Aula 6

Integração em C

A importân ia de estudar integração omplexas é para entender melhor as funções ana-

líti as. No pro esso, veremos que qualquer função analíti a é innitamente diferen iável

e funções analíti as sempre podem ser representadas omo uma série de potên ias.

6.1 Integração de funções omplexas de variável real

Denição 6.1.1. Seja f uma função omplexa de variável real

f : [a, b] −→ D
t 7→ f (t) = Ref (t) + iImf (t)
Z b
ontínua em [a, b]. Chama-se integral de f em [a, b] e representado por f (t) dt, ao
a
número omplexo

Z b Z b Z b
f (t) dt := Ref (t) dt + i Imf (t) dt
a a a

Exemplo 6.1.1. A integral da função f (t) = 2 + i(t − 1) em [1, 2] é dado por

Z 2 Z 2 Z 2
1
f (t) dt = 2 dt + i (t − 1) dt = 2 + i.
1 1 1 2

140
 Proposição 6.1.1. Sejam f , g : [a, b] −→ C funções de variáveis reais ontinuas em

[a, b]. Então

Z b Z b Z b
(a) (f (t) + g(t)) dt = f (t) dt + g(t) dt
a a a
Z b Z b
(b) kf (t) dt = k f (t) dt para qualquer k∈R
a a
Z b  Z b
 
( )  f (t) dt≤ |f (t)| dt
 
a a

Demonstração. (a) e (b) segue diretamente da denição e das propriedades das funções

reais de variável real. Faremos a demonstração de ( ).

Z b
Suponha que f (t) dt = reiθ om r > 0. Então
a
Z b

 

 f (t) dt = r (1)
a

e podemos es rever

 Z b 
1
r = Re r = Re iθ f (t) dt
e a
Z b 
−iθ
= Re e f (t) dt
a
Z b  
−iθ
= Re e f (t) dt
a
Z b
≤ |e−iθ f (t)| dt pois Re(z) ≤ |z|
a
Z b
= |e−iθ ||f (t)| dt
a
Z b
= |f (t)| dt (2)
a
Z b  Z b
 
De (1) e (2) temos  f (t) dt≤ |f (t)| dt. 
 
a a

141
6.2 Curvas no plano omplexo

Denição 6.2.1. Seja D um aberto de C. Uma função ontínua

γ : [a, b] −→ D
t 7→ γ(t) = x(t) + iy(t)

em que [a, b] ⊂ R é um intervalo, hamamos aminho em D.

• Chamamos γ(a) a origem e γ(b) a extremidade do aminho.

• Se γ(a) = γ(b), dizemos que o aminho é fe hado.

• Chamamos de urva C a imagem de γ, ou seja o onjunto C = {γ(t) : t ∈ [a, b]} e

a função γ é hamada de parametrização de C ⊂ D.

Observação 15.

(1) Os termos  aminho,  ontorno e ar o também são usados para uma urva, as

vezes om ligeiras diferenças de signi ado. Não iremos fazer qualquer distinção

entre qualquer um destes termos.

(2) Note que a função α(t) = a + (b − a)t estabele e uma bijeção entre os intervalos [0, 1]
e [a, b].
Seja g = γ ◦ α. Assim, a urva denida pelo aminho γ : [a, b] → C será também

denida pelo aminho g : [0, 1] → C.

Podemos então denir uma urva através de um aminho no intervalo [0, 1].

Um on eito importante que está ligado às urvas é o on eito de orientação, que

veremos a seguir.

Denição 6.2.2. (Orientação para urvas não-fe hadas). Sejam z0 , z1 dois pontos dis-

tintos de C. Fixado o par ordenado (z0 , z1 ), dizemos que uma urva γ : [0, 1] → C om

142
γ(0) = z0 e γ(1) = z1 está orientada positivamente om relação a (z0 , z1 ), ou simples-

mente orientada positivamente. Se γ(0) = z1 e ?(1) = z0 , dizemos que γ está orientada

negativamente.

Denição 6.2.3. (Orientação para urvas fe hadas). Dizemos que uma urva fe hada

γ : [0, 1] → C está orientada positivamente se, ao aminharmos em ima da urva,

na direção res ente de valores de t, a região interior da urva  a à nossa esquerda;

equivalentemente, se aminhamos no sentido anti-horário. Caso ontrário, dizemos que γ

está orientada negativamente.

