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Resumo
Com o uso das redes sociais digitais como estratégia de marketing para criar
relacionamento com o público, as Instituições de Ensino Superior, aderiram a esta
plataforma visando gerar uma vantagem competitiva no mercado. Neste trabalho, são
analisadas o objetivo geral de identificar como se dá esse uso, através de analise da
utilização do Facebook como ferramenta estratégica de marketing, visando ao
desenvolvimento de um relacionamento com o consumidor/aluno, na perspectiva dos
gestores da Fanpage da Instituição de Ensino Superior Faculdade 7 de Setembro, Quinto
Andar. Os resultados apontaram que o objeto reconhece a importância do uso dos sites de
redes sociais no desenvolvimento de relações entre a instituição e seu público. Contudo, o
objeto não possui estratégia bem definida de relacionamento para com seu público.
Introdução
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Trabalho apresentado XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação Rio de Janeiro, RJ realizado em 4 a 7 de
setembro de 2015
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Graduada em Comunicação Social com Habilitação em Publicidade e Propaganda pela Faculdade 7 de Setembro, email:
larissa.anastacia@hotmail.com
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Orientador do Trabalho. Professor do Curso de Comunicação Social, e-mail: davidecastrorocha@gmail.com
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Referencial
1. Marketing de Relacionamento
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2. A Chegada da Internet
Com seu aparecimento, a Internet trouxe para o mundo dos negócios uma grande
novidade: o acesso instantâneo às informações sobre produtos e serviços (TORRES, 2009).
Para Gordon (1998), a Internet oferece para as instituições a oportunidade de
envolverem-se interativamente com o cliente, por meio do uso de processos que são
padronizados, mas que dão aos clientes a oportunidade de resumir o valor que eles buscam
em um produto customizado. Além disso, a Internet interfere na construção da imagem da
marca de uma empresa (BRETZKE, 2000). Os consumidores estão começando a usar
intensamente a Internet para obter informações. Atribuindo à Internet o uso dos sites de
redes sociais, tem-se a oportunidade de conhecer profundamente o cliente e assim se
relacionar com o ele. (TORRES, 2009).
3. Redes Sociais
Segundo Gabriel (2010), “[...] é importante ressaltar que redes sociais têm a ver com
pessoas, relacionamentos entre pessoas, e não com tecnologias e computadores”
(GABRIEL, 2010).
Entende-se que, um site de redes sociais online é apenas a tecnologia que facilita e
favorece a interação das pessoas, além da criação e compartilhamento de conteúdos. Assim,
o Facebook, por exemplo, é uma plataforma tecnológica que favorece a atuação das pessoas
em suas redes sociais, alavancando, por via de consequência, o volume de mídias sociais
criadas. Por isso que de forma ampla, faz sentido que eventualmente esses sites sejam
chamados de mídias sociais, pois muitos dos conteúdos gerados por seus usuários ficam
armazenados neles (GABRIEL, 2010).
4. Marketing Digital
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visibilidade é devida a dois fatores principais que são as redes sociais e o conteúdo
colaborativo. O consumidor é quem decide (TORRES, 2009).
Um dos efeitos mais importantes das tecnologias digitais no marketing para Gabriel
(2010), é a sua colaboração para a inversão do vetor de marketing, pois enquanto no
marketing tradicional as ações de promoção e relacionamento acontecem no sentido da
empresa para o consumidor, atualmente é consumidor que busca a empresa, onde a
digitalização é o que sustenta essa inversão.
As mudanças que o setor de Ensino Superior vem passando desde os anos de 1990,
até o começo do século XXI, são significativas no que tange ao mercado brasileiro. Entre
essas mudanças que marcaram a evolução do setor, destaca-se o crescimento significativo
de alunos matriculados, que aumentou de 1,76 milhão, em 1995, para 4,88 milhões, em
2007, ou seja, um crescimento de 177%. Esse crescimento se deu especialmente na rede
privada, passando de 60,2% para 74,6%, seguindo esse ritmo, o número de instituições
privadas também cresceu cerca de 197,1% entre 1995 e 2007 (BNDES, 2009).
O surgimento de novas IES e o incremento de vagas ofertadas resultam em um
problema que é enfrentado por muitas instituições do país, o aumento do número de vagas
ociosas, onde o aumento do número de vagas ofertadas pelas instituições não foi
proporcional ao crescimento no número de ingressos. No total, concorreram para as vagas
do ensino superior 5.534.689 candidatos em 2008, com ingressos de 1.505.819 de novos
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alunos, com destaque para as IES privadas, que foram responsáveis por 79,6% desses
ingressos (INEP, 2009).
