendo
em vista o cansaço físico e emocional a que esses dois militares são submetidos, o Cmt Pa deverá
realizar um rodízio dentro da mesma.

Fig 5-13. Esclarecedores.

b. Cada homem, em seu deslocamento, deverá procurar o abrigo mais próximo, realizando
lanços curtos, com o militar que está imediatamente à retaguarda lhe provendo a segurança, como
observa-se na Fig 5-14.

Fig 5-14. Deslocamento da Pa em lanços curtos.

c. Os cinco patrulheiros intermediários deverão, alternadamente, realizar a segurança dos


flancos esquerdo e direito e, também, do setor acima de sua linha de visada (lajes, telhados, etc).

d. Os dois últimos militares da patrulha deverão prover a segurança de toda a patrulha para a
retaguarda, conforme Fig 5-15.

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Fig 5-15. Últimos militares da patrulha.

e. Quando a patrulha realizar um deslocamento por vielas, becos estreitos ou portas, deverá ser
utilizada a técnica de High-Low, que proporciona uma maior segurança ao deslocamento. Nessa técnica
(Fig 5-16), os militares progridem dois a dois, o primeiro (low) agachado, com a cabeça
aproximadamente na altura do tórax do segundo (high), fazendo a segurança para frente e para o seu
flanco respectivo (vielas transversais), ou para frente e para cima (lajes). Na prática, a técnica permite
que o espaço disponível para um homem seja, de fato, ocupado por dois, duplicando o poder de fogo.

Fig 5-16. High-Low.

f. O Cmt, em princípio, deverá ser o 3° homem da patrulha, para que coordene melhor o
cumprimento da missão e fique relativamente protegido.

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g. O deslocamento deverá ser realizado com a silhueta baixa, como na Fig 5-17.

Fig 5-17. Deslocamento com silhueta baixa.

h. O caçador da patrulha, caso haja, deverá ser o 4° homem, tendo em vista que possui, desta
posição, melhores condições para identificar possíveis elementos das F Adv posicionados em pontos
altos à frente. Deverá estar em condições de neutralizar, Mdt O Cmt Pa, qualquer oponente que esteja
impedindo o prosseguimento da mesma, conforme Fig 5-18. Poderá, ainda, sair do dispositivo
para, de uma posição de comandamento, eliminar atiradores oponentes e permitir a progressão da Pa no
terreno.

Fig 5-18. Conduta do Caçador.

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RESERVADO 5-14
i. Durante a progressão, os patrulheiros deverão proporcionar a segurança da Pa nos
entroncamentos de vielas, para evitar as emboscadas pelos flancos, não deixando de prover a segurança
à frente, simultaneamente, como pode-se ver nas Fig 5-19 e 5-20.

Fig 5-19. Segurança em entroncamento de vielas.

Fig 5-20. Segurança em entroncamentos de vielas.

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j. Conforme o tipo de missão a ser desempenhada, poderá ser escalado 01(um)
patrulheiro para que conduza um bornal com carregadores extras, para o remuniciamento.

l. Na Fig 5-21, pode-se ver um resumo das posições dos patrulheiros durante o deslocamento
da patrulha em áreas onde o contato com a F Adv é iminente.

1. Esclarecedores.

2. Caçador (pé) e Cmt


Pa (agachado).

3. Patrulheiros.

4. Scmt Pa (agachado).

5. Esclarecedores
(últimos militares da
Pa).
5 4 3 2 1

Fig 5-21. Resumo do posicionamento dos patrulheiros durante a progressão.

ARTIGO IV

POSTO DE BLOQUEIO E CONTROLE DE VIAS URBANAS (CHECK POINT)

5-16. GENERALIDADES

O Posto de Bloqueio e Controle de Vias Urbanas (PBCVU / CHECK POINT) destina-se a controlar o
movimento da população da área, capturar membros das F Adv, isolá-las na área de operações, impedir
a entrada de seus apoios e reforços e restringir sua liberdade de movimento.

5-17. DISPOSITIVO

O PBCVU deve ser organizado com os seguintes grupos:

a. Grupo de Segurança - Formado por uma esquadra comandada pelo Cmt CG, deve impedir
que qualquer elemento adentre o PBCVU sem antes ser devidamente identificado pelos anotadores.
Deve, também, prover a segurança do dispositivo contra qualquer ameaça externa.

b. Grupo de Patrulha - Composto pela outra esquadra do GC que compõe o Gp Seg, deve
destacar duas turmas de patrulha vasculhando o perímetro do dispositivo em sentidos diferentes. Tem
as mesmas atribuições do grupo de segurança. A distância que as turmas estarão do dispositivo depende
do terreno e do planejamento do comandante de pelotão.