Exemplo 6.2.1. Sejam z0 , w0 ∈ C. A urva (reta) que vai de z0 a w0 , denotado por

[z0 , w0 ], é dado pelo aminho

γ : [0, 1] −→ C
t 7→ γ(t) = tw0 + (1 − t)z0

ou seja, [z0 , w0 ] = {z ∈ C : z = tw0 + (1 − t)z0 , 0 ≤ t ≤ 1}

Exemplo 6.2.2. Sejam z0 ∈C e r > 0. A urva ( ir ulo) de entro z0 e raio r denotado

por C(z0 , r) é dado pelo aminho orientado (sentido anti-horário)

γ : [0, 2π] −→ C
t 7→ γ(t) = z0 + reit = z0 + r cos t + ir sen t

ou seja, C(z0 , r) = {z ∈ C : z = z0 + reit , 0 ≤ t ≤ 2π}

Denição 6.2.4. Curvas sem auto-interseção são hamadas de simples e urvas fe hadas

simples são hamadas urvas de Jordan.

143
 Denição 6.2.5. Dado um aminho γ : [a, b] −→ C, denimos o aminho inverso de γ
omo sendo o aminho denido por

γ −1 : [a, b] −→ C
t 7→ γ(a + b − t)

Denição 6.2.6. Sejam γ1 : [a, b] → C e γ2 : [b, c] → C om γ1 (b) = γ2 (b). Denimos

um aminho γ : [a, c] → C hamado a justaposição de γ1 om γ2 por


 γ (t),
1 se t ∈ [a, b]
γ(t) =
 γ (t),
2 se t ∈ [b, c]

Usaremos a notação γ = γ1 ∗ γ2 .

Denição 6.2.7. Se φ : [c, d] → [a, b] é uma função res ente, monotona e sobrejetora

então dizemos que a urva γ ◦ φ : [c, d] → D é uma reparametrização de γ : [a, b] → D.

Denição 6.2.8. A urva γ : [a, b] → D, γ(t) = x(t) + iy(t) é diferen iável se γ ∈

C 1 ([a, b]) ( om γ ′ (a) = γ ′ (b) para urvas fe hadas) e γ ′ (t) = x′ (t) + iy ′ (t) 6= 0 para

t ∈ [a, b], onde as derivadas nos pontos a e b são derivadas lateriais, ou seja,

γ(a + h) − γ(a) γ(b + h) − γ(b)

γ ′ (a) = lim e γ ′ (b) = lim
h→0 h h→0 h
h>0 h<0

Denição 6.2.9. A urva γ : [a, b] → D, γ(t) = x(t) + iy(t) é diferen iável por partes

se podemos dividir o intervalo [a, b] em subintervalos nitos a = t0 < t1 < · · · < tn = b

tal que γ ′ (t) = x′ (t) + iy ′ (t) existe em ada subintervalo ]ti , ti+1 [ e γ|[ti,ti+1 ] é ontinua.

Denição 6.2.10. O omprimento de um aminho γ : [a, b] −→ C diferen iável, dado

por t 7→ γ(t) = x(t) + iy(t), denotado por L(γ), é o valor da integral

Z Z b Z bp
′
|dz| = |γ (t)| dt = x′ (t)2 + y ′ (t)2 dt
γ a a

144
Exemplo 6.2.3. Se z = reit , 0 ≤ t ≤ 2π, então o omprimento de γ é L(γ) = 2πr o

perímetro da ir unferên ia de entro 0 r. De fato

e raio

Z 2π Z 2π
it
L(γ) = |rie | dt = r dt = 2πr.
0 0

6.3 Integração de funções omplexas de variável om-

plexa

Denição 6.3.1. Seja D⊂C um aberto e seja f : D −→ C uma função ontinua. Seja

γ : [a, b] −→ D um aminho om derivada ontinua. Dene-se a integral de f ao longo

de γ omo sendo o numero omplexo

Z Z b
f (z) dz = f (γ(t))γ ′ (t) dt
γ a

Exemplo 6.3.1. Cal ule

Z
I= z 2 dt
γ

onde γ é o segmento de reta que vai de 1 para 2 + i.

