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A Razão
OS VÁRIOS SENTIDOS DA PALAVRA RAZÃO
Em nossa vida cotidiana usamos a palavra razão em muitos sentidos. Dizemos,
por exemplo, “eu estou com a razão”, ou “ele não tem razão”, para significar que nos
sentimos seguros de alguma coisa ou que sabemos com certeza alguma coisa. Também
dizemos que, num momento de fúria ou de desespero, “alguém perde a razão”, como se
a razão fosse alguma coisa que se pode ter ou não ter, possuir e perder, ou recuperar,
como na frase: “Agora ela está lúcida, recuperou a razão”. Falamos também frases
como: “Se você me disser suas razões, sou capaz de fazer o que você me pede”,
querendo dizer com isso que queremos ouvir os motivos que alguém tem para querer ou
fazer alguma coisa. Fazemos perguntas como: “Qual a razão disso?”, querendo saber
qual a causa de alguma coisa e, nesse caso, a razão parece ser alguma propriedade que
as próprias coisas teriam, já que teriam uma causa. Assim, usamos “razão” para nos
referirmos a “motivos” de alguém, e também para nos referirmos a “causas ” de alguma
coisa, de modo que tanto nós quanto as coisas parecemos dotados de “razão”, mas em
sentido diferente. Esses poucos exemplos já nos mostram quantos sentidos diferentes a
palavra razão possui: certeza, lucidez, motivo, causa. E todos esses sentidos encontram-
se presentes na Filosofia. Para muitos filósofos, porém, a razão não é apenas a
capacidade moral e intelectual dos seres humanos, mas também uma propriedade ou
qualidade primordial das próprias coisas, existindo na própria realidade. Para esses
filósofos, nossa razão pode conhecer a realidade (Natureza, sociedade, História) porque
ela é racional em si mesma. Fala-se, portanto, em razão objetiva (a realidade é racional
em si mesma) e em razão subjetiva (a razão é uma capacidade intelectual e moral dos
seres humanos). A razão objetiva é a afirmação de que o objeto do conhecimento ou a
realidade é racional; a razão subjetiva é a afirmação de que o sujeito do conhecimento e
da ação é racional. Para muitos filósofos, a Filosofia é o momento do encontro, do
acordo e da harmonia entre as duas razões ou racionalidades.
ORIGEM DA PALAVRA RAZÃO
Na cultura da chamada sociedade ocidental, a palavra razão origina-se de duas
fontes: a palavra latina ratio e a palavra grega logos. Essas duas palavras são
substantivos derivados de dois verbos que têm um sentido muito parecido em latim e
em grego. Logos vem do verbo legein, que quer dizer: contar, reunir, juntar, calcular.
Ratio vem do verbo reor, que quer dizer: contar, reunir, medir, juntar, separar, calcular.
Desde o começo da Filosofia, a origem da palavra razão fez com que ela fosse
considerada oposta a quatro outras atitudes mentais:
1. ao conhecimento ilusório, isto é, ao conhecimento da mera aparência das
coisas que não alcança a realidade ou a verdade delas; para a razão, a ilusão provém de
nossos costumes, de nossos preconceitos, da aceitação imediata das coisas tais como
aparecem e tais como parecem ser.
2. às emoções, aos sentimentos, às paixões, que são cegas, caóticas,
desordenadas, contrárias umas às outras, ora dizendo “sim” a alguma coisa, ora dizendo
“não” a essa mesma coisa, como se não soubéssemos o que queremos e o que as coisas
são.
3. à crença religiosa, pois, nesta, a verdade nos é dada pela fé numa revelação
divina, não dependendo do trabalho de conhecimento realizado pela nossa inteligência
ou pelo nosso intelecto.
4. ao êxtase místico, no qual o espírito mergulha nas profundezas do divino e
participa dele, sem qualquer intervenção do intelecto ou da inteligência, nem da
vontade.
OS PRINCÍPIOS RACIONAIS
Desde seus começos, a Filosofia considerou que a razão opera seguindo certos
princípios que ela própria estabelece e que estão em concordância com a própria
realidade, mesmo quando os empregamos sem conhecê-los explicitamente. Vejamos
quais são esses princípios:
Princípio da identidade, cujo enunciado pode parecer surpreendente: “A é A” ou
“O que é, é”. O princípio da identidade é a condição do pensamento e sem ele não
podemos pensar.
