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Engenharia Mecânica
Universidade São Francisco (USF)
11 pag.
DECAPAGEM E PASSIVAÇÃO
DEFINIÇÃO
Decapag em é o pro cesso de remo ção de camadas de ó xido s fo rmadas so bre superfícies
metálicas. Passivação é a fo rmação , nesta superfície, de uma camada de ó xido s estável e
ho mo g ênea (camada passiva) apó s a remo ção da carepa.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Apesar de serem co mumente utilizado s nas indústrias quase puro s o u co mbinado s entre si, o s
metais de um mo do g eral (co m exceção feita ao s metais no bres co mo o o uro e a platina) são
enco ntrado s na natureza sempre na fo rma de ó xido s, uma co mbinação entre o xig ênio e um
metal o u sais. Enquanto o ho mem busca alternativas através da tecno lo g ia para separar o s
metais do o xig ênio , empreg ando para isso g rande quantidade de energ ia, altas
temperaturas, reaçõ es químicas co mplexas e pro cesso s co mplicado s, a natureza se encarreg a
de pro mo ver o reto rno do s metais à sua fo rma natural (um ó xido ) espo ntaneamente. Isso
implica em dizermo s que enquanto as usinas siderúrg icas se aplicam em o bter o s aço s, a
natureza se encarreg a de devo lver as partículas de ferro existentes neste aço à sua fo rma
natural: o ó xido de ferro , po pularmente co nhecido co mo ferrug em. Enquanto existirem
co ndiçõ es favo ráveis ao seu aparecimento teremo s sempre o s ó xido s, de vário s tipo s, cada
um co m suas características pró prias, dependendo do tipo de metal envo lvido e das co ndiçõ es
do meio ambiente (temperatura, quantidade de o xig ênio , presença de o utro s elemento s
químico s). A resistência a co rro são do s aço s ino x, po r exemplo , se deve à fo rmação de uma
camada de ó xido s de cro mo co m pro priedades bastante específicas na sua superfície. Se este
ó xido fo rmado não apresentar alg umas características típicas (ser estável, inerte, ho mo g êneo
ao lo ng o da superfície, extremamente fino , po uco po ro so e impermeável) o s ino x não terão o
desempenho esperado frente a um g rande número de meio s ag ressivo s. Ó xido s que
aparecem no s aço s ino x a partir de tratamento s térmico s co mo têmpera e reco zimento , em
pro cesso s de so ldag em o u brasag em, nas laminaçõ es o u fo rjamento s a quente, po r exemplo ,
não têm as pro priedades necessárias, devendo ser remo vido s para que se po ssa pro vo car em
seu lug ar o aparecimento de o utro s ó xido s co m as características adequadas. A este pro cesso
de remo ção de ó xido s não desejáveis chamamo s decapag em. Ao pro cesso de pro vo car o
aparecimento de uma camada de ó xido s de cro mo estável e ho mo g êna so bre a superfície do
ino x, chamamo s passivação .
Enquanto o s pro cesso s de decapag em po dem ser mecânico s, químico s o u eletro lítico s, a
passivação é o btida sempre po r uma reação química de o xidação do cro mo , seja através de
banho s em so luçõ es pró prias, seja através do co ntato natural co m o o xig ênio do ar. De um
mo do g eral, em to do s o s pro cesso s industriais o u naturais de decapag em e passivação ,
superfícies limpas e livres de co ntaminantes o rg ânico s co mo g o rdura, ó leo s e tintas
apresentarão melho res resultado s. Reco menda-se, po rtanto , uma o peração prévia de
limpeza/ deseng raxe antes de qualquer tipo de decapag em.
M ecâ nicos
este pro cesso baseia-se na co nversão da energ ia cinética das partículas em
energ ia de impacto , pro mo vendo a quebra das carepas de ó xido s. Entre as
Jateamento de
variáveis a serem co ntro ladas, po demo s citar o tipo das partículas (areia,
g ranalhas
vidro , aço , aço ino x), distribuição g ranulo métrica, âng ulo de incidência
so bre a superfície e velo cidade das partículas.
po de ser feita manualmente, co m ferramentas pneumáticas o u em pro cesso s
Esco vação auto matizado s. Além das esco vas metálicas (aço , aço ino x) po dem ser
utilizadas as fibras naturais (sisal, pita) e esco vas sintéticas (sco tch brite)
utilizado s mais co mumente no pro cessamento de bo binas, o s quebrado res
Q uebrado res de de carepa baseiam-se no pro cessamento em ro lo s não alinhado s, co m
carepas tracio namento o u não , co m a finalidade de trincar e desprender o s ó xido s
superfíciais g ro sseiro s. Está sempre asso ciado a uma decapag em química.
