Um dos modelos teóricos da Sociologia, que permite estudar a relação indivíduo-
sociedade é o interacionismo. Essa corrente sugere que, para compreender as ações, é preciso se concentrar nos aspectos subjetivos da vida social. Sendo a vivência social somente possível à medida que os sujeitos conferem significados às coisas e, tratando de sujeitos diversos, é de se esperar que estes significados, também sejam diversos. Tomando como aspecto central a noção de interação e, sendo esta a base da nossa vida em sociedade, podemos analisar as interações que os indivíduo tem com os fenômenos físicos e sociais em diferentes espaços. Algo passível de ser analisado é a percepção dos indivíduos a cerca da morte. Essa percepção é cultura e espacialmente construída e está relacionada às subjetividades de cada indivíduo e muito fortemente as crenças religiosas manifestadas ou não por eles. É de se esperar, por exemplo, que um indivíduo cristão tenha uma reação de “conforto” ou compensação visto que para ele a vida terrena nada significa diante da promessa de uma vida eterna. Segundo o espiritismo a morte é apenas o início de uma outra etapa evolutiva, já que na hora da morte ocorre apenas a mudança do lado material para o lado espiritual. Por uma perspectiva lógica, o indivíduo ateu apresentará uma outra relação com o cessar vida, visto que a vida seria única e experimentada somente no plano terreno. Como são diversas as percepções a cerca da morte, é evidente que diverso também é a relação com o luto e o modo de se viver. As relações com os fenômenos tornam-se relações com a própria subjetividade ou intermediadas por esta. Assim, é observável que a interação com vivências diferentes das nossas, causa um estranhamento que, caso seja exacerbado, pode se tornar preconceito por parte daquele que interage. Por fim, o interacionismo defende que só é possível estudar os indivíduos e a relação que estes estabelecem com os fenômenos pela subjetividade de cada um. Por exemplo, para que se possa entender a relação de um cristão, espírita ou ateu com a morte, e de certa forma com o modo de se viver, é preciso analisar o significado desse fenômeno para cada um deles. Referências: BRYM, R. J. et al. Sociologia: sua bússola para m novo mundo. São Paulo – Cengage Learning, 2006.