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Índice
Introdução................................................................................................................................4
A Corrente Possibilista............................................................................................................6
Método Hipotético-Dedutivo..................................................................................................7
Conclusão..............................................................................................................................19
Bibliografia............................................................................................................................20
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Introdução
Refletir sobre geografia e pesquisa constitui um desafio que nos leva a pensar o que
fizemos e o que temos feito desde que a geografia se institucionalizou como ciência no século
XIX. Nas rupturas epistemológicas da ciência geográfica, ou seja, Geografia Tradicional,
(calcada sobre as bases do positivismo), Geografia Pragmática (com ênfase para Geografia
Quantitativa e Geografia Sistêmica ou Modelística) e Geografia Crítica (calcada sobre as
bases do materialismo histórico e dialético), como o método de pesquisa (o uso dos
instrumentos/técnicas) para a coleta de dados foi e tem sido trabalhado para dar respostas às
inquietações que originam a pesquisa? Essas indagações mostram que a escolha do “caminho”
metodológico é de responsabilidade do pesquisador e está em consonância com seus
princípios filosóficos e posturas frente à realidade em que vive.
Índice
Introdução
Desenvolvimento do trabalho
Conclusão
Referencias Bibliográficas
Metodologia
Para a realização do presente trabalho a autora do trabalhou usou a pesquisa
bibliográfica, usei as obras de: (ALVES-ZZOTTI,2002),(ANDERY,2003),(CERVO,1991).
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A Ratzel deve-se a ênfase dos estudos geográficos sobre o homem. Entretanto, a teoria
ratzeliana via o ser humano a partir do ponto de vista biológico (não social) e que, portanto,
não poderia ser visto fora das relações de causa e efeito que determinam as condições de vida
no meio ambiente.
A partir dessa concepção, elaborou o conceito de espaço vital, que seria as condições
espaciais e naturais para a manutenção ou consolidação do poder do Estado sobre o seu
território. Seriam as condições naturais disponíveis para o fortalecimento de uma dada
sociedade ou povo. Aquelas populações que dispusessem de melhor espaço vital estariam
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mais aptas a se desenvolver e a conquistar outros territórios.Tal noção foi fundamental diante
do contexto histórico da Alemanha, que havia acabado de passar pelo seu processo de
reunificação e necessitava de uma base para justificar e se afirmar enquanto Estado, com
capacidade de crescimento, expansão e dominação.
Apesar de se considerar o “pai da Geopolítica”, Ratzel jamais utilizou essa expressão,
que foi elaborada por um de seus discípulos, o pensador sueco Rudolf Kjellen. Pode-se dizer,
no entanto, que as suas ideias foram constitutivas de uma verdadeira Geografia do Poder.
A Corrente Possibilista
A escola francesa de geografia (em francês: école française de géographie),
conhecida também como escola "possibilista", foi criada por Paul Vidal de la Blache e
acreditava na possibilidade de haver influências recíprocas entre o homem e o meio natural.
Ela traz o termo possibilismo, que foi elaborado pelo historiador Lucien Febvre para
diferenciar a geografia francesa dos trabalhos influenciados pelo determinismo ambiental,
da escola alemã.
Assim, o termo passou a designar uma escola de pensamento geográfico que encara na
natureza constante movimento ambiente natural (muitas vezes referido como Natureza) como
um mero fornecedor de possibilidades para a modificação humana, não determinando a
evolução das sociedades, sendo o homem o principal agente geográfico. Como corolário,
o gênero de vida não é uma consequência inevitável das condições ambientais, mas um acervo
de técnicas, hábitos e instituições que permitem a um grupo social utilizar os recursos
naturais disponíveis.
3. Método Hipotético-Dedutivo
O Método hipotético-dedutivo consiste na construção de conjecturas, ou seja,
premissas com alta probabilidade e que a construção seja similar, baseada nas hipóteses, isto
é, caso as hipóteses sejam verdadeiras, as conjecturas também serão. Por isso as hipóteses
devem ser submetidas a testes, os mais diversos possíveis, à crítica intersubjetiva, ao controle
mútuo pela discussão crítica, à publicidade (sujeitando o assunto a novas críticas) e ao
confronto com os fatos, para verificar quais são as hipóteses que persistem como válidas
resistindo às tentativas de falseamento, sem o que seriam refutadas.
