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AVALIAÇÃO N 1

CURSO: DIREITO Data: 02/10/2020

Página 1 de 4 Disciplina: DIREITO CONSTITUCIONAL Período: 4º


Visto do Professor
Código da Disciplina: JUR7011 Turma: GO1301
Visto Gestor Matricial:
Avaliação Formal (0-10, peso 8):  
NOTA FINAL:
Avaliação Processual (0-10, peso 2):  
PROFESSOR: Thiago Henrique Costa Silva
ALUNO (A): JOHNATAN FREIRES DE FARIAS
LEIA COM ATENÇÃO AS INSTRUÇÕES ABAIXO
1. Esta prova é individual e sem consulta;
2. A Nota Final desta avaliação será registrada no LMS;
3. A capacidade de interpretação das questões faz parte da avaliação. Durante a realização da avaliação, o professor não
poderá avaliar para o aluno se a sua resposta está certa ou errada, nem se está completa ou incompleta;
4. Questões rasuradas ou com mais de uma alternativa marcada no cartão resposta não serão aceitas;
5. Questões discursivas somente terão validade se apresentarem resolução completa. O aluno será avaliado tanto na forma
quanto no conteúdo. É importante, portanto, ter redação gramaticalmente correta e articulada em conceitos precisos;
6. A duração da prova será de 1 hora e 30 minutos, improrrogáveis, a partir da postagem da avaliação no LMS;
7. A avaliação deverá ser enviada pelo modo tarefa da plataforma LMS até o horário estipulado;
8. O aluno que optar por responder a prova em folha separada, deverá informar no formato de cabeçalho N1, nome da
disciplina, código da turma, data, matrícula, nome completo e o número de cada questão;
9. As respostas da prova deverão ser à caneta, caso o aluno opte por responder a prova em folha separada e digitalize-a (foto
ou scanner) para o envio. A qualidade da digitalização da imagem deverá ter uma resolução que possibilite ao professor
fazer a correção das questões, caso o professor não consiga corrigir a questão devido a qualidade da imagem, ela será
considerada errada;
10. Caso o LMS ou a Internet apresente alguma instabilidade, a prova poderá ser encaminhada por e-mail no prazo máximo
de 10 minutos após o horário de término. O assunto no e-mail deverá ser: N1 – NOME DA DISCIPLINA.

Quadro de respostas

1 2 3 4 5 6
A A A A A A
B B B B B B
C C C C C C
D D D D D D
E E E E E E
GABARITO CORRETO (USO DO PROFESSOR)
B D D E B B
VALOR ATRIBUÍDO POR QUESTÃO TOTAL

QUESTÕES OBJETIVAS
1. (Vale 1,0 ponto) – Assinale a opção e) O preâmbulo da CF é norma de
correta. reprodução obrigatória e de caráter
a) Como princípios fundamentais da normativo, segundo entendimento
República Federativa do Brasil doutrinário sobre a matéria.
destacam-se a soberania, a cidadania, a
dignidade da pessoa humana, o
03. (Vale: 1,0 ponto) “Não vamos nos
pluralismo político e a liberdade de
esquecer de que em todas as
pensamento. sociedades existem oprimidos e
b) Nas relações internacionais, a opressores em todos os níveis da vida
República Federativa do Brasil rege- social. Os que oprimem impõem aos
se, dentre outros, pelo princípio da oprimidos sua visão de mundo e de
cada coisa desse mundo, para que
autodeterminação dos povos.
sejam obedecidos e reine a sua paz.
c) No Brasil vigora a democracia Para se libertarem, os oprimidos devem
direta. descobrir sua própria visão da
d) Constitui objetivo fundamental da sociedade, suas necessidades, e
contrapô-las à verdade dominante,
República Federativa do Brasil
opressiva” (Augusto Boal, A estética
assegurar a liberdade de expressão de do oprimido).
forma irrestrita.
e) No Brasil o Poder Judiciário e o
Poder Legislativo são subordinados ao
Poder Executivo.

02. (Vale 1,0 ponto) – Acerca dos


princípios, fundamentos e objetivos da
Constituição Federal de 1988 (CF),
pode-se afirmar que

