Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Depois foi dado um teste para corrigirem, sendo igual para todos os professores.
O que os investigadores descobriram foi que aqueles que estavam num estado emocional positivo,
cotaram o teste acima daqueles que estavam num estado emocional negativo. Depois perguntaram
aos professores se consideravam que o seu estado emocional poderia ter influenciado a forma como
cotaram o teste: 87% disse que não.
Marc A. Brackett, James L. Floman, Claire Ashton-James, Lillia Cherkasskiy & Peter Salovey (2013) The
influence of teacher emotion on grading practices: a preliminary look at the evaluation of student
writing, Teachers and Teaching, 19:6, 634-646, DOI: 10.1080/13540602.2013.827453
Como é que as emoções afetam as nossas escolhas?
1 Primeiro, os sujeitos antecipam e têm em conta as suas emoções e de que forma isso
pode afetar as suas escolhas (emoções antecipadas).
Han, S., Lerner, J., & Keltner, D. (2007). Feelings and consumer decision making: The
Appraisal-Tendency Framework. Journal of Consumer Psychology, 17, (3) 158-168. doi:
org/10.1016/S1057-7408(07)70023-2
Loewenstein, G. & Lerner J. S. 2003. The role of affect in decision making. In R. Davidson, H. Goldsmith,
& K. Scherer (Ed.), Handbook of Affective Science: 619-642. New York: Oxford University Press.
Loewenstein, G. F., Weber, E. U., Hsee, C. K., & Welch, N. (2001). Risk as feelings. doi:
org/10.1037//0033-2909.127.2.267
AULA II
O EFEITO DA INCERTEZA NO
CÉREBRO
Não existe nada certo exceto a incerteza.
O nosso cérebro é um grande simulador que está sempre a tentar prever o que vai
acontecer a seguir. E, se não conseguir prever com alguma exatidão, começa a gerar
stress interno.
A incerteza é um fenómeno tão forte na forma como afeta o nosso cérebro, que muitas
vezes preferimos sentir dor física a incerteza.
Imagina que chego ao pé de ti e dou-te três opções:
3 Poder dar ou não um choque elétrico e não te dizer quando te irei dar
Os 50% é apenas um número, o que temos de entender é que cada situação tem sempre
elementos que não podemos controlar e elementos que podemos controlar.
E dentro de cada elemento que não podemos controlar, existem passos que podemos dar
para aumentar a possibilidade de controlo.
A regra de ouro é sermos capazes de apenas nos focarmos nos 50% que conseguimos
controlar e não despender energia, tempo e atenção nos 50% que não conseguimos.
Exercício: Pensa numa situação que te gere stress, ansiedade, raiva ou frustração e
indica, na coluna da esquerda, tudo aquilo que não consegues controlar. Depois,
escreve na direita, tudo aquilo que consegues controlar.
MODELO DE REGULAÇÃO
EMOCIONAL
James Gross, um investigador no ramo das emoções, define emoções como breves
respostas que afetam quer o comportamento quer o corpo. Estas emoções são geradas
com o potencial de apresentar desafios ou oportunidades.
Gross (1998a) acredita que as emoções podem ser moduladas ou modificadas e que a
modulação é o que determina a resposta emocional final.
O processo de regulação emocional criado por James Gross (1998b), detalha cinco
grandes pontos de foco durante a regulação da emoção:
5 Modulação da resposta
Um evento que gera uma emoção pode passar por esses cinco grandes pontos de foco.
A vida é composta de milhares de escolhas diárias e as nossas respostas emocionais são
determinadas em parte pelas situações que escolhemos (seleção da situação).
Quando estamos numa situação, podemos também modificar o que acontece
(modificação da situação). Adicionalmente podemos também escolher que aspetos da
situação nos focarmos (mudança da atenção).
O significado que damos ao evento também pode ser modulado (mudança cognitiva) e
ainda temos a oportunidade de alterar a nossa resposta ou influência às nossas emoções
no final (modulação da resposta).
Gross, J. J. (1998a). The emerging field of emotion regulation: an integrative review. Review of General Psychology,
2(3), 271-99. Gross, J. J. (1998b). Antecedent- and response-focused emotion regulation divergent consequences for
experience, expression, and physiology. Journal of Personality and Social Psychology, 74(1), 224-37.
AULA V
Exercício: Identifica uma situação que te faça experienciar uma emoção que
gostarias de gerir.
