Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

A influência dos grupos


no processo de emagrecimento
Resumo e Questão elaborada pelo Grupo

Ana Cristina

Carol Machado

Elisa Amaral

Gabriele Oliveira

Nayara Nascimento

Talyssa Taisses

Raíra Silva

Professora: Michelle Büker

Curso: Psicologia

Disciplina: Dinâmica de Grupo

Canoas, março de 2019.


Definição de grupos e os fenômenos do campo grupal
Grupos de autoajuda
Segundo Osorio (2003), os grupos de autoajuda, que deveriam chamar-se
de grupos de ajuda recíproca, por sua proposta – uns integrantes
ajudarem outros, nasceram a partir dos grupos de AAs (Alcoólicos
Anônimos). Conforme Zimerman (2000), apesar de os grupos de
autoajuda atuarem de forma autônoma, sem a liderança formal de um
técnico especializado, sua formação normalmente ocorre a partir do
interesse de um desses técnicos. Para que se configure um grupo de
autoajuda, esse técnico fundador pode continuar respaldando o grupo
com a sua presença; porém, não deve participar muito diretivamente.

Grupos de suporte

Mello Filho (2000) remonta o conceito de grupos de suporte a partir das


definições de diversos autores. Para Caplan (apud MELLO FILHO, 2000), “os
sistemas de suporte implicam padrões duradouros de vínculos que contribuem
de maneira significativa para a manutenção da integridade física e psicológica
do indivíduo”. Para Sidney Cobb, os sistemas de suportes sociais são uma
forma de relação grupal em que “prevalecem as trocas afetivas, os cuidados
mútuos e a comunicação franca e precisa entre as pessoas”. Essa rede grupal
é solidária e ocorre de maneira contínua e com papéis definidos, produzindo
sentimentos de coesão e apoio que auxiliam seus integrantes no
enfrentamento da realidade e que atuam como um fator moderador do
estresse. Dada a complexidade do tema, falta uniformidade na definição de
suporte social. Contudo, Cohen e Wills (apud MELLO FILHO, 2000)
identificaram quatro características predominantes que se alternam nesses
grupos. São os aspectos afetivo (amor, carinho, acolhimento), informativo
(orientação e informação), sociável (atividades recreativas ou de lazer
praticadas em conjunto) e instrumental (tarefas como cozinhar, lavar roupas e
outras juntas).
Grupos para portadores de transtornos alimentares

Para Zimerman (1997), os transtornos da alimentação constituem um


conjunto de patologias notavelmente desenvolvidas e diagnosticadas na
última década. De acordo com Felippe (1994), a obesidade é uma doença
que não deve ser tratada de forma isolada, pois interfere em várias
dimensões da vida da pessoa e não somente em aspectos físicos. A
obesidade é considerada uma doença psicossomática, na qual o indivíduo
se comporta, pensa e sente-se efetivamente como obeso.

Com a promoção da valorização do grupo, é possível verificar que


são os integrantes do grupo, com suas vivências, sentimentos,
conhecimentos e ideias sobre sua doença, os responsáveis por mostrar
como ajudar. O coordenador não ensina ou impõe experiências, mas
acompanha e guia os pacientes nessa aprendizagem de novos hábitos
alimentares e estilo de vida que, em geral.
As competências necessárias para o emagrecimento

A perda de peso exige conhecimento, habilidades, estratégias e


motivação.
Segundo Judith Beck, apenas motivação que os prós perdidos em uma
dieta não sejam recuperados, levando o indivíduo a entrar no efeito
sanfona, emagrecendo e engordando e assim sucessivamente.
Defende o uso de técnicas cognitivas e estratégias para a pessoa adquirir
habilidades que aumentam a autoconfiança e o autocontrole, descobrindo
pensamentos sabotadores relacionados a emoções negativas, que
motivam a comer de maneira diferente. Afirma Beck que, “aprendendo,
praticando e dominando as habilidades de sucesso, não irá apenas
alcançar a perda de peso, mas eliminar para sempre o excesso de peso.”
Foram listadas 9 habilidades, citadas a seguir:

