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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Importância do estudo de psicologia para futuros docentes

Nome e Código do Estudante: Carlitos Carlos Assumane, 708195669

Curso: Matemática
Disciplina: Psicologia de Desenvolvimento
Ano de frequência: 2
dr. Cristina Moiane Feijão

Milange, Abril, 2020


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Recomendações de melhorias

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Folha de Feedback

Classificação
Categoria Indicadores Padrões
s Pontuaçã Nota do Subtotal
o máxima tutor
Capa 0.5
Aspectos
Índice 0.5
Estrutura organizaciona
is Introdução 0.5
Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
Introdução problema
Descrição dos objectivos 1.0
Metodologia adequada ao 2.0
objecto do trabalho
Articulação e domínio do
Conteúdo discurso académico 2.0
(expressão escrita
Análise cuidada, coerência /
e discussão coesão textual)
Revisão bibliográfica
nacional e internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
Exploração dos dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Paginação, tipo e tamanho
gerais Formatação de letra, paragrafo, 1.0
espaçamento entre linhas

Referênci Rigor e coerência das


as Normas APA citações/referências 4.0
Bibliográf bibliográficas
icas
iv

Conteúdo
1. Introdução...............................................................................................................................5

1.1 Importância do estudo de psicologia para futuros docentes.................................................6

1.2 As teorias do desenvolvimento.............................................................................................6

1.3 A teoria psicanalítica de Sigmund Freud..............................................................................7

1.3.1 A teoria da recapitulação de Anna Freud...........................................................................9

1.3.2 A teoria psicossocial de Erik Erikson................................................................................9

1.4 O desenvolvimento cognitivo: Jean Piaget.........................................................................10

1.4.1 Pressupostos de base........................................................................................................10

1.4.2 Estádios do desenvolvimento intelectual.........................................................................11

1.5 Desenvolvimento cognitivo de Bruner...............................................................................11

1.6 Principais teorias de desenvolvimento de linguagem.........................................................12

1.7 Conclusão............................................................................................................................14

1.8 Referências bibliográficas...................................................................................................15


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1. Introdução

A Psicologia enquanto área do conhecimento científico somente se constituiu muito


recentemente, há pouco mais de 100 anos. Contudo, foi necessário delimitar o seu objeto de
estudo, estabelecer métodos e técnicas específicas, divulgados numa linguagem científica, e,
assim, superar o conhecimento espontâneo do senso comum. Em primeiro lugar, atento para o
fato de que estamos sendo formados para ser professores, é importante que tenhamos
conhecimentos relacionados a psicologia para melhor gestão das nossas actividades, tendo em
conta também que um bom professor é aquele que tem um conhecimento profundo do
conteúdo que deve ministrar e que sabe lidar com sua turma, de modo a envolvê-la no
processo de aprendizagem. E, com certeza, os conhecimentos específicos de sua área, apesar
de extremamente importantes para sua formação, não lhe ensinam a lidar com gente. Para tal,
o objectivo deste trabalho centra-se na importância do estudo da psicologia para os futuros
docentes, suas teorias na visão de vários psicólogos. Importa salientar que a Introdução, o
Desenvolvimento e as Referências bibliográficas, perfilam como componentes estruturais.
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1.1 Importância do estudo de psicologia para futuros docentes

Partindo do geral percebemos que a importância da psicologia na educação possibilita a


criança a apreender, planejar, direcionar e avaliar as suas ações. Ao longo desse processo, ela
comete alguns erros, reflete sobre eles e enfrenta a possibilidade de corrigi-los. Experimentam
alegrias, tristezas, períodos de ansiedade e de calma. Trata de buscar consolo em seus
semelhantes. Não concebe a vida em isolamento. Tal entendimento fundamenta e justifica a
preocupação em pensar e promover o repensar das práticas pedagógicas instituídas, como
sendo uma condição necessária para que essas práticas se façam de um modo mais ético, mais
eficaz e eficiente, cumprindo assim a função de socialização (BOCK 1999).

Para (VYGOTSKY 1999),

A importância da psicologia no processo ensino-aprendizagem reside no reconhecimento de


que a educação é um fenômeno verdadeiramente complexo e o seu impacto no
desenvolvimento humano obriga que se considere a globalidade e a diversidade das práticas
educativas em que o ser humano se encontra imerso, isto porque a educação se desdobra em
múltiplos contextos nos quais as pessoas vivem e participam definidos como âmbitos
educativos. Assim a psicologia da aprendizagem, aplica à educação e ao ensino, busca mostrar
como, através da interação entre professor e alunos, entre os alunos, é possível a aquisição do
saber e da cultura acumulados.

