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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Alexandra Morais - 1808823


Gabriela Cardoso - 1804782
João Bieli - 1802264
Kevin Camolez - 1804930
Luiz Junior - 1803080
Marcelo Freitas - 1807873
Tuany Correa - 1809645

Simulação Antecipada de Envase de Cervejas em Garrafas

Vídeo de apresentação do Projeto Integrador


https://www.youtube.com/watch?v=0as050OULTk&ab_channel=GabrielaCardoso

Brodowski - SP
2022
UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

Simulação Antecipada de Envase de Cervejas em Garrafas

Relatório Técnico-Científico apresentado na disciplina de


Projeto Integrador para o curso de Engenharia de
Produção da Universidade Virtual do Estado de São Paulo
(UNIVESP).

Brodowski - SP
2022
CARDOSO, Gabriela; FREITAS, Marcelo; BIELI, João; JUNIOR, Luiz; CORREA, Tuany;
GONTIJO, Alexandra; CAMOLEZ, Kevin. Simulação Antecipada de Envase de Cervejas
em Garrafas Relatório Parcial Técnico-Científico (Graduação em Engenharia da Produção) –
Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor: Profº. Maria Cleonice Dos Santos
Gonçalves, Polo: Brodowski, 2022.

RESUMO

O ecossistema de produto e consumo é primordial em países capitalistas como, o Brasil. Em


busca de atender o mercado consumidor, as empresas investem cada vez mais em tecnologia e
inovação, este setor cresce em média 5% ao ano no país. O mercado de bebidas corresponde a
1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, gerando 2,7 milhões de empregos e cresceu
7,7% no ano passado em relação a 2020. Contudo, o grande avanço da tecnologia nos últimos
anos tem ampliado as possibilidades de interação do consumir com os produtos e ao mesmo
tempo diminuindo as barreiras geográficas de acesso aos produtos através de aplicativos,
sites, marketplace entre outros canais. Por outro lado, com a quebra da regionalização de
consumo e maior acesso às informações, temos consumidores mais exigentes e conscientes.
Os empresários são obrigados a ampliar sua área geográfica de alcance e distribuição para
sobreviver no mercado, investindo cada vez mais em tecnologias. Este trabalho pretende
demonstrar os benefícios da simulação antecipada no processo de envase de cervejas,
podendo antecipar alguns problemas que podem ocorrer na linha.

PALAVRAS-CHAVE: Envase; Cerveja; Automático; Embalagem.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................6
1.1 BENEFÍCIOS DA TECNOLOGIA PARA O MERCADO DE ENVASE...........6
1.2 DESAFIOS.......................................................................................................7
2. DESENVOLVIMENTO.....................................................................................7
2.1 OBJETIVOS.....................................................................................................7
2.1.1 OBJETIVO GERAL..........................................................................................7
2.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................7
2.2 JUSTIFICATIVA E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA.....................................8
2.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................9
2.4 METODOLOGIA.............................................................................................10
2.4.1 EMPATIA........................................................................................................11
2.4.2 DEFINIÇÃO....................................................................................................11
2.4.3 IDEALIZAÇÃO...............................................................................................12
2.4.4 PROTÓTIPO...................................................................................................12
2.4.5 SIMULAÇÃO..................................................................................................13
3. RESULTADOS...............................................................................................15
3.1 SOLUÇÃO INICIAL........................................................................................15
3.2 SOLUÇÃO FINAL..........................................................................................16
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................17
REFERÊNCIAS...........................................................................................................19
1. INTRODUÇÃO

Nosso trabalho pretende demonstrar o trabalho de montagem de uma nova


linha de envase de bebidas em uma micro-cervejaria juntamente com seus
benefícios e dificuldades encontradas.

O procedimento de embalagem de bebidas é conhecido como envase e é o


período final na fabricação do produto que pode ser envasado em diversas
variedades de vasos, retornáveis ou descartáveis.

