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Mecânica

dos Sólidos
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Nara Pires Carlos de Oliveira Varella

Pró-Reitoria de Programas de Graduação Núcleo de Educação a Distância (NEAD)


Lívia Maria Figueiredo Lacerda Márcia Loch

1ª Edição
Produção: Gerência de Desenho Educacional - NEAD Desenvolvimento do material: Reniene Maria dos
Santos Bandeira

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Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por
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Sumário
Mecânica dos Sólidos
Para início de conversa… ................................................................... 04
Objetivo ............................................................................................ 05
1. Conceitos Básicos ................................................................. 06
1.1 Massa ................................................................................. 07
1.2 Comprimento ....................................................................... 07
1.3 Força .................................................................................. 07
1.4 Tempo ................................................................................ 08
2. Sistemas de Unidades ........................................................... 09
3. Escalares e Vetores ............................................................... 14
Referências ........................................................................................ 19
Para início de conversa…
Identificar as grandezas físicas e suas propriedades é de grande valia
para o aprendizado eficaz na mecânica. Uma vez que se consegue definir essas
grandezas, é possível descrever as relações entre as propriedades, no estudo do
fenômeno físico, de forma qualitativa e quantitativamente.

Como o efeito das forças nos corpos é o foco do estudo na mecânica


dos sólidos, é evidente que não poderia faltar uma rápida revisão no que
tange ao estudo das leis de Newton, revisitando os conceitos de cada lei,
pois explicam a relação das forças sobre os corpos e são o suporte de toda
a mecânica.

É comum, durante as resoluções dos problemas propostos, você


apresentar dúvidas, tais como: Quantos algarismos significativos são utilizados
para finalizar a questão? Como arredondar um número? Qual a unidade de
medida? Por esse motivo, uma breve revisão a respeito é discorrida.

Enfim, neste capítulo, estudaremos os conceitos básicos físicos e


matemáticos para o ensino da Mecânica dos Sólidos.

4 Mecânica dos Sólidos


Objetivo
Identificar grandezas físicas e suas propriedades.

Mecânica dos Sólidos 5


1. Conceitos Básicos
A mecânica é uma ciência aplicada, tendo como propósito explicar e
prever fenômenos físicos e tendo os seus princípios dependentes do rigor da
Matemática. Entretanto, sua principal finalidade é estabelecer fundamentos
físicos que podem e são aplicados na engenharia. A Mecânica também é o
ramo da Física responsável pelo estudo do estado de repouso e movimento
dos corpos sujeitos à ação das forças. Seu estudo é comumente divido em:

Corpos rígidos Estática: trata de corpos em repouso


Dinâmica: trata de corpos em movimento
Mecânica Corpos deformáveis Resistência dos materiais

Mecânica dos fluidos Compreensíveis


Incompreensíveis

Neste livro didático, trataremos da Mecânica dos corpos rígidos,


especificamente a Estática, que estuda corpos que não se movimentam. Essa
ausência de movimento é caracterizada como um caso especial de aceleração
igual a zero, isto é, uma situação em que todas as forças atuantes sobre um
corpo se equilibram.

A história da estática está intimamente ligada ao desenvolvimento da


dinâmica e da mecânica dos materiais. Os primeiros cientistas e engenheiros
foram chamados de filósofos e seu nobre empreendimento foi usar o raciocínio
lógico para fornecer explicações para os fenômenos naturais. A maior parte de
seu foco estava no entendimento e na descrição do equilíbrio de objetos e no
movimento dos corpos celestiais. Com poucas exceções, seus estudos tinham
que render resultados que fossem intrinsecamente belos e/ou compatíveis
com a religião dominante na época e local (PLESHA; GRAY; COSTANZO,
2014, p.3).

Embora o estudo da mecânica remonte aos tempos de Aristóteles


(384-322 a.C.) e Arquimedes (287-212 a.C.), foi preciso esperar até Isaac
Newton (1642-1727) para que houvesse uma formulação satisfatória de seus
princípios fundamentais. Esses princípios foram posteriormente expressos de
maneira diferente por Jean le Rond d’Alembert e William Rowan Hamilton.

