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Tratamento Hidrotérmico Do Bagaço de Malte
Tratamento Hidrotérmico Do Bagaço de Malte
2019
MATHEUS MOREIRA MASSARDI
2019
MATHEUS MOREIRA MASSARDI
___________________________________ ___________________________________
Angélica Ribeiro da Costa Fábio de Ávila Rodrigues
Departamento de Química Departamento de Química
Universidade Federal de Viçosa Universidade Federal de Viçosa
Membro da banca avaliadora Membro da banca avaliadora
___________________________________ ___________________________________
Deusanilde de Jesus Silva Rejane de Castro Santana
Departamento de Química Departamento de Química
Universidade Federal de Viçosa Universidade Federal de Viçosa
Orientadora e presidente da banca Coordenadora da disciplina ENQ 490
avaliadora
2019
AGRADECIMENTOS
Às nossas famílias, pelo apoio incondicional e pelo suporte durante toda a graduação;
À nossa orientadora Deusanilde Silva, pelos grandes ensinamentos, por todas as soluções
logísticas, pela paciência e por se fazer sempre presente;
Aos professores Fábio Rodrigues, Angélica Ribeiro, Carlos Roberto Bellato, José Humberto de
Queiroz e Reinaldo Teófilo, pela cessão de laboratórios, de instrumentos e de equipamentos;
Aos técnicos Abelardo Mendonça, Aloirta Silva, Márcio Alvarenga, José de Oliveira Neto,
Júlio César Nunes, José Alberto Cardoso e Jean Silva, e aos estudantes de pós-graduação
Wilson Cardoso, Paula Barbosa e Maurino Magno, pela solicitude na realização de análises,
pelo empréstimo de equipamentos e de instrumentos, pelos conselhos e por abraçarem a nossa
causa;
Brewer’s spent grains, an important residue from the beer industry, has experienced
constant growth on its generation in Brazil in recent years, due to this market development,
which has reached a thousand breweries in 2019. Thus, it is necessary to look for alternatives
for reusing this by-product, which is currently used for animal feeding due to its protein content.
However, this material also contains high amounts of lignocellulosic fibers, giving to it the
potential to be a feedstock for second-generation ethanol production. For this purpose,
conducting adequate pretreatment to release lignocellulosic matrix constituents for later
conversion into fermentable sugars would be an important approach of a research. By
considering these aspects, the major aims of this work were the characterization of the studied
biomass and the identification of optimal conditions for the dilute acid catalyzed hydrothermal
pretreatment step, seeking proper ratio between the sugar release and the fermentation inhibitors
generated (5-hydroxymethylfurfural and furfural) aiming second generation ethanol
production. A Central Rotatable Composite Design (CRCD) was used to evaluate the effects of
average particle diameter, mass/volume feed ratio and reaction time. For the characterization,
the composition was, on dry basis: 29,92% hemicellulose, 21,16% protein, 20,80% total lignin,
15,99% cellulose, 8,33% extractives and 3,76% ash. The evaluation of these parameters of acid
pretreatment with CRCD provided response surfaces for analysis of the variables effect and
prediction of best conditions. Very low concentrations were found for HMF and furfural
production, being negligible in terms of fermentation inhibition. Thus, the model was
maximized only to sugar release, obtaining 524 µm, 11,59% and 38,4 minutes for average
particle diameter, mass/volume ratio and reaction time, respectively. In this case, total sugar
release would be around 203,3 mg per gram of dry residue, meaning extraction efficiency of
39,27% in the pretreatment, which represents a potential result for second generation ethanol
production.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 9
2.3.4 Fermentação..................................................................................................................... 20
3 OBJETIVOS .......................................................................................................................... 24
5.2 Avaliação quantitativa dos ensaios do pré-tratamento com ácido diluído ......................... 35
5.4 Determinação de condições favoráveis para o pré-tratamento com ácido diluído ............. 43
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 46
1 INTRODUÇÃO
A cerveja é uma bebida fermentada de baixo teor alcoólico e é uma das bebidas mais
produzidas e consumidas no mundo. Seu principal ingrediente é o malte de cevada, material
rico em amido que fornece os açúcares redutíveis que são substratos para as leveduras
produzirem etanol. Segundo a Lei da Pureza Alemã Reinheitsgebot (1512), a cerveja pura deve
ser composta somente de água, malte, lúpulo e fermento (leveduras), porém é comum a
utilização de outros tipos de cereais adicionados ao malte para sua fabricação, como milho e
arroz.