Em muitas indústrias O processo de envase é automatizado. Existem muitas


técnicas diferentes para certificar-se que o volume correto de um produto esteja em
sua embalagem ao final do processo as peças são classificadas, os materiais soltos
são medidos e os líquidos são engarrafados.

Nosso país é o quinto maior mercado de bebidas saudáveis do mundo com


um crescimento de 20% ao ano desde 2012, enquanto o resto do mundo cresceu
apenas 8%.

1.1Benefícios da Tecnologia para o Mercado de Envase

A automação tem contribuído significativamente para as empresas do setor,


aumentando a produtividade e reduzindo significativamente os custos de produção,
possibilitando ter um produto mais barato para o consumidor e, consequentemente,
maiores vendas.

Por isso, máquinas com sistema de limpeza completo, proteção ultravioleta


em toda a cabine, controle de todas as operações por meio de painel eletrônico são
consideradas tecnologia de corte e permitem o enchimento e resfriamento
automático de copos e potes.

Muitas máquinas também possuem um sistema que para automaticamente de


tampar quando detecta a falta de recipientes na bandeja, um recurso que reduz
bastante o desperdício.

Todos esses benefícios ajudam a reduzir o número de funcionários, pois


apenas uma pessoa pode usar quatro máquinas por vez.

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Além disso, existem máquinas no mercado que produzem até 3.000 unidades
por hora, dependendo do tamanho do contêiner.

Independentemente da tecnologia empregada, é importante assegurar:

 Produto 100% seguro através de design higiênico;

 Maximização da performance de enchimento;

 Valorização crescente da sustentabilidade e redução de consumo, de


recursos.

E se os três itens listados acima estiverem juntos, melhor ainda.

1.2 Desafios

O setor de envase precisa sempre acompanhar as novas tecnologias, para


que possa aprimorar seu processo, de forma a entregar mais qualidade. É
aconselhável investimento em tecnologia – sem abrir mão da capacitação de
funcionários.

As variadas tecnologias e as diversas máquinas criadas vieram para agregar


valor ao produto e também para facilitar e promover um incremento na produção, no
entanto, é preciso também a mão humana que influencia no tipo de embalagem
escolhida, que vai influenciar diretamente no envase, na distribuição e venda de
determinado produto e também contribuir para oferecer vantagem competitiva às
empresas. Portanto, vale investir em novas tecnologias, mas sem esquecer também
de investir nas pessoas. Esse equilíbrio é um dos grandes desafios desse segmento
de mercado.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 Objetivos
2.1.1 Objetivo Geral

O trabalho visa a o planejamento para a aplicação de melhoria de processo,


automatizando uma linha de envase de cerveja, logo otimizando a disponibilidade do
operador e reduzindo custos a longo prazo, mão de obra, desperdícios.

2.1.2 Objetivos Específicos


6
Para o objetivo geral ser atingido, torna-se necessário concluir os objetivos
específicos, que são classificados em etapas:

 Identificar o perfil do mercado cervejeiro atual e suas tendências;

 Definir oportunidades de negócio com base no perfil do mercado;

 Analisar a viabilidade do processo de envase automatizado;

 Identificar desperdícios no modo atual e no modelo proposto.

2.2 Justificativa e delimitação do problema

Neste Projeto Integrador as perguntas problema, para a delimitação de


justificativa e problemas, é: Qual a viabilidade do envasamento? Quais são os
possíveis gargalos que podem acontecer durante o procedimento estudado? Haverá
adesão de cliente e possível conquista de novos?

Desde 2017 o Brasil é o terceiro maior consumidor de cerveja no mundo, sete


colocações acima desde 2007. E não apenas as grandes produtoras da bebida que
são responsáveis por esse feito, segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA), as cervejarias artesanais roubaram a cena e tiveram um
crescimento significativo de 91% entre 2015 e 2017, o que corresponde a 679
estabelecimentos registrados, sendo em sua maioria na região Sul e Sudeste.