É um método com consequências, que leva a um grau de certeza igual ao das hipóteses
iniciais, assim o conhecimento absolutamente certo e demonstrável é dependente do grau de
certeza da hipótese.
a) Colocação do problema:
Reconhecimento dos fatos
Descoberta do problema
Formulação do problema
b) Construção de um modelo teórico:
Seleção dos fatores pertinentes
Invenção das hipóteses centrais e das suposições auxiliares
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As contribuições de Ptolomeu para ciência foram muitas, nas quais se destacam seu
trabalho mais importante, o tratado “Almagestos”, que expõe seu estudo sobre
astronomia. Suas ideias dominaram por mais 1400 anos.
Desenvolvendo o modelo, Ptolomeu percebeu que se os corpos se movem em órbitas
circulares ao redor da Terra, um observador sempre veria os planetas se movendo na mesma
direção e isto não concorda com as observações, porque os planetas, em certas épocas,
parecem parar e se mover na direção oposta (laçada).
Para explicar esta laçada, Ptolomeu colocou cada planeta movendo-se num pequeno
círculo (epiciclo), cujo centro C move-se ao longo de uma circunferência maior (círculo
condutor ou deferente) com seu centro na figura abaixo. O centro do epiciclo move-se com
velocidade constante ao redor do ponto Q, o qual é colocado sobre o lado oposto ao centro do
círculo condutor (deferente) em relação à Terra. O movimento retrógrado é produzido quando
o planeta está dentro da deferente.
Ptolomeu reproduziu o movimento observado dos planetas e forneceu meios de se
prever a posição futura deles, “facilmente”. (CANALLE, 1998).
Ptolomeu chega à conclusão, partindo de fatos observáveis, que o céu e a Terra são esféricos,
estando esta imóvel no centro geométrico do céu; e admite serem os corpos celestes esferas
sólidas homogêneas compostas de éter que se movem circular e regularmente, pois,
“naturalmente, os matemáticos que faziam astronomia estavam submetidos a certos princípios
físicos que não eram de sua competência questioná-los. Estes princípios tão só delimitavam o
marco no qual se desenvolvia a investigação astronômica. No início do livro Sintaxe
Mathematica, mais conhecido como Almagesto, Ptolomeu apresenta a divisão do saber
teórico, de tradição aristotélica, em três ramos: o teológico, que se preocupa com as coisas
imateriais, o físico, que trata das coisas sujeitas à geração e a corrupção; e o matemático, que
investiga a natureza das formas e dos movimentos que possuem os corpos materiais. Sendo
este, do qual faz parte a astronomia ao se ocupar das coisas divinas e celestes ao investigar o
que não sofre mudança, intermediário entre os outros ramos, pois participa de qualidades
que os outros possuem.
Para descrever os movimentos dos astros celestes, desenvolve modelos geométricos,
detalhadamente apresentados abaixo, cuja atual compreensão é dificultada pelo uso numérico
de base sexagesimal 2 e pela diferença existente entre as modernas funções trigonométricas e
o uso de cordas da antiga trigonometria plana empregada. (BARROS-PEREIRA, 2011,
p.2602-4).
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velocidades diferentes em
órbitas aproximadamente Canalle,
concêntricas de cristais e 1998
circulares. Todas essas esferas
girariam com velocidades
diferentes, o que explicava as
diferentes velocidades médias
com que se moviam os
diversos planetas.
instalados. Assim, o poder das cidades e mesmo dos reinos europeus passou cada vez mais a
sofrer a influência dos burgueses.
O Império Muçulmano dominava uma área muito vasta, desde o Afeganistão até o
Atlântico, com excepção da Itália, França, Turquia e Bálcãs. Devido a problemas de ordem
militar e administrativa (tal como nos Impérios Grego e Romano), surgiu a necessidade de
conhecer o mundo. Ao mesmo tempo surgia também a necessidade religiosa de viajar, na
medida em que todo muçulmano tem de ir a Meca, pelo menos uma vez na vida. Assim, as
viagens e o comércio sofreram um novo impulso.
A geografia verificou um novo avanço. Entre os viajantes árabes destacam-se Al-
Biruni, Al-Idrisi (1099-1164) e Ibn Battuta, que escreveram extensos e valiosos relatos sobre
as regiões por onde viajavam. Idrisi, ao serviço do rei da Sicília, desenvolveu a escola de
Palermo e pode elaborar o mapa árabe mais completo que se conhece.
