Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Apostila do Curso de Computação Musical por Alexandre Torres Porres (2009).
numérica. Por fim, qualquer arquivo digital alocado na Memória ou Disco Rígido do
seu computador são seqüências de “Zeros” e “Uns”. De fato, um arquivo no
computador (como o de um som digitalizado) é medido pelo espaço que ele ocupa em
“Zeros” e “Uns” (bits, Bytes, Mega Bytes, etc.).
Dados essenciais:
2
Apostila do Curso de Computação Musical por Alexandre Torres Porres (2009).
Exercícios:
1) Quantos valores temos em 16 Bits?
3
Apostila do Curso de Computação Musical por Alexandre Torres Porres (2009).
4
Apostila do Curso de Computação Musical por Alexandre Torres Porres (2009).
sinal sonoro original), e sua quantização em 4 Bits. A linha preta que delimita a área
cinza do gráfico é a representação digital desse som em 4 Bits. Essa resolução nos
permite um conjunto de 16 valores para representação de amplitudes, pois 24 = 16
(valores de 0 a 15 no gráfico). Porém, isso não implica que temos 16 possibilidades de
volume, uma vez que não são os mesmos valores que representam a compressão e
rarefação das moléculas de ar (como numa escala em decibéis). Logo, na prática,
temos a metade dos valores para representar o nível de volume!
Deve ficar claro que um sinal de áudio terá melhor qualidade de acordo com
sua Quantização em Bits. Se meu arquivo de som fosse representado por apenas 1 Bit,
eu teria apenas os valores de 0 e 1 para representar sua Amplitude. A Onda Quadrada
é a única forma de onda que eu consigo representar nessa resolução extremamente
limitada. A Quantização deve ser de pelo menos 8 Bits, com 256 diferentes
possibilidades de representação. A grosso modo, uma metade disso seria para a
compressão, e a outra para a rarefação (logo, 128 possibilidades de volume).
O padrão do CD de áudio digital é de 16 Bits (216 = 65.536 valores). No Áudio
digital, é comum que os valores de Amplitude variem entre 1 e -1. Isso implica que
esse ponto Médio tem um valor de Zero, e valores acima e abaixo (correspondentes à
compressão e rarefação) sejam, respectivamente, Positivos e Negativos. Esse
procedimento faz com que a representação esteja mais de acordo com o Áudio
Analógico, e sua relação direta com voltagem positiva e negativa.
Não importa qual a resolução em Bits, os valores máximos e mínimos sempre
estarão entre 1 e -1. Entretanto, as nuances entre esses valores dependem das
diferentes resoluções de uma Quantização em Bits. A resolução em Bits que podemos
manipular no computador depende da capacidade do software, mas a decodificação
desse sinal depende da resolução da sua placa de som, ou melhor, do conversor
analógico/digital. Por mais que o padrão do CD seja 16 bits, é comum que placas de
som permitam uma conversão de maior resolução. Da mesma maneira, os programas
de computador podem trabalhar com uma resolução maior que a da placa de som, em
até 32 bits, como é o caso do programa Puredata (http://puredata.info/), que servirá
como plataforma de exemplos interativos para este livro.
Notas Importantes:
5
Apostila do Curso de Computação Musical por Alexandre Torres Porres (2009).
Exercícios:
1) Quantas possibilidades de representação digital de volumes temos no
programa Puredata, considerando uma conversão linear?
2) Na Figura 1.3 da apostila, temos uma conversão linear em 4 bits. O valor
mínimo (- 1) corresponde a 0, e o máximo (1) a 15. Em um sistema de conversão
linear em 32 bits, os pontos de amplitude de -0.5 e 0.5 são, respectivamente,
[(232)x(¼) – 1] = 1.073.741.823, e [(232)x(¾) – 1] = 3.221.225.471. Seguindo o
exemplo recém dado, em um conversor linear, os valores de -0.25 e -0.75
correspondem a quais pontos no padrão do CD? E qual é a faixa dinâmica em decibéis
que temos nesse padrão?
Tudo o que sabemos por enquanto é que um arquivo de Áudio Digital possui
um número binário para representar sua amplitude no tempo. Esse número costuma
ser de 8, 16, 24, ou 32 Bits. Mas se o valor da Amplitude varia no tempo, precisamos
saber quantas vezes no tempo é que colheremos uma amostra da Amplitude desse
som.
Esse número de vezes chama-se “Taxa de Amostragem”, ou, em inglês,
Sample Rate. A taxa é medida em KHz (KiloHertz - mil vezes por segundo). Pegando
novamente o exemplo do CD, a Taxa de Amostragem nesse padrão é de 44.1Khz, o
que indica que em 44.100 vezes por segundo teremos um número binário (de 16 Bits)
para representar a amplitude do som naquele momento.
É fácil calcular o tamanho de um arquivo de som de acordo com seu tempo.