6 Mecânica dos Sólidos


No entanto, sua validade permaneceu incontestada, até Albert Einstein
formular sua teoria da relatividade (1905). Apesar de suas limitações serem
reconhecidas hoje, a mecânica newtoniana continua sendo a base das ciências
das engenharias atuais (BEER et al., 2012, p.4).

É necessário entender alguns conceitos fundamentais para a


compreensão do estudo da mecânica para engenharia. As quatro quantidades
básicas usadas na mecânica são:

1.1 Massa
É uma das grandezas fundamentais da Física e seu conceito está
baseado à forma como ela é medida. A inércia é uma de suas definições,
pois fornece uma medida de resistência da matéria à aceleração, em função
da aplicação de uma determinada força. A massa dos corpos determina quão
intensa é a atração gravitacional existente entre eles. Outra definição dada à
massa a expressa como uma quantidade de matéria que é usada para comparar
a ação de um corpo com a de outro corpo. É importante salientar, também,
que toda massa carrega uma grande quantidade de energia de repouso, a
qual é expressa na matéria por meio das ligações entre partículas subatômicas
(prótons e nêutrons).

1.2 Comprimento
Usado para determinar a posição de um ponto no espaço, descrevendo,
assim, um sistema físico. Quando é definida a unidade padrão, é possível
estabelecer distâncias e geometria de um corpo.

1.3 Força
A força é uma grandeza vetorial propulsora que apresenta a capacidade
de alterar o estado de inércia ou dinâmica de um corpo. Exemplos: força
normal, força peso, força de gravidade, força elétrica, força magnética.

Mecânica dos Sólidos 7


Uma força é caracterizada sempre pela sua intensidade, direção e
sentido.

1.4 Tempo
O tempo é interpretado como uma sucessão de eventos. Essa quantidade
básica desempenha um importante papel no estudo da mecânica dos corpos
rígidos com ênfase na Dinâmica.

Durante o estudo abordado neste livro, exploraremos os conceitos


de condições de repouso ou movimento de partículas e de corpos rígidos.
É interessante mencionar que o estudo da mecânica de partículas é um
pré-requisito para o estudo dos corpos rígidos.

Glossário
Partículas: Uma quantidade de matéria com um tamanho que pode ser desprezado e que,
por hipótese, ocupa um único ponto no espaço.
Corpos rígidos: Uma combinação de um grande número de partículas que permanecem a
uma distância fixa uma das outras, tanto antes como depois da aplicação de uma força, ou
seja, consideramos que, idealmente, não há deformação.

Toda mecânica clássica é baseada nas três Leis do Movimento de


Newton, que estão presentes no nosso dia a dia. Elas descrevem o movimento
de uma partícula, por exemplo, quando medido a partir de um sistema de
referência em que a aceleração é igual à zero. Podem ser postuladas, de forma
resumida, da seguinte forma:

F1 F2 v
1ª Lei de Newton (Lei da Inércia)
Uma partícula continua em seu estado de repouso ou de
movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja
F3
forçado a mudar aquele estado por uma força em desequilíbrio.
equilíbrio

8 Mecânica dos Sólidos


2ª Lei de Newton (Princípio Fundamental da Dinâmica)
Uma partícula sob a ação de uma força em desequilíbrio F sofre
uma aceleração a produzida na direção da linha reta na qual a
aquela força F é aplicada e possui intensidade diretamente F
proporcional à força. Se F é aplicada a uma partícula de massa
m, essa lei pode ser expressa pela equação ilustrada. Movimento acelerado
Força de A sobre B
3ª Lei de Newton (Lei da Ação e Reação)
F F
Em toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade:
as ações mútuas de duas partículas uma sobre a outra são sempre A B Força de B sobre A
iguais, dirigidas em sentidos opostos e colineares. Ação - Reação

Quadro 1: Leis de Newton. Fonte: Adaptado de Hibbeler (2018).