 a)     Conforme o princípio
democrático, nem todo o poder emana
do povo, que o exerce diretamente ou
por meio de representantes eleitos.
Com base nas informações
b)    Reduzir a pobreza e a supracitadas, assinale a alternativa
marginalização e erradicar as correta.
desigualdades sociais e regionais
constituem objetivos da República
a) Os Direitos Sociais, que aparecem
Federativa do Brasil expressos na CF.
na Constituição Mexicana de 1917 e na
c)     É fundamento da República constituição de Weimar, que
Federativa do Brasil a construção de influenciou a constituição de 1934 do
uma sociedade livre, justa e solidária. Brasil, encontrou guarida no texto
constitucional, não elencando o rol dos
d)    A dignidade da pessoa humana direitos fundamentais, nos termos de
e o pluralismo político são José Afonso da Silva.
fundamentos da República b) A erradicação da pobreza e da
Federativa do Brasil. marginalização, além da redução das
desigualdades sociais e regionais é um
dos fundamentos do Estado brasileiro,
contudo essa norma tem um caráter 05. (Vale: 1,0 ponto) – O art. 5º, LVI
programático, logo ainda é possível da Constituição Federal de 1988 trata
visualizar imensas desigualdades em da vedação da prova ilícita. Tomando
nosso país. por base as decisões do Supremo
Tribunal Federal, é CORRETO
c) São exemplos de direitos sociais
afirmar:
previstos na constituição de 1988: a
a) É ilícita a prova obtida por meio de
educação, a saúde, a moradia, o lazer, a
gravação de conversa própria, feita por
segurança, a previdência social, a
um dos interlocutores, se quem está
proteção à maternidade e à infância e a
gravando está sendo vítima de proposta
assistência aos desamparados, logo as
criminosa do outro.
imagens acima expressam como esses
b) Exige-se a comprovação da
valores se constroem com fundamento
legitimidade das interceptações
nos valores das desigualdades e da
telefônicas, com a fiel observância de
fome.
todos os requisitos legais, não
d) O Programa federal “fome zero” entendendo, porém, que exista
e o Programa federal “minha casa ofensa ao direito ao silêncio e ao
minha vida”, criticados por alguns direito a não autoincriminação nas
por suas características gravações obtidas mediante os
assistencialistas, configuraram um requisitos constitucionais e legais
importante avanço dos direitos para a realização de interceptação
fundamentais previstos no artigo 6º telefônica.
da CF/88. c) É incabível a utilização de prova
e) Toda sociedade, independentemente emprestada obtida mediante
das condições econômicas e sociais, é interceptação telefônica, judicialmente
justa. Não é diferente no Brasil, em que autorizada, para fins de subsidiar
a carta maior é conhecida pela sua apurações de cunho disciplinar.
natureza cidadã e garantista. d) A prova lícita originária contamina
todas as demais provas obtidas a partir
dela; é a denominada teoria dos frutos
da árvore envenenada.
04. (Vale: 1,0 ponto) – Relativamente à e) Interceptação é sinônimo de escuta,
aplicação das normas constitucionais não dependendo de terceiros para a sua
definidoras de direitos e deveres realização.
individuais e coletivos, contidas no art.
5.º da Constituição Federal de 1988, é
correto afirmar que: 06. (Vale: 1,0 ponto) – A teoria da
a) em nenhuma hipótese podem ser reserva do possível
aplicadas, a turistas;
b) aplicam-se exclusivamente a a) constitui a inoponibilidade do
brasileiros e estrangeiros residentes em arbítrio estatal à concretização dos
nosso território; direitos sociais, econômicos e
c) destinam-se apenas aos brasileiros culturais.
aqui residentes; b) gira em torno da legitimidade
d) sua aplicabilidade depende, de regra, constitucional do controle e da
de leis regulamentadoras, por não intervenção do Poder Judiciário em
possuírem aplicabilidade imediata; tema de implementação de políticas
e) possuem, de regra, aplicação públicas, quando caracterizada
imediata, e podem, em certos casos, hipótese de omissão governamental.
ser aplicadas também a estrangeiros c) avalia que as políticas públicas são
não-residentes. reservadas discricionariamente à
análise e intervenção do Poder
Judiciário, que as limitará ou ampliará,
de acordo com o caso concreto.
d) é sinônima, em significado e
extensão, à teoria do mínimo
existencial, examinado à luz da
violação dos direitos fundamentais
sociais, culturais e econômicos, como o
direito à saúde e à educação básica.
e) defende a integridade e a
intangibilidade dos direitos
fundamentais, independentemente das
possibilidades financeiras e
orçamentárias do Estado.
QUESTÕES DISCURSIVAS

Questão 05. (Valor: 5,0 pontos) – Leia o relatório abaixo (adaptado da Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº: 2232470-13 – SP) e, como se fosse o ministro-relator do
STF, elabore um voto, com fundamentação teórica, jurisprudencial e legal, decidindo
o caso.