Essa mudança de consumo de cerveja é algo intrínseco a cultura, antes era


comum vermos pessoas saindo do trabalho e indo para os botecos em seus bairros
tomar cerveja com os amigos, ou até mesmo no domingo durante uma partida de
futebol. Hoje o momento de tomar uma cerveja pode ainda ser o mesmo, mas
vemos jovens tomando algo em barzinhos, indo à festa universitárias, com a procura
de bebidas diferenciadas. Essas cervejas de bares normalmente são produzidas por
grandes empresas, como é o caso da AMBEV. Só que nos últimos tempos, as
cervejarias artesanais passaram a ganhar seu merecido espaço.

Uma cervejaria artesanal não vende apenas o sabor diferenciado, o que faz
uma enorme diferença na hora de harmonizar com alguma comida, mas também a
experiência de estar no local. Ambientes temáticos, muito puxados para o lado do
rústico, são comuns dentre essas cervejarias. O que compõe todo o ambiente para a

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cerveja artesanal não ser apenas uma mera cervejaria que faz a própria bebida, mas
algo relacionado a experiência de estar com pessoas queridas ou até mesmo
sozinho.

Alguns problemas foram observados durante a visita técnica ao cliente


estudado e relatado por ele. A falta de aderência a nova embalagem do produto,
uma vez que sempre foi ofertado em copos descartáveis em quantidade menores e
apenas com a possiblidade de consumo no local. Outro ponto de atenção para esse
estudo é a possibilidade de haver desperdícios na linha de processo, seja ele da
bebida ou até mesmo no novo processo de envasamento.

Procurando uma maneira de manter essa experiência do sabor de uma


cerveja artesanal, a pesquisa visa estudar e apontar a alternativa de envasamento
da bebida. Contribuindo para o meio ambiente de modo indireto, uma vez que o
envase feito através de latas ou garrafas – podem ser reciclados. Para a sociedade
agregará valor ao poder levar a cerveja para ambientes externos a cervejaria
mantendo a qualidade de antes. Já para o cliente estudado, a relevância desse
artigo está na economia financeira e de tempo no processo do envase, além de
contribuir de maneira significativa para compreender a adesão do público ao novo
modelo de embalagem da bebida.

2.3 Fundamentação teórica

A cerveja é uma bebida popularmente conhecida na vida do brasileiro por


estar relacionada a todos os momentos possíveis, seja uma alegria imensa em uma
confraternização de fim ano ou até mesmo quando algo muito ruim acontece, como
um término de relacionamento. Tudo isso relacionado ao emocional de quem a
degusta.

As primeiras cervejas foram descobertas através da fermentação do pão,


como datam desenhos rupestres e símbolos primitivos pintados (SILVA, 2016). Esta
teoria é confirmada quando na tumba de 7 faraós foram encontradas sobras de
cevada em vasos no século XIX.

Entretanto, o maior apogeu da bebida foi durante a idade média, onde


primordialmente a bebida era feita pelas mulheres da casa, mas com a ascensão do
clero e o alto valor dos impostos, a cevada fermentada era uma moeda de troca.

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Os monges foram os primeiros a produzir cerveja em maior escala, em troca da
isenção de um imposto. Eles iniciaram a produção para consumo próprio, migrando
para as vendas em suas tabernas e, em seguida, para as vendas fora dos mosteiros.
Os mosteiros Weihenstephan e St. Emmeran, ambos na Alemanha, e o St. Gallen, na
Suíça, foram os pioneiros da produção industrial de cerveja (BARBOSA, 2018, p.
10)

O Imperador do Sacro Império Romano-Germânico Carlos Magno reconheceu


os cervejeiros como operários, o que fez com que a bebida tivesse ainda mais apelo
popular por influência da igreja (UNIVERSITY OF LEICESTER, 2018).

Apesar de alguns relatos mostrarem que as primeiras cervejas brasileiras


vieram com os holandeses nada é confirmado. Entretanto, com a chegada da coroa
portuguesa no Brasil, principalmente, pelo até então Príncipe Regente D. João, não
conseguir ficar sem o consumo da bebida.

