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2.3.2.

Quanto à forma

• Quanto à forma, elas podem ser escritas (instrumental) ou costumeiras (não


escritas ou consuetudinárias).
• Escrita (instrumental), o próprio nome nos ajuda a explicar, seria a Constituição
formada por um conjunto de regras sistematizadas e organizadas em um único
documento, estabelecendo as normas fundamentais de um Estado. Como
exemplo, citamos a brasileira de 1988, a portuguesa, a espanhola etc.
• Costumeira (não escrita ou consuetudinária) seria aquela Constituição que, ao
contrário da escrita, não traz as regras em um único texto solene e codificado. É
formada por “textos” esparsos, reconhecidos pela sociedade como fundamentais, e
baseia-se nos usos, costumes, jurisprudência, convenções. Exemplo clássico é a
Constituição da Inglaterra.

2.3.3. Quanto à extensão

• Quanto à extensão podem ser sintéticas (concisas, breves, sumárias, sucintas,


básicas) ou analíticas (amplas, extensas, largas, prolixas, longas, desenvolvidas,
volumosas, inchadas).
• Sintéticas seriam aquelas enxutas, veiculadoras apenas dos princípios
fundamentais e estruturais do Estado. Não descem a minúcias, motivo pelo qual
são mais duradouras, na medida em que os seus princípios estruturais são
interpretados e adequados aos novos anseios pela atividade da Suprema Corte. O
exemplo lembrado é a Constituição americana, que está em vigor há mais de 200
anos (é claro, com emendas e interpretações feitas pela Suprema Corte).
• Analíticas, por outro lado, são aquelas que abordam todos os assuntos que os
representantes do povo entenderem fundamentais. Normalmente descem a
minúcias, estabelecendo regras que deveriam estar em leis infraconstitucionais,
como, conforme já mencionamos, o art. 242, § 2.º, da CF/88, que dispõe que o
Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita
federal. Assim, o clássico exemplo é a brasileira de 1988.

2.3.4. Quanto ao conteúdo

• O conceito de constituição pode ser tomado tanto em sentido material como


formal.
• Materialmente constitucional será aquele texto que contiver as normas
fundamentais e estruturais do Estado, a organização de seus órgãos, os direitos e
garantias fundamentais. Como exemplo podemos citar a Constituição do Império
do Brasil, de 1824, que, em seu art. 178, prescrevia ser constitucional somente o
que dissesse respeito aos limites e atribuições respectivos dos poderes políticos e
aos direitos políticos e individuais dos cidadãos; tudo o que não fosse
constitucional poderia ser alterado, sem as formalidades referidas (nos arts. 173 a
177), pelas legislaturas ordinárias.
• Formal, por seu turno, será aquela Constituição que elege como critério o
processo de sua formação, e não o conteúdo de suas normas. Assim, qualquer
regra nela contida terá o caráter de constitucional. A brasileira de 1988 é formal!
• Cabe observar (e este tema ainda não está fechado) que, com a introdução do §
3.º no art. 5.º, pela EC n. 45/2004, passamos a ter uma espécie de conceito
misto, já que a nova regra só confere a natureza de emenda constitucional (norma
formalmente constitucional) aos tratados e convenções internacionais sobre

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