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BACHARELADO EM TERAPIA
OCUPACIONAL
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo comentar a atuação do profissional de terapia
ocupacional na enfermaria de crise de um hospital especializado em psiquiatria
– Hospital Municipal Jurandyr Manfredini, localizado na Colônia Juliano
Moreira, Rio de Janeiro – RJ. Para a realização deste trabalho, foi feito um
histórico sobre a Reforma Psiquiátrica brasileira e as mudanças que vem
acontecendo com este movimento. Foi dado foco neste dispositivo de cuidado
específico – a enfermaria de crise. Abordamos, de um modo geral, sobre a
prática da terapia ocupacional segundo as influências da reforma psiquiátrica
brasileira. Para falar da sua atuação em uma enfermaria de crise, foi realizado
um relato de experiência, enquanto acadêmica do curso de terapia ocupacional
nesta enfermaria, no ano de 2012. A partir disso foram propostas mudanças
que, segundo o olhar do terapeuta ocupacional, podem acarretar benefícios
aos usuários internados nesta instituição.
PALAVRAS CHAVE: Enfermaria de crise, Reforma Psiquiátrica brasileira,
Terapia Ocupacional.
ABSTRACT
This study aims to comment the performance of occupational therapy
professional at the crisis infirmary of a hospital specialized in psychiatry -
Jurandyr Manfredini Municipal Hospital, located at Colonia Juliano Moreira, Rio
de Janeiro - RJ. For this study, was made a historic about the Brazilian
Psychiatric Reform and the changes that are happening with this movement.
The focus was given on this specific care device: the crisis infirmary. In
generally we discuss about the occupational therapy under the influences of the
Brazilian Psychiatric reform. And to talk about its role at a crisis infirmary was
Dedico este trabalho única e exclusivamente a Deus! Este trabalho não teria sido concluído se não
fosse a sua misericórdia comigo! Toda honra e toda glória sejam dadas a Ti, Senhor!
A todos que me apoiaram nesses quatro anos de lutas intensas.
Agradeço, primeiramente a Deus por ter me dado força para não desistir quando a vontade esteve
presente!
Agradeço a meus pais e minha irmã! Essa vitória não teria sentido se não fossem vocês para
dedicar! Venci apenas por vocês, que amo infinitamente! Obrigada por tudo que fizeram e fazem
sempre por mim!
Agradeço ao meu namorado, amigo e companheiro! Ele esteve presente nos momentos mais
difíceis! Sem você não daria!
Agradeço aos meus professores que colocaram em mim um sentimento de amor e orgulho por ter
escolhido a Terapia Ocupacional como profissão. Cada um de vocês teve seu pedaço fundamental
na minha formação. Obrigada!
Agradeço a minha orientadora Roberta Furtado! Hoje percebo o quanto valeu a pena! Sem ela pra
me dar as direções, este trabalho teria seguido por outro caminho, que não o sucesso! Obrigada
demais pelo apoio! Você foi a escolha mais correta deste trabalho!
Agradeço também aos meus amigos que deram força e entenderam todo o meu estresse e
angústia nesses meses! Finalmente, eu consegui!
INTRODUÇÃO
Este trabalho terá como foco principal os cuidados que hoje são tomados
nas enfermarias de crise a partir da Reforma Psiquiátrica brasileira (RPb).
Abordará, desta forma, as mudanças ocasionadas na assistência psiquiátrica com
esse movimento. Esta análise será baseada no serviço da enfermaria de crise em
um hospital psiquiátrico do estado do Rio de Janeiro. Ao analisar este serviço,
daremos especial atenção aos cuidados sob a ótica da Terapia Ocupacional.
A vontade de fazer um trabalho com este tema surgiu da oportunidade de
atuar diretamente, enquanto estagiária de Terapia Ocupacional, na enfermaria de
crise do Hospital Municipal Jurandyr Manfredini.
No período de estágio de terapia ocupacional, foram observadas algumas
questões, dentre as quais estão a incidência de espaços inutilizados na
enfermaria e a ociosidade de seus usuários, decorrente da falta de espaços
adequados que oferecessem a oportunidade de encontros. Será que nesta
enfermaria não poderia ser construído um espaço que promovesse o encontro
dos usuários para a realização de atividades? O objetivo deste trabalho é refletir
sobre a atuação do profissional de Terapia Ocupacional neste serviço, abordando
quais as dificuldades encontradas e os benefícios da profissão aos usuários com
transtorno mental.
1
PÁDUA, F. H. P. e MORAIS, M. L. S. (2010) define como desinstitucionalização não apenas o
ato de desospitalizar, mas de mudar todo o contexto social do paciente com transtorno
psiquiátrico, transformando assim o modo de ver a loucura.
Amarante (2007) nos diz que foi a partir da Segunda Guerra Mundial que a
sociedade passou a olhar mais para os hospícios e analisar as condições de vida
das pessoas que viviam internadas, percebendo que tais lugares muito se
pareciam com os campos de concentração. “Assim nasceram as primeiras
experiências de ‘reformas psiquiátricas’” (2007, p. 40).
Essas experiências de reformas foram importantes para a mudança da
assistência no Brasil.
Wachholz e Mariotti (2009) dizem que alguns países em especial
inspiraram os movimentos de reformulação da assistência psiquiátrica no Brasil,
como a França, a partir de 1945 com movimentos como a Psiquiatria de Setor2, os
2
Surgiu como propostas de criar um tratamento com equipes multiprofissionais, procurando tratar o
paciente junto da comunidade, pensando em internação como uma etapa transitória (RIBEIRO, 2004)
3
Tinha o objetivo de prevenir as doenças mentais – se diagnosticadas precocemente – e
contava também que os pacientes que tinham transtornos mentais poderiam sim viver junto do
restante da sociedade. (SILVA; EWALD, 2006)
4
Visava a desinstitucionalização e com isso a construção de novos serviços substitutivos e
novas formas de tratamento. ( RIBEIRO, 2004)
Como já foi dito anteriormente, Maron (apud ICPRJ, 2008) afirma que a
Reforma Psiquiátrica brasileira e todas as mudanças dela decorrentes visavam a
romper o antigo modelo de psiquiatria asilar e a partir disso, contava com a
criação de dispositivos substitutivos. Mas existe um serviço que ainda preocupa:
como tratar as emergências psiquiátricas?
Silva e Maximino (2007) nos faz relembrar que, embora o modelo asilar
venha se rompendo após a Reforma Psiquiátrica brasileira, existe um momento
na vida desses usuários em que os sintomas são agudizados e eles necessitam
de uma atenção especial. Para isso, torna-se necessária a internação psiquiátrica,
que muitas vezes surge voluntariamente. Seguindo a lei 10.216/01, essa
internação deverá acontecer em um curto espaço de tempo, pois o objetivo é
tratar o usuário do território. Nesse caso, a internação só é indicada quando os
serviços extra-hospitalares não são suficientes. Maron (apud ICPRJ, 2008)
deixa claro que a emergência psiquiátrica exige uma intervenção imediata, ou
seja, não pode ser adiada. Para isso, deve-se pensar em um local adequado para
o tratamento da pessoa em crise. Na lei 10.216/01 é colocado que os portadores
de transtornos mentais têm direito à melhor forma de tratamento, segundo as
suas necessidades; é direito dos usuários, também, receber informações sobre
sua doença e seu tratamento; eles tem direito a atendimentos médicos, de
assistência social, psicológicos, terapeutas ocupacionais, de lazer e outros.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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2007.
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