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Resumo: O presente artigo trata da prova na esfera trabalhista, analisando os meios de produzi-la e sua
natureza jurídica, tomando como parâmetro as reflexões feitas sobre o assunto e a aplicação exclusiva das
normas e princípios orientadores da prova. A prova consiste em meios definidos pela lei ou admitidos no
sistema jurídico por serem interpretados como lícitos e moralmente legítimos, que convencem o magistrado da
ocorrência de determinados fatos que envolvem a relação jurídica e justificam a pretensão das partes. Tema
relevante na solução das lides, não só em âmbito trabalhista como também nos demais ramos do direito.
Palavras-chave: Prova. Processo trabalhista. Princípios. Finalidade. Meios de prova. Convencimento do Juiz.
Abstract: The present article deals with the proof in the labor sphere, analyzing the ways of producing it and its
legal nature, taking as parameter the reflections made on the subject and the exclusive application of the rules
and orienting principles of the proof. The proof consists of means that are defined by the law or admitted in the
legal system for being interpreted as lawful and morally legitimate. It convinces the magistrate about the
occurrence of determined facts that involve the legal relationship and justify the pretension of the parts. It is an
important subject in the solution of the cases, not only in labor scope but also in the other branches of the law.
Keywords: Proof. Principles. Purpose. Means of Proof. Judge’s conviction. Working legal proceedings.
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Mestrando em Empreendimentos Econômicos, Desenvolvimento e Mudança Social pela Universidade de
Marília UNIMAR. Graduação em Direito (2003), Graduação em Ciências Contábeis (2009), Pós-Graduação Lato
Sensu em Direito Material e Processual Civil (2007) e em Direito Material e Processual do Trabalho (2011) pelo
Centro Universitário de Rio Preto - UNIRP. Encarregado de expediente do Centro Universitário de Rio Preto -
UNIRP. Sócio-proprietário do escritório HILKNER ADVOGADOS, com prática profissional em contencioso,
arbitragem e mediação, com ênfase em Direito Civil e Empresarial, Direito do Consumidor, Direito Tributário,
Direito Civil (família, sucessões e contratos) e Direito do Trabalho.
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Bacharel em Direito (2008), Especialista em Direito Material e Processual do Trabalho (2010) pelo Centro
Universitário de Rio Preto - UNIRP e Mestranda em Empreendimentos Econômicos, Desenvolvimento e
Mudança Social pela Universidade de Marília - UNIMAR (2015). Graduanda do Curso de Pedagogia (7º
período) pelo Centro Universitário de Rio Preto - UNIRP. Atua como Editora Responsável e Avaliadora
parecerista na Revista Eletrônica Jurídica UNIVERSITAS, como pesquisadora e colaboradora no Núcleo de
Iniciação Científica (NICDir) e como docente no Curso de Direito do Centro Universitário de Rio Preto - UNIRP.
Advogada militante (consultivo e contencioso) sócio-proprietária do escritório HILKNER Advogados.
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Introdução
Lembrando que, no processo, os fatos que estão à margem do litígio ou aqueles que
foram narrados intempestivamente não poderão servir de prova. Enfim, prova “é a
demonstração segundo as normas legais específicas da verdade dos fatos relevantes e
controvertidos no processo.” (TEIXEIRA FILHO, 1997, p. 35).
[...] tanto tem natureza processual, de ser apresentada no processo, como é forma
de demonstrar os negócios jurídicos praticados pelas partes. Sua natureza é mista,
pois a prova pode ser feita extrajudicialmente [...]. Somente os fatos deverão ser
provados em juízo, pois o direito é de conhecimento do magistrado. A prova deverá
constar dos autos, pois o que deles não constar o juiz não terá obrigação de saber
[...]. Entretanto, aparte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou
consuetudinário (costumeiro) deverá fazer prova de seu teor e vigência (art. 337 do
CPC).
O mesmo se dá em relação às normas coletivas e regulamento interno do
empregador. Quanto aos tratados e convenções internacionais ratificados pelo
Brasil, têm força de lei federal, sendo, porém, recomendável que as partes os
juntem ao processo, até mesmo porque muitas vezes não se sabe se aquele tratado
foi ou não ratificado ou se está em vigor.
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Prova pré-constituída é aquela elaborada antes do processo; que será utilizada como prova em sede
processual futuramente. Nela constará o fato em um documento (autêntico) elaborado conforme as
formalidades exigidas pela lei. (ALMEIDA, 1997, p. 115).