RESERVADO
RESERVADO 5-16
c. Grupo de Choque - Composto por um GC, deve permanecer em uma posição central
no dispositivo, sempre próximo ao Cmt Pel, sendo a peça de manobra que este dispõe para intervir no
combate.

d. Grupo de Revista - Composto por uma esquadra comandada pelo Cmt GC, deve permanecer
em uma posição central do dispositivo e, preferencialmente, possuir uma instalação para realizar
revistas mais minuciosas. Deve se dividir em dois revistadores e dois seguranças aproximados. Devem
ser previstas revistadoras para atender ao público feminino.

e. Grupo de Anotadores - Composto pela outra esquadra do GC que compõe o Gp Rev, deve
se dividir em dois anotadores e dois Seg Aprox. Deve preencher a documentação conforme instruções
do Cmt Pel, realizar revistas sumárias e manter contato com o Cmt Pel. Em caso de confronto, deve
barrar a entrada de qualquer elemento no PBCVU.

f. Grupo de Apoio de Fogo - Composto pelo Gp Ap, deve instalar as Mtr MAG nas entradas
do PBCVU, ECD barrar as Via A.

Fig 4-22. Dispositivo do PBCVU.

RESERVADO
RESERVADO 5-17

5-18. MATERIAL

Item Quantidade Fração


Cones 40 Pa
Placas de Sinalização 4 Anotadores
Fura – pneu 2 Segurança
Mesa espelhada 1 Revista
Concertina 1 Choque
Prancheta 2 Anotadores
Ouriço 8 Choque
Tambor c/água ou areia 8 Segurança
Barraca 2 Revista
Armamento de dotação - Todo o Pel
Espingarda Cal 12 c/
4 Choque
Mun borracha
Gr M Lac 2 por homem -
Gr M Luz e Som 2 por homem -

5-19. SEQÜÊNCIA DAS AÇÕES

Primeiramente, o pelotão deve desembarcar em um local seguro, deslocar-se até um PRPO, se


for o caso, e proceder ao reconhecimento aproximado. Sempre que possível, o local do desembarque
e do PRPO devem coincidir com o local do PBCVU. O primeiro grupo a posicionar - se deve ser o
grupo de segurança, para prover a segurança durante a tomada do dispositivo. Dois elementos
devem barrar o trânsito durante a tomada do dispositivo. É essencial que esta tomada seja feita de
forma rápida, para evitar acúmulo de veículos nas entradas do PBCVU. Assim que o material estiver
disposto, os homens deverão entrar em posição sob a coordenação dos comandantes de grupo que
darão o pronto para o comandante de pelotão.

5-20. PRESCRIÇÕES DIVERSAS

a. O Pel deve levar rádios de curto alcance e fio para implantar uma rede interna. O Cmt Pel
deve manter contato com o Esc Supe.
b. A divisão dos Grupos dentro dos GC facilita, sobremaneira, o planejamento do Cmt Pel e
atende ao princípio da integridade tática.
c. O Cmt Pel deve dar especial atenção para o posicionamento das armas de apoio,
principalmente as MAG. O morteiro pode ser levado, dependendo da situação. Essas frações devem
manter contato com o Cmt Pel Fuz.
d. Apesar do QO do Pel Fuz não prever, o Cmt Pel deve verificar a disponibilidade de
caçadores para mobiliar o PBCVU.
e. O Cmt Pel deve dar especial atenção ao rodízio e ao descanso da tropa. Verifica-se que não
há um tempo específico para o descanso, porém, este deve ser executado enquanto o grupo estiver em
função de grupo de choque.
f. É aconselhável que o Cmt Pel permaneça junto à turma de comando e ao grupo de choque, o
que facilita que as mensagens cheguem até o mesmo e que este intervenha no combate.
g. O Cmt Pel deve escalar um elemento do grupo de revista para conduzir suspeitos, da entrada
do PBCVU até a barraca de revista.
h. O Cmt Pel, dependendo da situação, pode determinar o número máximo de elementos que
podem entrar no PBCVU e até determinar que estes sejam escoltados.

RESERVADO
RESERVADO 5-18

ARTIGO V

OPERAÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO (OBA)

5-21. GENERALIDADES

OBA é uma Op para se realizar a entrada em uma instalação, com o respectivo Mandado
Judicial , com ou sem a autorização dos proprietários ou dos moradores, podendo sofrer a resistência
dos mesmos, para que se faça a busca e apreensão de pessoal, e/ou material.