Neste contexto, baseando na visão destes autores, conclui que o papel do professor nesse
processo é fundamental pois ele procura estruturar condições para a ocorrência de interações
professor-alunos-objeto de estudo, que levam à apropriação do conhecimento. De maneira
geral, portanto, essa visão de aprendizagem reconhece tanto a natureza social da aquisição do
conhecimento como o papel preponderante que nela tem o adulto.

1.2 As teorias do desenvolvimento

A forma de pensar o desenvolvimento humano tem-se dado de diferentes maneiras ao longo


da história da Psicologia desde sua fundação por Willhem Wundt em 1816. Esta ciência, em
seu processo de construção no seio de intensas transformações econômicas, políticas e sociais,
tem gerado múltiplos enfoques e, por conseguinte, diferentes visões sobre o homem em sua
constituição física, mental e afetivo-social.
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A esse respeito, (PALACIOS 2005) destaca a amplitude, a flexibilidade e o pluralismo como


marcas da Psicologia Evolutiva contemporânea. Não é por acaso, o amplo leque de
abordagens que detém o seu olhar sobre o desenvolvimento, levando-nos a perceber a
complexidade do mesmo. Neste sentido, apresentaremos a síntese das principais teorias
psicológicas que versaram sobre o tema, dando ênfase, em cada uma delas, ao período da
adolescência.

1. A teoria da recapitulação de Anna Freud;


2. A teoria psicanalítica de Sigmund Freud;
3. A teoria psicossocial de Erik Erikson;
4. A epistemologia genética de Jean Piaget;
5. A Psicologia histórico-cultural de L. S. Vigotski;’
6. A Psicologia genética de Henri Wallon.

1.3 A teoria psicanalítica de Sigmund Freud

Sigmund Freud nasceu em 1856, em Freiberg (atual Tchecoslováquia) e morreu em 1939.


Rompeu com o racionalismo preponderante na ciência da época e com a ideia do homem
capaz de controlar a si e ao mundo, construindo os conceitos que vieram a embasar a primeira
tópica ou esquema proposto por ele para a estrutura do psiquismo: consciente, pré-consciente
e inconsciente. Ao postular que a maior parte da nossa atividade psíquica é de natureza
inconsciente, Freud nos fez enxergar que não conhecemos nossos desejos, motivos, atitudes,
sentimentos, pensamentos tão bem como acreditávamos. Assim, colocou em dúvida a tão
festejada preponderância da razão no desenvolvimento humano. Com isto, Freud resgata para
o campo do fenômeno psicológico a importância dos aspectos afetivos.

Para Figueiredo (2004),

Nenhum sistema teórico expressou melhor e mais profundamente a falência do sujeito da


modernidade com suas pretensões de auto-centramento, autonomia, transparência da
consciência e força de vontade. A sexualidade rompe com a genitalidade e o biológico, está no
campo da fantasia e dos desejos, tendo em conta que a sexualidade infantil possui um sentido
diferente da adulta, não está relacionada ao aspecto biológico, genital.
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Sua ênfase está no sentido do prazer, da descoberta do próprio corpo e das questões ligadas ao
desejo e à fantasia que permeiam a relação com os pais, expressas em diferentes fases:

