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A Pedra e a Alavanca: organizações anarquistas e o


sindicalismo no Rio de Janeiro e São Paulo (1945-1964)
RAFAEL VIANA DA SILVA*

Resumo: Este artigo pretende analisar a presença das organizações políticas


anarquistas no período conhecido historiograficamente como redemocratização
e a posição sindical dos anarquistas de Rio de Janeiro e São Paulo. A partir do
debate sobre o papel do sindicalismo revolucionário, os anarquistas traçariam
estratégias de intervenção em realidades sindicais específicas com o objetivo de
retomarem a influência outrora perdida. A partir do diálogo com a
historiografia deste tema e fundamentado em diversas fontes (atas, jornais e
imagens) do período pretende-se nesse artigo, relativizar a tese que dissocia a
estratégia sindicalista revolucionária do anarquismo e apresentar o trabalho
realizado pelos seus militantes em determinados sindicatos.
Palavras-chave: anarquismo, sindicalismo revolucionário, redemocratização.
Abstract: This article intends to analyze the presence of anarchist political
organizations in the period known historiographically as redemocratization and
the syndical opinion of the anarchists of Rio de Janeiro and São Paulo. From
the debate on the role of revolutionary syndicalism, the anarchists would draw
up intervention strategies in specific trade union realities in order to regain the
once lost influence. From the dialogue with the historiography of this topic and
based on several sources (minutes, newspapers and images) of the period it is
intended in this article, to relativize the thesis that dissociates the revolutionary
syndicalist strategy of anarchism and to present the work carried out by its
militants in certain trade unions.
Key words: anarchism; revolutionary syndicalism; redemocratization.

*
RAFAEL VIANA DA SILVA é doutorando em História pela Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro (UFRRJ).
O anarquismo é um velho conhecido na suficiente ao anarquismo em território
área da História, em específico com os nacional (SILVA, 2012, p. 25). Diversos 29
avanços obtidos no âmbito da História agrupamentos específicos anarquistas
Social. Contudo, o interregno do serão fundados no contexto da
anarquismo no período conhecido como redemocratização. A fundação da União
redemocratização (1946-1964) da Juventude Libertária Brasileira em
continuou quase que completamente 27 de julho de 1946 (RODRIGUES,
desconhecido. Como toda regra possui 1992, p. 81), a criação da Juventude
geralmente uma exceção, foi o militante Spartacus do Rio de Janeiro em 03 de
anarquista Edgar Rodrigues que abril de 1947,1 da Juventude Anarquista
abordou pela primeira vez esse período do Rio de Janeiro e da União Anarquista
em seus livros. Esse quadro vem sendo do Rio de Janeiro e da União Anarquista
de maneira recente modificado. de São Paulo, em 1948 foram
A conjuntura adversa inaugurada com a resultantes desse processo.
redemocratização em 1945 impunha, A realização do congresso anarquista
segundo a leitura dos anarquistas, uma num sítio (“Nossa Chácara”),
articulação mais orgânica. Os basicamente composto por militantes do
anarquistas assim como outras correntes Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande
políticas, aproveitam este frágil e do Sul, ocorreu nos dias 17, 18 e 19 de
instável ambiente democrático e se dezembro de 1948 e foi responsável por
reorganizam: fundam grupos decisões importantes para a estratégia
ideológicos e elaboram jornais, política anarquista para os próximos
intentando participar da vida política do períodos. O temário foi constituído a
país. O primeiro jornal anarquista a sair partir das seguintes discussões: Bases
depois do Estado Novo foi do Anarquismo, Método de Ação,
Remodelações, coordenado pelo Critério de Militância, Participação na
anarquista cearense Moacir Caminha e a Vida Pública, Relações com outros
anarquista Maria Iêda. Tinha duas elementos, Colaboracionismo, A
folhas frente e verso, e circulou Revolução Russa, A Ditadura do
semanalmente, até seu desaparecimento Proletariado. As seguintes organizações
em julho de 1947 e um breve retorno integraram o evento: União Anarquista
em 1958, provavelmente, pela escassez do Rio de Janeiro, União Anarquista de
de recursos para mantê-lo já que com o São Paulo, Juventude Anarquista do Rio
aparecimento de Ação Direta em 1946, de Janeiro, Editorial Germinal do Rio
era mais fácil aos anarquistas do Rio de de Janeiro, Grupo Anarquista
Janeiro, concentrar seus esforços em Esperantista do Rio de Janeiro, Grupo
organizar apenas um periódico. Archote de Niterói, Agrupação
A noção de que a formação de uma Imprensa e Propaganda de São Paulo e
organização nacional viabilizaria o A Plebe de São Paulo.