5-22 DISPOSITIVO

Uma operação de busca e apreensão deve ser organizada com os seguintes grupos:

a. Grupo de Segurança - Deve dispor-se no perímetro externo do dispositivo e tem como


missão principal evitar que qualquer elemento externo ao dispositivo invista contra o mesmo.

b. Grupo de Cobertura - Deve cercar a instalação, protegendo as portas e janelas durante a


tomada do dispositivo do grupo de entrada. Durante a ação, deve impedir que qualquer elemento saia do
local.

c. Grupo de Entrada - Deve ter, preferencialmente, valor de uma esquadra. Realiza o


vasculhamento da instalação, neutralizando os elementos da força adversa.

d. Grupo de Apreensão - Assim que grupo de entrada acusar que a instalação está limpa, deve
entrar, realizando a apreensão de material ou prisão dos elementos da força adversa.

e. Negociador (se for o caso) - Deve ser elemento especializado. Caso não se disponha de um,
pode ser o comandante de pelotão.

RESERVADO
RESERVADO 5-19

Seg
Seg Cob

Janela

Cob

Janela Instalação Janela

Cob

Porta

Cob Gp Apre
Ent
Seg Seg

Fig 5-24. Dispositivo de uma OBA.

Primeiramente, o pelotão deve desembarcar em um local seguro, deslocar-se até um PRPO, se


for o caso, e proceder ao reconhecimento aproximado. O primeiro grupo a posicionar–se deve ser o
grupo de segurança, para prover a segurança durante a tomada do dispositivo. Em seguida, o grupo de
cobertura se posiciona. Neste momento, o negociador, conforme planejamento do comandante de
pelotão, pode incitar à rendição. Caso não haja rendição, o grupo de entrada se posiciona e, a comando
do Cmt Pel, executa a entrada e o vasculhamento, cômodo a cômodo. Assim que os elementos da força
adversa estiverem neutralizados, o grupo de apreensão realiza as prisões necessárias.

5-23. MATERIAL

Item Quantidade Grupo


Algemas 5 Apreensão
Gr M Luz e Som 2 por homem -
Gr M Lac 2 por homem -
Mtr mão Bereta 2 Entrada
Pistola 2 Entrada
OVN 4 Entrada
Máscara contra gases 9 Apreensão e Entrada

5-24. PRESCRIÇÕES DIVERSAS

a. O Pel deve levar rádios de curto alcance para implantar uma rede interna.
b. O Cmt Pel deve manter contato com o Esc Supe.
c. A divisão dos Grupos dentro dos GC facilita, sobremaneira, o planejamento do Cmt Pel e
atende ao princípio da integridade tática.

RESERVADO
RESERVADO 5-20

d. Apesar do QO do Pel Fuz não prever, o Cmt Pel deve verificar a disponibilidade de
caçadores para mobiliar o Grupo de Cobertura.
e. O Cmt Pel deve portar o mandado de busca e apreensão ou o mandado de prisão, SFC.

5-25. OBSERVAÇÕES

a. A identificação do local dos reféns dentro da instalação é de fundamental importância para


decidir que tipo de entrada será feita e de que maneira será executada.

b. A entrada na instalação pode ser feita a partir de uma ou várias direções, simultaneamente,
com a finalidade de obter a total surpresa sobre a F Adv, imobilizando-a em sua posição desde os
momentos iniciais do assalto.

c. A posição dos reféns dentro da instalação deve ser constantemente buscada e monitorada,
dando-se a mais alta prioridade para a entrada neste cômodo.

d. Faz-se necessário o ensaio exaustivo antes do desencadeamento de um assalto, utilizando-se


uma réplica exata do local em que será executada a ação.

RESERVADO
RESERVADO 5-21

ARTIGO VI

POSTO DE SEGURANÇA ESTÁTICO (PSE)

5-26. GENERALIDADES
O posto de segurança estático tem como objetivo proteger uma instalação, dispositivo ou ponto
sensível.