a) Fase oral: caracteriza-se pela concentração da libido na região bucal. A boca vai se
tornando o centro do prazer através da alimentação, do contato com objetos como
chupeta, mordedor, da sucção dos lábios etc. Nessa fase, a criança só se interessa pela
gratificação de seu prazer de forma egocêntrica, constituindo o narcisismo infantil.
Essa fase desempenha papel importante na constituição da personalidade,
principalmente quanto à imagem que o indivíduo tem sobre si.
b) Fase anal: na época em que a criança está aprendendo a controlar os esfíncteres, no
treino do banheiro, a energia libidinal se desloca para a região anal. Como a criança já
faz uma diferenciação entre ela e o mundo externo, ela utiliza a excreção (retendo ou
expelindo) como um ato dirigido ao “outro”. As exigências sociais, nesse período,
podem tornar essa fase conflituosa para criança, tendo repercussões na formação da
personalidade, especialmente nas vivências futuras de prazer e desprazer, de
organização e disciplina.
c) Fase fálica: a fase posterior, denominada fálica (3 aos 5 anos), é o momento em que a
criança começa a perceber as diferenças sexuais anatômicas e a vivenciar o prazer na
manipulação dos órgãos genitais. Esta fase é também assim denominada pela
relevância que Freud concedeu às fantasias infantis inconscientes, com o órgão genital
masculino, nesse momento da vida da criança. É marcada também pelo complexo de
Édipo. Nesta etapa, o menino percebe a presença do pênis e manipula-o obtendo a
satisfação libidinal. A menina ressente-se por não possuir algo que os meninos têm.
Em ambos os casos, a mãe é o primeiro objeto de amor, ocorrendo gradativamente a
diferenciação de investimento para a figura paterna. Este é um momento crucial para a
constituição do superego na personalidade infantil, correspondendo à etapa seguinte.
d) Fase da latência: é o período em que a libido permanece voltada para atividades que
não tem um caráter sexual. É o que Freud denominou de sublimação. Deste modo,
brincadeiras, exportes, artes e atividades escolares ganham um papel de destaque na
vida da criança. Coincide com o ingresso da criança no ensino fundamental, no qual
ela pode se destacar em atividades de natureza física ou intelectual, dada a
concentração de energia libidinal que ali se forma. Pode ser um período de muitos
conflitos, gerando fenômenos que muitos denominam de síndrome da adolescência
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(ABERASTURY e KNOBEL, 1981), posto que há um retorno dos sentimentos e


desejos recalcados no inconsciente no período da latência.

1.3.1 A teoria da recapitulação de Anna Freud

Foi com Anna Freud que os estudos psicanalíticos acerca da adolescência ganharam maior
sistematicidade e importância. Para ela, embora na adolescência haja uma recapitulação dos
conflitos vividos nas fases anteriores (oral, anal e fálica) eles são de natureza distinta daqueles
vividos pela criança. Isto ocorre, principalmente, porque há uma nova dimensão interna.
Nesse período, o adolescente vai utilizar alguns mecanismos que vão ajudá-lo a lidar com os
conflitos e com os impulsos que vêm do id. São eles: Ascetismo: em função do temor de ser
invadido por seus impulsos, o adolescente, por determinado tempo, abre mão de todos os
prazeres; Intelectualização: o interesse do adolescente se move em direção à discussão de
temas opostos aos seus conflitos internos, que aparecem de forma disfarçada no plano
intelectual. Para Freud, o amor adolescente também é uma forma de superar conflitos vividos
anteriormente, principalmente na fase fálica, marcada pelo complexo de Édipo. Assim, passa
a identificar-se com outros, tais como jovens de sua idade, ídolos, heróis etc., que constituirão
relações transitórias.

1.3.2 A teoria psicossocial de Erik Erikson

Nascido na Alemanha em 1902 e falecido em 1994, nos Estados Unidos, Erikson tornou-se
psicanalista, tendo trabalhado com Anna Freud. Contudo, em seus estudos, não tomou o
inconsciente como foco central. Deste modo, criou sua própria teoria. Dedicou-se ao tema da
crise do ego no problema da identidade e a investigação das influências culturais no
desenvolvimento psicológico das crianças, destacando a adolescência como etapa
fundamental no percurso do desenvolvimento humano. Para este teórico, o desenvolvimento
se dá em direção à formação da identidade através de diferentes estágios que ele denominou
de “oito idades do Homem”. Cada uma das idades está caracterizada, essencialmente, pela
resolução de uma importante “crise”, através da qual o indivíduo evolui buscando um
equilíbrio (GALLATIN, 1978). As quatro primeiras idades se referem à infância, a quinta à
adolescência e as três últimas à vida adulta. Nesse processo, o indivíduo psicologicamente
saudável é aquele que constituiu um forte sentido de identidade, entendida a partir da
integração dos sistemas biológico, social e individual.
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1.4 O desenvolvimento cognitivo: Jean Piaget

De referir que Furtado (1999), o desenvolvimento cognitivo:

 Assenta no desenvolvimento biológico, a inteligência é construída sobre um


equipamento biológico inato e desenvolve-se numa sequência pré-determinada;
 É um processo activo e interactivo, construído pelo sujeito em interacção contínua
com o meio. Descreveu estádios de desenvolvimento cognitivo:
 A inteligência vai mudando profundamente ao longo do desenvolvimento - o sujeito
passa por períodos de reorganização profunda seguidos de períodos de integração,
durante os quais um novo estádio é alcançado e as mudanças são assimiladas
 A cada estádio de desenvolvimento corresponde um sistema cognitivo específico, que
determina todo o funcionamento do sujeito
 Cada estádio resulta do anterior e prepara o seguinte .