Resolução. γ é parametrizada por γ(t) = t(2 + i) + (1 − t)(1) = 1 + (1 + i)t, 0 ≤ t ≤ 1.

Então γ ′ (t) = 1 + i. Agora seja f (z) = z 2 . Então

f (γ(t)) = [1 + (1 + i)t]2 = 1 + 2(1 + i)t + (1 + i)2 t2

Portanto

Z Z 1 Z 1
2 ′
z dt = f (γ(t))γ (t) dt = (1 + i) [1 + 2(1 + i)t + (1 + i)2 t2 ] dt
γ 0 0
 1
(1 + i)2 t3 2
= (1 + i) t + (1 + i)t +
3 0
3
(1 + i)
= (1 + i) + (1 + i)2 +
3
1 11
= + i.
3 3

145
Proposição 6.3.1. Sejam f, g funções omplexas ontinuas no aberto D ⊂ C, k ∈ C e

γ1 , γ2 dois aminhos em D om derivadas ontinuas. Então

Z Z Z
(1) (f (z) + g(z)) dz = f (z) dz + g(z) dz
γ γ γ
Z Z
(2) kf (z) dz = k f (z) dz
γ γ

(3) se a extremidade de γ1 oin ide om a origem de γ2 , ou seja γ = γ1 ∪ γ2 então

Z Z Z
f (z) dz = f (z) dz + f (z) dz
γ γ1 γ2

(4) se γ −1 é o aminho inverso de γ então

Z Z
f (z) dz = − f (z) dz
γ −1 γ

Demonstração. Exer í io 

Exemplo 6.3.2. Cal ule

Z
Re(z) dz
γ

onde γ é o quadrado unitário orientado anti-horário.

Resolução. Dena γ por γ = γ1 ∪ γ2 ∪ γ3 ∪ γ4 , onde

y

γ3 1+i
i
γ1 (t) = t; 0 ≤ t ≤ 1
γ2 (t) = 1 + it; 0 ≤ t ≤ 1
γ4 γ2
γ3 (t) = (1 − t) + i; 0 ≤ t ≤ 1
γ4 (t) = (1 − t)i; 0 ≤ t ≤ 1
γ1 1 x
O

146
Logo
Z Z 1 Z 1
1
Re(z) dz = [Re(γ1 (t))]γ1′ (t) dt = t dt =
γ1 0 0 2

Z Z 1 Z 1
Re(z) dz = [Re(γ2 (t))]γ2′ (t) dt = i dt = i
γ2 0 0

Z Z 1 Z 1
1
Re(z) dz = [Re(γ3 (t))]γ3′ (t) dt = (−1 + t) dt = −
γ3 0 0 2

Z Z 1 Z 1
Re(z) dz = [Re(γ4 (t))]γ4′ (t) dt = 0 dt = 0
γ4 0 0

Portanto

Z Z Z Z Z
Re(z) dz = Re(z) dz + Re(z) dz + Re(z) dz + Re(z) dz
γ γ1 γ2 γ3 γ4
1 1
= +i− +0=i
2 2

Exemplo 6.3.3. Cal ule

Z
I= z dz
γ

onde γ1 é o semi- ir ulo de raio 1, entrado em z=0 ontido no semi-plano Im(z) ≥0

que vai de 1 para −1.

Resolução. Dena γ(t) = eit , 0 ≤ t ≤ π. Então γ ′ (t) = ieit e portanto

Z Z π Z π Z π
′ −it it
z dz = γ(t) · γ (t) dt = e · ie dt = i dt = iπ.
γ 0 0 0

Proposição 6.3.2. Sejam f uma função ontinua denida em D⊂C e γ : [a, b] −→ D

um aminho om derivada ontinua. Então

Z 
 
 f (z) dz  ≤ M · L(γ)
 
γ

em que L(γ) representa o omprimento do aminho γ e M = max |f (z)|.

z∈γ

147
Demonstração. Usando a Proposição 6.1.1( ) temos que
Z  Z b 
   ′

 f =  f (γ(t))γ (t) dt
   
γ a
Z b
≤ |f (γ(t))||γ ′(t)| dt
a
Z b
≤ M |γ ′ (t)| dt
a
= M · L(γ)

Exemplo 6.3.4. Seja γ(t) = 5eit , 0 ≤ t ≤ 2π. Prove que

Z 
 dz  10π
 z 2 + z + 1  ≤ 19 .
 