Após algum tempo, com a determinação da abertura dos portos, a cerveja


consumida aqui era preferencialmente inglesa, feita de farinha de milho, gengibre,
casca de limão e água, essa mistura era vendida no envase de barris.

Devido à influência comercial que a Inglaterra exercia sobre Portugal,


as cervejas inglesas dominaram o mercado brasileiro até a década de
1870. No final do século XIX, o governo quadruplicou os impostos de
importação, o que inviabilizou a comercialização do produto
estrangeiro no país e estimulou o surgimento das cervejarias nacionais
(MORADO, 2017, p.87)
Em 1870 com a influência da imigração, a cerveja alemã ganhou um cenário
considerável aqui, por serem mais claras, límpidas, melhor conservadas além de
agradarem mais ao paladar por estarem conservadas em garrafas de vidro.

Atualmente temos diversas maneiras de consumir cerveja, seja elas em


garrafas de vidro, latas. Para apreciadores de cervejas, as que são feitas
artesanalmente possuem um sabor completamente diferente daquelas feitas em
grandes empresas, além de serem harmonizadas com alguns alimentos específicos.

2.4 Metodologia

No nosso projeto, foi escolhida uma micro-cervejaria na cidade de Ribeirão


Preto, onde o proprietário pretende ampliar seu mercado de atuação geográfico e

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com isso necessita de modificar método de envase atual onde o produto tenho um
maior tempo de validade e também tenha um designer que facilite a logística.

A metodologia escolhida foi a metodologia Desing Thinking e dividido nas


seguintes fases:

Figura 1 - Metodologias de Desing Thinking


Fonte: Google, 2022

2.4.1 Empatia

Foram efetuadas algumas entrevistas com o proprietário da micro-cervejaria,


onde foram expostos os seguintes problemas:

 Envase manual da bebida,

 Sustentabilidade;

 Necessidade de melhorar a conservação do produto;

 Necessidade de dar maior visibilidade a marca (portabilidade,


marketing);

 Os growlers vendidos atualmente eram em quantidades muito grandes,


dificultando a precificação do produto para o consumidor;

 Melhorar a logística e transporte do produto;

2.4.2 Definição

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Interpretamos os problemas do proprietário. Em seguida o grupo fez um
brainstorming. Dentre as soluções, analisamos o contexto e a solução mais plausível
será o envase nas duas modalidades. E aquisição de uma máquina para envase
automática de lata e vidro.

O processo será:

1) Fabricação de cerveja dentro dos padrões

2) Feita a assepsia e sanitização da linha de envase

3) Abastecimento das linhas (rótulo, tampa, garrafa/lata)

4) Rinsagem (assepsia das garrafas/latas)

5) Enchimento com cerveja

6) Recrave /arolhamento das tampas

7) Pasteurização

8) Secagem

9) Rotulagem

10) Embalagem final

11) Expedição

2.4.3 Idealização

As tarefas para realização serão:

 Ampliação do parque fabril;

 Readequação de layout da fábrica;

 Aquisição de máquinas;

 Desenvolvimento de fornecedores;

 Contratação de mão de obra treinada;

 Criação e impressão de rótulos;

 Campanha publicitária;

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 Ações de e-commerce;

 Readequação de logística.

2.4.4 Protótipo

Figura 2 - Protótipo do processo cervejeiro


Fonte: Google Imagens, 2022

2.4.5 Simulação

Segundo o engenheiro Darci Prado (1998), a área que maior apresenta a


quantidade de aplicações de modelagem são as linhas de produção, onde são
analisadas modificações em sistemas existentes, além de expansão da produção e
adição de novos produtos e a antecipação de possíveis gargalos.

