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Aula 4º

A escolarização da pessoa com


deficiencia no Brasil. Políticas
públicas para a educação inclusiva

Antes de iniciarmos esta seção, vamos contextualizar


um pouco a situação em que estas pessoas com necessidades
educacionais se encontram.
No que diz respeito às famílias, por vezes, por falta
de conhecimento ou entendimento acabam segregando e
escondendo seus filhos da sociedade, o que leva à diminuição
da autoestima destas pessoas, contribuindo assim para a
exclusão do ensino regular. A falta de metodologias adequadas
centradas na criança, também se torna um problema, pois na
maioria das vezes as técnicas estão focadas na deficiência, o
Figura 14: Alunos aprendendo
Fonte: <http://2.bp.blogspot.com>.2012.
que limita o desenvolvimento dessa criança. Sabemos ainda
que os custos da educação especial ou inclusiva pode ser uma
Nesta aula, veremos como a escolarização das pessoas desvantagem para os governantes que alegam não ter recursos.
com deficiência tem sido realizada no Brasil, quais são as O alto nível de dependência dessas crianças com deficiência
barreiras a serem superadas e quais legislações amparam de seus cuidadores passa a ser barreira à inclusão no ensino.
seus direitos. Outro ponto importante é conhecer as políticas Vamos aos objetivos da aula.
públicas para a educação inclusiva.
Boa aula!

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Educação Especial e Escola Inclusiva

De acordo com a lei 7.853/89 da Constituição


Objetivos de aprendizagem Federal, todos têm direitos à educação, inclusive as
pessoas com necessidades especiais. A lei dispõe sobre
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
o apoio às pessoas portadoras de
deficiência e sua integração social. Define
• compreender como se dá a escolarização da como crime recusar, suspender, adiar,
pessoa com deficiência no Brasil; cancelar ou extinguir a matrícula de um
• identificar as políticas públicas para a estudante por causa de sua deficiência,
educação inclusiva; em qualquer curso ou nível de ensino,
seja ele público ou privado. A pena para
• entender a aplicação dar legislação vigente. o infrator pode variar de um a quatro
anos de prisão, mais multa (<http://
inclusaoja.com.br/legislacao/>).
Seções de estudo
Na prática existem algumas dificuldades no
1 − Escolarização da pessoa com deficiência que diz respeito ao cumprimento da lei em si, pois
no Brasil é visto que as escolas, assim como seus professores
2 − Políticas públicas para a educação inclusiva e gestores não estão totalmente capacitados para
esse processo. Contudo, ninguém pode ser excluído
do direito à educação, pois estariam ferindo a
1 – Escolarização da pessoa com Constituição federal.
deficiencia no Brasil Esse é o problema que encontramos no dia a
dia, em confronto direto com a nossa Constituição
Federal/88 que, em seus artigos 205 e seguintes,
Lembrem-se dos princípios: garante o direito de todos à educação, que deve
• Solidariedade, “visar ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu
• Liberdade e preparo para a cidadania e sua qualificação para o
• Igualdade na diversidade!!! trabalho” (Art. 205).
As práticas pedagógicas têm-se direcionado
para a integração de alunos com e sem deficiências,
A prática deveria buscar a emergência
de alguns valores, como solidariedade, pois como já vimos anteriormente, todos tem suas
liberdade e igualdade na diversidade, mas particularidades que precisam ser respeitadas e
para que haja renovação e inovação é atendidas. Essa interação nos parece muito positiva
preciso mudar o foco para onde acontece à medida que um aprende e se desenvolve nas
a educação (FERREIRA, 2003, p. 42).
relações estabelecidas.
Para que a escola e os professores cumpram
com as exigências estabelecidas pelas legislações
É possível observar na citação acima que o autor
em vigor, é necessário investimento por parte do
fala de princípios básicos para uma escolarização
governo, para que possam se reestruturar e capacitar
eficiente como: solidariedade, liberdade e igualdade
seus professores. Contudo, é visto que ainda faltam
na diversidade. Sendo assim, se estes não forem
investimentos nessa área.
desenvolvidos pela sociedade teremos problemas,
De acordo com Staconi (2002), não é
pois sem solidariedade não é possível mediar e
mais aceitável que a pessoa com necessidades
compartilhar aprendizado; sem liberdade não é
educacionais especiais se integre sozinho. É
possível implementar novos meios e tecnologias;
necessário que o ambiente educacional esteja
sem oferecer igualdade e oportunidade para todas
preparado, adequado para acolher a todos com
as diferenças não é possível avançar na escala da
suas diferenças e necessidades. De todo modo, a
inclusão de fato.
inclusão depende da qualificação dos profissionais
envolvidos no processo, por exemplo, a presença
Vemos que a situação começa melhorar, mas a questão de um intérprete para alunos com deficiências
agora é pensar, como realizar toda essa ideologia? auditivas, ou ainda a leitura em braile para alunos

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com deficiências visuais, garantindo as adaptações todos e nem mesmo se avança para as questões
necessárias. Contudo é sabido que este investimento práticas da questão, como tecnologias, metodologias
gera custos para a instituição de ensino. e acessibilidade.

