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Notificação Sentença
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pelo reclamante não teria aplicabilidade ao presente caso, e sim a CCT do Sindicato dos Trabalhadores
nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas, Plásticas e Similares de São Paulo, Embu-Guaçu, Caieiras e
Taboão da Serra. É que, por força do princípio da territorialidade (CLT , art. 611), as Convenções
Coletivas de Trabalho são aplicáveis aos contratos de trabalho celebrados no âmbito geográfico de
representatividade dos entes pactuantes. Nesse sentido, não pode a reclamada invocar a aplicação de
norma coletiva firmada por entes sindicais com bases territoriais vinculadas a unidade federativa
distinta daquela em que laborou o empregado, sob pena de ofensa ao próprio postulado da unicidade
sindical (CF , art. 8º , II). As normas coletivas, em face do princípio da territorialidade, devem ser
aplicadas aos contratos de trabalho executados no âmbito territorial de abrangência dos sindicatos que
dela participam. Logo, as normas coletivas de outro Estado não possuem validade nacional, limitando-
se somente ao seu referido âmbito territorial. Destarte, não tem aplicação ao presente caso a CCT
juntada pela reclamada (ID. c0566cb) porque firmada na região de São Paulo, e o obreiro prestou seus
serviços em São Luís. Igualmente descabida é a alegação da defesa de que não teria participado da
Convenção Coletiva de São Luís, quando a documentação juntada pela própria empresa comprova que
a reclamada recolhia contribuições para o Sindicato do Comércio em São Luís (ID. 2db00ed). Dessa
forma, aplica-se à presente hipótese a CCT juntada aos autos pela parte autora, a qual prevê, em sua
cláusula 7ª, que (ID. a734b73- Pág. 2): "O pagamento das parcelas constantes do instrumento de
rescisão ou recibo de quitação e respectiva homologação, quando for o caso, deverá ser efetuado até o
10º (décimo) dia, contado da data da notificação da demissão, quando da ausência do aviso prévio,
indenização do mesmo ou dispensa de seu cumprimento, sob pena do pagamento de multa de 5%
(cinco por cento) por dia de atraso, sobre o total da quitação, sem prejuízo da multa de que trata o § 8º,
do art. 477, da CLT, limitada a cominação ao valor da obrigação principal, salvo se o empregado
comunicado através de carta com aviso de recepção não comparecer para o recebimento" (grifo
acrescido). Aqui, vale ressaltar que a cláusula em questão prevê a penalidade não só para o caso de
atraso no pagamento das verbas rescisórias, mas também para o atraso na respectiva homologação,
como é o caso dos autos, em que, embora o pagamento das verbas tenha sido feito tempestivamente
(ID. c7dcdc5- Pág. 1), em 20.04.2017, ou seja, oito dias depois da data de afastamento, a homologação
da rescisão fora feita somente em 25.05.2017, portanto fora do prazo previsto na CCT. Registro que a
parte autora não pleiteia o pagamento da multa do art. 477, §8º da CLT, mas tão somente da penalidade
prevista na Convenção Coletiva, devida em razão do atraso na homologação da rescisão, o que, no
caso, restou incontroverso. Condeno, pois, a reclamada, a pagar ao reclamante a multa prevista na
cláusula 7ª da CCT 2016/2017 (ID. a734b73- Pág. 2). Reputo indevida, porém, a multa prevista na
cláusula 31ª da CCT em comento, uma vez que, pela literalidade da cláusula, a multa ali prevista é não
cumulativa, o que significa dizer que não pode ser somada a outras penalidades previstas no mesmo
instrumento normativo. Vale dizer, a multa só poderia ser aplicada caso inexistente penalidade
específica para a infração em questão, o que não é o caso. Indevido também o pleito de reembolso com
despesas de advogado, a título de dano material, diante do disposto no art. 791, da CLT, que prevê a
existência do jus postulandi na Justiça do Trabalho, tornando facultativa a contratação de advogado no
âmbito desta Especializada, razão pela qual as despesas com advogado (honorários convencionais)
