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PETIÇÃO INICIAL
Daniel Miranda
Professor da Faculdade 7 de Setembro (FA7).
Graduado e Mestre em Direito pela UFC.
Membro do Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP).
Secretário-Geral da Associação Norte e Nordeste de Professores de Processo (ANNEP).
www.danielmiranda.com.br
1. Noção
- Partes;
- Pedido;
- Causa de Pedir.
2.1. Forma
Ex.:
Juizados especiais (Valor da causa ≤ ½ da alçada);
Pedido de concessão de medidas protetivas (Lei Maria da
Penha);
Procedimento Especial da Ação de Alimentos.
2.2. Assinatura por quem tenha capacidade postulatória
Advogado;
Defensor Público;
Membros do MP;
Membros da AGU (Mesmo sem inscrição na OAB)
Leigos (quando se lhes atribui capacidade postulatória).
2.3. Endereçamento
• CPC
Art. 319, I. A petição inicial indicará:
I. O juízo a que é dirigida.
i) Atributos da Jurisdição
• Precedente do STJ
i) Noção
• CPC
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua
competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
• CPC
Art. 62. A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é
inderrogável por convenção das partes.
- Competência relativa: poder fixado visando a tutelar
interesse privado. Pode ser alterado pela vontade das partes.
Ex.: Competência territorial e pelo valor da causa.
• CPC
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do
valor e do território, elegendo foro onde será proposta ação
oriunda de direitos e obrigações.
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de
instrumento escrito e aludir expressamente a determinado
negócio jurídico.
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das
partes.
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva,
pode ser reputada ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará
a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu.
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de
eleição de foro na contestação, sob pena de preclusão.
iii) Alegação de incompetência
• CPC
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como
questão preliminar de contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo
e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá
imediatamente a alegação de incompetência. (Kompetenzkonpetenz)
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão
remetidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os
efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra
seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente. (Translatio
iudicii)
iv) Estabilização da Competência (Perpetuatio
Jurisdictionis)
• CPC
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem
a competência absoluta.
• Exceções à estabilização:
v.1) Regra Geral (ações pessoais e ações reais mobiliárias) – Domicílio do Réu
• NCPC
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será proposta,
em regra, no foro de domicílio do réu.
- OBS.: Regra especial para execução fiscal: Pode ser proposta no foro de domicílio do réu,
no de sua residência ou no do lugar onde for encontrado. (§ 5º)
v.2) Ações reais imobiliárias – Local de situação do imóvel
(forum rei sitae)
Situações em que, por suposta hipossuficiência, o legislador fixa o foro no domicílio do réu.
- Autor da herança e ausente: para as ações relativas à sucessão, ainda que o óbito tenha
ocorrido no exterior (arts. 48 e 49);
- Incapaz: domicílio de seu representante legal (art. 50);
- Pessoa jurídica de direito público (arts. 51 e 52):
o Se autora: domicílio do réu;
o Se ré: domicílio do autor/ocorrência do ato ou fato/capital.
• CPC
Art. 45. Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos
ao juízo federal competente, se nele intervier a União, suas empresas públicas,
entidades autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade
profissional, na qualidade de parte ou de terceiro interveniente, exceto as
ações:
I – de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho;
II – sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho.
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de
competência do juízo junto ao qual foi proposta a ação.
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em
razão da incompetência para apreciar qualquer deles, não apreciará o mérito
daquele em que exista interesse da União, suas entidades autárquicas ou
empresas públicas.
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se
o ente federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo.
2.4. Qualificação das Partes
Art. 319, II: os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número no cadastro de pessoas físicas ou no cadastro nacional de pessoas
jurídicas, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu.
a) Pessoa jurídica
• Nome
• Tipo de pessoa jurídica (Direito público/direito privado; sociedade
empresária/sociedade simples; etc.)
• Sede
• CNPJ
b) Pessoa física
• Nome completo
• Estado Civil (inclusive se estiver em união estável – “convivente” – Inovação)
• Profissão
• Domicílio
• CPF
2.5. Causa de Pedir
Divide-se em:
Ex.: Contrato.
Ex.: inadimplemento.
a) Conceito:
b) Espécies:
i) Certo (expresso)
• CPC
Art. 322. O pedido deve ser certo.
§ 1º Compreendem-se, entretanto, no principal, os juros legais,
a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os
respectivos honorários advocatícios.
Art. 323. (Obrigações sucessivas)
ii) Determinado
• CPC
Art. 322
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o
princípio da boa-fé.
• CPC/73
O pedido tem que ser interpretado restritivamente (art. 293 do CPC).
• CPC
iv) Clareza
• CPC
Art. 328
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a
cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas
processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais
pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento
comum.
ii) Espécies de Cumulação
Própria
- Vários pedidos são formulados, mas apenas um deles pode ser acolhido.
Regida pela partícula “ou”. Por isso é impróprio.
• CPC
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz
conheça do posterior, quando não acolher o anterior.
• CPC
Art. 326.
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o
juiz acolha um deles.
2.7. Valor da Causa
A toda causa será atribuído um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediato. (Art. 292)
O valor da causa é determinado em Real.
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente
aferível.
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:
I – na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e
de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação;
II – na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição
ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida;
III – na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor;
IV – na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do
pedido;
V – na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
VI – na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles;
VII – na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII – na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o
valor de umas e outras.
Art. 319, VII: a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de
mediação.
• CPC
Art. 334
§ 4º A audiência não será realizada:
I – se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição
consensual;
II – quando não se admitir a autocomposição.
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o
réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência,
contados da data da audiência.
É uma inutilidade. É óbvio que o autor quer que o réu seja citado.
Foi retirado do Código.
2.10. Documentos indispensáveis à propositura da demanda
a) Noção de indeferimento
- Apelação
4. Improcedência liminar
a) Noção
- Apelação