tem ocasionado enfermidades em bovinos, como intoxicação por fungos e micotoxinas, acidose
ruminal e botulismo (BRUST et al., 2015). Aliado à dificuldade de transporte e à possibilidade
de transformar o bagaço em produtos de maior valor agregado, a tendência é de redução dessa
aplicação e de estudo de novas formas de reaproveitamento.
Como alternativa, o bagaço de malte pode ser utilizado para produção de etanol de
segunda geração por conta de seu elevado teor de fibras lignocelulósicas que podem ser
convertidas em açúcares fermentescíveis. Assim como em outras fontes de biomassa, devem
ser realizados pré-tratamento e hidrólise para viabilizar a fermentação, processos em crescente
consolidação que podem ter diferentes formas de condução (MUSSATTO, 2014).
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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para começar o processo de fabricação da cerveja, o malte passa por duas etapas de
moagem, com diferentes ajustes, para proporcionar a exposição correta do grão e uma
distribuição granulométrica que atue de forma eficiente como camada filtrante posteriormente.
Se moído em partículas muito pequenas, a extração pode alcançar resultados melhores, porém
há riscos de entupimento na filtração. Por outro lado, malte pouco moído prejudica a extração
por não expor totalmente o interior do grão (LEWIS; YOUNG, 1995; VENTURINI FILHO,
2010). Os valores de granulometria comumente utilizados na indústria são apresentados na
Tabela 1.
Após a mosturação, o mosto é filtrado utilizando o próprio sólido presente como meio
filtrante, seguindo para a fervura e etapas posteriores. A camada filtrante é lavada com água a
75 ºC, prevista no volume desejado de mosto, para aumentar a extração de açúcar e melhorar o
rendimento do processo (VENTURINI FILHO, 2010). O resíduo sólido desta etapa é chamado
de bagaço de malte, um material constituído basicamente da casca que revestia os grãos e parte
do pericarpo. Além de alto teor proteico, há também elevadas quantidades de fibras, contendo
celulose, hemiceluloses e lignina. Um comparativo entre as composições encontradas para o
bagaço de malte em estudos anteriores é apresentado na Tabela 2.
2.2.1 Celulose
lignina (LEWIN; GOLDSTEIN, 1991). Essa macromolécula ainda pode ser encontrada em
outros organismos vivos, como algas, bactérias e fungos (EK et al., 2009).
2.2.2 Hemiceluloses
2.2.3 Lignina
Figura 3 – Estrutura química dos principais precursores das ligninas: (1) álcool cumarílico, (2)
álcool coniferílico e (3) álcool sinapílico.
Fonte: ROWELL, 2005.
2.2.4 Extrativos
Os extrativos são os componentes químicos de baixa massa molecular que podem ser
extraídos das paredes celulares insolúveis das células por sua solubilidade em água ou em
solventes orgânicos (EK et al., 2009; LEWIN; GOLDSTEIN, 1991). Esses componentes, em
sua maioria, são lipídios, ácidos graxos, terpenos, fenóis, esteroides, ceras e compostos
aromáticos (EK et al., 2009; LEWIN; GOLDSTEIN, 1991; ROWELL, 2005), sendo
responsáveis pela cor, pelo cheiro e pela durabilidade da biomassa (ROWELL, 2005).