O s pro cesso s químico s de decapag em e passivação empreg am sempre reag entes químico s
co m co mpo siçõ es específicas para cada tipo o u família de pro duto que se deseja pro cessar.
Po rtanto , so luçõ es decapantes para aço s carbo no co muns não são necessariamente eficientes
para aço s ino x e o utro s metais. Pelo co ntrário , a utilização de decapantes não adequado s
para um determinado material po de desencadear fo rtes pro cesso s co rro sivo s.
Q uímicos
Apesar da decapag em e passivação po r imersão do material em banho
ácido utilizar freqüentemente uma co mbinação de ácido s o xidantes e
reduto res (no caso do s aço s ino x, enquanto o s ácido s reduto res remo vem o s
ó xido s da superfície, o s o xidantes reco nstro em a camada passiva), ácido s
Po r imersão ácida
o rg ânico s também po dem ser empreg ado s. Tempo de pro cessamento ,
temperatura, que influi diretamente na velo cidade de reação , e quantidade
de resíduo s precipitado s no banho são impo rtantes fato res a serem
co ntro lado s para g arantir o sucesso da o peração .
Este pro cesso co nsiste na imersão do metal em um banho co ntendo um sal
fo rtemente reduto r (que irá reduzir ó xido s mais rico s em metais) e/ o u em
Po r imersão banho co m sal o xidante (que irá disso lver ó xido s mais rico s em o xig ênio ).
salina Apó s cada banho , o material deve seg uir para um resfriamento rápido em
ág ua, para que o cho que térmico desprenda o s resíduo s de ó xido s e uma
limpeza ácida leve para remo ver resíduo s do sal e clarear a superfície.
O princípio g eral é o mesmo do banho po r imersão ácida, mas além do s
ácido s o xidantes e reduto res é adicio nada a co mpo sição ag entes lig antes
Pasta o u g el co nferindo uma co nsistência tal que pemita sua aplicação lo calizada (po r
decapante exemplo co rdõ es de so lda). Além de não exig ir a imersão to tal do material
co mo no s banho s, a decapag em co m pasta o u g el permite ainda o trabalho
em superfícies inclinadas e verticais, po dendo ser executada em campo .
Eletrolíticos
PROCESSOS
Jateamento de granalhas:
O jateamento deve ser feito apenas co m esferas de vidro o u de aço ino x co m uso exclusivo em
material ino x. N unca apro veite g ranalhas que já fo ram utilizadas co m o utro s materiais co mo
ferro fundido o u aço s co muns para jatear ino x, po is po dem co nter resíduo s de ferro o u de
ó xido s de ferro que ficarão impreg nado s na superfície do ino x. Pelo mesmo mo tivo , o uso de
areias e esferas de aço carbo no so mente po dem ser utilizadas se ho uver uma o utra fo rma de
decapag em eficiente subseqüente. A distribuição g ranulo métrica e a velo cidade do material
jateado devem ser adequadas co m a rug o sidade superficial final que se deseja o bter.
Escovação:
Utilizar sempre esco vas de aço ino x o u sintéticas. Esco vas de aço co mum deixam resíduo s
so bre a superfície do ino x que po derão po sterio rmente iniciar pro cesso s co rro sivo s. As fibras
naturais, co mo o sisal e a pita, também são uma bo a o pção em pro cesso s auto mático s e semi-
auto mático s.
Quebradores de carepas:
So mente são empreg ado s em pro cesso s co ntínuo s e para ó xido s g ro sseiro s. Requerem
equipamento s específico s.
Tra ta mento Aço Inox Ba nho Ácido Temp. (°C) Tempo (min)
3 0 1 , 3 0 4 , 3 0 4 -L, 3 1 6 , 2 0 % HN O 3 determinado
passivação 50 a 60
3 1 6 -L, 4 3 0 , 4 3 9 po r testes
2 0 % HN O 3 +
determinado
passivação 4 2 0 , 4 1 0 -S, 4 0 9 2 % N a 2 Cr2 O 7 . 2 H2 O 50 a 60
po r testes
(dicro mato de só dio )
5 0 %HN O 3 determinado
passivação 4 2 0 , 4 1 0 -S, 4 0 9 50 a 60
po r testes
decapag em e 1 5 % HN O 3 + 0 ,5 % HF determinado
4 2 0 , 4 1 0 -S, 4 0 9 50 a 60
passivação po r testes
o bs. 1 : existem no mercado so luçõ es pro ntas para decapag em e passivação química. Reco menda-se so mente
a utilização de so luçõ es a base de ácido nítrico e específicas para aço ino x.