Princípio da não-contradição (também conhecido como princípio da
contradição), cujo enunciado é: “A é A e é impossível que seja, ao mesmo tempo e na
mesma relação, não-A”. O princípio da não-contradição afirma que uma coisa ou uma
idéia que se negam a si mesmas se autodestroem, desaparecem, deixam de existir.
Princípio do terceiro-excluído, cujo enunciado é: “Ou A é x ou é y e não há
terceira possibilidade”. Por exemplo: “Ou este homem é Sócrates ou não é Sócrates”;
“Ou faremos a guerra ou faremos a paz”. Este princípio define a decisão de um dilema -
“ou isto ou aquilo” - e exige que apenas uma das alternativas seja verdadeira.
Princípio da razão suficiente, que afirma que tudo o que existe e tudo o que
acontece tem uma razão (causa ou motivo) para existir ou para acontecer, e que tal razão
(causa ou motivo) pode ser conhecida pela nossa razão.
Isso não significa que a razão não admita o acaso ou ações e fatos acidentais,
mas sim que ela procura, mesmo para o acaso e para o acidente, uma causa. A diferença
entre a causa, ou razão suficiente, e a causa casual ou acidental está em que a primeira
se realiza sempre, é universal e necessária, enquanto a causa acidental ou casual só vale
para aquele caso particular, para aquela situação específica, não podendo ser
generalizada e ser considerada válida para todos os casos ou situações iguais ou
semelhantes, pois, justamente, o caso ou a situação são únicos.
Pelo que foi exposto, podemos observar que os princípios da razão apresentam
algumas características importantes: não possuem um conteúdo determinado, pois são
formas: possuem validade universal, isto é, onde houver razão (nos seres humanos e nas
coisas, nos fatos e nos acontecimentos): são necessários, isto é, indispensáveis para o
pensamento e para a vontade, indispensáveis para as coisas, os fatos e os
acontecimentos. Indicam que algo é assim e não pode ser de outra maneira.
Capitulo 2
A ATIVIDADE RACIONAL E SUAS MODALIDADES
A filosofia distingue duas grandes modalidades da atividade racional, realizadas pela
razão subjetiva ou pelo sujeito do conhecimento: a intuição (ou razão intuitiva) e o
raciocínio (ou razão discursiva).
A atividade racional discursiva, como a própria palavra indica, percorre uma realidade
ou um objeto para chegar a conhecê-lo, realiza vários atos de conhecimento até
conseguir captá-lo.
A razão intuitiva ou intuição, ao contrário, consiste num único ato do espírito, que, de
uma só vez, capta por inteiro e completamente o objeto.
INTUIÇÃO
A intuição é uma compreenção global e instantânea de uma verdade, de um objeto, de
um fato. É um ato intelectual de discernimento e compreensão.
A intuição racional pode ser de dois tipos: intuição sensível ou empírica e intuição
intelectual.
A intuição sensível ou empírica é o conhecimento que temos a todo momento de nossa
vida.
A intuição empírica é o conhecimento direto e imediato das qualidades sensíveis do
objeto externo: cores, sabores, odores, paladares, texturas, dimensões, distâncias.
A intuição sensível ou empírica é psicológica, pois, refere-se aos estados ou sujeito do
conhecimento como ser corporal e psíquico individual _ sensações, lembranças,
imagens, sentimentos, desejos e percepções são exclusivamente pessoais.
A intuição intelectual difere da sensível justamente por sua universalidade e
necessidade.
Aintuição intelectual é o conhecimento direto e imediato dos princípios da razão
(identidade, contradição, terceiro excluído, razão suficiente), das relações necessárias
entre os seres ou entre as idéias, da verdade de uma ideia ou de um ser.
A DEDUÇÃO
A INDUÇÃO
REALISMO E IDEALISMO
Inativismo ou empirismo?