desenvolvimento de suas ações políticas Além de debates que reafirmariam as
era compartilhada por militantes de bases ideológicas do anarquismo e a
diferentes cidades e fazia parte de uma posição em relação a determinados
reflexão das décadas anteriores. Para
estes, a articulação internacional do 1
JUVENTUDE SPARTACUS DO RIO DE
anarquismo, concretizada num JANEIRO. Juventude Spartacus do Rio de
congresso a ser brevemente realizado, Janeiro: Princípios e Finalidades. Ação Direta,
incentivava-os a darem o empuxo Rio de Janeiro, 01 de Maio de 1947, nº 34, p.
04.
temas já descritos, a percepção, era a de período, deslocada pelas contingências
que os anarquistas precisavam conjunturais, para ações culturais que 30
organizar-se de maneira mais eficiente aglutinassem trabalhadores.
para intervir adequadamente como força Há também de se destacar outra questão
política. O evento marca a constituição que é a frequência de realização desses
de uma cultura política em direção a um encontros, algo muito distinto do
projeto de amadurecimento da contexto anterior do anarquismo no Rio
organização interna do anarquismo. de Janeiro e São Paulo. Foram 4
Tendo como objetivo fundar uma encontros nacionais realizados nesse
organização nacional, os anarquistas período, sem contar a participação dos
também defenderiam a possibilidade de militantes em 1 encontro americano, 1
futuramente constituírem uma federação internacional e em 2 congressos sul-
internacional. Em relação às suas americanos. Essa continuidade pode ser
práticas políticas os anarquistas compreendida como uma tentativa de
deliberaram por prosseguir no trabalho superar a experiência anarquista na
dentro dos sindicatos, retomando Primeira República, onde a atuação
elementos mais gerais do sindicalismo anarquista focou-se excessivamente no
revolucionário. As dificuldades meio sindical.
financeiras dos jornais A Plebe, fundado
em 1947 e Ação Direta, fundado em Sindicalismo, sindicalismo
1946, assim como a articulação entre as revolucionário e anarquismo
duas publicações foram debatidas e Uma discussão central para os
definidas. Independente dos problemas, anarquistas, não apenas no Congresso
o congresso possibilitou a melhor de 1948 – que consagrou um conjunto
articulação dos militantes anarquistas de intenções políticas para sua
em suas organizações. Sua linha política efetivação – mas também na sua
determinou ainda que com grandes imprensa militante, era a questão do
dificuldades conjunturais, um caminho sindicalismo e a defesa do sindicalismo
a seguir e permitiu que os militantes revolucionário. A complexa relação
tivessem uma orientação com contornos entre anarquistas e o sindicalismo, ainda
mais delineados. Tal horizonte dependia hoje, orienta e é alvo de debates na
em grande medida da capacidade historiografia sobre o anarquismo e o
interna das organizações anarquistas em movimento operário. Antes mesmo da
sobreviverem à realidade e conseguirem realização do congresso anarquista de
enraizar suas propostas políticas. 1948, os militantes, por sua imprensa
Os anarquistas voltariam a se reunir em específica, desenvolviam reflexões
congressos, em 1953, 1959 e 1963. Se sobre as causas do refluxo do
por um lado, cada encontro está inserido anarquismo no período anterior. Esta
em temporalidades conjunturais reflexão não está isolada de
específicas, há, entretanto, uma organizações e militantes de diversos
preocupação permanente em tentar países contribui para definir posições
consolidar um campo político com acerca deste tema.
propostas coerentes, fato que se insere Em nossa pesquisa, observamos
na proposta do anarquismo possuir uma extensos artigos que tratam da questão
organização política própria. Sobre as sindical pelos anarquistas, em quase
estratégias militantes, a opção pela toda sua totalidade, o sindicato e o
atuação sindical fora uma constante, sindicalismo são compreendidos como
sendo apoiada, ou nos anos finais deste
“o melhor sistema de defesa das classes para a atuação dos libertários, outros
trabalhadoras, porque torna possível elementos estratégicos do sindicalismo 31
uma organização ampla e um revolucionário protagonizado pelas
planejamento racional dos seus meios entidades de classe do período anterior
de ação” 2 . As ponderações dos também eram incorporados. Além de
militantes do Rio de Janeiro afinavam- não negarem a atuação sindical,
se com os de São Paulo, ao considerar definiam princípios e estratégias
que era preciso “um trabalho intenso de específicas que eram ancoradas na
orientação do povo e, principalmente, tradição do sindicalismo revolucionário.
