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Resumo: O presente artigo visa suscitar reflexões, por meio de contribuições teóricas de
estudiosos do campo de gênero e das legislações, de maneira articulada, quanto à
formação docente no que diz respeito às relações de gênero e sexualidade. Nessa
perspectiva, a proposta também busca discutir o tema no espaço escolar com base nessa
legislação nacional, por meio da implementação curricular das práticas pedagógicas e
no percurso da Educação Básica. A metodologia adotada é de cunho qualitativo e os
resultados evidenciam
nciam que a oferta de capacitações e de formações continuadas
possibilita que o profissional da educação tenha condições de abordar essa temática de
maneira fundamentada em sua prática pedagógica.
Introdução
O objetivo do pós--estruturalismo
estruturalismo é desconstruir “verdades” consolidadas, ou
seja,
ja, questionar explicações que envolvem a naturalização e a universalidade das coisas,
rompendo com binarismos, como porexemplo homem/mulher, sagrado/profano,
Deus/diabo, certo/errado, verdade/mentira, homossexual/heterossexual.
Por esse entendimento, os sujeitos não passam de uma construção cultural,
social e histórica. “[...] Assim um determinado significado é o que é não porque ele
corresponde a um ‘objeto’ que exista fora do campo da significação, mas porque ele foi
socialmente assim definido”. (SILVA, 2007, p.120).
Frente ao exposto, esse artigo nas próximas páginas que se segue tentará de
maneira breve, pautada nos teóricos de perspectiva pós-estruturalistas
pós estruturalistas realizar um
retomada das legislações que permeiam a abordagem das relações de gênero e
sexualidade
idade no ambiente escolar de modo a possibilitar implementações no currículo.
Nesta pesquisa, entendemos que “[...] currículo não se restringe apenas a ideias e
abstrações, mas [se refere] a experiências e práticas concretas, construídas por sujeitos
concretos, imersos em relações de poder”. (GOMES, 2008, p.23). No tocante à temática
da diversidade, em especial às relações de gênero e sexualidade, iremos apresentar de
forma breve desdobramentos desse assunto que permitirão melhorias na ação docente e
nas práticas pedagógicas.
A palavra currículo associam-se
associam se distintas concepções, que deveriam
dos diversos modos de como a educação é concebida historicamente,
bem como das influências teóricas que a afetam e se fazem f
hegemônicas em um dado momento. (CANDAU & MOREIRA, 2008,
p.17).
A diversidade
diversidade é um componente do desenvolvimento biológico e
cultural da humanidade. Ela se faz presente na produção de práticas,
saberes, valores, linguagens, técnicas artísticas, científicas,
representações do mundo, experiências de sociabilidade e de
aprendizagem (GOMES, 2008, p.18).
aprendizagem.
Faz-se
se necessário, pois, que construamos práticas pedagógicas que realmente
“[...] expressem a riqueza das identidades e da diversidade cultural presente nas escolas
e na sociedade.
e. Assim poderemos avançar na superação de concepções românticas
Em termos legais, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 3º, com relação
aos direitos fundamentais, rege em seu inciso IV sobre o “[...] respeito à diversidade de
orientação sexual e promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo,
cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”. (BRASIL, 1988, p. 10).
Também os Parâmetros Curriculares Nacionais, elaborados em 1997, embora
tenham sofrido grandes críticas no que diz respeito às questões de gênero e sexualidade
em seus volumes oito e dez, foram e continuam sendo de grande contribuição para a
inserção do assunto em ambiente escolar, indicando como objetivos do Ensino
Fundamental:
Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural
brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e
nações, posicionando-se
posicionando se contra qualquer discriminação baseada em
diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou
outras
ras características individuais e sociais. (BRASIL, 1998, p. 07).
O artigo 14, por seu turno, aponta para a liberdade de pensamento, consciência e
religião garantida pelo Estado à criança,também a partir da orientação dos pais:
De acordo com Macedo (2002), uma escola para todos supõe a disponibilidade
para a prática de uma pedagogia diferenciada e de uma avaliação formativa com uma
Pedagogia:
Diferenciada porque leva em conta diversidade e a singularidade de
todas as crianças que agora frequentam a escola e nela esperam
aprender coisas significativas para sua vida. Avaliação formativa
porque observa, regula, seleciona, valoriza o que melhor pode estar a
serviço dessas aprendizagens
aprendizagens e o que indica os processos ou as
mudanças de posição quanto ao que cada criança pôde aprender e
desenvolver em favor de conteúdo, competências e habilidades que
nós, adultos julgamos que elas deviam dominar. (MACEDO, 2002, p.
05).
Contudo, para que essa prática venha a ser reflexiva, é necessário que ao corpo
docente dos espaços educativos e escolares, conforme pontua a diretriz
diretriz 10 do Plano
[...] Qualificação
Qualificação permanente de profissionais para atuarem na rede de
promoção, proteção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
Objetivo Estratégico 10.1 – Formular e implementar uma política de
formação continuada, segundo diretrizes estabelecidas pelo
pel Conanda,
para atuação dos operadores do sistema de garantias de direitos, que
leve em conta a diversidade regional, cultural e étnico racial.
(BRASIL, 2013, p.19).
Considerações finais
Referências