deverão correr por conta do contratante. DA JUSTIÇA GRATUITA Quando do ajuizamento da
presente reclamação trabalhista já se encontrava em vigor o atual Código de Processo Civil (Lei
13.105/2015), que revogou vários artigos da Lei 1.060/1950, dentre os quais o art. 4º, que previa a
necessidade de "mera declaração" emitida pela parte interessada. A teor do disposto no art. 105 do
CPC vigente, quando a declaração de hipossuficiência é prestada na petição inicial, ela só terá validade
se a procuração outorgar ao advogado poderes especiais para tanto, devendo constar no instrumento de
mandato cláusula específica nesse sentido, o que não se verifica nos presentes autos. O C. TST,
entretanto, ao proceder à adequação da sua jurisprudência às alterações promovidas pelo atual CPC,
modulou os efeitos de tais alterações, fixando, por meio da Súmula 463, um marco inicial para a
exigência do preceito positivado no CPC/2015. Diz o referido verbete que "A partir de 26.06.2017,
para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração de
hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que munido de procuração
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com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC de 2015)". Destaco que a presente ação foi
ajuizada em 14.04.2018, portanto depois de 26.06.2017, data que o C. TST fixou como marco inicial
para a exigência do preceito positivado no CPC/2015 (Súmula 463, TST), de modo que, no caso, não
há como deixar de aplicar o disposto no art. 105 do NCPC à hipótese desses autos. Assim, não
havendo no instrumento do mandato (ID. 220c7d7) cláusula específica autorizando o advogado do
reclamante a assinar declaração de hipossuficiência econômica em seu nome, e ainda considerando
que não consta dos autos declaração de pobreza assinada de próprio punho pelo trabalhador DENEGO
o pleito de concessão dos benefícios da justiça gratuita. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA
Observo que a presente ação foi ajuizada em 14.04.2018, portanto depois da reforma trabalhista, que
entrou em vigor em 11.11.2017 e introduziu as alterações relativas ao princípio da sucumbência, de
modo que se aplicam ao presente caso as novas regras (Instrução Normativa nº 41/2018, TST, art. 6º).
Reza o art. 791- A, da CLT, com redação dada pela lei nº 13.467/2017, que "Ao advogado, ainda que
atue em causa própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco
por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença,
do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa."
Os critérios para fixação dos honorários estão estabelecidos no §2º do mencionado art. 791- A. São
eles: o grau de zelo do profissional, o lugar da prestação do serviço, a natureza e a importância da
causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço. Levando em conta
esses critérios, fixo em 10% o percentual dos honorários sucumbenciais no presente feito. Assim,
condeno a reclamada a pagar ao autor honorários sucumbenciais de 10% sobre o valor que resultar da
liquidação da sentença. DISPOSITIVO Diante do exposto decide o Juízo da 4ª Vara do Trabalho de
São Luís/MA, julgar PARCIALMENTE PRODECENTES os pedidos objeto da reclamação trabalhista
proposta por LUIS ANDRÉ NASCIMENTO DE CARVALHO, em desfavor de SHERWIN
WILLIANMS DO BR. IN. COM. LTDA para condenar a reclamada a pagar ao reclamante a multa
prevista na cláusula 7ª da CCT 2016/2017, bem como honorários sucumbenciais de 10% sobre o valor
que resultar da liquidação da sentença. Demais pedidos improcedentes. Custas pela reclamada no valor
de R$ 500,00, calculadas sobre o valor ora arbitrado à condenação de R$ 25.000,00. Notifiquem-se as
partes. Registre-se. São Luís, 27 de julho de 2018 MARIA DA CONCEIÇÃO MEIRELLES
MENDES Juíza do Trabalho titular da 4ª Vara de São Luís/MA Assinatura SAO LUIS, 27 de Julho de
2018 MARIA DA CONCEICAO MEIRELLES MENDES Juiz do Trabalho Titular
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