2.2.5 Cinzas
2.2.6 Proteínas
2.3.2 Hidrólise
A hidrólise enzimática pode ser utilizada para minimizar esses problemas por meio da
utilização de um complexo enzimático denominado Celulase, o qual hidrolisa as fibras gerando
açúcares fermentescíveis. Essas enzimas são obtidas a partir de microrganismos capazes de
degradar celulose, como alguns fungos e bactérias. A hidrólise enzimática das hemiceluloses é
mais complexa, requerendo as chamadas hemicelulases, porém nas celulases comerciais
também é observada atividade hidrolítica para hemiceluloses, favorecendo altos rendimentos
para o processo, que podem chegar a mais de 95%. Por outro lado, alguns fatores dificultam a
aplicação industrial, como o elevado custo das enzimas, a longa duração (48 a 72 horas) e a
desativação catalítica por inibição das enzimas devido ao acúmulo de açúcares (DRAPCHO et
al., 2008; PINTO, 2010).
20
2.3.4 Fermentação
Após a etapa de hidrólise, pode ser realizada a fermentação alcoólica. Esta pode ser
conduzida por diferentes microrganismos, sendo os mais comuns Saccharomyces cerevisiae e
Zymomonas mobilis. Apesar de mais utilizada na produção de etanol convencional, a levedura
S. cerevisiae não metaboliza outros tipos de açúcares além da glicose, tornando-a menos efetiva
para etanol de segunda geração. Por outro lado, estudos com tecnologia de DNA recombinante
inseriram genes de Escherichia coli na bactéria Z. mobilis, possibilitando a fermentação de
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A crescente busca por reaproveitamento de resíduos para geração de produtos com valor
agregado tornou o bagaço de malte uma potencial matéria-prima para o etanol de segunda
geração. Seus altos teores de celulose e de hemiceluloses despertaram o interesse de diversos
pesquisadores da área, que avaliaram diferentes condições para este processo buscando otimizá-
lo. Os rendimentos encontrados são muito variados, consequência não só dos processos
utilizados para pré-tratamento, hidrólise e fermentação, mas também da diversidade de maltes
existentes, fato que pode ser observado pela heterogeneidade das caracterizações realizadas
para o material (MUSSATTO, 2014; PINHEIRO et al., 2019).
sacarificação enzimática. O melhor cenário apresentado foi para carga de 25% sólidos,
fornecendo um rendimento de 94% em etanol. (PINHEIRO et al., 2019)
4
𝛼 = √2𝑘 (02)
Nota-se que todos os pontos analisados, fatoriais e axiais, são equidistantes em relação
ao ponto central. Para k = 2, isso pode ser visualizado em um plano cartesiano. Para k = 3, a
visualização é feita num cubo. Porém, ainda se pode generalizar esses dois casos num design
esférico, onde os pontos são k0,5 distantes do ponto central (para k = 3, o valor é aproximado).
3 OBJETIVOS
Este trabalho tem como objetivo geral a avaliação de três parâmetros na determinação
de uma condição mais favorável à liberação de açúcares fermentescíveis e de inibidores de
fermentação para a produção de etanol de segunda geração, utilizando pré-tratamento ácido. Os
parâmetros são: razão entre massa de resíduo e volume de solução, granulometria do bagaço e
tempo de reação. Foi utilizado o planejamento experimental DCCR (Delineamento Composto
Central Rotacional) para a aferição estatística do experimento.
4 MATERIAL E MÉTODOS
O bagaço de malte utilizado, de tipo pilsen, foi fornecido pela cervejaria Wegas Bier,
situada em Cajuri – MG. O material foi coletado logo após a filtração do mosto e armazenado
sob refrigeração por um dia, quando foi manipulado. Foi realizada uma prensagem manual do
bagaço com objetivo de retirar o excesso de água, seguido de secagem em estufa (Nova Ética,
400 ND) a 60 ± 3 °C até possuir teor a.s. (absolutamente seco) superior a 90%.
Após seco, o material passou por moagem em moinho tipo Wiley e classificado em
sistema de peneiras Bertel utilizando mesh 28, 32, 35, 42, 48 e 60. As frações de topo e de
fundo não foram utilizadas nos procedimentos realizados.