Por outro lado, os monarcas muçulmanos promoveram as ciências e as artes. Foi
traduzida para o árabe a obra de Ptolomeu e desenvolveu-se a geografia, a astronomia, a
astrologia, a matemática e a geometria. Apesar disso, o conhecimento e as descrições
geográficas produzidas são muito imprecisas e as localizações pouco rigorosas. Os Árabes
não se serviam da latitude e da longitude para localizar os lugares à superfície da Terra e
elaborar mapas.
A latitude e a longitude são utilizadas pelos astrônomos (considerados, aliás, como os
melhores do mundo) nas suas observações, mas quem faz os mapas são os geógrafos, que não
se servem dos dados astronômicos. Surge, assim, no mundo árabe uma separação entre
geógrafos e astrônomos que não existia na Antiguidade (FERREIRA; SIMÕES, 1990, p. 48-
49).
Por outro lado, as Ciências Físicas são destituídas de aparato teórico metodológico
para as atividades humanas, e a Geografia Humana sempre se debatia na tentativa de justificar
o seu suporte científico, e em estabelecer a sua definição e as suas finalidades como ciência.
A esta dicotomia se juntava o conflito conceitual de ser a Geografia uma ciência única, ou um
conjunto de ciências.
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a transição de um paradigma em crise para um novo, do qual pode surgir uma nova
tradição de ciência normal, está longe de ser um processo cumulativo obtido do
velho paradigma. É antes uma reconstrução da área de estudos a partir de novos
princípios, reconstrução que altera algumas das generalizações teóricas mais
elementares do paradigma, bem como muitos de seus métodos e aplicações [...] Um
novo paradigma emerge [...] antes que uma crise esteja bem desenvolvida ou tenha
sido explicitamente reconhecida. (KHUN, 1975, p.116-117).
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A análise de Khun (1975) serve para refletir sobre a mudança de paradigmas que
ocorreu na ciência geográfica. A Geografia Tradicional, cujas análises eram feitas com base
na observação, descrição e representação dos fatos, não conseguia mais explicar a realidade
tanto mundial, quanto brasileira face às mudanças que estavam ocorrendo no campo político,
econômico, social e educacional, conforme já destacado.
As principais mudanças podem ser assim definidas: a expansão do capitalismo
monopolista; o planejamento econômico e o territorial já se definiam sob a ação do Estado,
interferindo na organização do espaço; a urbanização se expandia de forma acelerada; no
campo, a industrialização e a mecanização das atividades agrícolas em várias partes do mundo
se concretizavam no fenômeno da modernização da agricultura; o êxodo rural, em função da
modernização do campo, contribuía para o crescimento das cidades.
Diante desse quadro, o instrumento de pesquisa da Geografia tornou-se desfasado
implicando em uma crise das técnicas tradicionais de análise. Estas não davam mais conta
nem da descrição, nem da representação dos fenômenos da superfície terrestre. Com isto,
surgiu também uma crise de linguagem, isto é de metodologia de pesquisa. (MORAES, 1981).
Novos instrumentos como o sensoriamente remoto, as imagens de satélite, o
computador substituíram os trabalhos de campo, característicos da Geografia Tradicional.
Portanto, havia uma “crise” tanto no método de interpretação quanto no método de pesquisa.
A resposta a essa crise, conforme apontou Khun (1975), foi a emergência de um novo
paradigma. Assim, a Geografia Tradicional, fundamentada no positivismo clássico, não mais
respondia às inquietações que a realidade apresentava. A resposta a essa “crise” científica foi
o movimento de Renovação da Geografia. Consideramos, no movimento de Renovação da
Geografia, dois paradigmas importantes, já destacados: a Geografia Pragmática e a Geografia
Crítica.
A renovação pragmática na Geografia, mais conhecida como Nova Geografia (New
Geography), utilizou-se da quantificação, apoiada no uso de métodos matemáticos, o uso dos
modelos de representação e explicação ao trabalhar temas geográficos e a aplicação da Teoria
dos Sistemas. No Brasil, a Nova Geografia, como foi denominada, se consolidou como um
novo paradigma para atender aos interesses políticos do país a partir do Golpe Militar de 1964
até a abertura política que se iniciou em 1978.
