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O projecto que me de-

ram para hoje é certo ou é errado?


Mandaram-me fazer um plano para a realização de
uma intenção que eu sempre trouxe escondida sob as poeiras
que me ensinaram a fazer. Eu aceitei uma tarefa como uma pe-
quena poeira benéfica que associada a outra tarefa fariam de mim o
que acabei por ser. Não há projectos para hoje, a não ser repetir tarefa a
tarefa o medo de desobedecer às ordens de quem projecta. Se eu sou um pro-
jecto de professor de matemática e fui o esboço que um projecto também é, quem
fez o plano geral de tal obra? Não fui eu certamente e ninguém mais poderia estar in-
teressado em tal cometimento. Eu sei pouco sobre diferença entre modalidade e moda. O
que sei é que de vez em quando, começamos a pensar que o que fazemos um dia depois do
outro connosco mesmos e com os jovens que connosco trabalham não chega para que eles se
destaquem de nós e voem com as suas asas. Uma ave não voa por ter aprendido os princı́pios
da aerodinâmica. Um avião voa por alguém ter aprendido os princı́pios da aerodinâmica? Voa,
porque entretanto outros aprenderam motores, resistência dos materiais e do ar, materiais e
vazio, a pilotar, a ler os mapas do céu, a confiar noutros que outras coisas fazem podendo
ser olhos e ouvidos de quem não vê nem sente, etc. Eu projectei uma nave para um grande
mosteiro e disse que não havia voos a fazer dali, que a clausura é o objectivo de quem pro-
jecta naves de mosteiros e que podemos aprender com isso a reflectir sem recurso a espelhos
e há também quem pense que a reflexão pode ser um fim em si mesma e chegar aı́ pode
dar sentido a um projecto de vida. Um projecto pode perder-se no paleio que sobre ele se
faz que é uma forma de o tornar circular, isto é, de fazer com que a coisa pareça sem
ponta por onde se lhe pegue. Falar demais sobre alguma coisa que só ganha sentido
quando se faz mesmo sem grandes verdades adquiridas previamente é a forma
que damos ao grande O inicial de obstáculo, ao grande obstáculo de quem
nem pensa em começar alguma coisa sobre a qual há quem diga que não
passa de uma moda e que nem é modalidade nem metodologia séria
para aprender o que quer que seja, quem disser o contrário
não sabe o que diz, não sabe que aprendiz é quem
imita o que os mestres demostram. Ponto
final. Não acham?

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