γ

1
Resolução. Seja f (z) = . Se z ∈ γ, então |z| = 5. Portanto
z2 + z + 1
|z 2 + z + 1| ≥ |z|2 − |z + 1| ≥ 25 − 6 = 19

Logo para z∈γ temos que

1
|f (z)| ≤ .
19
Agora L(γ) = 2π · 5 = 10π.
Pela Proposição 6.3.2, temos que
Z 
 f (z) dz  ≤ 10π .
 

γ
 19

Denição 6.3.2. Seja f : D ⊂ C −→ C uma função ontinua. Dizemos que a função

F : D −→ C é primitiva de f em D se F é analíti a em D e F′ = f.

Teorema 6.3.1. (O Teorema Fundamental de Cál ulo) Seja D⊂C um aberto onexo.

Suponha que f : D −→ C é ontinua, F : D −→ C é uma primitiva de f em D, e γ um

aminho em D que vai de z0 a z1 (ou seja, γ : [a, b] −→ D, γ(a) = z0 , γ(b) = z1 ). Então

Z
f = F (z1 ) − F (z0 ).
γ

148
Em parti ular se γ é um aminho fe hado ou seja γ(a) = γ(b) então

Z
f =0
γ

Demonstração. Seja w(t) = f (γ(t))γ ′ (t) e seja W (t) = F (γ(t)). Então pela regra da

adeia

W ′ (t) = F ′ (γ(t))γ ′ (t) = f (γ(t))γ ′ (t) = w(t).

Es revendo w(t) = u(t)+iv(t) e W (t) = U(t)+iV (t) temos que U ′ = u, V ′ = v. Portanto

Z Z b
= f (γ(t))γ ′ (t) dt
γ a
Z b
= w(t) dt
a
Z b Z b
= u(t) dt + i v(t) dt
a a
= U(t)|ba + iV (t)|ba

= W (t)|ba

= F (z1 ) − F (z0 ).

Exemplo 6.3.5. Cal ule

Z
z 2 dz
γ

onde γ é o aminho que une 1 a 2 + i.

z3
Resolução. Observe que f (z) = z 2 é ontinua em C e F (z) = é inteira om
3
F ′ (z) = f (z). Portanto
Z
z 3  z 3  (2 + i)3 1 1 11
z 2 dz =  −  = − = + i.
γ 3 z=2+i 3 z=1 3 3 3 3
Exemplo 6.3.6. Cal ule
Z
eiz dz
γ

onde γ é parte o ir ulo unitário no primeiro quadrante que vai de 1 a i.

149
Resolução. Observe que f (z) = eiz é ontinua em C e F (z) = −ieiz é inteira om

F ′ (z) = f (z). Portanto

Z  
eiz dz = −ieiz  + ieiz  = −ie−1 + iei .
 
γ z=i z=1

6.4 Exer í ios resolvidos

(1) Des reva uma parametrização para o triângulo de verti es −1, i e 1.

Resolução

γ = γ1 ∪ γ2 ∪ γ3 onde
y

γ1 (t) = −1 + 2t, 0 ≤ t ≤ 1 i
γ3
γ2 (t) = 1 − t + it, 0 ≤ t ≤ 1 γ2
γ3 (t) = −t + i(1 − t), 0 ≤ t ≤ 1
−1 0 γ1 1 x

(2) Esbo e os seguintes aminhos

(a) γ1 (t) = 2 + 2e2πit , 0 ≤ t ≤ 1


 it, 0≤t≤1
(b) γ2 (t) =
 t − 1 + i, 1 ≤ t ≤ 2

(c) γ3 (t) = i + e−it , 0 ≤ t ≤ π/2

Resolução

γ1

(a) γ1 (t) = 2 + 2e2πit , 0≤t≤1

O 2 x

150
 y
(b) γ2 = γ21 ∪ γ22 onde γ22
b 1+i
γ21 (t) = it, 0 ≤ t ≤ 1
γ21
γ22 (t) = t − 1 + i, 1 ≤ t ≤ 2