A única força da gravidade que utilizaremos no estudo da mecânica será


a força peso. Sua origem se deu depois que Newton, após explicar as três Leis
do Movimento, postulou a lei que governa a atração gravitacional entre duas
partículas. A força peso é a única força com intensidade considerável àquela
entre a Terra e a partícula. Como g é a aceleração da gravidade, tomando força
como força peso (W) e um corpo de massa m por comparação, teremos:

W = mg

2. Sistemas de Unidades
O Sistema Internacional de Unidades, abreviado como SI, do francês
Système International d’Unités, tem a finalidade de padronizar as unidades de
medidas de diversas grandezas. É uma versão moderna do sistema métrico a
fim de facilitar a sua utilização, sendo aceitável mundialmente.

Das quatro quantidades básicas vistas anteriormente, comprimento


em metros (m), massa em quilogramas (kg) e tempo em segundos (s) são
denominadas unidades básicas, enquanto força em newton (N) é denominada
unidade derivada. A força é baseada na 2ª Lei de Newton, F = ma, apresentada
no Quadro 2:

Mecânica dos Sólidos 9


TIPO NOME SISTEMA INTERNACIONAL (SI)
DE UNIDADES
Distância Metro (m)
BÁSICA Tempo Segundo (s)
Massa Quilograma (kg)
 kg .m 
DERIVADA Força Newton (N ) →  2 
 s 

Quadro 2: Sistemas de Unidades. Fonte: Elaborado pela autora.

Se o ponto estiver sobre a superfície da terra, na medida da aceleração


da gravidade para fins de cálculos será usado o valor g = 9,81 m/s2, e o peso
de um corpo deve ser expresso em newtons.

Assim:

1 newton (N) é definido como uma força necessária para fornecer a 1 kg


F=m.a
de massa (m) uma aceleração (a) de 1 m/s2.

O peso de um corpo ou força de gravidade 9,81 newton (N) também é


uma força necessária para fornecer a 1 kg de massa (m) uma aceleração W=m.g
(g) de 9,81 m/s2.

Quadro 3: Aplicações de newtons. Fonte: Elaborado pela autora.

Para essas unidades fundamentais do sistema SI, pode-se obter


múltiplos e submúltiplos pelo uso de prefixos. Alguns são demonstrados no
Quadro 4:

FATOR DE MULTIPLICAÇÃO NOTAÇÃO CIENTÍFICA PREFIXO SÍMBOLO


1000 000 000 000 000 000 000 000 1024 yotta Y
1000 000 000 000 000 000 000 10 21 zetta Z
1000 000 000 000 000 000 1018 exa E

10 Mecânica dos Sólidos


1000 000 000 000 000 1015 peta P

1000 000 000 000 1012 tera T

1000 000 000 10 9 giga G

1000 000 106 mega M

1000 10 3 kilo k

100 102 hecto h

10 10 1 deka da

0,1 10-1 deci d

0,01 10-2 centi c

0,001 10-3 mili m

0,000 001 10-6 micro μ

0,000 000 001 10-9 nano n

0,000 000 000 001 10-12 pico p

0,000 000 000 000 001 10-15 femto f

0,000 000 000 000 000 001 10-18 atto a

0,000 000 000 000 000 000 001 10-21 zepto z

0,000 000 000 000 000 000 000 001 10-24 yocto y

Quadro 4: Prefixos comumente usados na engenharia. Fonte: Adaptado de Beer et al. (2012).

Exemplo:

2000000 N = 2000 kN (quilonewtons) = 2 MN (meganewtons)


0,008 m = 8 mm (milímetros)

Nota-se que a conversão dessas unidades em quilonewtons e


milímetros, respectivamente, pode ser efetuada pelo movimento do ponto
decimal três casas para a direita ou para a esquerda.

