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Assim, para boa parte dos estruturalistas não existe a motivação para a
criação de determinado item lexical, trata-se de algo arbitrário. De acordo com
Martelotta (2015), quando se analisa a palavra de forma isolada não se
percebe, realmente, a relação entre significante e significado. Isso muda
quando altera-se o foco da pesquisa para o uso da língua em si, “observa-se a
existência de mecanismos recorrentes, que refletem um processo mais
funcional de criar rótulos novos para novos referentes.” (MARTELOTTA et al,
2015, p. 16). Acontece que para criar novos rótulos o falante se utiliza de
palavras já existentes: “o falante não inventa arbitrariamente sequências novas
de sons, mas tende fortemente a utilizar material já existente na língua,
estendendo o sentido das palavras”. (Ibid., p. 16) Isso pode acontecer de
diversas formas, por exemplo: alocar palavras que carregam um certo valor
semântico para nomear outras coisas que não tem um nome específico ou não
se sabe o nome específico como “céu da boca”, “perna do óculos”, Ullman
(apud MARTELOTTA, 2015) chama isso de motivação semântica. O falante
simplesmente utiliza palavras de seu conhecimento para dar nomes a coisas
que não conhece, por exemplo, em céu da boca, o falante desconhece o termo
palato, então utiliza palavras de seu vocabulário para completar a lacuna da
falta de palavra, e para isso se utiliza de palavras que conhece, no caso céu.
Ullman (apud MARTELOTTA, 2015) também destaca mais dois
mecanismos chamados de motivação morfológica e motivação fonética, tendo
como exemplos respectivamente palavras criadas por derivação e composição
(leiteiro, cachaceiro, aguardente, girassol, etc.) e as chamadas onomatopeias
(bang, pow, cocorocó) nas quais as palavras imitam as coisas designadas.