2 − Políticas públicas para a


educação inclusiva

“O grande avanço que a década da


educação deveria produzir seria a
construção de uma escola inclusiva que
garanta o atendimento à diversidade
humana” (PNE lei 10.172/2001).

De acordo com Mec/Seesp (2007) no


Figura 15: Criança com deficiência
visual. documento sobre Política Nacional de Educação
Fonte: <http://3.bp.blogspot.
com/>.2012 Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva,
as ações mundiais pela educação inclusiva é de
âmbito político, cultural, social e pedagógica, dirigida
Educação é direito de todos, é preparação em garantir o direito de todos em aprenderem
para o direito à cidadania, é preparar os
jovens de hoje para enfrentar, amanhã, o e participarem juntos no processo de ensino e
mercado de trabalho, e serem cidadãos aprendizado sem qualquer tipo de discriminação,
produtivos. O deficiente não pode pois esse processo se trata de um paradigma
ficar fora desse processo, se quisermos
ter uma sociedade realmente inclusiva
educacional pautado nos direitos humanos, os quais
(STACONI, 2002). defendem igualdade e diferenças como valores
inseparáveis e que se dirige para a igualdade formal.
Diante do exposto, a educação deve se A Política Nacional de Educação Especial
estabelecer, dentro das capacidades, diferenças e na Perspectiva da Educação Inclusiva tem como
limitações de cada aluno, pois sabemos que cada objetivos o acesso, a participação e a aprendizagem
um apresenta seu ritmo próprio, podendo por vezes dos alunos com deficiência, com transtornos globais
ultrapassar sua limitações. Para tanto, é fundamental do desenvolvimento e com altas habilidades/
que a escola esteja disposta a adequar os currículos superdotação nas escolas regulares, orientando
e programas pedagógicos: os sistemas de ensino para promover respostas às
necessidades educacionais especiais, garantindo:
O maior desafio é o de eliminar barreiras
atitudinais (preconceitos, estigmas e
estereótipos) que resultam em discriminação
• transversalidade da educação especial desde a educação
contra pessoas com deficiência, entre outras
infantil até a educação superior;
formas de segregação. À medida que formos
implementando a acessibilidade atitudinal, • atendimento educacional especializado;
as demais barreiras (metodológicas, • continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino;
instrumentais,programáticas, • formação de professores para o atendimento educacional
comunicacionais e arquitetônicas) serão mais especializado e demais profissionais da educação para a
facilmente eliminadas (SASSAKI, 2012). inclusão escolar;
• participação da família e da comunidade;
• acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários
Nesse primeiro momento, fica claro que o que e equipamentos, nos transportes, na comunicação e
precisa ser mudado de imediato são as atitudes da informação; e
sociedade em geral em relação à inclusão, pois com • articulação intersetorial na implementação das políticas públicas
discriminação não se evolui para uma educação para (MEC/SEESP, 2007)

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Educação Especial e Escola Inclusiva