0 1 x

(c) γ3 (t) = i + e−it , 0 ≤ t ≤ π/2 b

1+i
γ3

O x

(3) Usando os aminhos a ima, al ule as seguintes integrais diretamente pela denição
Z Z Z
dz dz
(a) (b) z dz (c)
γ1 z−2 γ2 γ3 (z − i)2
Resolução

Z Z 1 Z 1
(a) dz d(2 + 2e2πit ) 4πie2πit dt
= =
γ1 z−2 0 (2 + 2e2πit ) − 2 0 2e2πit
Z 1
= 2πi dt
0
= 2πi [ t ]10

= 2πi

151
 Z Z 1 Z 2
(b)
z dz = (it) d(it) + (t − 1 + i) d(t − 1 + i)
γ2 0 1
Z 1 Z 2
= t dt + (t − 1 − i) dt
0 1
 2 1  2 2
t t
= + − t − it
2 0 2 1
1 1
= + 2 − 2 − 2i − + 1 + i
2 2
= 1−i

Z Z π/2 Z π/2
( ) dz d(i + e−it ) −ie−it dt
= =
γ3 (z − i)2 0 (i + e−it − i)2 0 e−2it
Z π/2
= −i eit dt
0
 π/2
eit
= −i
i 0
iπ/2
= −e +1=1−i

(4) Use o Teorema Fundamental de Cal ulo para al ular as seguintes integrais:
Z Z Z
dz
(a) z dz (b) cos (πz) dz (c)
γ1 γ2 γ3 (z − i)2
Resolução

Z  γ1 (1)  4
z2 z2
(a) z dz = = =8
γ1 2 γ1 (0) 2 2

Z  γ2 (2)  1+i

(b) sen (πz) sen (πz)
cos (πz) dz = =
γ2 π γ2 (0) π 0
sen (π + πi)
=
π
1
= [ sen π cosh π + i cos π sinh π]
π
i sinh π
= −
π
Z  γ3 (π/2)  0
( ) dz −1 −1
= =
γ3 (z − i)2 z − i γ3 (0) z − i 1+i
−1
= +1= 1−i
−i

152
 Z
(5) Para ada f e o aminho γ abaixo determinar o valor de f (z) dz :
γ

(a) f (x + iy) = y − x − 3x2 i, onde x = Re(z), y = Im(z) e γ é formado pelos

segmentos de reta que unem z=0 a z=1 e z=1 a z = 1 + i.

z+2
(b) f (z) = e γ é o semi- ir ulo de raio 2 entrado em z = 0 ontido no
z
semi-plano Im(z) ≥ 0.

1
( ) f (z) = e γ é o semi- ir ulo de raio 1 entrado em z=0 ontido no semi-
z4
plano Im(z) ≤ 0.

(d) f (z) = πeπz e γ é o quadrado om vérti es z = 0, z = 1, z = 1 + i e z =i

per orrida no sentido anti-horário.

(e) f (z) = zz e γ é o segmento da parábola y = x2 entre os pontos (0, 0) e (1, 1)

orientado no sentido anti-horário.

Resolução

y
b 1+i
(a) γ = γ1 ∪ γ2 onde

γ1 (t) = t, 0 ≤ t ≤ 1 e γ2 (t) = 1+it, 0 ≤ t ≤ 1 γ2

0 γ1 1 x
Z Z Z
f (z) dz = f (z) dz + f (z) dz
γ γ1 γ2
Z 1 Z 1
= f (γ1 (t))γ1′ (t)
dt + f (γ2 (t))γ2′ (t) dt
Z0 1 Z 10
= (−t − 3t2 i) dt + (t − 1 − 3i) idt
0 0
 1  1
t 3 t
= − −t i +i − t − 3it
2 0 2 0
 
1 1
= − −i+i − 1 − 3i
2 2
5 − 3i
=
2

153
 y

2i

(b) γ(t) = 2eit , 0≤t≤π γ

−2 O 2 x

Z Z π
f (z) dz = f (γ(t))γ ′ (t) dt
γ 0
Z π Z π
2 + 2eit it
= it
· 2ie dt = 2i (1 + eit ) dt
0 2e 0
 
it π
 πi

e e 1
= 2i t + = 2i π + −
i 0 i i
= 2 [πi + cos π + i sen π − 1]