o bs. 2 : o tempo deve ser determinado para cada caso em particular através da avaliação de amo stras
tratadas a partir de 5 minuto s (tempo mínimo ). O tempo depende da co ncentração e temperatura do banho e
do resultado que se deseja o bter.
o bs. 3 : no cálculo da quantidade vo lumétrica do s reag entes citado s na tabela, deve-se levar em co nta que o s
pro duto s nunca são co mercializado s 1 0 0 % puro , devendo estar indicado claramente no ró tulo , a diluição .
2. deseng raxar/ deseng o rdurar a superfície da peça. Co nfo rme o estado da superfície, a
limpeza po de ser feita desde uma simples lavag em co m ág ua e sabão o u deterg ente
(limpeza leve) até o deseng raxe co m so lventes do tipo álco o l iso pro pílico o u ág ua rás;
3. merg ulhar a peça no banho pelo tempo adequado . Certifique-se que a temperatura está
co rreta e que o s reag entes estão na pro po rção adequada, principalmente se o banho já
fo i utilizado anterio rmente;
Tra ta mento Aço Inox Ba nho Ácido Temp. (°C) Tempo (min)
determinado
decapag em to do s o s tipo s N aN O 3 (nitrato de só dio ) 450 a 480
po r testes
o bs. 1 : o tempo deve ser determinado para cada caso em particular através da avaliação de amo stras
tratadas a partir de 5 minuto s (tempo mínimo ). O tempo depende da co ncentração e temperatura do banho e
do resultado que se deseja o bter.
o bs. 2 : no cálculo da quantidade vo lumétrica do s reag entes citado s na tabela, deve-se levar em co nta que o s
pro duto s nunca são co mercializado s 1 0 0 % puro s devendo estar indicado claramente no ró tulo a diluição .
2. deseng raxar/ deseng o rdurar a superfície da peça. Co nfo rme o estado da superfície, a
limpeza po de ser feita desde uma simples lavag em co m ág ua e sabão o u deterg ente
(limpeza leve) até o deseng raxe co m so lventes do tipo álco o l iso pro pílico o u ág ua rás;
3. merg ulhar a peça no banho pelo tempo adequado . Certifique-se que a temperatura está
co rreta e que o s reag entes estão na pro po rção adequada, principalmente se o banho já
fo i utilizado anterio rmente;
4. as peças são resfriadas bruscamente em ág ua (o cho que térmico serve para so ltar o s
resíduo s de ó xido s);
2. seg uir as reco mendaçõ es do fabricante quanto à aplicação , tempo de expo sição e
demais pro cedimento s g erais;
Decapagem eletrolítica:
1. o eletró lito empreg ado para aço s ino x é no rmalmente uma so lução de sulfato de só dio
3
(N a 2 SO 4 ) co m densidade em to rno de 1 ,1 0 g / cm e co ndutividade elétrica co ntro lada.
Durante o pro cessamento , a g eração de ácido sulfúrico e reg eneração de sulfato de só dio
deve ser equilibrada, co m o pH do banho se mantendo em to rno de 7 . É impo rtante
o bservar que os ba nhos eletrolíticos produzem crom o hex a va lente,
ex trem a m ente venenoso se ingerido e, porta nto, é im prescindível que
seja m tra ta dos a ntes de serem desca rta dos na rede pública .
2. em pro cessamento co ntínuo (tiras e bo binas), o s eletro do s devem ser dispo sto s ao lo ng o
do tanque de fo rma a serem alimentado s co m co rrentes que o s to rnem alternadamente
anó dico s e cató dico s em relação ao material a ser decapado . A tro ca de po laridade tem
po r finalidade evitar a po larização do eletro do e do pró prio material a ser decapado
devido ao acúmulo de g ases co mo o hidro g ênio (po larização cató dica) e o o xig ênio
(po larização anó dica);
5. para a to tal remo ção do s ó xido s, reco menda-se pro mo ver ao final do pro cesso eletro lítico
uma decapag em po r imersão ácida co mplementar.
Eletropolimento
Será abo rdado mais detalhadamente devido à sua impo rtância também co mo um
acabamento sanitário empreg ado nas indústrias química, alimentícia e farmacêutica.