1. Selecionar a situação
Identifica a situação/comportamento que te está a fazer sentir essa emoção (e.g., falar
em público):
Descreve o objetivo subordinado a que se deve essa tarefa (e.g., fazer uma apresentação
do meu trabalho):
Identifica o objetivo supraordenado para te focares (e.g., ser mais reconhecido na minha
área):
2. Modificação da Situação
2 Escolher soluções com ações concretas para lidar com essas causas
Identifica as causas que te fazem experienciar essa emoção negativa (e.g., tenho medo
de me esquecer de algo importante quando falar em público):
Identifica soluções possíveis (ações concretas) que possas utilizar para lidar com as
causas que identificaste (e.g., escrever tópicos-chave que quero falar e ensaiar várias
vezes):
3. Mudança da atenção
Estratégia: Distração
A emoção alimenta-se da atenção. Ou seja, para estarmos a experienciar emoções
negativas numa situação, é porque a nossa atenção e o nosso foco consciente está nessa
situação ou em certas características dessa situação.
Então, quando nos focamos em distratores ou em certas características do estímulo,
poderemos gerar estados emocionais diferentes.
Existem algumas técnicas dentro desta estratégia que podemos utilizar.
Por exemplo:
4 Fazer um hobbie que requeira concentração, desde surf a tricot, passando até por
cozinhar
Quando estás perante a situação que te faz gerar a emoção negativa, estás focado no
quê? (e.g., nas expressões faciais de pessoas aborrecidas numa palestra)
O que podes fazer para te distraíres? Ou para que detalhes da situação te podes focar?
(e.g., procurar por expressões faciais de pessoas que parecem contentes e interessadas
na palestra)
4. Mudança cognitiva
Estratégia: Reavaliação
Alguns estudos mostram que a reavaliação aumenta a ativação nas áreas dos lobos
frontais ligadas ao controlo cognitivo e diminui a reatividade em áreas como a amígdala
e insula, ligadas à reatividade emocional. Então, reavaliando as situações, conseguimos
regular melhor a nossa emoção.
Existem muitas estratégias de reavaliação, sendo que duas das que têm sido mais
investigadas são:
Que pensamentos te vêm à cabeça no momento que estás a experienciar aquela emoção
negativa ou quando pensas sobre a situação? (e.g., “Eles não estão a gostar do meu
discurso”)
Utilizando a reavaliação compassiva, como poderias reinterpretar a situação? (e.g., “É
perfeitamente normal sentir isso porque estou nervoso. Estou a ter este pensamento,
porque quero que as pessoas gostem da palestra. É natural”
5. Modulação da resposta
T – Temperatura
Se esfriarmos o nosso corpo ou mesmo apenas a nossa face, reduzimos a temperatura
corporal e com isso reduzimos a intensidade emocional.
I – Exercício Intenso
Durante a prática intensa de exercício físico, ficamos focados nos nossos movimentos e
aumentamos a produção de endorfinas.
Além disso, aproveitamos a alteração fisiológica do stress e ansiedade e transportamos
para a prática do exercício físico.
Aqui o que conta é mesmo saltar, fazer flexões, burpees durante 20m em alta
intensidade, entre outros exercícios.
P – Respiração pausada
Quando expiramos o nosso corpo relaxa, então se abrandarmos a nossa respiração e
expirarmos mais tempo do que inspirarmos, vamos relaxar.
Por exemplo, inspirar com o diafragma durante 4 segundos e expirar durante 6 segundos
e repetir.
P – Relaxamento muscular
Quando criamos tensão num músculo e depois largamos a tensão, este vai relaxar.
Devemos contrair cada região muscular durante alguns segundos, enquanto estamos
focados nessa área e depois libertar a tensão e dizer a palavra “Relaxa”.
Que técnica(s) poderás utilizar na situação que pensaste de forma a modular a tua
resposta emocional?
AULA VI
1 Pista: gatilho que diz ao cérebro para entrar em modo automático e que rotina
utilizar;
No entanto, a pista e a recompensa por si só não são suficientes para um hábito durar.
Apenas quando o nosso cérebro começa a esperar e a ansiar pela recompensa é que se
torna automático. Essa ânsia pode ser um efeito normal da rotina ou algo criado por nós
(recompensa).
Exercício: Criar um hábito
Indica um hábito que queiras criar (e.g., correr 30 minutos ao acordar)
Define uma pista específica para esse hábito (e.g., colocar a roupa de corrida e os ténis
ao lado da comoda na noite anterior, para quando acordar ver logo o material de corrida)
Descreve a rotina/comportamento que será feita para executar esse hábito (e.g., levantar,
vestirmo-nos, sair para a rua e correr durante 30 minutos)
Indica a recompensa que irás ganhar com este hábito ou a recompensa que podes criar
para gravar este hábito (e.g., gravar a distância percorrida de forma a ver a evolução)
O exercício acima tem como objetivo a criação de hábitos. Mas também existem velhos
hábitos que nos são prejudiciais e que queremos mudar.