= 2(−2 + πi)

(c) γ(t) = eit , π ≤ t ≤ 2π

−1 O 1 x
γ

i
Z Z 2π
f (z) dz = f (γ(t))γ ′ (t) dt
γ π
Z 2π
1
= · ieit dt
π (eit )4
Z 2π 2π 
e−3it
−3it
= i e dt = i
π −3i π
1  −6πi  1
= − e − e−3πi = − [ cos 6π − i sen 6π − cos 3π + i sen 3π]
3 3
1 2
= − (1 + 1) = −
3 3

154
(d) γ = γ1 ∪ γ2 ∪ γ3 ∪ γ4 onde
y
γ1 (t) = t, 0 ≤ t ≤ 1 γ3
i b 1+i
γ2 (t) = 1 + it, 0 ≤ t ≤ 1
γ4 γ2
γ3 (t) = 1 + i − t, 0 ≤ t ≤ 1
γ4 (t) = i(1 − t), 0 ≤ t ≤ 1 γ1 x
0 1
Z Z Z Z Z
f (z) dz = f (z) dz + f (z) dz + f (z) dz + f (z) dz
γ γ1 γ2 γ3 γ4
Z 1 Z 1 Z 1 Z 1
= f (γ1(t))γ1′ (t) dt + f (γ2(t))γ2′ (t) dt + f (γ3 (t))γ3′ (t) dt + f (γ4 (t))γ4′ (t) dt
Z0 1 Z 1 0
Z 1 0
Z 1 0

= πeπt dt + πeπ(1−it) idt + πeπ(1−i−t) (−dt) + πe−iπ(1−t) (−idt)

0 0 0 0
 π(1−it)
1  π(1−i−t)
1  −iπ(1−t)
1
 πt
1 e e e
= e 0
+i − −i
−i 0 −1 0 i 0
π π(1−i) π −πi π(1−i) −iπ
= e −1−e +e +e −e −1+e

= 2eπ − 2eπ(1−i) − 2 + 2e−πi

= 2eπ − 2eπ ( cos π − i sen π) − 2 + 2( cos π − i sen π)

= 4eπ − 4

y
i b 1+i
2
(e) γ(t) = t + it , 0 ≤ t ≤ 1
γ

0 1 x
Z Z 1
f (z) dz = f (γ(t))γ ′ (t) dt
γ 0
Z 1
= (t2 + t4 )(1 + 2ti) dt
0
Z 1
= (t2 + t4 + 2t3 i + 2it5 ) dt
0
 3 1
t t5 it4 it6
= + + +
3 5 2 3 0
 
1 1 i i
= + + +
3 5 2 3
11 + 25i
=
30

155
(6) Seja γ(t) = 3eit (0 ≤ t ≤ π). Mostre que
Z 
 ez  3
 dz  ≤ πe3

γ z−1 2

Resolução

Z 
 ez 
 dz  ≤ M · L(γ)

γ z−1
onde
Z π Z π Z π
′ it
L(γ) = |γ (t)| dt = |3ie | dt = 3 dt = 3π
0 0 0

e
 z  z 3eit
 e 
 ≤ max |e | = e e3 cos t e3
M = max  = ≤
z∈γ z − 1  z∈γ |z| − 1 |3eit | − 1 3−1 2
Portanto
Z 
 ez  e3 3
 dz  ≤ · 3π = πe3

γ z−1 2 2

(7) Seja γ(t) = Reit (0 ≤ t ≤ π) e R > 3. Mostre que

Z 3iz

 e 
≤ πR

2 2
dz

γ (z + 4)(z + 9)
 (R − 4)(R2 − 9)
2

Resolução

Z 
 e3iz 
 ≤ M · L(γ)
 dz

γ (z 2 + 4)(z 2 + 9) 
onde
Z π Z π Z π
′ it
L(γ) = |γ (t)| dt = |Rie | dt = R dt = Rπ
0 0 0

e
 
 e3iz 
M = max  2

2

z∈γ (z + 4)(z + 9) 
it
|e3iz | |e3iRe | e−3R sen t
≤ max = =
z∈γ (|z|2 − 4)(|z|2 − 9) (|Reit |2 − 4)(|Reit |2 − 9) (|R|2 − 4)(|R|2 − 9)
e−3R 1
≤ 2 2
≤
(|R| − 4)(|R| − 9) (|R| − 4)(|R|2 − 9)
2

