Metabolismo de lipídeos

Prof. Leonardo M. Cruz

Processamento dos lipídeos da
dieta em vertebrados
Estrutura molecular de um
quilomicron
Entrada do glicerol na via glicolítica
A energia fornecida pelas triacilgliceróis:
- 5% é fornecido pelo glicerol
- 95% é fornecido pelos três ácidos graxos

piruvato Acetil-CoA
 Oxidação de Ácidos Graxos
● Ocorre em três estágios
● Os ácidos graxos sofrem remoção gradativa de
duas unidades de carbono na forma de acetil-CoA
(β-oxidação)
● O acetil-CoA é oxidado a CO2 no ciclo de Krebs
● NADH e FADH2, produzidos nas etapas anteriores,
doam elétrons para a cadeia respiratória,
produzindo O2 e H2O e gerando ATP
Etapas da Oxidação
dos Ácidos Graxos
 Ativação do ácido graxo
Consiste na ligação de um ácido
graxo a uma coenzima A (CoA)
Catalisada pela acil-CoA sintetase presente
na membrana externa da mitocôndria

A hidrólise de ATP a AMP + PPi equivale a

hidrólise de duas moléculas de ATP a ADP + Pi

R C C C O + ATP + HS CoA
H 2 H 2

Ácido graxo

R C C C S CoA + AM P + PPi
H 2 H 2

acil-CoA
Transporte dos Ácidos Graxos
para a mitocôndria
Oxidação de ácidos graxos
β-oxidação
β-Oxidação de Ácidos
Graxos Saturados

oxidado no
TCA

sofre uma nova rodada

de beta-oxidação
β-oxidação
 Resumo da β-oxidação
● Ativação do ácido graxo no citosol
● Catalisada pela acil-CoA sintetase na membrana
externa da mitocôndria
● Consumo de ATP
● Transporte para a matriz mitocondrial
● Realizado pelas carnitina acil transferase I e II
● β-oxidação de ácido graxos saturado de cadeia par
● Quatro reações
● Produção de FADH2 e NADH
● Cada ciclo produz acetil-CoA e acil graxo-CoA com
menos dois carbonos
Ácidos graxos como
fonte de energia

β-oxidação
β-oxidação
TCA
TCA
TCA
TCA
TCA
 Oxidação de Ácido
Graxo de Cadeia Impar
● O ácido graxo sofre β-oxidação normal
● O penúltimo passo produz um acil-CoA com 5
carbonos
● O último passo produz acetil-CoA e propionil-
CoA
● A metabolização do propionil-CoA requer três
reações adicionais
Metabolismo do Propionil-CoA

Ciclo de
Krebs
 Oxidação de Ácidos
Graxos Insaturados
Requer reações adicionais

β-oxidação β-oxidação

A enzima enoil-CoA hidratase não age

na molécula em cis (somente em trans)

acil-CoA desidrogenase FAD

(β-oxidação)
FADH2

enoil-CoA isomerase

NADPH + H+
dienoil-CoA redutase
NADP+

Trans-Δ→Δ2 isomerase
Triacilgliceróis como fonte de
glicose em sementes
 Ciclo do Glioxilato
● Ocorre nos glioxissomos
● Presente somente em certas células de plantas
● Permite a conversão de gordura armazenada
em carboidrato
● Ocorre durante a germinação
● Ocorre em 4 compartimentos
● Corpo lipídico
● Glioxissomo
● Citosol
● Mitocôndria
Proximidade Entre as Organelas
 Ciclo do Glioxilato
Contorna os dois passos de descarboxilação
(produção de CO2) do ciclo de Krebs

Em cada volta, duas moléculas de acetil-CoA

entram no ciclo (somente uma entra no ciclo de
Krebs)
Ciclo de Krebs vs.
Ciclo do Glioxilato
 Ciclo do Glioxilato
Animais não possuem as enzimas
isocitrato liase e malato sintase
(específicas do ciclo do glioxilato)

Nos animais, a oxidação dos

ácidos graxos ocorre somente na
mitocôndria, sendo convertidos a
ATP, CO2 e H2O

Equação global do ciclo do glioxilato (pode funcionar como

reação anaplerótica)

2acetil-CoA + NAD+ + 2H2O → succinato + 2CoA + NADH + H+

Biossíntese de ácidos graxos
Localização subcelular do
metabolismo de lipídeos
Transporte do grupo acetil da
mitocôndria para o citosol
Acetil-CoA carboxilase

Malonil-CoA participa da síntese de ácidos graxos.