Nessa ótica de análise, a nova proposta para explicar a realidade brasileira se legitimou
como verdade e a partir daí o pesquisador em geografia passou a se preocupar mais com a
“aparência” do que com a “essência” dos fatos. Entretanto, ao final da década de 1970, a
preocupação apenas com a “aparência”, ou seja, o “visível, a variabilidade das formas, o lugar
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– preocupações eminentemente geográficas” (ABREU, 1989, p.20) não era mais suficiente
para explicar a realidade. Foi necessário ir “mais a fundo” na busca de respostas aos
problemas detectados, ou seja, a “essência” da realidade política, social, econômica e
educacional teria que ser desvendada. Rompia-se com o paradigma da Geografia Pragmática
para dar lugar à Geografia Crítica.
Assim, a procura por “novos caminhos” teórico-metodológicos levou o geógrafo a
redefinir o método de pesquisa (MORAES; COSTA, 1984). Em seus trabalhos, o geógrafo
retomou técnicas de pesquisas já utilizadas, como por exemplo, o trabalho de campo e a
observação e acrescentou outras como a entrevista, a história oral, a pesquisa-participante, a
pesquisação, o estudo de caso, a análise do discurso, o diário de campo. “Novas trilhas”
surgiram para a investigação geográfica. Um “novo” olhar metodológico possibilitou ao
geógrafo compreender “as causas da crise e procurar caminhos que fossem à raiz dos
problemas” (ANDRADE, 1987, p.112).
Para interpretar a realidade com esse “novo” olhar teórico, a fenomenologia e a
dialética serão as orientações filosóficas que permitirão o uso da pesquisa qualitativa nos
trabalhos como reação ao enfoque positivista. Portanto, o domínio do conteúdo e das técnicas
são importantes para a construção desse conhecimento. O pesquisador, ao apresentar os
resultados de sua pesquisa à sociedade, mostra que esta se torna um importante instrumento
de disseminação do conhecimento. Por meio dos resultados alcançados, será possível
compreender a realidade e se posicionar criticamente frente a ela; propor a transformação da
sociedade porque é parte de seu compromisso político; propor discussões e até mesmo
soluções para o problema que originou a pesquisa; fazer com que as ideias e conclusões sejam
ouvidas por um número significativo de pessoas.
Conclusão
Durante a realização do presente trabalho fui concluir que, ao longo do processo
histórico da ciência, as transformações sociais, políticas e econômicas contribuíram para gerar
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as “crises”. Estas, dentre elas, a científica, são importantes porque permitem refletir sobre o
sujeito, o objeto, o conteúdo, as técnicas usadas nas pesquisas. A opção teórico-metodológica
e o tipo de pesquisa, qualitativa ou quantitativa, refletem a postura filosófica do pesquisador.
A busca por “novos” caminhos mostra que a ciência é dinâmica e que o conhecimento se
produz a partir da interdisciplinaridade/multidisciplinaridade com as áreas afins. Essa
integração entre diferentes conhecimentos possibilita criar saberes diferenciados e importantes
para a construção do conhecimento.
Na Geografia, a “revolução” teórico-metodológica, iniciada na década de 1960,
marcou a ruptura com a Geografia Clássica. “Novos” olhares surgiram para trabalhar a
realidade, quer do ponto de vista do conteúdo, quer do ponto de vista das técnicas. A
interdisciplinaridade muito contribuiu para esse momento de transformações. A essência da
realidade passou a ter um outro viés interpretativo à luz de posicionamentos filosóficos e
políticos do pesquisador. Esse movimento de renovação abriu novas perspectivas para o
geógrafo trabalhar o seu objeto de estudo e uma busca constante por linhas teóricas e
procedimentos que pudessem explicar as contradições do desenvolvimento desigual da
sociedade.
Dificuldades:
No período da realização do presente trabalho tive dificuldades, em matérias
didácticos, porque os outros manuais que eu encontrava na plataforma da
internet eram codificados.
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Bibliografia
ANDERY, Maria Amália. et al. Introdução: olhar para a história: caminho para a compreensão da
ciência hoje.In: _____(Org.). Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 12.ed. Rio de
Janeiro: Garamond; São Paulo:EDUC, 2003. p.10-15.
CERVO, Amado L.; BERVIAN, Pedro A. Metodologia científica: para uso dos estudantes
universitários. 2.ed. rev. ampl. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. CHIZOTTI, António.
Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991 (Biblioteca da Educação. Serie 1,
Escola; v.16).
Luís Lopes Diniz Filho. Fundamentos epistemológicos da geografia. 1. ed. Curitiba: IBPEX, 2009
(Coleção Metodologia do Ensino de História e Geografia, v. 6), p. 84-87