Segundo Hibbeler (2018), o sistema SI não inclui o múltiplo deca (10)


ou o submúltiplo cent (0,01), que fazem parte do sistema métrico. Exceto
para algumas medidas de volume e área, o uso desses prefixos deve ser evitado
na ciência e na engenharia.

Mecânica dos Sólidos 11


É importante ter conhecimento de algumas regras básicas que são
utilizadas para o uso apropriado de símbolos. Veja a seguir:

▪▪ Quantidades derivadas devem ser separadas por um ponto, para


não ocorrer confusão com a notação do prefixo. Por exemplo:

N = kg . m/s2 = kg . m . s-2

▪▪ Se em uma unidade com potência exponencial tiver um prefixo,


então, refere-se a ambos: a unidade e seu prefixo. Por exemplo:

MN2 = (MN)2 = MN . MN

▪▪ Evite usar prefixo no denominador das unidades compostas, exceto


a unidade básica quilograma. Por exemplo:

Não N/mm, mas, sim, kN/m


Não m/mg, mas, sim, Mm/kg

▪▪ Ao efetuar os cálculos é preciso que os números, em termos de


unidades básicas e derivadas, sejam representados convertendo
todos os prefixos para potências de 10. O resultado deve ser
expresso usando um prefixo simples e também é mais adequado
manter os valores numéricos entre 0,1 e 1000, de outra forma um
prefixo apropriado deve ser escolhido. Por exemplo:

(40 kN)(50nm) = [40(10)3N][50(10-9)m] = 2000(10-6)N . m


= 2(10-3) N . m = 2mN . m

Quanto aos cálculos numéricos, erros de cálculo, geralmente, podem


ser detectados em trabalhos numéricos da engenharia e, na maioria das vezes,
em razão da precisão dos dados e dos cálculos efetuados em calculadoras,
aplicativos de celulares e softwares de computadores. É relevante enfatizar a
importância dos cálculos corretos, ou seja, as respostas precisam apresentar
precisão justificável de algarismos significativos. Levando em consideração
essa verdade, é preciso observar os tópicos a seguir:

12 Mecânica dos Sólidos


▪▪ É de suma importância saber que os termos de qualquer equação
física precisam apresentar uma homogeneidade dimensional.
Isso significa que cada termo de uma equação precisa ser expresso
nas mesmas unidades, ou todas as unidades do membro de uma
equação precisam ser as mesmas que a do outro membro.

▪▪ É significativo verificar a precisão do resultado de um cálculo por


meio do número de algarismos significativos. A fim de evitar erros
e ambiguidades nas respostas, será usada a notação de engenharia,
o que expressa a exigência de os números serem arredondados para
a quantidade de algarismos significativos e, em seguida, expressos
em múltiplos de 10, tais como (10)3, (10)6 ou (10)9.
Por exemplo, se 98700 tiver cinco algarismos significativos, ele
é escrito desta forma: 98,700(10)3; mas, se tiver três algarismos
significativos, ele é escrito desta forma: 98,7(10)3.

▪▪ Se o número for menor que um e houver zeros à esquerda, então os


zeros não serão significativos. Por exemplo, se 0,000354 possui três
algarismos significativos, ele é expresso pela notação da engenharia
da seguinte forma: 3,54(10)-4.
Segundo Beer et al. (2012), uma regra prática é usar 4 algarismos
significativos para registrar números que começam com “1” e 3
algarismos significativos em todos os outros casos. A menos que
seja indicado diferentemente, admitiremos que os dados de um
problema terão um mesmo grau de precisão. Por exemplo, uma
força de 40 N deve ser lida como 40,0 N, e uma força de 15 N deve
ser lida como 15,00 N.

▪▪ A precisão dos resultados pode ser penalizada pelo erro ocasionado


em arredondamento de números em um problema de engenharia.
Assim, quando arredondamos um número, assume-se que a
precisão do resultado seja a mesma dos dados do problema. A
regra geral de arredondamento é que, para qualquer algarismo
numérico terminado em cinco ou mais, é arredondado para cima, e
um número menor que cinco é arredondado para baixo.

