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CASES PARA ESTUDO PERICULOSIDADE

Edição de nova lei não pode alterar contratos anteriores a sua


vigência
13/03/2015 - 13:11 | Fonte: TRT10
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=visualiza_noticia&id_caderno=&id_noticia=127039

A Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) manteve sentença que condenou a
Novacap (Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil) a pagar diferenças de adicional de periculosidade
na base de 30% sobre os a totalidade das parcelas de natureza salarial recebidos por um eletricitário, com
fundamento na Lei 7.369/85, mesmo com a revogação da norma pela Lei 12.740/2012, que determinou o salário
básico como base de cálculo.

Na origem, o juiz da 11ª Vara do Trabalho de Brasília (DF) julgou parcialmente procedente a reclamação ajuizada
pelo trabalhador, condenando a empresa a pagar ao autor diferenças relativas ao adicional, com seus reflexos,
em parcelas vencidas e vincendas.

A Novacap recorreu ao TRT-10 pedindo a reforma da sentença. A empresa alega que a Lei 7.369/85, que
estabelecia como base de cálculo para os eletricitários a totalidade das parcelas de natureza salarial, foi revogada
expressamente pela Lei nº 12.740/12. A nova lei modificou a redação do artigo 193 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), para incluir os eletricitários nas mesmas condições dos demais trabalhadores que fazem jus ao
adicional em questão, tomando por base para o cálculo o salário básico do trabalhador, sem os acréscimos
resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros das empresas.

Em seu voto, a relatora do recurso, desembargadora Maria Regina Machado Guimarães, frisou que, de fato, a Lei
12.740/12 revogou expressamente a Lei 7.369/85, que estabelecia tratamento especial e diferenciado para os
eletricitários, em relação aos demais trabalhadores que também fazem jus ao adicional de periculosidade. A partir
de então, explicou, a matéria em questão passou a ser regulada apenas pelo artigo 193 da CLT, que estabelece
como base de cálculo para o pagamento do adicional de periculosidade o salário básico do trabalhador, sem fazer
diferenciações.

Ao negar o recurso e manter a sentença, a desembargadora argumentou que a 1ª Turma do TRT-10 tem
entendido que essa alteração legislativa encontra limite na garantia constitucional da irredutibilidade salarial,
motivo pelo qual não poderia alcançar os contratos anteriores a sua vigência. “Tendo em vista que a Lei nº
7.369/85 estabelecia tratamento diferenciado para os eletricitários, ao prever que o adicional de periculosidade
devido aos trabalhadores nesse setor deveria ser calculado sobre o „salário que receber‟, estando incluídas aí
todas as parcelas de natureza salarial recebidas pelo obreiro, não pode alteração legislativa posterior modificar
contrato de trabalho já em curso e implicar, assim, em redução salarial”.

A decisão foi unânime.

(Mauro Burlamaqui)

Processo nº 0001253-98.2014.5.10.011

TRT nega periculosidade para agente que trabalha em estação de tratamento de esgoto.

http://www.granadeiro.adv.br/template/template_clipping.php?Id=14892

A Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) negou o direito a adicional de
periculosidade para um agente operacional da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb)
que trabalhava exposto a biogás em Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Para os desembargadores, o biogás
presente no ambiente não chega a causar riscos para o trabalhador.

O agente ajuizou ação, distribuída à 10ª Vara do Trabalho de Brasília, alegando que desde setembro de 2008
exercia suas funções na ETE do Recanto das Emas, em contato com biogás, cujo principal componente é o gás
metano, um perigoso inflamável produzido no processo, segundo ele. O trabalhador afirma que recebia o adicional
de insalubridade, mas que prefere o adicional de periculosidade, diante da diferença nos valores.
O juiz de primeiro grau negou o pleito com base no que concluiu a prova técnica produzida pelo perito. O laudo
concluiu que não havia periculosidade a ser considerada nas atividades do trabalhador, relativas a exposição a
inflamáveis gasosos. E que o percentual constatado na mistura gasosa estava abaixo do limite inferior de
explosividade. Se algum agente externo fosse acionado, como uma faísca, não ocorreria explosão, mesmo com a
presença do metano no ambiente.