Portanto
Z 
 e3iz 
≤ 1 πR
 dz · Rπ =

γ (z 2 + 4)(z 2 + 9)  (|R|2 − 4)(|R|2 − 9) (R2 − 4)(R2 − 9)

156
(8) Se γ(t) é o ar o da ir unferên ia |z| = 2 que está ontido no primeiro quadrante,

mostre sem al ular a integral, que

Z 
 dz  π
 ≤ .

γ z2 + 1  3
Resolução

Z 
 dz 
 ≤ M · L(γ)

γ z2 + 1 
onde
Z π/2 Z π/2 Z π/2
′ it
L(γ) = |γ (t)| dt = |2ie | dt = 2 dt = π
0 0 0

e
 
 1  1 1 1 1
M = max  2
  ≤ max = = 2 ≤
z∈γ z − 1  2
z∈γ |z| − 1 it 2
|2e | − 1 2 −1 3
Portanto
Z 
 ez  1 π
 dz  ≤ · π =

γ z−1 3 3

6.5 Exer í ios propostos

Z
(1) Para ada f e o aminho γ abaixo determinar o valor de f (z) dz :
γ

(a) f (z) = Re(z) e γ é a ir unferên ia |z| = 1, per orrido no sentido anti-horário;

(b) f (z) = z 2 e γ é o triângulo om vérti es 0, 1 e 1+i per orrido no sentido

anti-horário;

( ) f (z) = πeπz e γ é a fronteira do quadrado de vérti es 0, 1, 1 + i, i orientado

no sentido anti-horário;

(d) f (z) = πeπz e γ é o quadrado om vérti es z = 0, z = 1, z = 1 + i e z =i

per orrida no sentido anti-horário.

(e) f (z) = z 2 − z + 2 e γ é a parte da parábola y = 1 − x2 que liga o ponto i ao

ponto 1;

(f ) f (z) = z e γ é a semi- ir unferên ia |z| = 2, om Re(z) ≥ 0, per orrida no

sentido anti-horário;

157
 z
(g) f (z) = e γ é a ir unferên ia |z| = 1, per orrido no sentido anti-horário.
|z|2
Z
(2) Para ada item abaixo, en ontre a primitiva de f e al ule a integral f (z) dz :
γ

(a) f (z) = sen z e γ é qualquer urva om ponto ini ial z0 = 0 e ponto nal

z1 = 2 = i;

πt


(b) f (z) = 2z e γ é a urva γ(t) = 2 cos 3 (πt) − i sen 2 4
, 0 ≤ t ≤ 2;

( ) f (z) = zez e γ é a urva que une o ponto i ao ponto 1 + i;

(d) f (z) = 2iz + e3z e γ é qualquer urva om ponto ini ial 0 e ponto nal 2πi.

(3) Seja C a reta de (1, 0) a (0, 1). Cal ule

Z Z
(a) z dz (b) z 8 dz
C C

 Z sen z 
 
(4) Seja γ o ir ulo unitário. Prove que  2
dz  ≤ 2πe.
γ z
Z
dz
(5) Estime o valor absoluta de onde γ é o parte superior do ir ulo unitário.
γ 2 + z2
Z
(6) Estime o valor absoluta de zeiz dz onde γ é o aminho {z(t) = eit , 0 ≤ t ≤ π/2}.
γ
Z 
 z 
(7) Prove que  dz  ≤ 8π.
|z|=2 5 + 2iz

Z 2 iz

 (z + 3)e Log z  7(3 ln 2 + π)π
≤
(8) Prove que  dz

C z2 − 2  9

onde C é o aminho {z|z = 2eiθ , 0 ≤ θ ≤ π3 }.

(9) Fazendo R → ∞, prove que

Z
e1/z
dz = 0
|z|=R zk
para k = 2, 3, 4, · · · e qualquer R > 0.

158