Nesta etapa foi feita a simulação de envase de garrafas de cerveja de 350ml,


500ml e 710ml na versão 14.00.00000 do software ARENA. O programa foi
configurado para simular 90 dias ininterruptos de produção e envase de apenas um
tipo de garrafa em cada teste. A linha de envase foi programada para operar durante
8 horas diárias, a demanda segue 4000 litros por mês e a capacidade da linha é de
envasar 400 litros de cerveja por hora.

Para a configuração ser assertiva, é necessário alinhar as medidas de tempo


e capacidade. Como a demanda é de 4000 litros, traduzimos que a demanda seja de
8000 garrafas de 500ml, por exemplo. Desta mesma maneira, alinhamos a
capacidade da linha de envase com a medida utilizada para a produção, ou seja,
calculamos a capacidade mensal da linha de envase, respeitando a jornada diária.

Os processos foram divididos por “Produção Cervejeira” e “Linha de Envase”.


Não houve necessidade de listar todos os processos da produção, diferentemente
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da linha. O processo de produção foi definido como a demanda de um mês,
enquanto os processos da linha seguem definidos em minutos.

O processo de assepsia e sanitização foi definido para durar 120 minutos,


variando 20 minutos para mais e para menos, por se tratar de um processo manual;
o processo de abastecimento foi programado para durar 30 minutos, variando 5
minutos para mais e para menos, pelo mesmo motivo do anterior; o processo de
rinsagem foi definido para durar 10 minutos; o processo de enchimento foi definido
para durar 8 minutos; o processo de recrave foi definido para durar 9 minutos; o
processo de pasteurização foi definido para durar 8 minutos; o processo de secagem
foi definido para durar 9 minutos; o processo de rotulagem foi definido para durar 7
minutos e o processo de embalagem final foi definido para durar 9 minutos.

Figura 3 - Simulação do processo cervejeiro


Fonte: Acervo do autor, 2022

Em teoria, o sistema possui capacidade de produzir e envasar 22.856


garrafas de 350ml, 16.000 garrafas de 500ml e 11.266 garrafas de 710ml.

A média de latas que ficaram simultaneamente em processo, incluindo a


produção e envase, é de 11.539 unidades para 350ml, 8.077 para 500ml e 5.687
unidades para garrafas de 710ml.

O tempo médio de espera para a cerveja ser envasada é constante para


todos os tipos de garrafas, os valores variam de 127,25 a 172,95 minutos e possuem
a média em 150 minutos de espera.

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A média de garrafas envasadas simultaneamente seguindo a demanda é de
31,74 minutos por vez para garrafas de 350ml; 22,22 para garrafas de 500ml e 15,65
para garrafas de 710ml. Por outro lado, a média da produção se manteve sempre
constante, independentemente dos volumes das garrafas.

Durante o período, em 100% do tempo, a fábrica estava produzindo cerveja,


enquanto a linha de envase operou em média durante apenas 0,012%; 0,003% e
0,001% do dia para garrafas de 310ml, 500ml e 710ml, respectivamente, utilizando
100% da capacidade da linha. A porcentagem aumenta consideravelmente em
momentos de estresse no início da simulação, chegando em 44%; 8,3% e 4,1% do
tempo da linha de envase para latas de 310ml, 500ml e 710ml, respectivamente. A
baixíssima porcentagem das médias se deve pelo motivo do software utilizar o dia
como 24h para alinhar o tempo de envase ao processo de produção cervejeira.

Devido a capacidade de envase ser vinte e quatro vezes maior que a


demanda, não ouve gargalo e/ou tempo de espera em nenhum processo, tanto
manual como automático.

Ao final das três simulações concluímos que existem valores que são
variáveis e outros que são fixos e que breves simulações permitem abranger uma
visão mais detalhada e analista sobre o que deve ser explorado. A adição da linha
de envase permitirá uma margem para grandes aquisições de instalações no futuro,
além de exigir menor mão de obra por se tratar de uma linha automatizada.