O operador recorreu ao TRT-10, alegando laborar sob risco, pois os reservatórios onde trabalha contêm biogás,
composto por substância inflamável com alto risco de explosão.

Biogás

A norma de regência considera como atividade ou operação perigosa o contato permanente com inflamáveis, em
condições de risco acentuado, conforme regulamento expedido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, explicou o
relator do caso no TRT-10, desembargador João Amilcar. Segundo ele, a perícia revelou que o biogás é fruto
natural do tratamento de esgotos, gerado pela ação de bactérias em ambiente sem oxigênio, e que é lançado
continuamente na atmosfera.

Revelou, ainda, que a medição realizada constatou que o valor médio da mistura gás/metano no local estava
abaixo do limite inferior de explosividade. Com base nesses dados, entre outros, o perito concluiu pela
inexistência de periculosidade por exposição a inflamáveis gasosos, disse o desembargador. “Dessa forma, correta
a sentença que, acolhendo as conclusões da prova técnica produzida, julgou improcedente o pedido”, frisou o
relator ao negar provimento ao recurso.

A decisão foi unânime.

( 0001507-11.2013.5.10.010 )

Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região Distrito Federal e Tocantins, por Mauro Burlamaqui,
12.11.2014

Técnica de enfermagem que se expunha à radiação quando auxiliava pacientes em


exames receberá adicional de periculosidade.

http://www.granadeiro.adv.br/template/template_clipping.php?Id=14880

Quando o empregado se expõe a substância radioativa ou a radiação ionizante, em qualquer nível, pelo trabalho
em atividades com raios-X, ele tem direito a receber o adicional de periculosidade, nos termos da Portaria
518/2003 do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE. Isso porque esta norma reguladora adotou o critério
qualitativo (e não quantitativo) para a pesquisa da periculosidade. Em outras palavras, basta a prova de que o
trabalhador se expõe à radioatividade, independentemente da quantidade de tempo em que isso ocorre durante a
jornada de trabalho. Com esses fundamentos, a 3ª Turma do TRT-MG manteve o adicional de 40% do salário básico
deferido a uma técnica de enfermagem que trabalhava no setor de radiologia de um hospital, julgando
desfavoravelmente o recurso da empregadora.

No caso, a ré afirmou que a reclamante, no exercício das suas atividades, não tinha contato com o paciente no
momento do disparo para realização do exame de raio X, já que, como técnica de enfermagem, apenas auxiliava o
técnico de radiologia de forma eventual e por tempo reduzido. Por isso, não teria direito ao adicional de risco. Mas
não foi essa a conclusão da Turma de julgadores, que, acompanhando o voto do desembargador relator, César
Pereira da Silva Machado Júnior, entendeu que a reclamante trabalhava exposta à radiação, de forma
intermitente, durante todo o contrato de trabalho, reconhecendo seu direito ao adicional de periculosidade.

A decisão se baseou em perícia técnica, a qual demonstrou que, quando auxiliava os pacientes na sala de RX
durante os exames, a reclamante ficava exposta à radiação ionizante proveniente dos disparos do aparelho, pois
era necessário que ela permanecesse próxima aos pacientes no momento dos disparos. Conforme constatado, esta
atividade fazia parte da função do técnico de enfermagem no setor de radiologia, sendo realizada pela
reclamante, em média, uma vez por semana. O perito apurou que, nos últimos seis meses de trabalho, durante
quatro vezes, a reclamante auxiliou o médico durante a realização dos exames de "Enema Opaco", quando também
tinha que ficar próxima do paciente, expondo-se à radiação ionizante oriunda do aparelho Seriógrago (RX). A partir
desses dados, o perito caracterizou a periculosidade na prestação de serviços da reclamante, por todo o período
trabalhado, diante da sua exposição à radiação ionizante, de forma intermitente.