Ainda mais uma vez, peguemos o exemplo do CD: São 44.100 amostras por segundo
vezes 16 Bits, mas como o sinal é em Estéreo, é isso vezes 2. Bom, 44.100 x 16 x 2 =
1.411.200 Bits, ou (divididos por 8) 176.400 Bytes. Cada minuto é isso vezes 60, e
equivale a 10.584.000 Bytes, que é em torno de 10,09 MegaBytes no prefixo Binário,
6
Apostila do Curso de Computação Musical por Alexandre Torres Porres (2009).
Exercícios:
7
Apostila do Curso de Computação Musical por Alexandre Torres Porres (2009).
digitalmente. Mídias como as fitas cassetes e o disco de vinil não são digitais, por isso
não era necessário essa conversão analógico/digital antigamente. Sobre a conversão
do meio analógico para o digital, é importante discorrer sobre o Teorema de Nyquist e
o Aliasing.
O teorema de Nyquist informa que a maior freqüência que podemos
representar é a da metade da Taxa de Amostragem. No caso do CD, essa freqüência é
de 22.050Khz, e está razoavelmente acima do limite da nossa audição para os agudos,
levando em consideração que o registro da audição humana é de 20hz a 20Khz. A
deste autor, por exemplo, já sofre pra perceber alguma coisa qualquer acima dos
16Khz.
É fácil entender esse procedimento, imagine que um som digital tem uma taxa
de amostragem extremamente pequena, como a de 20 vezes por segundo (20Hz). Pois
bem, um Lá central, que vibra a 440 vezes por segundo nunca poderá ser representado
nessa taxa tão pequena. A distorção que ocorre é o que chamamos de Aliasing (que
pode ser traduzido ao pé da letra como pseudônimo). Outra possibilidade de
nomenclatura é Foldover, que indica mais claramente um “espelhamento” da
freqüência, como de fato ocorre e será explicado no parágrafo a seguir.
8
Apostila do Curso de Computação Musical por Alexandre Torres Porres (2009).
Notas finais:
- O Áudio Digital necessita de alguns cuidados que podem ser
atendidos com o uso de Filtros. Esses filtros podem cortar
freqüências agudas indesejadas antes do processo de digitalização,
evitando, portanto, um Aliasing.
- Enquanto um som analógico pode conter ruídos provenientes do
circuito analógico, o som digital deve atentar ao ruído que resulta da
sua representação em Bits (Quantização).
o É bom que o sinal a ser digitalizado tenha um bom ganho para tirar
proveito da resolução em bits. Afinal, se o sinal ocupar menos de
um quarto do valor em Bits, é como se a resolução fosse também
de fato reduzida a menos de um quarto.
Exercícios:
3) Um sinal que tenha uma faixa dinâmica de 140 decibéis vai “clipar” numa
conversão de 24 bits?
9
Apostila do Curso de Computação Musical por Alexandre Torres Porres (2009).
Exemplo 1 – Ganho/Volume:
Por exemplo, Se quisermos baixar ou aumentar o Ganho de um sinal, basta
apenas, respectivamente, multiplicar ou dividir por um fator. Vide Patch nº 3.
Exemplo 2 – DC Offset:
Mas e se por acaso quiséssemos somar por um fator em vez de multiplicar?
Daí modificamos o DC Offset da onda, que é o ponto zero do sinal. Vide Patches nº 4
e 4a.
Exemplo 3 – Mixar:
Se temos dois sinais distintos, como o de uma voz e de um violão, e quisermos
mixá-los, precisamos apenas somar esses dois sinais. Vide Patches nº 5 e 6.
Uma forma de onda pode ser gerada em um computador por meio de uma
função, como a função seno, que gera um tom puro. Notemos, por exemplo, a Figura
1.6, onde valor de Y (marcado em vermelho) varia de acordo com o ângulo alfa.
Inclusive, podemos pensar que a variação de Y indica o deslocamento de um alto-
falante do seu ponto de repouso.
10
Apostila do Curso de Computação Musical por Alexandre Torres Porres (2009).
Agora, posso fazer com que meu valor de Y varie de 1 (quando o ângulo for de
90º, ou = π/2) e -1 (270º, 3π/2). Vejamos então como essa representação (figura 1.7) é
muito parecida com a representação de uma freqüência no tempo em segundos (como
na Figura 1.2).
Tudo o que precisamos é que essa função tenha uma entrada de tempo, que
pode até ser mesmo em Hertz, de modo que eu tenha uma freqüência definida a partir
11
Apostila do Curso de Computação Musical por Alexandre Torres Porres (2009).
Referências:
ROADS, Curtis (1995) The Computer Music Tutorial, MIT Press.
BENSON, Dave (2007) Music, a Mathematical Offering, disponível
gratuitamente para download em
<http://www.maths.abdn.ac.uk/~bensondj/html/maths-music.html>.
12