Cuida-se de Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pelo Diretório


Estadual do Partido Socialismo e Liberdade PSOL em face da Lei Municipal n. 1.960,
de 21 de setembro de 2016, a qual proíbe a utilização, mutilação e/ou sacrifício de
animais em rituais ou cultos, realizados em estabelecimentos fechados e/ou
logradouros públicos, tenham aqueles finalidade: mística, iniciática, esotérica ou
religiosa, assim como em práticas de seitas, religiões ou de congregações de qualquer
natureza, no Município de Cotia.
Argumenta que referida norma invade competência exclusiva do Chefe do
Poder Executivo, dispondo sobre funcionamento da administração e transgredindo o
princípio da separação e independência dos poderes (Constituição Estadual, art. 5º,
caput e parágrafo primeiro). Diz que ao instituir incumbências administrativas
adicionais e prescrever atividade de fiscalização, a lei impugnada obriga a
municipalidade a despender recursos públicos para o seu efetivo cumprimento, em
frontal violação aos artigos 5º, caput e 25, caput c/c art. 176 da Constituição Estadual.
Prossegue afirmando que a lei impugnada transgride a repartição de
competências, bem como o princípio constitucional da legalidade administrativa
(Constituição Estadual, art. 111), porquanto extrapola o âmbito de interesse local,
invade esfera de competência legislativa concorrente da União e do Estado e contraria
preceitos constitucionais, leis federais e estaduais de regência.
Assevera que a lei impugnada contraria frontalmente normas que tratam da
matéria, a saber: a Constituição do Estado que disciplina a proteção do meio ambiente
(art. 193, X e 195, parágrafo único); leis federais e estaduais que regem a matéria,
v.g., a Lei de Crimes Ambientais, n. 9.605/88, Lei do Uso Científico de Animais, n.
11.794/08, Código Estadual de Proteção dos Animais, Lei n. 11.977/05 e ainda a Lei
de Contravenções Penais, cujos artigos 31 e 64 punem maus-tratos ou tratamento cruel
aos animais. Invoca também afronta a Decreto Federal, normativas do Ministério da
Agricultura e Decreto Estadual que disciplinam o abate religioso, devendo ser
salientado que a Instrução Normativa n. 3/2000 catalogão dentre as modalidades de
abate humanitário.
Cita julgamento de Ação Direta de Inconstitucionalidade, onde o Tribunal de
Justiça do Rio Grande do Sul considerou plenamente constitucional a Lei Estadual n.
12.131/2004, especificamente seu art. 2º, que isenta as Religiões Afrobrasileiras da
observância de certos procedimentos preparatórios do abate de animais.
Diz que a Constituição Federal, em seu art. 5º, VI, garante que é inviolável a
liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e assegurada, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias. Assim como o art. 19, I, da CF, proíbe a União, Estados, Distrito Federal e
Municípios de embaraçarem o funcionamento de cultos religiosos.
Ressalva que lei impugnada ostenta caráter discriminatório, ao adotar
presunção genérica de que o abate religioso implicaria maus-tratos ou crueldade
contra animais, presunção da qual o abate comercial foi zelosamente desonerado.
Pugnou pela concessão de liminar, para imediata suspensão da eficácia do ato
normativo referido e, ao final, a procedência da presente ação, com a declaração de
inconstitucionalidade da sobredita Lei.
A liminar foi deferida pelo despacho de fl. 151.
Informações prestadas pelo Exmo. Prefeito do Município e pelo Exmo.
Presidente da Câmara Municipal de Cotia, às fls. 176/184 e fls. 186/192,
respectivamente.
Parecer da d. Procuradoria Geral da República às fls. 194/215.

É o relatório.
Passo a decidir.

Fundamentação teórica: A doutrina de Alexandre de Morais menciona que é de competência do


Tribunal de Justiça Local processar e julgar a ação de inconstitucionalidade.
Fundamentação legal: Conforme artigo 5º da CF é assegurado livre exercício de cultos religiosos,
bem assim a proteção aos locais onde são praticados e suas liturgias, princípio fundamental que não
pode ser sobreposto por lei municipal.
Fundamentação Jurisprudencial: conforme posicionamento do STF, é vedado a prática de qualquer
ato que submeta os animais à crueldade. Destacando-se a crueldade no entendimento.
Mesmo sabendo que os maus tratos a animais não são permitidos, não é possível comprovar a
utilização dos mesmos sem provas concretas. Ainda, não se pode levar em consideração que todas as
religiões de origem afrodescendentes façam o abate de animais em seus cultos. Além do mais,
mesmo que haja o abate, não é possível concluir que tal ato seja considerado cruel, tendo em vista
que na sociedade contemporânea é feito o abate não cruel de animas, principalmente bovinos, para
fins de alimentação.
Ante ao exposto, levando em consideração a garantia constitucional à liberdade da prática de cultos
religiosos e também a falta de prova concreta de maus tratos ou situação danosa relevante, decido
inconstitucional a Lei nº 1960/2016 do Município de Cotia.
A VIDA É O QUE FAZEMOS DELA.
BOA PROVA!

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