1.4.1 Pressupostos de base

Posição epistemológica: construtivista e interaccionista-relativista

Baseando-me em (FREIRE 1981),

O conhecimento não radica apenas na experiência (empirismo) nem no pensamento


(racionalismo), mas na sua interação. O conhecimento é construído através da interação entre
o sujeito e os objectos / situações. Não basta experienciar, é necessário racionalizar os dados
dessa acção. A inteligência é uma forma de adaptação do indivíduo ao meio. O
desenvolvimento intelectual resulta de sucessivos equilíbrios entre - assimilação: incorporação
de elementos do meio de forma a integrarem as estruturas do sujeito (com modificação desses
elementos) - acomodação: transformação do sujeito sob acção dos elementos do meio
(modificação ou criação de estruturas).
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1.4.2 Estádios do desenvolvimento intelectual

3 Estruturas / correspondendo aos 3 estádios

 Inteligência sensório-motora conhecimento prático dos objectos (situações) resolução


de problemas de acção exº: manipulação de objectos
 Inteligência operatória concreta representação mental das acções pensamento concreto
operações sobre objectos exº: relação entre objectos
 Inteligência operatória formal reflexão, abstracção pensamento formal operações sobre
(os resultados das) operações exº proporção: relação entre relações.

1.5 Desenvolvimento cognitivo de Bruner

De acordo com Freire (1981), “Bruner apelida a sua teoria de instrumentalismo evolucionista,
uma vez que, para o psicólogo e pedagogo norte-americano, o homem depende das técnicas
para a realização da sua própria humanidade.”
Embora, à semelhança de Jean Piaget, coloque a maturação e a interação do sujeito com o
ambiente no centro do processo de desenvolvimento e de formação da pessoa, Bruner acentua
o carácter contextual dos factos psicológicos. A abertura à influência do contexto e do social
no processo de desenvolvimento e de formação torna a teoria de Jerome Bruner mais
abrangente do que a teoria de Jean Piaget e fazem com que aquele consiga incorporar a
transmissão social, o processo de identificação e a imitação no processo de desenvolvimento e
formação. O carácter desenvolvimentista da teoria de Bruner mantém-se graças à tónica que
ele coloca no papel da equilibração, ou seja, a capacidade que cada pessoa tem de se auto-
regular pois, o desenvolvimento cognitivo será tanto mais rápido quanto melhor for o acesso
da pessoa a um meio cultural rico e estimulante e à semelhança de Chomsky, a linguagem tem
um papel amplificador das competências cognitivas da criança, ajudando-a a uma maior
interacção com o meio cultural.
A teoria de Bruner incorpora, de uma forma coerente, quer as contribuições do
maturacionismo quer os contributos do ambientalismo, pois é através de uns e de outros que a
criança organiza os diferentes modos de representação da realidade, utilizando as técnicas que
a sua cultura lhe transmite.
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Ainda na visão do Freire (1981), Bruner à semelhança de Piaget, procurou tipificar o


desenvolvimento cognitivo numa série de etapas: até aos 3 anos de idade, a criança passa pelo
estádio das respostas motoras, dos 3 aos 9 anos, faz uso da representação icónica, e a partir
dos 10 anos de idade, acede ao estádio da representação simbólica. No primeiro estádio, a
criança representa os acontecimentos passados através de respostas motoras apropriadas e
privilegia a acção como forma de representação do real, sendo por isso que a criança dessa
faixa etária aprende, sobretudo, através da manipulação de objectos. Nesta fase, a criança age
com base em mecanismos reflexos, simples e condicionados até conseguir desenvolver
automatismos. A segunda etapa, a representação icónica, baseia-se na organização visual, no
uso de imagens sinópticas e na organização de percepções e imagens. A criança é capaz de
reproduzir objectos, mas está fortemente dependente de uma memória visual, concreta e
específica. A terceira etapa, a representação simbólica, constitui a forma mais elaborada de
representação da realidade porque a criança começa a ser capaz de representar a realidade
através de uma linguagem simbólica, de carácter abstracto e sem uma dependência da
realidade. Ao entrar nesta etapa, a pessoa começa a ser capaz de manejar os símbolos em
ordem não só a fazer a sua leitura da realidade mas também a transformar a realidade. A
passagem por cada uma destas três etapas pode ser acelerada através da imersão da criança
num meio cultural e linguístico rico e estimulante.

