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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA - UFSC

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS - CCJ


DEPARTAMENTO DE DIREITO
DIREITO
2018.1 - DIURNO

Daniele de Oliveira
Daanieleo_@hotmail.com

Escolas Jurídicas do século XIX.

FLORIANÓPOLIS
25 DE MAIO DE 2018
SUMÁRIO

TEXTO CORRIDO;

Aula 11 – Escolas Jurídicas do século XIX.

A aula desta semana, volta a explorar um pouco do universo das codificações, e


como isso se deu na Europa principalmente – onde seus efeitos foram mais
nítidos e conturbados.
O pioneiro código de Napoleão deixou um legado inegável o qual ainda passaria
por muita resistência até ser aceito de forma efetiva, havia um interposto muito
maior a ser quebrado e ele se chama: costume, e essa ''metamorfose'' não
ocorreu de maneira igual, muito menos harmônica, essa ruptura com o passado
se deu de forma desuni forme em todo um contexto. O ideal iluminista era
instituído de maneira notável em países referencia como o francês, entretanto
encontrava resistência em países como a não unificada Alemanha que devido ao
seu tamanho, diversidade, pluralismo político e afins...
Esse movimento inovador prega a maior inserção dos Estados nas decisões civís,
inclusive demarcando o que é público, o que é privado. As Escolas jurídicas da
época, também construíam debates a cerca da codificação o que acabava por por
o Estado como buscar unir o indivíduo, o direito,
O século XVII pregava leis que decorriam da razão, já o século XIX se caracterizava
pelo seu movimento codificador, e para haver esse movimento, deveria ter uma
centralização base para a organização do Estado, quando isso não ocorre,
dificilmente acontecerá uma codificação - como na Alemanha.
A Escola Francesa da Exegere estava relacionada entre o jusnaturalismo e o
legalismo, através do Code Civil de Portalis onde a razão se expressava versus a
vontade. A autoridade nessa escola apenas faria uma lei que fosse justa – Direito
Racional Moderno. O direito logo, se baseava no Direito Natural (com senso de
justiça), o modo como se regula isso que se dá de maneira diferente, por isso a
fundamentação da doutrina no auxílio ao juiz/legislador, como intermediário,
entretanto eu não poderia como doutrinador mudar o direito. Se no código
houvesse uma mudança em alguma parte que parecesse impraticável, a doutrina
deveria explicar qual e por qual motivo o legislador tomou ou não uma decisão, e
isso se dá a partir da razão, isso ajudou na construção da ciência jurídica. Há ainda
uma razão superior que atende aos anseios da população, uma razão abstrata
que rege a vontade do legislador, uma ligação entre o direito e a razão.
Interpretar a ''vontade do jurista'' acabou por se tornar referencia legislativa.
A Escola Exegere populariza o direito a partir do código, pela constituição por
exemplo e nele, todo o direito para ele se resume no código Jean Beaptiste
Proudhon (1758-1838) reforça a relevância do do direito dentro da codificação,
embora o contexto do código fosse muito diferente da realidade, sem o papel do
jurista não haveria como manter a tradição da autoridade que o código mantém,
os juristas acabam por tornar estas normas mais duradouras, sem a mediação do
jurista não haveria a perpetuação das normativas, do direito, etc...
A partir de um momento começa a se pôr em teste a força que tem o código, pois
acaba se tornando insustentável, buscam a sobrevivência do código que é
moderno, mas monumental.
Já a Escola Histórica prepondera nos limites dos costumes, da tradição, que
refutava a relevância do código e inclusive se fazia crer que o mesmo traria
malefícios a sua sociedade, calcava sua diferença no espirito popular: a
capacidade do povo alemão em construir eruditamente como nas artes, na
filosofia história...
Fazer direito nessa escola se dava a a partir da força do direito romano,
considerado um direito fundamental, acreditavam que a vocação de seu tempo
era a da jurisprudência do direito, pela cultura. Havia inclusive um olhar
romantizado a cerca de seus costumes, que laureavam a racionalidade local e não
as ideias iluministas. Acreditavam que tudo (acerca do direito) que não eram
originais de si mesmos não deveria ter carater de validade.
Para eles o código impede a transformação do direito o estudo disso. E o direito
passa a ser dogmático para a história Alemã.
Savigny autor dessa escola, defende que o direito é um fator histórico e utilizar
disso para unificar o estado seria muito artificial, um por que a tradição levaria a
um direito mais técnico e bem feito, mas não aceitava a ideia de ''cópia'' de um
código, acreditava que cultivar o seu direito, um direito próprio seria o melhor
caminho para alcançar um bom sistema.
Nesta exposição entram duas ideias do sistema de Savigny
A ordem prezava pela harmonia, dentro de algo que já pré-existia, o jurista aqui
teria que continuar a reproduzir o que prega o direito. Já o sistema, em que pesa
os costumes, o direito romano, não caberia mais ao jurista reconhecer a harmonia
na diversidade, mas sim filtrar e reconstruir isso de maneira ativa, trazendo o que
é bom e moldando o que é ruim.
Já o modernismo jurídico brasileiro reintera a importancia do jurista dando
sentido moderno ao direito.
Aqui se produz o código para reafirmar a transição do direito antigo para o
moderno.
Em 1827 funda-se as primeiras faculdades de direito no Brasil, uma em São Paulo
outra em Recife, as quais são um marco para a história jurídica moderna
brasileira.
Teixeira de Freitas jurista do Recife foi encarregado de consolidar a codificação
civil para o Brasil em 1850.
A escola do Recife se destaca mais, pois seus intelectuais constroem uma tradição
em que os ideais modernos científicos são avivados, produzindo muitos estudos
científicos, tendo mais ênfase em alguns autores.
E o destque de Teixeira de Freitas se dá a partir do momento em que ele
conceitua a propriedade privada – que não havia conceito até então, não busca
por Bártolo e nem outras referencias, ele demarca a transição do direito civil
antigo para o moderno. Ele esboça mas não consegue findar.
A escola jurídica brasileira busca ser referencia no pensamento jurídico da época,
mas se auto coloca na periferia do pensamento jurídico. O direito em outras
localidades pode ser usado como iuris consulto, de uma localidade outra.
Mas os juristas brasileiros se contrapunham a isso, pois, buscavam produzir um
direito novo se adaptando a neopandectista – direito do saber (histórico) em
dogmático. O qual se torná-ra predominante na Europa, Brasil e afim, a analise do
texto nele mesmo.

REFERÊNCIAS

 Aula do professor Diego.


 HESPANHA, António Manuel. Cultura Jurídica Europeia: síntese de um
milénio. Coimbra, Almedina, 2012 , p. 400 - 420; e
 - FONSECA, Ricardo Marcelo. A cultura jurídica brasileira e a questão da
codificação civil no século XIX. In: Revista da Faculdade de Direito da UFPR,
vol. 44, 2006 , p. 61 - 76 .
 GROSSI, Paolo. La Europa y el derecho. Barcelona: Crítica, 2008, 134-147.

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