3. Resultados
3.1 Solução inicial

No inicio deste Projeto Integrador, a cervejaria estudada apresentou um


projeto para um novo sistema de comercialização da sua cerveja. Entretanto, o
projeto possuía suas falhas, levantadas como problemas e objetivos que o grupo
deveria estudar e simular para que pudesse evitar esses gargalos em sua produção.
E através de uma reunião de brainstorm conseguimos elaborar um plano de ação
para conseguirmos nos organizar e entregar o melhor resultado possível.

A principio foi estudado o mercado cervejeiro e seu público, percebendo suas


mudanças de público da década de 90 até os anos atuais. Houve uma mudança
significativa em como o produto é ofertado ao seu consumidor, se antes tínhamos

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mulheres sensuais em praias – propagandas completamente voltadas para o público
masculino, principal consumidor da bebida – hoje percebemos mais o marketing
sensorial – aquele em que através de imagens e sons fazem com que nosso desejo
pelo produto aumente – e marketing de experiência – onde são mostradas possíveis
possibilidades de consumo do produto além de praias e bares.

No sistema do envase das garrafas, foram estudados processos que


poderiam prejudicar a cervejaria. Entre esses problemas analisados, percebemos
que poderia haver desperdício da cerveja, falta da matéria prima para o envase, uma
vez que o vidro está em falta no mercado, devido a alta demanda que aconteceu
com a retomada de atividades fora de casa durante a crise da Sars-Cov-19 (Covid-
19), e a baixa reciclagem da matéria prima, o que torna viável o uso de latas de
alumínio. Outro problema apontado foi alteração do sabor da cerveja, uma vez que
até então era feito através apenas de copos plásticos para consumo no local.

3.2 Solução final

Durante o processo para a solução final, com todas as possíveis falhas que
pudessem acontecer, fizemos um levantamento interno de como os consumidores
atuais se ligavam a cerveja, qual o modo que preferiam consumir e se teriam adesão
ao novo tipo de envase. Através desses dados conseguimos planejar as possíveis
ações publicitárias, criação de rótulos que chamassem atenção e ações de e-
commerce que fossem eficientes e tivessem ações para clientes de topo, meio e
fundo de funil, ou seja, aqueles que ainda não conheciam a marca, aqueles que já
conheciam, mas ainda não estavam prontos para realizar alguma ação e para os
clientes que já estão aptos a compra.

Já na parte do envasamento, umas das principais dores apontadas era


quanto ao desperdício, o sabor que poderia ser diferente do ofertado atualmente e
quanto ao tempo de demora para o envase.

O tempo de demora do envase foi calculado no software Arena e todos os


cálculos e suas quantidades apresentados no capítulo anterior, mostrando-se eficaz
e com redução de custos, uma vez que não foram necessários diversos funcionários
para que se opere a máquina em todos os momentos e tudo saia dentro do
planejado.

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Para solucionar os problemas quanto ao desperdício, através do sistema de
simulação Arena, conseguimos ver que isso não aconteceria durante o processo de
envase, por ele ser automático, sendo assim, ele consegue programar a quantidade
exata e o tempo de rotatividade do envase para que ele aconteça sem que nenhuma
quantidade significativa da bebida seja perdida. Ao ser implantada essa solução,
vimos que tudo saiu conforme mostrado na simulação.

E quanto ao sabor, foram selecionados um pequeno grupo de clientes – que


já eram consumidores da marca – para realizar está avaliação interna e pontuarem
quais foram as principais mudanças perceptíveis quanto ao sabor, e em sua maioria,
apontou que quase não houveram alterações e as poucas que tiveram apenas
evidenciaram uma melhoria no consumo.

4. Considerações finais

O aumento no consumo de materiais pet foi de grande valia para o mercado


de recicláveis, entretanto, ainda não é o modo ideal para reduzir o impacto ambiental
causado por ele, isso levando em consideração o seu tempo de decomposição. Já
garrafas de vidro, segundo a legislação, parcialmente precisam retornar aos
estabelecimentos para que possam ser reutilizadas ou serem recicladas de uma
maneira correta, uma vez que há a escassez de vidro – para a utilização de
embalagem de produtos - no mercado.