● Habilidade 1: motivar-se diariamente. Muitas das pessoas que


obtém êxito em sua dieta, afirmam que tiveram incentivos para a
perda de peso, nunca esquecendo esses motivos, mesmo após a
perda, o que é importante. Os motivos variam de pessoa para
pessoa, em geral, são baseados em problemas de saúde ou
sociais.
A técnica descrita por Beck estabelece a necessidade de identificar
os pensamentos sabotadores e automáticos que desviam da
intenção de perder peso e fazem esquecer as razões orientadoras
dos esforços.
● Habilidade 2: pesar-se diariamente. Se pesar diariamente pela
manhã deve tornar-se um hábito na vida de quem adere ao seu
programa de perda permanente de peso. Ressalta: “ Deve-se
aprender a lidar com a balança apenas como fonte de informação,
significando que essa escala não reflete quem você é”
● Habilidade 3: comer devagar, sentado podendo saborear. Defende
a prática e o aprendizado dessa habilidade. Comprovadamente,
pessoas em dieta, que focaram no que comiam, tinham
consciência do que ingeriam podendo sentir o sabor a cada
pedaço, saciando a vontade de comer mais ou até mesmo a
sobremesa, mas principalmente era reduzida a ansiedade ao
comer.
● Habilidade 4: elogiar-se. Pois elogiando-se constantemente para
reforçar as conquistas e boas práticas, provando a si mesmo que
pode tomar o controle e exercer a autodisciplina.
● Habilidade 5: fazer exercícios. A prática de exercícios é um
componente fundamental do plano de reeducação de hábitos
alimentares, pois ajuda no metabolismo e auxilia no controle do
apetite, no humor e no sono.
● Habilidade 6: aprender a lidar com a fome, os desejos
incontroláveis e o comer por razões emocionais. Beck ensina a não
confundir fome com estados emocionais ou apenas vontade de
comer. Destaca que é preciso aprender que a fome não é uma
emergência.
● Habilidade 7: planejar e monitorar sua alimentação. No programa
de reeducação alimentar, afirma que, com o tempo aprende-se a
flexibilizar a dieta, mas no início tem que ser manter inflexível e
seguir o plano de alimentação.
● Habilidade 8: seguir seu planejamento aconteça o que acontecer.
Beck relata a importância da persistência. Existem técnicas de
resistência que ajudam no processo, além disso existe uma técnica
relacionada a angústia pela vontade de comer. Nesse caso deve
procurar alguma distração, pois quando acabar a vontade de
comer terá passado.
● Habilidade 9: voltar aos trilhos imediatamente. Pessoas que
tiveram êxito em manter sua dieta, cometeram erros, mas se
recuperaram imediatamente. É importante manter anotações que
auxiliam a reforçar a motivação para a dieta ou superar momentos
de fraquezas.
Problema de pesquisa
Os grupos influenciam no desenvolvimento de competências necessárias
ao emagrecimento e na perda de peso dos seus integrantes?

Hipóteses
• H1:Os integrantes de um grupo desenvolvem competências necessárias
para o emagrecimento.
• H2:Os integrantes de um grupo atingem suas metas de redução de
peso.
• H3:Os grupos geram dependência de seus integrantes para manutenção
do peso.

Objetivos Objetivo geral


Verificar a influência dos grupos no processo de emagrecimento.

Objetivos específicos
• Analisar se houve desenvolvimento das competências necessárias para
o emagrecimento;
• Verificar se os integrantes atingiram as suas metas de perda de peso;
• Verificar o índice de retorno e o tempo de permanência no grupo;
• Entender de que forma o grupo influencia na perda de peso.
Metodologia
Objeto de pesquisa: participantes dos grupos de emagrecimento do Leve
com Ciência. O Leve com Ciência, trabalha com reeducação alimentar
sem uso de medicamentos, fornecendo suporte para que as pessoas
desenvolvam hábitos saudáveis. Destinado a adultos e crianças com
sobrepeso, obesidade ou má nutrição. Metodologia: pesquisa com
delineamento exploratorio-explicativo Tratamento dos dados: qualitativo O
estudo teve como foco o processo de reflexão e analise da realidade por
meio da utilização de métodos e técnicas para a compreensão detalhada
do objeto de estudo. Como técnica de entrevista direcionada, optou se
pelos grupos focais, que nos permitem ver o envolvimento e a relação
entre os participantes e nos ajuda a obter informações qualitativas. A ideia
é que possamos compreender a percepção de cada participante em
relação ao grupo durante o processo. Foram realizados dois grupos
focais, o primeiro com seis pessoas no dia 11 e o segundo com sete
pessoas no dia 14 em abril de 2011. Os participantes foram escolhidos
pela coorde adora dos grupos a partir da disponibilidade. O roteiro de
entrevista (anexo A), composto por 17 questões abertas, embasou o
debate em relação as influências dos grupos no desenvolvimento das
competências necessárias ao emagrecimento e a perda de peso de seus
integrantes. Os dois encontros foram gravados e tiveram duração media
de 1 hora e 15 minutos. Parte das respostas obtidas foi transcrita para
possibilitar a análise qualitativa dos dados, analisados de forma descritiva
visando a responder às questões propostas.
Análise dos dados coletados

Com a seguinte pesquisa, concluímos que os grupos têm influência


ativa no processo de emagrecimento de seus integrantes, os ajudando a
desenvolver algumas habilidades necessárias para a perda de peso,
como planejar e monitorar a alimentação, seguir o planejamento aconteça
o que acontecer e voltar aos trilhos.
O desenvolvimento de apenas algumas das habilidades
consideradas necessárias para emagrecer e se manter magro faz com
que os participantes desses grupos atinjam metas de curto prazo, mas
não as conseguem manter, voltando a engordar. A falta de metas claras
de longo prazo também pode fazer com que eles percam a perspectiva e
a sensação de importância de se manter nos trilhos depois de atingidas
as metas de curto prazo, relaxando e não praticando as habilidades
adquiridas.
Ainda, fica evidente que o fato de não se desenvolverem todas as
competências fortalece a dependência do grupo, que acaba atuando
como um controle externo e uma fonte de motivação. A coordenação do
programa poderia recomendar que alguns dos participantes do grupo
buscassem uma terapia para descobrir e controlar seus gatilhos internos,
que os impulsionam para o ‘comer emocional’. Isso evitaria muitos dos
descontroles apresentados no grupo, que podem estar associados a
fatores psicológicos.
Outros fatores que demonstram colaborar para a dependência são
os vínculos afetivos, as amizades que se formam nesses grupos. Como
seus integrantes dizem voltar aos encontros semanais também para rever
os amigos.
Considerações Finais

Você também pode gostar