1.6 Principais teorias de desenvolvimento de linguagem

Para Chomsky, a aquisição da linguagem é uma das realizações mais notáveis dos primeiros
anos de vida. Aos cinco anos de idade, as crianças têm o domínio essencial do sistema de sons
e da gramática de seu idioma e adquiriram um vocabulário de milhares de palavras.
Acrescentando que, a organização da linguagem em estruturas profundas seria compartilhada
por todas as línguas humanas – constituindo os universais linguísticos. Este pensamento ficou
conhecido como “inatismo”, pois acredita existir uma predisposição inata no homem para o
aprendizado da língua, ou seja, acredita que o indivíduo nasce com capacidades inatas
linguísticas e cognitivas inerentes ao ser humano (Raposo 1995).

Segundo Fernandes,

Nesta teoria, todo indivíduo nasce com um conhecimento subjacente de uma gramática geral,
universal e o meio vai ativar este conhecimento, isto é, propiciar ao indivíduo reconhecer,
pelos estímulos do meio, as regras gerais que já possui e formular, através da seleção dessas
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regras subjacentes, uma gramática da língua a que está exposta.

Segundo Raposo (1995),

No modelo Behaviorista, entende-se que a linguagem é adquirida pelos indivíduos através de


imitação de modelos, pelo contato no meio social com indivíduos falantes e nesse sentido a
criança nada mais faz que copiar as produções do outro. 
Para Piaget, a linguagem está pronta, precisando ser apenas apropriada pelos iniciantes na
língua. Para Piaget, a linguagem não pode emergir antes que certas operações motoras tenham
sido adquiridas.

Acreditando que a linguagem aparece no indivíduo a partir de um estágio do desenvolvimento


cognitivo, ou seja, a linguagem não se apresenta como uma capacidade inata, necessitando
esperar que uma etapa cognitiva se desenvolva para que o indivíduo possa começar a
manifestar processos de “assimilação” ligados à aquisição da linguagem.

No modelo sócio interacionista de Vygotsky, a linguagem possui duas funções essenciais: a de


“intercâmbio cultural”, ou seja, de poder comunicar-se com os outros componentes do grupo
social; e a de “pensamento generalizante”, que se refere à capacidade de conceituar.
Afirmando ainda, que “o balbucio e o choro da criança, mesmo suas primeiras palavras, são
claramente estágios do desenvolvimento da fala que não têm nenhuma relação com a evolução
do pensamento”. Por outro lado, afirma que os processos cognitivos, por sua vez,
desenvolvem-se de uma forma independente (Raposo 1995).
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1.7 Conclusão

Para melhor gestão da actividade educativa é sempre necessário o estudo da mente humana
em particular das crianças com vista a gerir sabiamente o processo educativo. Neste âmbito,
devemos explorar várias fontes e psicólogos com vista a colhermos a melhor forma que se
adequa nas nossas actividades docentes pois, sabemos que os fatores culturais também
intervêm fortemente neste processo. Em doravante, dentre as principais teorias, a teoria de
Jean Piaget (desenvolvimento cognitivo) é a base ideal para servir de ponte relativamente a
gestão dos estágios de aprendizagem. Isto não significa a desvalorização das outras teorias.
Importa também salientar que no que tange ao aprovisionamento da linguagem, as crianças
nascem já habilitadas dai que elas desenvolvem ao longo do seu contacto com o ambiente que
lhes rodeia.
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1.8 Referências bibliográficas

Furtado, O. & Teixeira, M. L. (1999). Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia.


São Paulo.

Freire, P. (1981). Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro.

Raposo, N. (1995). A teoria de Jerome Bruner e as suas implicações pedagógicas", in


Estudos de Psicopedagogia. Coimbra. Coimbra Ed., Cap. II.

Sprinthall, N. & Sprinthall, R. (1993). Psicologia Educacional. Lisboa, McGraw-Hill, p. 237-


247.

Saraiva, C. C. & Palacios, J. (2004). Desenvolvimento psicológico e educação. Porto Alegre.


Artemd,

Vygotsky, L. S. (1999). Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

Xavier, A. S., Nunes & Lima, A. I. B. (2015). Psicologia de Desenvolvimento. (4ª Edição). P,
13-31.

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