Mecânica dos Sólidos 13


Veja, agora, alguns exemplos das regras de arredondamento
(arredondando os números para três algarismos significativos), no Quadro 5:

A regra geral de arredondamento é que, para qualquer 1,5598


algarismo numérico terminado em cinco ou mais, é
arredondado para cima e um número menor que cinco é >5 1,56
arredondado para baixo. 2,341

<5 2,34
Um caso especial de arredondamento é sobre qualquer 87,45
número que tenha o 5 com zeros em seguida: se o
algarismo precedendo o 5 for um número par, então, esse par 87,4
algarismo não é arredondado para cima; se o algarismo
precedendo o 5 for um número ímpar, então, esse 0,1335
algarismo é arredondado para cima.
ímpar 0,134

Quadro 5: Regras de arredondamento. Fonte: Elaborado pela autora.

Importante
Arredonde o cálculo somente no final, ou seja, se uma sequência de cálculos acontece, é
mais viável armazenar os resultados sem arredondá-los, pois, assim, a precisão será mantida
até a solução final. Como a maioria dos dados na mecânica para engenharia pode ser medido
de forma confiável para três algarismos significativos, então, o resultado final pode ser
expresso nesse nível de precisão.

3. Escalares e Vetores

Algumas grandezas podem ser perfeitamente determinadas apenas
com um valor numérico. Quantificar uma grandeza nada mais é do que
conceder um valor a ela com base no qual consigamos fazer uma comparação
com relação à outra. Por exemplo, se formos a um Congresso e assistirmos a
uma oficina por duas noites seguidas, cada uma com 50 minutos de duração,
ao final teremos assistido a 100 minutos de apresentação, que equivalem a 1

14 Mecânica dos Sólidos


hora e 40 minutos. Lembrando que a adição de dois intervalos de tempo é
feita de acordo com as propriedades da adição dos números reais, assim como
ocorre com outras grandezas.

Vamos a outro exemplo: se formos a uma loja de materiais de


construção e comprarmos 5 metros de cano de meia e mais 7 metros de
cano de um quarto, teremos 12 metros de canos comprados. Podemos dizer
que um comprimento é menor que outro, mas não que é menor que certo
intervalo de tempo; logo, não há como fazer comparação entre um dado
comprimento e um intervalo de tempo. Outro exemplo: se adquirirmos 2
kg de cimento na mesma loja e, em seguida, mais 4 kg, teremos 6 kg de
cimento; agora, se adicionarmos 1 L de água em uma sapata que contenha 2
L, teremos 3 L de água na sapata.

Podemos observar que essas grandezas físicas que mencionamos,


como tempo, comprimento, massa, volume, entre outras, são denominadas
grandezas escalares. A grandeza escalar é uma quantidade física avaliada em
termos de uma grandeza padrão da sua natureza, escolhida como unidade.
Pode ser positiva ou negativa e perfeitamente definida com a intensidade e
seguida da unidade.

Observemos a Figura 1, na qual há quatro motos partindo, cada uma


com 100 km/h, nos sentidos norte, sul, leste e oeste. Pode-se dizer que essas
motos apresentam módulo de velocidades iguais, mas possuem direções e
sentidos diferentes, ou seja, ao final do percurso, para um mesmo intervalo de
tempo, elas apresentarão direções e sentidos distintos.

Figura 1: Representação do cruzamento de rodovias. Fonte: Elaborado pela autora.

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Vamos a outro exemplo (Figura 2). Imagine uma criança percorrendo
o quarteirão do seu bairro em busca de uma sorveteria. Se ela sair de sua casa
e percorrer 4 m em linha reta e, em seguida, percorrer mais 3 m, também em
linha reta, podemos afirmar que, ao final do percurso, ela estará a 7 metros de
sua casa? A resposta é não! Antes de qualquer conclusão, precisamos conhecer
a orientação para cada deslocamento.