𝑚2 − 𝑚1 (04)
𝑇𝐶 (%) = ∗ 100
𝑀𝑎 ∗ 𝑇𝐴𝑆
𝑚2 − 𝑚1 (05)
𝑇𝐸 (%) = ∗ 100
𝑀𝑎 ∗ 𝑇𝐴𝑆
O teor de lignina insolúvel presente na amostra seca foi determinado pela Equação 07.
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acetonitrila, temperatura 80 °C, fluxo 0,85 mL min-1, por 18 minutos, com quantificação por
detector evaporativo com espalhamento de luz (ELSD).
Para converter os teores de monômeros nos teores de seus respectivos polímeros, foi
utilizada a Equação 10 com o fator de correção. Para os teores de celulose, de xilana e de
arabinana, foram considerados os teores de glicose, de xilose e de arabinose, respectivamente.
No cálculo do teor de celulose, o fator é 0,9, enquanto, para xilana e arabinana, este é 0,88.
Além disso, o teor de hemiceluloses é considerado como a soma dos teores de xilana e de
arabinana, seus principais polímeros constituintes.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos nos ensaios do pré-tratamento com ácido diluído estão expostos
na Tabela 5.
Entre os inibidores, foi possível observar que a geração de furfural foi superior à de
HMF em quase todos os cenários, fato decorrente da origem desses compostos. O furfural é
produto da degradação de carboidratos com cinco carbonos, como xilose e arabinose, presentes
nas hemiceluloses. Estas são mais reativas por possuírem cadeias curtas e ramificadas,
favorecendo a ação do ácido no pré-tratamento. Por outro lado, o HMF é oriundo da degradação
de carboidratos com seis carbonos, presentes na celulose, na forma de glicose, e em pequenas
quantidades nas hemiceluloses, nas formas de galactose e de manose, por exemplo. A celulose
é um polímero de cadeias mais longas do que as hemiceluloses, além de não ser ramificada, o
que a torna menos reativa e, consequentemente, menos susceptível à ação do ácido no pré-
tratamento.
Tabela 5 – Resultados obtidos para extração de açúcares e formação de inibidores nos ensaios
de pré-tratamento com ácido diluído.
É possível analisar o efeito das variáveis estudadas por meio dos modelos obtidos pela
regressão no software Minitab® (MINITAB, 2019). Os modelos para glicose (GLI), para xilose
+ arabinose (XIL + ARA), para 5-hidroximetilfurfural (HMF) e para furfural (FUR) seguem a
fórmula geral, apresentada na Equação 11. Os coeficientes βi são apresentados na Tabela 6 e as
tabelas da análise de variância (ANOVA) se encontram no Apêndice A. A análise para xilose
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e para arabinose foi realizada de forma conjunta pelo fato de serem moléculas da mesma classe
de açúcares (C5), sendo apenas isômeros, com metabolismo de fermentação muito semelhante.
As variáveis do modelo são o diâmetro médio de partícula (DP), razão massa/volume da
alimentação (Rmv) e tempo reacional (T).
Em que: RES = resposta avaliada, mg g-1; DP = diâmetro médio de partícula, µm; Rmv
= razão massa/volume de alimentação, %; T = tempo reacional, min; 𝛽𝑖 = parâmetros empíricos.
Tabela 6 – Coeficientes dos modelos obtidos para glicose, xilose + arabinose, HMF e furfural.
De forma geral, estes não são satisfatórios por apresentarem valores baixos de R2,
indicando sua baixa capacidade de predizer respostas a partir de valores definidos para as
entradas. Apesar disso, ainda é possível observar o comportamento das respostas para cada
variável, auxiliando na compreensão do fenômeno estudado. Para isso, puderam ser analisadas
as superfícies de resposta, que apresentam o comportamento de cada saída perante duas
entradas, enquanto a terceira foi fixada no ponto central, o qual proporciona a robustez do
modelo.
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de partícula quando a razão massa/volume foi fixada: para a glicose, o aumento de T provocou
aumento da liberação em DP baixo. Porém, para estes açúcares, o mesmo cenário provocou
diminuição da sua quantidade no meio, o que pode ser explicado pelo fato de eles serem
liberados da matriz lignocelulósica mais rapidamente do que a glicose, fato acentuado em
menores DP pela maior superfície de ação do ácido, consequentemente gerando degradação em
maior escala.