De acordo com o relator, a reclamante usava dosímetro (medidor de radiação) e, para ele, se há medição da
radiação é porque existe a exposição, não havendo dúvida sobre o direito ao adicional de periculosidade, já que a
avaliação, no caso, é apenas qualitativa, ou seja, verifica apenas da existência ou não da exposição ao agente de
risco.

Para reforçar o seu entendimento, o desembargador citou o PPP - Perfil Profissiográfico Previdenciário -
apresentado pela ré, o qual informou, na seção de registros ambientais, que a reclamante estava exposta ao risco
físico radiação ionizante, evidenciando o reconhecimento da reclamada quanto ao risco existente no ambiente de
trabalho.

Nesse contexto, a Turma de julgadores, acompanhando o voto do relator, reconheceu o direito da empregada ao
adicional de risco, durante todo o contrato, por exposição à radiação ionizante, de forma intermitente durante a
jornada.

( 0000339-04.2014.5.03.0181 RO )

Fonte: Tribunal Regional do Trabalho 3ª Região Minas Gerais, 11.11.2014

Operador de empilhadeira receberá adicional de periculosidade por contato com gás


inflamável
http://www.protecao.com.br/noticias/legal/operador_de_empilhadeira_recebera_adicional_de_periculosidade_por_contato_com_gas_infla
mavel/AAy5Jaji

Data: 26/02/2014 / Fonte: TRT/MG

Belo Horizonte/MG - Nos termos da Súmula 364 do TST, a exposição do empregado a condições de risco, não só de forma
permanente, mas também de maneira intermitente, assegura a ele o direito ao recebimento do adicional de periculosidade. Só
não terá esse direito o empregado que tiver contato apenas eventual ou extremamente reduzido com o agente perigoso.

Ao julgar um recurso envolvendo esse tema, a 2ª Turma do TRT-MG, decidiu manter a decisão que condenou a empregadora a
pagar o adicional de periculosidade a um operador de empilhadeira. Acompanhando o voto do desembargador Luiz Ronan
Neves Koury, os julgadores entenderem que a atividade de abastecer empilhadeira com gás inflamável (GLP) era realizada em
caráter habitual e intermitente pelo reclamante, nos termos da NR-16 do Ministério do Trabalho e Emprego.

Pelo que se apurou das provas, inclusive do laudo pericial, o reclamante era responsável por encaminhar a empilhadeira para o
local de abastecimento e também pela troca dos cilindros de gás combustível. Ele permanecia habitualmente em área de risco
normatizada pela incursão na área de armazenamento de inflamáveis, caracterizando-se a existência de periculosidade.

O relator rejeitou a possibilidade de a exposição ao agente perigoso ser considerada em caráter eventual, já que, conforme o
laudo pericial, o reclamante gastava seis minutos diários no abastecimento. Isto quando as conexões funcionavam
perfeitamente. Caso contrário, o tempo despendido era de 20 a 30 minutos diários, o que ocorria com frequência.

"O fato de o reclamante não permanecer durante todo o tempo da jornada de trabalho em local considerado como área de risco
não descaracteriza o caráter perigoso da atividade, em razão do risco de acidente a que estava exposto, podendo o sinistro
ocorrer a qualquer momento", ponderou no voto o relator, explicando que "apenas é considerada exposição eventual aquela que
é aleatória, esporádica, incerta, não ligada às funções do empregado". E essa não foi a situação encontrada no caso do
processo.

A empregadora ainda alegou que a periculosidade somente se caracteriza quando há transporte de material inflamável acima de
135 quilos. Outro argumento refutado pelo julgador. É que, além de o reclamante também realizar abastecimento da
empilhadeira, a empresa não comprovou que não tenha sido ultrapassado o limite de tolerância de 135 quilos de inflamável.