5-27 DISPOSITIVO

Para ocupar um PSE, o Pel Fuz deverá se organizar nos seguintes grupos:

a. Grupo de Sentinela - Formado por um GC e disposto, em sua grande parte, no perímetro do


ponto sensível, podendo os postos serem individuais ou em dupla e a quantidade em função da extensão
desse perímetro. O Cmt Pel poderá, também, destacar postos com a função de defender instalações-
chave dentro do ponto sensível.

b. Grupo de Choque - Formado por um GC, permanecerá à disposição do Cmt Pel para
missões eventuais e para que este possa empregá-lo com a finalidade de intervir no combate pela
manobra. Deve, preferencialmente, ficar situado em uma posição central do dispositivo.

c. Grupo de Patrulha - Formado por um GC, deverá destacar uma esquadra para realizar a
patrulha no perímetro mais externo, ligando os postos de sentinela, preferencialmente sem nenhuma
ordem ou sentido para não se tornar previsível. Outra esquadra poderá realizar a mesma função, porém
na parte mais interna do dispositivo, realizando, também, o vasculhamento da área, em busca de
elementos ou dispositivos infiltrados.

d. Grupo de Apoio de Fogo - Formado pelo Grupo de Apoio do Pel Fuz, deverá ser
posicionado pelo Cmt Pel, assessorado pelo Cmt Gp Ap, nos pontos de onde possa prestar apoio de
fogo para o maior número de postos. Os postos de apoio de fogo devem ser, constantemente,
guarnecidos, sendo seu descanso organizado e controlado pelo Cmt Gp.

RESERVADO
RESERVADO 5-22

S
S
S
S

atrulha
Entrada
Principal

MAG Tu Cmdo S

Tu
Chefia
Cmd
o
MAG
Choque Oficinas

(S)- Gp Sentinela. Caixa


dágua

Patrulha

Alojamentos

Tanque
de
tratame
nto
S
Entrada
secundária
(interditada)

S
S S

Fig 5-25 Dispositivo de um PSE. Concertina

RESERVADO
RESERVADO 5-23

5-28 MATERIAL

Item Quantidade Fração


Cavalo de frisa 2 Sentinela
Concertina 3 Sentinela
Cones 30 Patrulha
Espingarda Cal 12 com Mun de borracha 4 Choque
Gr M Fum Lac 16 Choque
Gr M Luz e Som 16 Choque
Máscara contra gases - Todo Pel
Armt dotação - Todo Pel
A lista acima representa o básico para o planejamento do Cmt Pel, porém, vale lembrar que o
material a ser levado para o PSE depende do planejamento do Cmt Pel e da disponibilidade de meios.

5-29 SEQUÊNCIA DAS AÇÕES


Primeiramente, o pelotão deve desembarcar em local seguro. Após isso, ele desloca-se, a pé, até
um PRPO, de onde os comandantes de grupo mais o comandante de pelotão executam o
reconhecimento aproximado e, então, liberam os grupos. O local do desembarque e do PRPO podem
coincidir com o Ponto Sensível. O Grupo de Patrulha deve fazer um vasculhamento no local antes que
os outros grupos tomem posição. Assim que os comandantes de grupo posicionarem os homens,
convém que o comandante passe em todo o dispositivo, retificando ou ratificando-o. Quando o
dispositivo estiver pronto, as comunicações devem ser estabelecidas conforme a ordem do comandante.

5-30 PRESCRIÇÕES DIVERSAS


a. O Pel deve levar rádios de curto alcance e fio para implantar uma rede interna. O Cmt Pel
deve manter contato com o Esc Supe.

b. A divisão dos Grupos dentro dos GC facilita, sobremaneira, o planejamento do Cmt Pel e
atende ao princípio da integridade tática.

c. O Cmt Pel deve dar especial atenção para o posicionamento das armas de apoio,
principalmente as MAG. O morteiro pode ser levado, dependendo da situação. Apesar do QO do Pel
Fuz não prever, o Cmt Pel deve verificar a disponibilidade de caçadores para mobiliar o PSE.

d. O comandante de pelotão pode dispor de obstáculos e armadilhas.

e. O Cmt Pel deve dar especial atenção ao rodízio e ao descanso da tropa. Não há um tempo
especifico para o descanso, porém, este deve ser executado enquanto o grupo estiver em função de
grupo de choque.

f. É aconselhável que o Cmt Pel permaneça junto à turma de comando e ao grupo de choque, o
que facilita que as mensagens cheguem até o mesmo e que este intervenha no combate.

g. Só deve existir uma entrada e uma saída no PSE. Esta deve ser controlada pelo grupo de
sentinela, que deve possuir a relação das pessoas autorizadas a entrar no dispositivo. Uma arma de
apoio deve bater esta entrada.

h. O Cmt Pel deve manter contato com a chefia da instalação.

i. As sentinelas das instalações-chave deverão possuir uma relação das pessoas autorizadas a
entrar nas mesmas.
j. Sempre que seja possível, deverão ser conduzidos para a operação do PSE elementos
capacitados a substituir os operadores das instalações-chave, para casos de extrema necessidade.
RESERVADO

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