O Inativismo afirma que ao nascermos trazemos em nossa inteligência não só os
princípios racionais mais também algumas ideias verdadeiras, que, por isso, são ideias
inatas. O empirismo, ao contrário, afirma que a razão, com seus princípios, seus
procedimentos e suas ideias, é adquirida por nos pela experiência.
INATISMO PLATÔNICO
Platão defende a tese do inatismo da razão ou das ideas verdadeiras em várias de suas
obras, mas as mais conhecidas se encontram nos diálogos Mênon e República.
No Mênon, Sócrates dialoga com um jovem escravo analfabeto. Fazendo-lhe perguntas
certas na hora certa, o filósofo consegue que o jovem escravo demonstre sozinho um
difícil teorema de Geometria. As verdades matemáticas vão surgindo no espírito do
escravo à medida que Sócrates vai-lhe fazendo perguntas e vai raciocinando com ele.
Na República, Platão desenvolve uma teoria que já fora emboçada no Mênon: a teoria
da reminiscência. Nascemos com a razão e as ideias verdadeiras, e a filosofia nada mais
faz do que relembrar essas ideias.
Conhecer, diz Platão, é recordar a verdade que já existe em nós; é despertar a razão para
que ela se exerça por si mesma.
Inativismo cartesiano
1. Ideias advertências: são aquelas que se originam de nossas sensações, percepções;
lembranças.
2. Ideias fictícias: são aquelas que criamos em nossa imaginação, compondo seres
inexistentes com partes de ideais advertências estão em nossa memoria.
3. Ideias inatas: são aquelas que não poderiam vir de nossa experiência sensorial, pois
não tivemos experiência sensoriais para compô-las a partir de nossa memória.
O EMPIRISMO
Contrariamente os defensores do Inativismo, os defensores do empirismo afirmam que a
razão, a verdade e as ideais racionais são adquiridas por nós pela experiência.
Os empiristas ingleses
Os mais famosos e conhecidos são os filósofos ingleses dos séculos XVI ao XVII:
Francis Bacon, Thomas Hobbies, John Locke, George Berkeley e David Hume.
Os empiristas afirmam que nossos conhecimento começam com a experiência dos
sentimentos, isto é, com as sensação. Os objetivos exteriores excitam nossos órgãos dos
sentidos e vemos cores, sentimos sabores e pudores,ouvimos sons, sentimos a diferença
entre o áspero e o liso, etc.
PROBLEMAS DO INATIVISMO
Os problemas podem ser formulados da seguinte maneira: visto que são inatos,os
princípios e as ideias da razão são verdades intemporais que nenhuma experiência nova
pode modificar. Ora, a história mostra que ideias tidas como verdades e universais não
possuíam essa validade e foram substituídas por outras. Mas,por definição, uma ideia
inata é sempre verdadeira e não pode sete substituída por outra.
Capitulo 4
Capitulo 5
RAZÃO E SOCIEDADE
Hegel se engana ao considerar a razão ( ou o espírito ) incondicionada social,
econômica e politicamente e por considerar que a sociedade, a economia e a política é
que são condicionados pela razão.
Mudanças sociais, políticas e culturais determinam mudanças no pensamento, e tais
mudanças são a solução realizada pelo tempo presente para os conflitos e as
contratações do passado.
RAZÃO E REALIDADE
A filosofia, reconhecendo fatos, dados, resultados, explicações e demonstrações trazidas
pelas várias ciências, pode, então, concluir dizendo que :
A teoria do racismo é falsa, não tem fundamento científico e é irracional.
A teoria " científica " do racismo é, na verdade, a prática ( e não uma teoria )
econômica, social, política e cultural para justificar a violência contra seres humanos e,
portanto é inaceitável para as ciências, para a filosofia e para a razão. Uma " razão "
racista não é razão, mas ignorância, preconceito, violência e irracionalidade.
FACULDADE RAIMUNDO SÁ – DESENVOLVENDO COM EDUCAÇÃO
DISCIPLINA: METODOLOGIA CIENTIFICA
PROFESSORA: MARIA JOSÉ
TURMA: 1º PERIODO
CURSO: DIREITO
TURNO: NOITE
ALUNOS: GRUPO 5
SÍNTESE
(Unidade II – A Razão)
Alunos:
PICOS - 2017