Outra problemática a ser considerada é a evasão dos alunos. Segundo dados do
INEP (2009), nas instituições privadas, apresentaram o menor percentual de conclusão nos
cursos de graduação presencial em 2008, com 53,3% de concluintes. A evasão, portanto,
ganhou características de aspecto fundamental no direcionamento estratégico das IES.
Kotler e Fox (1994) são enfáticos quando vislumbram a importância de investir em
estratégias para a retenção dos alunos-clientes quando discorrem “reter alunos é tão
importante quanto atrair e matriculá-los” (KOTLER; FOX, 1994).
Nesse cenário, segundo Colombo (2005), as instituições, que até então atribuíam ao
marketing à noção do senso comum, onde este era caracterizado como venda e propaganda,
o que poderia passar a impressão de que o ensino era um comércio, característica que as
IES não queriam atribuir para si, viram-se obrigadas a trabalhar em estratégias para evitar a
diminuição no número de seus alunos.
Para Kotler e Fox (1994), as instituições de ensino superior devem se utilizar do
marketing para divulgação de seus serviços, mas sem deixar de pensar a necessidade e
preferências de seus alunos e, ao mesmo tempo, não podem deixar de preservar sua
reputação acadêmica e seus compromissos institucionais.
Metodologia
A pesquisa realizada neste trabalho pode ser classificada como exploratória, quanto
aos seus objetivos propostos; qualitativa, quanto à forma de abordagem do problema, como
também da aplicação e análise dos dados colhidos; bibliográficas e estudo de caso, levando
em consideração os procedimentos e técnicas adotados, contando ainda com entrevista
semiestruturada. A análise do objeto do estudo em questão foi realizada entre setembro e
novembro de 2014.
A coleta de dados deu-se por meio de aplicação de entrevista qualitativa
semiestruturada, onde as questões tiveram origem em um roteiro de questões-guia, cujo
conteúdo origina-se do referencial teórico deste trabalho, com destaque para as teorias dos
seis mercados de Martin in McDonald (2001), realizada com os dois idealizadores do
projeto Quinto Andar, o professor Miguel Macedo e o professor Tarcísio Bezerra. Os dados
obtidos, através do instrumento de coleta, foram ouvidos e transcritos de forma literal para
um arquivo (Microsoft Word, 2011). O total de perguntas realizadas ao final da entrevista
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ociosas, pois o número de vagas ofertadas não foi proporcional ao de ingressos. Isso posto,
as IES precisam atrair esses prospects (prováveis clientes) e retê-los quando clientes.
Os entrevistados também foram questionados quanto a importância de ações
direcionadas para o objetivo oportuno de possibilitar ao Quinto Andar ser um canal de
ligação com os prováveis clientes e de relacionamento com os atuais clientes. Baseado nas
afirmações dos mesmos, constatou-se a ausência do acompanhamento e estratégias,
aspirando um retorno ainda maior nos resultados da Fanpage e consequentemente, para a
instituição.
Segundo a teoria dos Mercados, toda fonte de referência que instigue de forma
positiva clientes em potencial, faz parte do mercado de recomendações, tornando-se assim,
por consequência, importante ser trabalhada. A experiência positiva vivida pelo grupo de
recomendação é usada para dar credibilidade à instituição, e essa talvez seja uma das mais
convincentes formas de conquistar novos clientes (MARTIN in MCDONALD, 2001).
Porém, constata-se a ausência do acompanhamento e estratégias, aspirando um retorno
ainda maior nos resultados da Fanpage e consequentemente, para a instituição
No decorrer da entrevista, foram interpelados acerca de quais as atividades o Quinto
Andar desenvolve visando à aproximação e à melhoria do relacionamento com os alunos.
Pode-se observar que os gestores do Quinto Andar acreditam na participação do aluno, no
papel de produtor, sendo a principal forma de criar o relacionamento com o cliente, visto
que é ele o público da instituição. Então, abrindo esse canal, com a participação ativa dos
alunos, os mesmos adquirem uma ligação com a instituição, gerando assim a fidelização.
Mas, ao mesmo tempo, os participantes do Quinto Andar não tomam nota dos resultados
que essa prática resulta.