É possível observar que nossas leis estão A seguir é possível visualizar a Meta 4 do
garantindo toda a estrutura e acesso ao ensino projeto de lei na íntegra:
regular para todas as crianças se incluírem. Veremos
a seguir outras leis e projetos que afirmam as
politicas públicas em relação a inclusão das pessoas Meta 4:
com necessidades educacionais especiais. Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento
Em 2004 foi promulgada a Lei 10.845, escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais
que institui no âmbito do Fundo Nacional de do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação na
Desenvolvimento da Educação (FNDE) o Programa rede regular de ensino.
de Complementação ao Atendimento Educacional
Estratégias:
Especializado às Pessoas Portadoras de Deficiência
4.1) Contabilizar, para fins do repasse do Fundo de
(PAED). As escolas podem, em suma, requisitar
Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e
recursos para atender alunos especiais. E de Valorização dos Profissionais da Educação – FUNDEB,
algumas devem prestar serviços de qualidade. as matrículas dos estudantes da educação regular da
Mas são referências, para onde outras escolas rede pública que recebem atendimento educacional
encaminham os “diferentes” (MARANHÃO, especializado complementar, sem prejuízo do cômputo
2005). Já em 2007, o PDE, reafirmado pela Agenda dessas matrículas na
Social, tendo como eixos a 4.2) Implantar salas de recursos multifuncionais e fomentar
a formação continuada de professores para o atendimento
formação de professores para a educação educacional especializado complementar, nas escolas
especial, a implantação de salas de urbanas e rurais.
recursos multifuncionais, a acessibilidade
4.3) Ampliar a oferta do atendimento educacional
arquitetônica dos prédios escolares,
acesso e a permanência das pessoas com especializado complementar aos estudantes matriculados
deficiência na educação superior e o na rede pública de ensino regular.
monitoramento do acesso à escola dos 4.4) Manter e aprofundar programa nacional de acessibilidade
favorecidos pelo Beneficio de Prestação nas escolas públicas para adequação arquitetônica, oferta
Continuada /BPC (MEC/SEESP, 2007). de transporte acessível, disponibilização de material didático
acessível e recursos de tecnologia assistiva, e oferta da
Na atualidade, existe um projeto de lei ainda educação bilíngüe em língua portuguesa e Língua Brasileira
em tramitação o Plano Nacional de educação de Sinais - LIBRAS.
(PNE, 2011) que traz em seu conteúdo a Meta 4.5) Fomentar a educação inclusiva, promovendo a
4 que pretende “Universalizar, para a população articulação entre o ensino regular e o atendimento
de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos educacional especializado complementar ofertado em
estudantes com deficiência, transtornos globais salas de recursos multifuncionais da própria escola ou em
do desenvolvimento e altas habilidades ou instituições especializadas.
superdotação na rede regular de ensino”. Dentre
as estratégias, está garantir repasses duplos do
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Diante das legislações estabelecidas por todo o
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais mundo, podemos pensar em algumas barreiras que
da Educação (FUNDEB) a estudantes incluídos; a educação inclusiva vem sofrendo:
implantar mais salas de recursos multifuncionais;
fomentar a formação de professores de AEE; • atitudes negativas em relação à deficiência;
ampliar a oferta do AEE; manter e aprofundar o • invisibilidade na comunidade das crianças
programa nacional de acessibilidade nas escolas com deficiência que não frequentam a escola;
públicas; promover a articulação entre o ensino • custos;
regular e o AEE; acompanhar e monitorar o acesso • acesso físico;
à escola de quem recebe o benefício de prestação • dimensão das turmas;
continuada (INCLUSÃO JÁ, 2012). • pobreza;
Esta lei sendo aprovada fica então assegurado • dependência (alto nível de dependência de
todos os elos que garantem a educação de qualidade, algumas crianças com deficiência em relação àqueles
dando acesso não só aos estudantes mas também que as cuidam).
aos professores e as escolas.
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No que se refere a essas barreiras, podemos
comunicação têm sua cota de responsabilidade: prova disso
verificar que as atitudes negativas perpassam por é a repercussão da novela da Rede Globo, que abordou o
todos os níveis: familiar, membros da comunidade, universo dos portadores de deficiência visual (48,1% dos
escolas e professores, funcionários e até mesmo casos de deficiência no país) e alerta que, por causa dela, eles
as próprias crianças com deficiências, através do têm seu potencial intelectual ignorado. O mesmo vale para
medo, vergonha, preconceitos, informações erradas portadores de outras deficiências: auditiva (caso de 16,7%
e valores socioeconômicos acerca da vida. dos portadores de deficiências); motora (22,9%); física (4,1%)
e mental (8,3%).
Meios de comunicação obtêm bons resultados, mas muito
Curiosidade mais pode a escola, adequando-se aos portadores de
O Programa Educação Inclusiva direito à diversidade necessidades educacionais especiais, explorando seus
disponibiliza equipamentos, mobiliários e material talentos e combatendo preconceitos. Os avanços, porém,
pedagógico para que sejam implantadas salas de recursos têm sido lentos. Só em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases
para viabilização do atendimento nos municípios-pólo, estabelece (Artigo 58) que a educação especial deve ser
apoiando o processo de inclusão educacional na rede ministrada, preferencialmente, na rede regular de ensino.
pública de ensino. A meta prevista em 2006 foi de realizar Hoje, 30,3% dos 503.570 alunos portadores de deficiências
a formação de gestores e educadores para a educação são atendidos em turmas regulares (15% em 1998). Isso nem
inclusiva em 83,5% dos municípios brasileiros, alcançando sempre é viável: deficiências severas exigem atendimento
cerca de 80.000 educadores. especializado. Mas, muitas vezes, a criança não é acolhida na
escola comum porque sua arquitetura dificulta a locomoção,
ou não dispõe de sala de recursos que auxiliem o aprendizado
Como parte deste processo, a Secretaria de
dos alunos especiais, ou não tem professores preparados. A
Educação Especial vem desenvolvendo desde consequência, comprovam as estatísticas, é o afastamento
2004 o Projeto Educar na Diversidade, que da criança: a taxa de escolarização entre portadores de
visa à formação de professores inclusivistas nos deficiências dos 7 aos 14 anos era 88,6% em 2000 (entre
144 municípios-pólo. O caminho que a educação não portadores, quase 100%); caía para 74,9% no caso de
especial tem traçado no Brasil pode ser notado por deficiências severas e 61% no caso de deficiências físicas
meio dos dados do Censo Escolar/INEP, o qual permanentes; a taxa de alfabetização de pessoas de 15 anos
registra o crescimento da matrícula de alunos com ou mais era 87,1%, mas entre portadoras de deficiências,
necessidades educativas especiais na rede regular de 72%; no grupo com menos instrução, uma entre três pessoas
ensino, passando de 337.326 alunos, no ano de 1998, era portadora de deficiência, mas entre os que concluíram o
para 700.624 em 2006, expressando um crescimento ensino fundamental, a proporção era uma por dez. Segundo
de 107%. É possível observar também o aumento a Seesp/MEC, apenas 1,6% dos alunos especiais do ensino
fundamental atingem o ensino médio.
no que se refere ao ingresso em classes comuns do
Mas, enquanto uma só criança matriculada na rede pública
ensino regular, verifica-se um crescimento de 640%,
sentir sua deficiência como entrave para que goze do direito
passando de 43.923 alunos em 1998 para 325.316
à educação, não podemos falar em sociedade para todos
em 2006. (MEC/SEESP, 2007) (MARANHÃO, 2005, P.1)