Neste trabalho foi possível visualizar e simular através do software Arena e


análise da metodologia do design thinking que o modo de envase em garrafa é
eficaz ao cliente estudado.

Na produção do produto foi possível perceber que não houveram


desperdícios de materiais, e sim o retorno das garrafas ao estabelecimento. O
tempo para o envase estima-se ser menor do qualquer outro processo, como latas
de alumínio e garrafas pet. Já para os clientes, houve uma adesão significativa para
aqueles que já consumiam a bebida no local, e um aumento na cartela de novos
clientes, que estão passando pelo processo de fidelização através de ações de
marketing. A qualidade e sabor mantiveram-se os mesmos já ofertados, mostrando

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assim que a experiência de se tomar uma cerveja artesanal pode estar presente na
cervejaria ou até mesmo em casa em uma social entre amigos.

Portanto, a pesquisa do Projeto Integrador compreende ao problema


levantado que de possíveis desperdícios do produto ou matéria prima do novo
processo de envase e a baixa adesão de cliente poderiam agravar a economia da
cervejaria estudada.

Através de todo processo e estudo foi-se possível alcançar os objetivos gerais


de encontrar o tempo ideal de produção propostos no processo de simulação. Bem
como contemplar aos objetivos específicos de análise de perfil dos consumidores de
cerveja e suas tendências de mercado.

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REFERÊNCIAS
Associação Brasileira da Indústria da Cerveja. Disponível em:
< http://www.cervbrasil.org.br/novo_site/dados-do-setor/>. Acessado em 18
de maio de 2022.
BARBOSA, Letícia Melo, A produção de cerveja ao longo da história. Barretos, 2018.
Disponível em: <https://brt.ifsp.edu.br/phocadownload/userupload/213354/A%20PRODUO
%20DE%20CERVEJA%20AO%20LONGO%20DA%20HISTRIA.pdf> Acesso em: 18 de
maio de 2022.
BRASIL. Decreto n° 6.871, de 4 de junho de 2009. Regulamenta a Lei no 8.918, de 14 de
julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a
produção e a fiscalização de bebidas. Portal da Legislação, Brasília, jun. 2009.
COUTINHO, Carlos Alberto Tavares. A História da cerveja no Brasil. Disponível em:
<https://www.cervesia.com.br/artigos-tecnicos/cerveja/historia-da-cerveja/2-a-historia-da-
cerveja-no-brasil.html> Acesso em: 18 de maio de 2022
DELCOR, Ana Luísa de Azevedo. Análise Técnico-Econômica de Uma Indústria
Cervejeira Artesanal. Florianópolis, 2019. Acesso em: 18 de maio de 2022.
MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A Cerveja no Brasil. 2018.
Acesso em: 18 de maio de 2022
MARTINS, Raphael. Como são feitas as garrafas de vidro. Disponível em: <
https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/05/01/como-sao-feitas-as-garrafas-de-vidro-e-
por-que-estao-em-falta-no-mercado-video.ghtml > Acesso em: 18 de jun de 2022
MARTINS, Raphael. Falta de vidro complica entregas de cerveja long neck e preocupa
bares na chegada do verão. Disponível em: <
https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/12/14/falta-de-vidro-complica-entregas-de-
cerveja-long-neck-e-preocupa-os-bares-na-chegada-do-verao.ghtml > Acesso em 18 de jun de
2022.
MORADO, Ronaldo. Larousse da cerveja. 1.ed. São Paulo: Alaúde Editorial,2017.
PRADO, Darcy. Usando o Arena em Simulação. 5ª Edição. Nova Lima: Falconi, 2014.
Wikipedia. Maria I de Portugal. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Maria_I_de_Portugal#Ida_para_o_Brasil> Acesso em 18 de
mai de 2022.

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