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Arquitetura Sust
Arquitetura Sust
Arquitetura Sust
Entre os aspectos da sustentabilidade na arquitetura está a escolha dos materiais, que deve
observar seu ciclo de vida, suas qualidades ecológicas, seu desempenho, sua salubridade e
segurança, a racionalização de seu uso etc. É com esta pertinência e com o objetivo de
aprofundar o debate sobre esse tema de tanta implicação no complexo urbano
contemporâneo, que a Solvay Indupa fabricante do PVC realizou a Iniciativa Solvin 2005
Arquitetura Sustentável dirigido a estudantes de arquitetura dos Estados de São Paulo, Rio
de Janeiro e Paraná, com o apoio do IAB – Instituto dos Arquitetos do Brasil, de cada
região. O júri selecionou os 18 projetos que agora estão reunidos em uma publicação que
será lançada dia 8 de dezembro, na Fundação Bienal de São Paulo, ao lado da cerimônia de
premiação e da exposição dos trabalhos. Com 160 páginas, textos de Abílio Guerra,
Ladislao Szabo e Filomena Russo, editado pela Romano Guerra e projeto gráfico da
Estação, a publicação será distribuída gratuitamente no dia do lançamento e,
posteriormente, para universidades e instituições.
A iniciativa inclui também a palestra Projeto Bioclimático & Estudo de Caso na FAUUSP
da arquiteta brasileira Filomena Russo, hoje associada ao escritório de Norman Foster –
Foster & Partners, no qual foi a responsável pelo design e pela construção da cobertura de
vidro que integra o processo de renovação do Museu Britânico, em Londres. A arquiteta
apresentará ao público a sua pesquisa, na qual buscou compreender a influência do meio
ambiente no partido arquitetônico de projetos modernos no Brasil, baseando-se no estudo
de edifícios construídos em várias regiões brasileiras que incluíam elementos climáticos em
seu design, e vai tratar, particularmente, do caso da FAU-USP. A apresentação incluiu
propostas para melhorar o conforto térmico e os níveis de iluminação natural do projeto de
Vilanova Artigas, baseadas em medições locais e simulações de computador.
Abílio Guerra, arquiteto e professor que assina um dos textos do livro, A sustentabilidade
cultural em Lucio Costa, afirma que os nossos arquitetos já se embatiam com o problema
de adaptar os preceitos modernos ao nosso meio social e à nossa paisagem. Nesse ensaio,
Guerra investiga com profundidade dois projetos do arquiteto carioca - Vila Monlevade e
Parque Guinle. Segundo ele, o urbanismo sustentável de Lucio Costa, que contempla as
questões ambientais, culturais e sociais, não virou regra no país, mas não deixa de citar dois
projetos que seguiram estes preceitos: as vilas da Indústria e Comércio de Minérios –
Icomi, a 200km de Macapá, por Oswaldo Bratke (década de 50) e o conjunto residencial
para operários da CBMM, na cidade de Araxá, pelo escritório Rino Levi Arquitetos
Associados (final dos 70).
Outros exemplos do Movimento Moderno na arquitetura brasileira são ainda destacados por
Szabo, como o Palácio Capanema, antigo Ministério da Educação e Saúde, projetado por
Afonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Ernani Vasconcelos, Jorge Moreira e Oscar
Niemeyer, sob a coordenação de Lúcio Costa e com consultoria de Le Corbusier; e ainda o
edifício-sede do jornal O Estado de S. Paulo (1946), de Jacques Pilon e Franz Heep; o
edifício Itália (1956), de Franz Heep; o edifício Abaetê (1960), de Abrahão Sanovicz; o
edifício do Banco Sul Americano do Brasil (1962), de Rino Levi.