Por meio da análise dos gráficos de Pareto dos efeitos padronizados, foi possível avaliar
a significância das variáveis para cada resposta em nível de confiança de 90%. Os gráficos são
apresentados na Figura 11, em que A representa o diâmetro médio de partícula (DP), B
representa a razão massa/volume de alimentação (Rmv), C representa o tempo reacional (T) e
as combinações de letras mostram o efeito das interações entre as variáveis. As barras que
cruzam a linha pontilhada indicam que aquela variável ou interação é significativa para a
resposta, de acordo com o modelo.
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Figura 11 – Gráficos de Pareto dos efeitos padronizados. Os gráficos I, II, III e IV se referem
às respostas Glicose, Xilose + Arabinose, 5-hidroximetilfurfural e furfural, respectivamente.
Legenda: GLI = Glicose; XIL = Xilose; ARA = Arabinose; HMF = 5-hidroximetilfurfural;
FUR = Furfural; A = Diâmetro médio de partícula (DP); B = Razão massa/volume de
alimentação (Rmv); C = Tempo reacional (T).
Fonte: Elaborado pelos autores.
Foi possível identificar com um nível de confiança de 90%, pelo gráfico I da Figura 11,
que houve influência significativa do tempo de reação e da razão massa/volume de alimentação
na liberação de glicose. O modelo obtido descreveu que o diâmetro médio de partícula não
apresentou significância para o resultado, assim como todas as interações entre as variáveis.
O tempo de reação foi o único fator com influência significativa na geração de HMF,
como pode ser visto no gráfico III da Figura 11, com um nível de confiança também de 90%.
Os demais fatores e todas as interações não foram significativos, segundo o modelo.
Nos gráficos II e IV, observou-se que não houve significância de nenhum fator analisado
e nem de suas combinações num nível de confiança de 90% para a liberação de xilose +
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arabinose e para a geração de furfural. Tal situação reforça o problema da baixa efetividade dos
modelos propostos.
Coeficientes ACT
𝛽0 486
𝛽1 -0,89
𝛽2 -4,6
𝛽3 -12,1
𝛽4 0,00085
𝛽5 0,099
𝛽6 0,011
𝛽7 0,0204
𝛽8 0,0230
𝛽9 0,217
R2 0,5039
Tabela 8 – Eficiências de extração de açúcares por pré-tratamento com ácido diluído para
diferentes fontes de biomassa.
6 CONCLUSÃO
Apesar disso, vale ressaltar que o resíduo estudado é uma matéria-prima potencial para
a produção de etanol de segunda geração por apresentar grande quantidade de hemiceluloses
(29,92%) e de carboidratos (45,91%) em sua composição, sendo as primeiras substâncias
facilmente hidrolisadas em açúcares fermentescíveis. Esta facilidade permitiu a obtenção de
açúcares isolados sem, contudo, geração de quantidades significativas de inibidores de
fermentação (HMF e furfural), para as condições estudadas. Por meio da comparação com
outras biomassas, foi possível identificar que os açúcares do bagaço de malte foram pouco
extraídos com as condições estudadas, indicando a necessidade de procurar metodologias mais
eficientes para o pré-tratamento.
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Assim como abordado neste trabalho, deve ser realizada a mesma análise englobando
também fatores econômicos e operacionais, buscando o melhor para futuras aplicações em
escala industrial. Ainda, pode-se avaliar diferentes intervalos para as variáveis estudadas, uma
vez que o ponto de melhor resultado foi encontrado para extremos do modelo. Ainda, pode ser
realizado o deslocamento das faixas de entrada, buscando avaliar o efeito quadrático das
variáveis.
Para viabilizar o uso deste resíduo como matéria-prima para etanol de segunda geração,
é necessário também otimizar as condições de hidrólise, partindo do material sólido obtido no
pré-tratamento, e de fermentação, utilizando as frações líquidas obtidas nas duas etapas
precedentes.
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