Ademais, o perito esclareceu que o anexo 2, letra "b" da NR 16 nada menciona sobre a quantidade de botijas e sua capacidade.
De acordo com o laudo, o importante, no caso, é que o reclamante acessava constantemente e de forma habitual área de risco
normatizada na NR 16.

Por tudo isso, diante da existência de provas capazes de contrariar a conclusão da perícia, o relator decidiu manter a sentença,
no que foi acompanhado pela Turma de julgadores, por maioria de votos.

16.04.12 - Comissários de bordo não fazem jus ao adicional de periculosidade


O interior da aeronave não deve ser considerado como área de risco de explosão,
já que se situa fora do local de abastecimento.

Em acórdão da 8ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, o


desembargador Rovirso Aparecido Boldo entendeu que aqueles que atuam como
comissários de bordo nas empresas aéreas não fazem jus à percepção do
adicional de periculosidade, previsto no artigo 193 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).

Nas palavras do magistrado, é "indevido o adicional de periculosidade aos


comissários de bordo, porquanto a atividade exercida não se situa na área de
operação exigida pela NR-16, anexo 2, item III."

A referida norma regulamentadora (NR), expedida pelo Ministério do Trabalho e


Emprego no final da década de 70, prevê as situações e áreas em que é devido o
acréscimo, bem como o percentual a ser pago aos trabalhadores que se expõem a
agentes perigosos à saúde, tais como produtos inflamáveis e/ou explosivos. O plus
salarial é de 30%.

Contudo, no julgamento conduzido pela turma, o entendimento predominante foi o


de que o interior da aeronave não deve ser considerado como área de risco de
explosão, já que se situa fora do local de abastecimento. Ficou claro nos autos que
o reclamante trabalhava exclusivamente como comissário, prestando serviço
interno de atendimento relativo à alimentação e segurança dos passageiros.

Dessa forma, o adicional previsto pela CLT apenas deve ser pago quando o
trabalhador sai do interior do avião e participa dos procedimentos de
abastecimento, direta ou indiretamente.

Por isso, o recurso ordinário interposto pelo empregado foi negado


especificamente nesse aspecto, por maioria de votos da turma julgadora.

Fonte: TRT2

Vigilante ganha direito a adicional de periculosidade


Data: 24/01/2011 / Fonte: Tribunal Regional do Trabalho – 4ª Região
A 9ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT-RS)
deferiu o pagamento de adicional de periculosidade a um vigilante que atuava da
Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE). O reclamante era
vinculado a uma empresa de segurança que prestava serviço à Companhia. De
acordo com o laudo pericial, o vigilante ficava exposto a risco de acidente com
energia elétrica. Ele fazia ronda em todos os setores industriais, ingressando
continuamente nas áreas de subestação, geração, sala de máquinas, turbinas,
caldeiras, administração e depósito de cinzas.

O laudo pericial foi baseado a Lei nº 7.369/1985, que institui o adicional de


periculosidade para empregados do setor de energia elétrica. A Juíza Rosâne
Marly Silveira Assmann, da 2ª Vara do Trabalho de Bagé, não acolheu o laudo e
indeferiu o pedido do autor. No entendimento da Magistrada, a lei não poderia ter
sido interpretada extensivamente, compreendendo, também, a função de vigilante.
Porém, em decisão unânime, a 9ª Turma reformou a sentença. Conforme o relator
do acórdão, Desembargador João Alfredo Borges Antunes de Miranda, a Lei não
limitou o direito ao adicional de periculosidade aos trabalhadores do setor de
energia elétrica. O Magistrado declarou que o adicional de periculosidade é
devido a todos os empregados que trabalham com eletricidade em condições de
risco, e não apenas aos chamados eletricitários. "Basta que o empregado
desempenhe suas tarefas com aparelhos energizados ou com possibilidade de
energização acidental, para caracterizar o risco da atividade", afirmou o relator.

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