Esta regra de ouro é essencial pois nunca extinguimos completamente os velhos hábitos.
Por isso, devemos aproveitar os velhos hábitos, mudando apenas a sua rotina, que é o
que nos é prejudicial.
Indica um hábito que queiras mudar (e.g., petiscar constantemente no local de trabalho)
Identifica a pista específica que gera esse hábito (e.g., sentimento de aborrecimento de
estar ao computador muito tempo seguido)
Qual a rotina/comportamento atual que queres mudar? (e.g., ir até à máquina de vending
para petiscar e falar com algum colega que esteja ao pé da máquina)
Indica a recompensa que ganhas com este hábito (e.g., sinto-me menos aborrecido,
porque levanto-me, vou buscar o snack e aproveito e coloco a conversa em dia)
Que nova rotina podes criar, mantendo a pista e a recompensa, alterando o velho hábito?
(e.g., levantar-me e fazer uma chamada telefónica e ir falar com algum colega
presencialmente)
AULA VII
D = Definir os objetivos
Depois de identificar qual é o problema que temos em mãos e olhar para ele
como uma oportunidade, devemos definir quais são os nossos objetivos para
esse problema. Porque cada objetivo traz estratégias diferentes.
E = Explorar abordagens alternativas
Este passo muitas vezes envolve a nova análise dos nossos objetivos e
considerar opções ou estratégias que podem ser utilizadas para atingir esses
objetivos.
Pensa num problema que tenhas de resolver (pessoal, profissional, uma dificuldade,
algo que tens evitado fazer, algo que te frustre, etc)
(E) Que abordagens e estratégias podes explorar para atingir o(s) objetivo(s)? Podes
utilizar a estratégia “análise de problemas sistematizada” ou “trabalhar do fim para o
início”.
(A) Indica os possíveis resultados e consequências que possam vir das estratégias que
indicaste anteriormente.
(A) Indica a estratégia que consideras que é a melhor para que consigas alcançar os
objetivos definidos para a resolução do problema.
Estas não só influenciam os nossos estados emocionais, como são um dos principais
motores desses estados emocionais.
As expectativas são crenças fortes que algo irá acontecer ou que alguém irá fazer algo da
forma que nós queremos ou pensamos.
Mas expectativas são isto mesmo: apenas algo que consideramos que irá acontecer ou
que queremos que aconteça.
Só que embora sejam apenas crenças que temos, nós reagimos a elas como se fossem
verdades absolutas. Como se fosse assim que o mundo realmente funcionasse.
4 Pratica compaixão
Mesmo trabalhando e gerindo as nossas expetativas através dos três pontos
anteriores, ainda nos iremos sentir frustrados e afetados pelas nossas expetativas
irreais.
Escreve uma situação em que te tenhas sentido mais frustrado/a ou desanimado/a. Pode
ser algo referente a um objetivo, à tua família ou ao teu trabalho.
Que expetativas é que criaste sobre essa situação? Analisa as tuas expetativas com
curiosidade
Utiliza a técnica do duplo padrão: imagina que um amigo teu contava-te essa expetativa.
O que lhe dirias?
Reflete nos efeitos das tuas expetativas. Esta expetativa tem um bom efeito em ti e nos
outros? Com esta expetativa, o que é que é mais provável que aconteça?
DESENVOLVER O NOSSO
OTIMISMO
O otimismo é uma atitude mental que reflete uma crença ou esperança de que um certo
resultado será positivo ou desejável.
Esse resultado pode ser algo específico, como estar otimista com o teste que vou fazer
ou algo geral, em que estou otimista com o futuro da minha vida ou da sociedade.
1 Permanência
A permanência refere-se à nossa perceção da estabilidade de qualquer evento
ou condição – quanto é que vai durar, qual a frequência que vai ocorrer, se é
permanente ou temporário.
2 Presença
A presença neste contexto refere-se ao grau em que pensamos que uma certa
situação vai afetar ou não as outras áreas da sua vida. Ou seja, se é uma
presença que vai estar em todas as áreas ou se a presença é unicamente numa
situação.
Pensa numa situação negativa que tenha acontecido e que tenhas tido um discurso
negativo ou pessimista sobre o mesmo.
Como é que explicaste esse evento negativo? Recorda o máximo que conseguires e
descreve com o maior detalhe possível.
Como é que poderias explicar esse evento, com a utilização do estilo explanatório
positivo? Utiliza os dois fatores cima indicados: Permanência e Presença.
AULA X