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Protozooses = protoparasitoses

Parasitoses causadas por protozoários


PARASITOSES DO SANGUE E TECIDOS

Os protozoários invasivos do sangue e tecidos podem ser chamados de


sistêmicos. Todos, sem exceção, em alguma parte do seu ciclo de vida, irá
invadir uma célula ou tecido e reproduzir-se. As principais doenças causadas
por protozoários sistêmicos são:
Doenças de Chagas, leishmanioses, malária e toxoplasmose
DOENÇA DE CHAGAS (TRIPANOSSOMÍASE AMERICANA)

AGENTE ETIOLÓGICO: Trypanosoma cruzi

MORFOLOGIA

Cinetoplasto Condensação de DNA localizado no interior de uma


mitocôndria única e ramificada por todo o corpo do protozoário. Estrutura em
forma de disco característica da ordem Kinetoplastida.
 FORMAS EVOLUTIVAS (BIOLÓGICAS)
FORMAS AMASTIGOTAS
Forma arredondada ou oval, com flagelo curto que não se exterioriza (imóvel).
Estágios de multiplicação intracelular no hospedeiro vertebrado (homem,
animais silvestres e domésticos).
FORMAS TRIPOMASTIGOTAS
Com aproximadamente 20µm forma alongada e fusiforme com cinetoplasto
posterior ao núcleo; o flagelo forma uma extensa membrana ondulante e torna-
se livre na porção anterior da célula.
Forma evolutiva infectante do parasita.

FLAGELO
NÚCLEO
MEMBRANA ONDULANTE Coradas pelo Giemsa
apresentam citoplasma azul-
claro, núcleo vermelho-
CINETOPLASTO púrpura e o cinetoplasto
azul-purpúreo.
Tripomastigotas sanguíneos - ocorrem na corrente sanguínea do hospedeiro
vertebrado (homem, animais silvestres e domésticos). Infectantes para o
hospedeiro invertebrado (triatomíneo hematófago – barbeiro).
 ESTÁGIO DIAGNÓSTICO DO PARASITA
 PODEM SER TRANSMITIDOS NA TRANSFUSÃO SANGUÍNEA
Tripomastigotas metacíclicos - ocorrem nas porções distais do tubo
digestivo, fezes e/ou urina do vetor. Infectantes para o hospedeiro
vertebrado (homem, animais domésticos e silvestres).
FORMA EPIMASTIGOTA
Forma alongada com cinetoplasto anterior ao núcleo, em que o flagelo se origina a
frente e proximamente ao núcleo e emerge na extremidade anterior do parasita.
Formas de reprodução do parasita no vetor (Triatomíneo – barbeiro).
CICLO BIOLÓGICO
parasita heteroxeno
Hospedeiro vertebrado - animais silvestres - roedores e marsupiais (tatu, gambá);
- animais domésticos - cães e gatos;
- homem.

Hospedeiro invertebrado (vetor) - Triatomíneos hematófagos -"barbeiro"

Triatoma infestans Panstrongylus megistus Rhodnius prolixus


TRANSMISSÃO e ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS:

Animais Triatomíneo
peridomiciliares s domésticos

Animais Triatomíneos Animais Triatomíneos


silvestres silvestres domésticos e domésticos
homem

Ciclo Silvestre Ciclo peridomiciliar Ciclo doméstico


Freqüência de triatomíneos por tipo de casa

Tipo de casa No. de casas No. de casas com % de casas com


pesquisadas barbeiros barbeiros
Tijolo com reboco 4.786 177 3,69

Tijolo sem reboco 1.324 62 4,68

Madeira 4.301 782 17,48

Pau-a-pique 3,491 979 28,04


TRANSMISSÃO
• Vetorial;
• Transfusão sanguínea;
• Transmissão congênita;
• Amamentação;
• Transplantes;
• Acidentes laboratoriais;
• Oral - Ingestão de carne de animais infectados e alimentos contaminados por
excretas de triatomíneos infectados.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
Fase aguda:
Parasitemia* alta
Assintomática (90%):
Sintomática (10%):

*PARASITEMIA: é a presença de parasitas vivos no sangue circulante em


um ser vivo, seja ele animal ou humano.
Local (4 a 10 dias após a infecção)
Sinal de Romaña Chagoma de inoculação

Inflamação aguda da pele no


Edema bi palpebral unilateral, local da inoculação
se a penetração ocorreu pela
conjuntiva ocular
Geral - febre, mal estar, dores pelo corpo, anorexia, linfadenite,
hepatoesplenomegalia; Imunodeprimidos podem vir a falecer nessa fase.

Evolução benigna e resolução espontânea  fase crônica

Fase crônica:
parasitemia baixa e sorologia positiva.

Assintomática ou indeterminada:
- Ausência de sintomas e alterações eletrocardiográficas e radiográficas
- Pode estender-se por toda a vida do indivíduo.
- Evoluir para a fase crônica sintomática (30%)
Sintomática:
10 a 30 anos após a infecção inicial.
Comprometimento do sistema cardiocirculatório. . . . .. Forma cardíaca (20 a 30%)
sistema digestório . . . . . .Forma digestiva (6%)
sistema nervoso. . . . .. .Forma nervosa (3%)
FORMA CARDÍACA: CARDIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA
Cardiomegalia, insuficiência cardíaca. É possível encontrar formas amastigotas nos tecidos.
FORMA DIGESTIVA:

MEGACÓLON: Obstipação, dor abdominal e formação de fecalomas em estágios


avançados.
MEGAESÔFAGO:
Disfagia, regurgitação, dor epigástrica e retroesternal, pirose, soluço, tosse e perda
de peso.
Diagnóstico Forma aguda (parasitemia alta) Forma crônica (parasitemia baixa)
CLÍNICO
Sinais e sintomas exames eletroradiológicos

LABORATORIAL
Parasitológico
Direto a fresco
Gota espessa
esfregaço delgado (estirado)
microhematócrito
Xenodiagnóstico Xenodiagnóstico
Hemocultura Hemocultura
Molecular
PCR PCR

Sorológico
Detecção de IgM Detecção de IgG
Hemaglutinação
Imunofluorescência indireta Imunofluorescência indireta
ELISA indireto ELISA indireto
TRATAMENTO

 Tratamento etiológico:

BENZONIDAZOL
Cura parasitológica:
Fase aguda - 50 a 80% dos casos.
Fase crônica - resultados significativamente inferiores e controversos (critério de cura)

OUTROS FÁRMACOS
Cetoconazol e Itraconazol

 Tratamento sintomático:
Forma cardíaca - Feito com as mesmas drogas das outras cardiopatias: cardiotônicos, antiarrítmicos, entre
outros. Por vezes, é necessário a colocação de marcapasso, cirurgias ou transplante.
Formas digestivas - pode-se indicar tratamento conservador (dietas, laxativos, lavagens) ou cirurgias, na
dependência do estágio da doença.
PROFILAXIA
• Melhoria ou substituição das habitações que propiciam a domiciliação dos
triatomíneos,
• controle químico do vetor (uso regular e sistemático de inseticidas de poder
residual intra e peridomiciliar),
• triagem sorológica dos doadores de sangue
• correta higienização e/ou pasteurização de alimentos como o açaí e o caldo de
cana.

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