Então queridos alunos, será que as leis são suficientes?


Agora já é possível você fazer uma reflexão
O que você pensa sobre elas? Como está a situação da
crítica sobre a educação inclusa no Brasil. Pense
educação inclusiva em sua região?
sobre as barreiras e acessos: o que você tem
presenciado em sua prática profissional ou estágios?
Veremos a seguir um trecho do artigo no qual
Maranhão (2005) relata sua opinião acerca da difícil
lição da inclusão. Retomando a aula

Caso fosse fácil, prescindiríamos das leis que garantem Ao término da nossa quarta aula, deveremos
direitos a deficientes. Leis coíbem abusos, mas não nos recordar das políticas públicas acerca
impedem discriminações veladas, que denunciam nossa da educação inclusiva, assim como de suas
inabilidade em convivermos com a diferença. Os meios de barreiras e facilidades.

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Educação Especial e Escola Inclusiva

1 – Escolarização da pessoa com deficiência


no Brasil Vale a pena acessar
É importante frisar, que de acordo com a lei
7.853/89 da Constituição Federal, todos têm direito • <http://portal.mec.gov.br/seesp/>.
a educação, inclusive as pessoas com necessidades • <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/
especiais e com deficiências. pdf/ensaiospedagogicos.pdf>.
A lei dispõe sobre • <http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/
pdf3/rev_brasileira.pdf>.
o apoio às pessoas portadoras de
deficiência e sua integração social. Define
como crime recusar, suspender, adiar,
cancelar ou extinguir a matrícula de um
estudante por causa de sua deficiência,
em qualquer curso ou nível de ensino,
seja ele público ou privado. A pena para
o infrator pode variar de um a quatro
anos de prisão, mais multa (<http://
inclusaoja.com.br/legislacao/>).

2 – Políticas públicas para a


educação inclusiva
Como pudemos observar ao longo da aula,
houve um grande avanço nas políticas públicas
com a criação do documento “Política Nacional
de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva”, mostrando que, as ações mundiais pela
educação inclusiva são de âmbito politico, cultural,
social e pedagógica, dirigida em garantir o direito
de todos em aprenderem e participarem juntos no
processo de ensino e aprendizado sem qualquer
tipo de discriminação, pois esse processo se trata
de um paradigma educacional pautado nos direitos
humanos, os quais defendem a igualdade e as
diferenças, como valores inseparáveis e que se dirige
para a igualdade formal.
Vale ressaltar que essa política é para atender
pessoas com deficiências, diferente do que a Declaração
de Salamanca propõe, de uma educação inclusiva
para todos, inclusive as pessoas com dificuldades de
aprendizagem, altas habilidades e hiperatividade.

Vale a pena

Vale a pena ler

• <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/
pdf/politica.pdf>.

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