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3 Princípios
a) Necessidade da prova: não basta fazer alegações em juízo. É preciso que a parte
faça a prova de suas afirmações. Aquilo que não consta no processo não existe no
mundo jurídico;
b) Unidade da prova: a prova deve ser apreciada em seu conjunto, em sua unidade,
e não isolada;
c) Lealdade da prova: as provas devem ser feitas com lealdade. Artigo 5ºda CF
determina que “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
ilícitos”. A lealdade da prova decorre do inciso II do art. 14 do CPC;
d) Contraditório: apresentada uma prova em juízo, a parte contrária tem o direito
de sobre ela se manifestar, impugnando-a;
e) Igualdade da oportunidade de prova: todos têm os mesmos direitos de
apresentar a prova nos momentos adequados;
f) Oportunidade da prova: a prova dever ser produzida nos momentos próprios para
esse fim. Cabendo em situações, excepcionais, em situação de perigo a
antecipação;
g) Comunhão da prova: diz respeito a ambas as partes;
h) Legalidade: o contraditório e a ampla defesa serão assegurados de acordo com as
provas que estiverem previstas na lei (art. 5º, II, CF);
i) Imediação: o juiz é quem tem a direção do processo e principalmente das provas
a serem produzidas pelas partes;
j) Obrigatoriedade da prova: a prova é de interesse não só das partes, mas também
do Estado, que pretende o esclarecimento da verdade;
k) Aptidão da prova: trata-se do princípio de que a parte com melhores condições
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de fazer a prova terá esse ônus, pois tem mais fácil acesso a ela ou porque é
inacessível à parte contrária;
l) Disponibilidade da prova: a prova deve ser apresentada nos momentos próprios
previstos em lei ou para a instrução do processo.
4 Finalidade da prova
“possíveis” testemunhas.
A aplicação do princípio da proteção viabiliza-se pela aplicação de seus
desdobramentos, ou seja, da aplicação da regra mais favorável, do respeito à condição mais
benéfica e do in dubio pro operario, sendo este último diretamente relacionado com a
questão da prova, pois frente às dúvidas prevalecerá o empregado.
A teoria da inversão do ônus da prova vem ocupando lugar na defesa do
hipossuficiente – aqui, diga-se o empregado, polo vulnerável – equilibrando a relação
processual, pelas razões fundantes já mencionadas.
É o que determina o princípio de aptidão para a prova, deve provar aquele que está
apto a fazê-lo; no campo trabalhista, isto significa inverter o ônus da prova, quase sempre,
em favor do empregado. Neste sentido, toda vez que a lei, por uma razão determinada, exigir
pré-constituição de uma prova e o empregador não cumprir tal exigência, o ônus probandi se
inverterá.
Assim, o princípio da aptidão para a prova
[...] deve ser eleito como o principal elemento supletivo do processo do trabalho,
em cujo âmbito permanecerá em estado de latência, vindo a aflorar sempre que
convocado para dirimir eventuais dificuldades em matéria de ônus da prova,
prescrevendo-se, em definitivo, a presença incômoda do art. 333 do CPC, que nada
mais representa – em última análise – do que uma abstração da realidade prática
do processo do trabalho [...]. (TEIXEIRA FILHO, 1997, p. 118).
aplicação colidir com os princípios que informam o direito material do trabalho; conforme já
pacificado pelo TST, na edição de suas Súmulas (nº 6, VIII; nº 16; nº212; nº 254 e nº 338, I,
III).
Compete-nos um alerta quanto às inovações do novo Código de Processo Civil (Lei n.
13.105/2015), que entrará em vigor no dia 17 de março de 2016. No texto atual, o ônus da
prova é previsto no art. 373, cuja redação é a mesma. A inovação está no §1º:
Pois bem, diante da necessidade justificada o juiz poderá distribuir o ônus da prova
entre as partes litigantes, conforme seja aferida a facilidade e dificuldade de cada qual na
produção probatória. Entretanto, o §2º veda a distribuição que gere “situação em que a
desincumbência do encargo pela parte seja impossível ou excessivamente difícil.”
Frente a isso, imperioso é que as partes guardem documentos e demais espécies de
provas para instruírem os processos em que figurarem, pois poderá ocorrer a redistribuição
do ônus.
7 Espécies de prova
Nossa Carta Republicana de 1988, em seu artigo 5º, inciso LVI, admite no processo
somente as provas obtidas por meios lícitos; tal regra não é absoluta, pois diante de
circunstâncias excepcionais deverá ceder lugar à efetivação da Justiça em prol do próprio
sistema jurídico. O magistrado deverá proceder à luz dos princípios da proporcionalidade e
razoabilidade, vislumbrando o bem maior a ser tutelado nestes casos, acautelando-se para
não incutir em admissões errôneas e prejudiciais, bem como em atos arbitrários. Desta
forma, deverá ele (juiz) declinar os motivos relevantes, ensejadores da aceitação da prova
tida, a priori, como “proibida”.
Amauri Mascaro Nascimento (2002, p. 437) confere duplo significado ao conceituar
meio de prova, utilizando tanto para designar a atividade do Juiz ou das partes para a
produção das provas, bem como os instrumentos prestados ao magistrado no processo para
formar o seu convencimento.
Humberto Theodoro Júnior (2005, p. 464) considera como meios de prova as
presunções e os indícios e a prova emprestada. Contudo o entendimento majoritário não os
considera meios de prova, mas sim um instrumento do raciocínio do julgador. No campo da
prova emprestada, em observância aos princípios da economia e da celeridade processual,
não deverão ser requeridas com frequência, salvo se imprescindíveis às partes.