1m y

1 quarteirão

Figura 2: Deslocamento da criança. Fonte: Elaborado pela autora.

Assim, para as grandezas físicas como deslocamentos e velocidades,


não somente é necessária a intensidade para sua descrição, como também
é indispensável a orientação para uma perfeita compreensão do que se deseja
transmitir. Dá-se a esse tipo de grandeza física o nome de grandeza vetorial. Uma
grandeza vetorial é representada por um vetor. O vetor é uma grandeza vetorial
que possui características fundamentais como intensidade ou módulo, direção e
sentido. Na Estática, temos exemplos de vetores como força, posição e momento.

Um vetor é representado graficamente por uma seta. Sendo o


comprimento do vetor especificado como módulo ou intensidade do vetor, a
extremidade da seta é qualificada como o sentido, e a direção é definida pelo
ângulo θ = 20º existente entre o eixo e a linha de ação da força.

16 Mecânica dos Sólidos


Na Figura 3, o ângulo θ = 20º.
Linha de ação
1 Extremidade
P
A

200
Origem
0
Figura 3: Representação gráfica de um vetor. Fonte: Adaptado de Hibbeller (2018).

Segundo Hibbeler (2018, p.11), as quantidades vetoriais são


representadas por letras em negrito, como A, e sua intensidade aparece
em itálico, como A. Para manuscritos, em geral é conveniente indicar uma

quantidade vetorial simplesmente desenhando uma seta acima dela, como A .

No Quadro 6, é apresentado um pequeno resumo relacionado às


grandezas físicas:

GRANDEZAS F SICAS
DEFINIÇÃO →
São grandezas que podem ser medidas
Vetoriais
Escalares Valor numérico + unidade de medida
DEFINIÇÃO →
Valor numérico + unidade de medida Direção
Sentido
Tempo, massa, temperatura, área, Velocidade, deslocamento, aceleração,
EXEMPLOS →
energia, trabalho, entre outros. força, posição, momento, entre outros.

Quadro 6: Grandezas físicas. Fonte: Elaborado pela autora.


Veja, agora, um exemplo:

Ao dizermos que a velocidade de uma peteca é de 10 m/s, vertical e
para cima, estamos definindo que a velocidade é uma grandeza física:

a. Escalar.
b. Algébrica.

Mecânica dos Sólidos 17


c. Linear.
d. Vetorial.
e. Instantânea.

Solução:

Todas as vezes que, ao definir uma grandeza, for necessário descrever


a intensidade, direção e sentido para compreendê-la, significa que ela
corresponde a uma grandeza física vetorial.

A maneira mais eficiente de compreender os princípios da mecânica


para engenharia é analisando e resolvendo problemas. É importante avaliar o
problema de forma lógica e detalhada, tentando correlacionar a situação física
real com a teoria estudada.

Aplicar os conceitos de geometria é válido, pois, assim, é possível


fazer os diagramas e tabular os dados do problema que são necessários. Dessa
forma, você será capaz de empregar os princípios matemáticos certificando-se
sempre que as equações físicas apresentam homogeneidade dimensional.

Ao resolver as equações, expresse a resposta com até três algarismos


significativos e examine com cautela e prudência se ela é admissível ou não.
No estudo da Estática, a compreensão da aplicação dos vetores é a base para
todo o aprendizado dos conteúdos que estudamos em nossa disciplina.

18 Mecânica dos Sólidos


Referências
BEER, F. P.; et al. Mecânica vetorial para engenheiros: estática. v.1. Porto
Alegre: Bookman, 2012.

HIBBELER, R. C. Estática – Mecânica para Engenharia. 12 ed. São Paulo:


Pearson Prentice Hall, 2018.

PLESHA, M. E.; GRAY, G. L.; COSTANZO, F. Mecânica para engenharia:


estática. v.1. Porto Alegre: Bookman, 2014.

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