Reação de carboxilação
Síntese de malonil-CoA:
enzima acetil-CoA carboxilase

2
 Biossíntese de Ácidos Graxos
● Catalisada pela enzima ácido graxo sintase
● Consiste de 4 reações
● Malonil-CoA é usado como unidade de
montagem
● A cada ciclo completado, a cadeia de ácido
graxo é estendida em 2 carbonos
● A cadeia é estendida até 16 carbonos
(palmitato, 16:0) e então deixa o ciclo
● NADPH é usado como agente redutor
Biossíntese de Ácidos Graxos
 Ácido graxo
sintase

Enzimas (ou atividades enzimáticas) da

sintase de ácidos graxos:

1. ACP = proteína carreadora de acila

2. MAT = Malonil/acetil-CoA-ACP transferase
3. KS = β-cetoacil-ACP sintase
4. KR = β-cetoacil-ACP redutase
5. DH = β-hidroxiacil-ACP desidratase
6. ER = Enoil-ACP redutase
Reação global para a síntese do palmitato
Estrutura da ácido graxo sintase

Mamíferos Fungos
Cadeia polipeptídica única Duas cadeias polipeptídicas
 Ácido Graxo Sintase
β-cetoacil-ACP
β-cetoacil-ACP redutase
sintase

Ácido graxo sintase de plantas e

bactérias

4 enzima separadas

Proteína Carreadora de grupo

acil (ACP) – centro; age como
“braço móvel”, transportando o
ácido graxo entre os sítios ativos

β-hidroxiacil-ACP
desidratase
enoil-ACP PDB 1kas, 1i01, 1u1z, 1dfg e 2fae
redutase
 ACP
Fosfopanteteína

Cofator da ACP ligado

a um resíduo de serina

Forma o “braço móvel”.

A cadeia do ácido graxo (rosa) é abrigada

dentro de uma fenda na ACP (laranja)

A figura da esquerda possui um ácido

graxo com 4 carbonos e a da direita um
ácido graxo com 10 carbonos
PDB 1l0i e 2fae
 Resumo da síntese
de ácidos graxos
● Formação do malonil-CoA
● Catalisado pela acetil-CoA carboxilase
● Usa acetil-CoA como precursor
● Consome ATP
● Quatro reações
● Cada ciclo estende a cadeia em dois carbonos
● Forma palmitato (16:0)
● Ocorre:
● Citosol de células animais
– Complexo enzimático único com 12 subunidades
● Cloroplasto de células vegetais
– Quatro enzimas separadas
 Ácidos Graxos
Síntese vs. Degradação
Regulação da síntese de ácidos
graxos
Regulação Modificação covalente
alostérica disparada por hormônios
Síntese de ácidos graxos ocorre no citosol: [NADPH]/[NADP+] grande

Produção de NADPH necessária para a síntese de ácidos graxos

Regulação coordenada da síntese e degradação de ácidos graxos:
enzima chave é a acetil-CoA carboxilase (ACC)

ACC = acetil-CoA carboxilase

 Vias de síntese de
outros ácidos graxos
Palmitato é o precursor de ácidos graxos
saturados e insaturados de cadeia longa

Obtidos pela dieta

(mamíferos)

Os ácidos graxos podem ser:

1. Alongados – por adição de grupos acetil pela
ação do sistema de elongação de ácidos
graxos presente no retículo endoplasmático
liso e mitocôndria

2. Dessaturados – por ação da acil graxo-CoA

dessaturase no retículo endoplasmático liso
Biossíntese de glicerolipídios

Gliceroneogênese
(nos adipócitos)

A via é uma
abreviação da
gliconeogênese
Biossíntese de glicerolipídios

Pi

Serina
Biossíntese de triacilgliceróis: regulação

Diabetes: falta de insulina = dificuldade em

oxidar glicose e sintetizar ácidos graxos, logo
a -oxidação é favorecida (emagrecimento),
 acetil-CoA e corpos cetônicos.

β-oxidação

Favorecida na falta de insulina

Biossíntese de
colesterol
Biossíntese de colesterol:
acontece em 4 etapas

1) 3 unidades de acetato condensam-

se para formar o mevalonato;
2) Conversão do mevalonato em
isopreno ativato;
3) Polimerização de 6 unidades de
isopreno para formar o esqualeno;
4) Ciclização do esqualeno, As linhas pontilhadas
oxidações, reduções, remoção ou marcam as unidades
migração de grupos metila, de isopreno
originando o colesterol.

Os carbonos do colesterol
são derivados do acetato
Biossíntese de colesterol:
etapa 1 – formação do mevalonato
Enzima chave
na regulação
Destinos do colesterol:
 Membranas biológicas;
 Ésteres de colesterol;
 Precursor dos ácidos biliares;
 Precursor de hormônios esteroidais;
 Precursor da vitamina D.

OH
OH
H2C O H2C O
O
C
HO HO OH

O O

Aldosterona Cortisol Progesterona Testosterona

Vitamina D ativa
Biossíntese de colesterol: regulação

X = metabólitos
não identificados
do colesterol.
 Referências
• Fosforilação oxidativa
– NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger – Princípios de bioquímica,
São Paulo, Sarvier, 4a ed., 2006, 1202p.
• Cap 17 Catabolismo de ácido graxo
– 17.1 Digestão, mobilização e transporte de gorduras
– 17.2 Oxidação dos ácidos graxos
• Cap 21 Biossíntese de lipídios
– 21.1 Biossíntese de ácidos graxos e eicosanóides
– 21.2 Biossíntese de triacilgliceróis
– 21.3 Biossíntese de fosfolipídios de membrana
– MARZZOCO, A.; TORRES, B. B. Bioquímica básica, Rio de Janeiro,
Guanabara/Koogan, 3a ed., 2007, 386p.
• Cap 16 Metabolismo de lipídios (p. 190-197, 201-206, 208-209)