O Marketing Educacional não se finda em ações de captação de novos alunos, ao
contrário, é a partir disso que se deve intensificar a percepção do aluno com a instituição,
concentrando-se na satisfação das necessidades de seu público, viabilizando a uma
experiência positiva. Dessa forma, a fidelização surge como resultado de uma estratégia de
marketing de relacionamento bem sucedida, o que reflete na taxa de retenção de alunos
(COLOMBO, 2005; ALMEIDA, 2010; KOTLER; KELLE, 1994; KOTLER, 2003).
Quando perguntados a respeito da utilização do Facebook como ferramenta de
comunicação e relacionamento, se existe o objetivo de identificar o grau de satisfação do
público com a Instituição, ou com o curso de Comunicação Social, foi possível perceber a
existência do grau de satisfação do cliente que está presente no Quinto Andar, afinal é uma
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rede social, e a troca de informações e opiniões é algo inerente à ferramenta, assim como
trazida por Recuero (2009), quando afirma que as redes sociais são fenômenos que existem
desde que o ser humano precisava se comunicar para sobreviver, e necessitava formar laços
e grupos sociais para enfrentar as dificuldades do mundo. O que muda após a chegada da
Internet e os sites de redes sociais, são os meios, ferramentas, tecnologias e linguagem,
espaços de interação utilizados para que a comunicação seja realizada, expressando a
personalidade e individualidade do usuário.. Contudo, constatou-se novamente, neste
aspecto, a falta do planejamento, impossibilitando a verificação dos resultados que o Quinto
Andar gera para si e para a instituição.
O marketing de relacionamento é definido por Gordon (1998), como um processo
contínuo de identificação e criação de novos valores com clientes. Vislumbrando esse
aspecto importante, foi perguntado aos gestores se eles identificavam o Quinto Andar como
um canal de comunicação que entrega valor para seu público, as respostas se deram da
seguinte forma: “Se o mercado for aquele do cliente, que é o estudante, eu creio que sim.
[...]”,“Em partes. Porque por um motivo que já comentei, ele é feito pelos alunos e pelo
professor Miguel, [...] está contaminado pelas especificidades da instituição então
indiretamente isso acontece [...]”. A criação dos novos relacionamentos com clientes, e o
compartilhamento de seus benefícios, é refletida durante toda uma vida de parceria entre a
instituição e o cliente. O marketing de relacionamento é a oportunidade de criar esses
valores para a instituição e seus Mercados. No MR procura-se construir uma cadeia de
relacionamento dentro da organização para criar o valor desejado pelos clientes (GORDON,
1998).
Uma das perguntas que compôs a entrevista foi a questão do nível concedido pelo
Quinto Andar em se tratando da importância dada para o desenvolvimento de
relacionamentos com os alunos, dentro da proposta do projeto. Contemplou-se nas respostas
que o Quinto Andar nasceu sem a pretensão de ser um canal de relacionamento com o
cliente, pelo menos no que se refere a um objetivo estratégico. Como informado por uns dos
gestores, o relacionamento faz parte do Quinto Andar de uma forma natural, por se tratar de
uma rede social, mas sem um planejamento e participação ativa nesse aspecto.
A utilização dos sites de redes sociais, segundo Torres (2009) e Bretzke (2000), tem
alterado significativamente o processo de comunicação, tendo a oportunidade de conhecer
profundamente o cliente e relacionar-se com ele e valer-se de uma das grandes forças dessa
plataforma, a persistência do conteúdo.
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Considerações finais
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Referências
ALMEIDA, Paulo Henrique de. A expansão recente do ensino superior privado do Brasil e
na Bahia. Bahia Análise & Dados, v.12, n. 3, p. 143 – 157, 2002.
GABRIEL, Martha. Marketing na era Digital. 1. Ed. São Paulo: Editora Novatec, 2010.
RECUERO, Raquel. Redes sociais na Internet. 1. Ed. 1 vol. Porto Alegre: Editora
Meridional, 2009. Disponível em:
<http://www.ichca.ufal.br/graduacao/biblioteconomia/v1/wp-
content/uploads/redessociaisnainternetrecuero.pdf > Acessado em: Abril de 2014.
TORRES, Claúdio. A Bíblia do Marketing Digital. 1. Ed. São Paulo: Editora Novatec,
2009.
_______; FOX, K.F.A. Marketing estratégico para instituições educacionais. São Paulo:
Atlas, 1994.
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