Resultado Esperado
Apó s um tratamento bem sucedido de decapag em e passivação , o material deve se
apresentar co mpletamente isento de partículas de ferro o u ó xido de ferro na superfície e a
Pa ra ve rific a ç ã o da s c o ndiç õ e s supe rfic ia is q ua nto a c o nta mina ç ã o fe rro sa utiliz a -se o
te ste fe rro xil, c o nfo rme a no rma ASTM A-3 8 0 . Este te ste c o nsiste na a plic a ç ã o de um
re a g e nte e spe c ífic o pa ra c o nta mina ç õ e s fe rro sa s so b re a supe rfíc ie do ma te ria l. As
re g iõ e s o u po nto s c o nta mina do s to ma rã o uma c o lo ra ç ã o e spe c ífic a e m me no s de um
minuto , pe rc e ptíve l a o lho nu.
VANTAGENS
Processos mecânicos:
à têm pro cedimento s simples e rápido s;
Processos químicos:
à se adaptam muito bem a peças de qualquer g eo metria;
Processos eletrolíticos:
à o pro cesso de decapag em eletro lítica é muito eficiente para remo ção de ó xido s
pesado s e g ro sseiro s;
à não trabalha diretamente co m reag entes ácido s, apesar de haver fo rmação de ácido
sulfúrico no pro cesso ;
Processos mecânicos:
à as decapag ens mecânicas, principalmente o jateamento , tendem a pro duzir
superfícies rug o sas, indesejáveis em muitas aplicaçõ es;
Processos eletrolíticos:
à na decapag em eletro lítica existem muitas variáveis a serem co ntro ladas durante o
pro cesso (co ncentração , densidade de co rrente, co ndutividade, distância da peça
ao s eletro do s, temperatura, pH do banho , teo r de ferro do banho , etc) e elas variam
de aco rdo co m o tipo de ino x pro cessado ;
CUIDADOS
N o manuseio de ácido s, so luçõ es decapantes pro ntas (banho s, pasta o u g el) e demais
pro duto s químico s:
à so licitar ao s fo rnecedo res info rmaçõ es so bre pro cedimento s de emerg ência a serem
seg uido s em caso de inalação , resping o s, co ntato casual co m a pele o u o lho s, etc.
Treinar o s o perado res quanto a estes pro cedimento s e manter as info rmaçõ es em lo cal
de fácil acesso ;
à certificar-se das reg ulamentaçõ es leg ais para o trabalho co m pro duto s químico s,
evitando transto rno s po sterio res;
à o s banho s eletro lítico s em o peração pro duzem cro mo hexavalente so lúvel em ág ua,
um cátio n veneno so , e devem ser cuidado samente neutralizado s. O tratamento
adequado co nsiste em reduzi-lo para cro mo trivalente e depo is tratá-lo co m cal até
o bter-se pH 9 , o casio nando a sua precipitação co mo o hidró xido Cr(O H)3 ;
à o lo cal das instalaçõ es para pro cessamento s químico s e eletro químico s, além de ser
separado das demais áreas da empresa, deve ser ventilado e do tado de
equipamento s para exaustão de vapo res. Áreas sujeitas a resping o s devem ser
revestidas co m material resistente ao s pro duto s químico s empreg ado s;
à não deve ser permitido co mer, beber o u fumar no s lo cais de trabalho co m ácido s e
pro duto s químico s. O s o perado res devem ser o rientado s a lavar bem as mão s e o
ro sto antes de ing erir quaisquer alimento s;
N a decapag em mecânica:
à a presença nas áreas de jateamento e esco vação deve estar co ndicio nada a
utilização do s equipamento s de pro teção individual (EPI) adequado s tais co mo ó culo s
de pro teção , máscara co ntra inalação de pó s, etc.
ELETROPOLIMENTO
DEFINIÇÃO
Eletro po limento po de ser definido co mo o pro cesso inverso da eletro depo sição
(g alvanização , niquelação , etc). Enquanto nestes pro cesso s, ío ns metálico s presentes em uma
so lução são depo sitado s so bre a superfície da peça, no eletro po limento ío ns da peça são
disso lvido s e passam para a so lução o nde ela está imersa.
OBJETIVOS
à co nferir acabamento sanitário para utilização em ambientes o u pro cesso s extra
limpo s;
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Co mo já fo i dito anterio rmente, as superfícies metálicas quando ampliadas mo stram que são
fo rmadas na realidade po r uma seqüência de pico s e vales. Q uanto maio res fo rem o s pico s e
mais pro fundo s o s vales e quanto mais freqüentes eles fo rem, tanto maio r será a rug o sidade