A Consolidação das Leis do Trabalho não enumera, taxativamente, os meios de prova
admissíveis no processo do trabalho, mas faz menção aos seguintes:
interrogatório das partes (art. 848);
confissão (art.844, caput);
prova documental (arts. 787, 830);
prova testemunhal (arts. 819, 820, 821 a 825, 828, 829, 848, § 2º),
prova pericial (arts. 827, 848, § 2º).
No processo trabalhista, as provas serão produzidas conforme uma ordem exigida, ou
seja, juntada de documentos, perícia, depoimentos pessoais e de testemunhas. No entanto,
essa ordem não é taxativa, uma vez que o juiz pode alterá-la em atendimento ao princípio da
economia processual. Lembrando que caso alguma das provas requeridas, se produzida
primeiro, dispense as outras; deve o juiz determinar que esta seja considerada em
prevalência, igualmente com fundamento no princípio da economia processual.
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Confissão é a declaração feita por qualquer uma das partes, reconhecendo, total ou em
parte, a veracidade dos fatos que lhe são imputados; favoráveis à parte contrária. Exceto
quanto aos direitos indisponíveis, pois, em relação a eles, não terá validade a confissão.
Na ótica de Amauri Mascaro Nascimento, confissão é uma prova que pesa sobre
quem a faz e em favor da parte contrária, mera confirmação das alegações do adversário.
Não devendo ser confundida com depoimento pessoal, pois não são a mesma coisa. Pode
haver depoimento pessoal sem confissão. Como também pode haver confissão extrajudicial
(admitida com reserva no processo trabalhista), ou fora do depoimento pessoal na
contestação, desde que haja o reconhecimento parcial ou total de fatos alegados pelo autor
na contestação.
Confissão é, portanto, aceitação dos fatos alegados pela parte, como verdadeiros,
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Para Moacyr Amaral dos Santos, o ciclo probatório não se encerra com a produção
das provas, mas sim com a produção se completa a parte processual da instrução.
A prova conseguirá seu fim e dar-se-á por concluída quando a verdade resultante
das manifestações dos elementos probatórios, decorrentes do exame, estimação e
ponderação desses elementos, originar, nascer dessa avaliação efetuada pelo juiz, a
verdade. Define-se essa avaliação como o processo intelectual destinado a
estabelecer a verdade produzida pelas provas (SANTOS, 2004, p. 386-387).
O insigne autor entende, ainda, que o juiz deve desempenhar esse trabalho
intelectual de forma ordenada, criteriosa. Para tal, faz menção a três sistemas de apreciação
de provas:
critério positivo ou legal, tempo das ordálias também denominado juízos de Deus, em
que se submetia alguém a uma prova crendo que Deus não o deixaria sair com vida,
ou sem um sinal evidente, se não dissesse a verdade. Nesse sistema, as regras legais
estabelecem os casos em que o juiz deve considerar provado, ou não, um fato. O juiz
estava preso às formalidades pré-estabelecidas; estando constrangido a dizer a
verdade conforme a lei lhe ordenava;
livre convicção, também chamado da íntima convicção, o juiz é livre para indagar a
verdade e apreciar as provas. Não há vinculação de regra, uma vez que a convicção
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decorre não só das provas colhidas, mas também do conhecimento pessoal do juiz,
das suas impressões pessoais. Não estando obrigado a declinar os motivos que o
levaram a esta ou aquela conclusão. No ver do ilustre doutrinador supracitado, este
sistema peca por ofender os princípios fundamentais da justiça: o de que ninguém
pode ser condenado sem ser ouvido (princípios constitucionais da ampla defesa e do
contraditório)e o da sociabilidade do convencimento (sem motivação de sua decisão,
havendo arbitrariedades não poderiam ser contestadas);
persuasão racional ou convencimento racional em que o juiz aprecia as provas
livremente, não seguindo suas impressões pessoais, mas sim tirando sua convicção
das provas produzidas, ponderando-as, utilizando uma consciência condicionada as
regras jurídicas, a lógica jurídica, as regras de experiência, mencionando na sentença
os motivos que formaram seu convencimento. Como a convicção do juiz está
condicionada, há obrigatoriedade de motivá-la, ou seja, “é-lhe imposta a obrigação
de dar as razões em que o seu espírito assentou o convencimento.” (SANTOS, 2004,
p.391).
O Código de Processo Civil pátrio filia-se ao sistema da persuasão racional(art.131 c/c
366 CPC). Portanto o juiz pode apreciar livremente todas as provas e atribuir o valor a cada
uma delas conforme o que entenda merecerem, desde que decline os motivos que o levaram
a decidir neste sentido, sempre, fundamentando seu convencimento; é o denominado “livre
convencimento motivado” do juiz.
Conclusão
justificativa do juiz.
Ficou demonstrada a importância da prova nos processos judiciais em todas as
esferas do direito na prestação da tutela jurisdicional, tornando-se impossível a concessão de
um direito não-provado. Ressaltada a necessidade do julgador se ater às provas constantes
nos autos, já que quod non est in actis non est in mundo, isto é, o que não consta nos autos,
não existe no mundo. Em suma, aquele que prova em juízo e convence o magistrado da
veracidade dos fatos arguidos, verá concedido o direito pleiteado.
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