do proletariado” 3 . Em resumo, não há Devido a sua importância, durante o
em nenhum momento, a negação do congresso anarquista de 1948 a
sindicalismo como forma de luta. Ao discussão sobre a organização operária
contrário do que sustentam os que ganhou um temário próprio. O delegado
defendem a suposta dissociação entre da União Anarquista do Rio de Janeiro
sindicalismo revolucionário do posiciona-se em nome da UARJ
anarquismo, não há nenhum argumento defendendo “a necessidade de os
dos militantes anarquistas contrários ao militantes anarquistas ingressarem nos
sindicalismo revolucionário. sindicatos de suas respectivas
Independente dos termos usados, que profissões, procurando intervir na vida
variam na imprensa anarquista do
orgânica dos mesmos, formando grupos
período (sindicalismo libertário, de defesa ou resistência sindical”.4
sindicalismo revolucionário,
sindicalismo livre ou de resistência, Por outras palavras, podemos afirmar
etc.) – já que o que nos interessa é saber recorrendo a diversos documentos desse
seu “conteúdo” – ressalta-se a período que os anarquistas brasileiros
importância dos sindicatos e do neste período, não rejeitavam as
sindicalismo para os anarquistas durante conquistas imediatas como obstáculos a
todo este período, que vai “emancipação do domínio do
fundamentalmente de 1945 a 1964. capitalismo”. 5 Isso contraria toda uma
Apesar dos termos variarem, o uso do tradição de pesquisa anterior, que
termo sindicalismo revolucionário é afirma que o anarquismo brasileiro
predominante. negaria a luta pelas reformas. Isso pode
ser verossímil apenas para pequenos
Eles não somente irão valorizar o
círculos anti-organizacionistas de São
sindicato como espaço de luta, como Paulo durante a Primeira República,
também irão defender uma determinada mas não para o anarquismo brasileiro de
proposta sindical do período que não 1945 a 1964.
tem intenção de transformar o sindicato
num sindicato “anarquista” (anarco- A questão fundamental não era que os
sindicalismo), mas numa instância anarquistas caracterizassem as
ampla, onde os anarquistas agiriam conquistas imediatas como
como propulsores, uma “minoria ativa”. “reformistas”; o que imprimia um limite
E além da defesa do sindicalismo pelos ao sindicalismo na visão dos anarquistas
anarquistas, como espaço fundamental era a de que estas conquistas
“desviassem a completa emancipação
2 4
SILVA, P. Ferreira da. A Força Sindical. Ação Cf. 3) Ata da Terceira Sessão In
Direta, Rio de Janeiro, 10/10/1946, nº 22, p. 01. RODRIGUES, 1992, p. 164.
3 5
Pela Organização dos anarquistas. A Plebe, As Reivindicações do Proletariado. A Plebe,
São Paulo, 15/06/1947, nº 02, p. 03. São Paulo, 02/07/1947, n0 02, p. 04.
do homem pelo homem”, ou seja, que entre sindicalismo e anarquismo, o
constituíssem um fim em si mesmo e militante não os vê como elementos ou 32
não fossem alcançadas pelo método da “ideologias” concorrentes. Neste
ação direta. Tal assertiva contribui para sentido, nos parece coerente afirmar –
se contrapor a afirmação da historiadora debatendo e nos posicionando em
Edilene Toledo que afirma que as relação à historiografia sobre o tema –
“organizações inspiradas no que os anarquistas do período, mesmo
sindicalismo revolucionário procuravam os mais “céticos” das possibilidades do
obter vantagens a curto prazo, no sindicalismo entendiam o sindicalismo
quadro do sistema existente (o que era revolucionário não como uma ideologia
contestado por muitos anarquistas).” distinta (concorrente) do anarquismo,
(TOLEDO, 2002, p. 36). Em nossa mas como uma estratégia mais ampla e
análise chegamos a conclusões que sem a participação dos anarquistas
completamente distintas. Os anarquistas não teria em suas ponderações, o
apoiavam as vantagens de curto prazo, sucesso esperado. Mesmo os militantes
estimulando (no campo do discurso e mais cautelosos com o enfoque
em menor grau na ação), que estas excessivo dado a ação sindical (como
fossem alcançadas mediante métodos da Perdigão) não negavam a importância
ação direta. da atuação anarquista nos sindicatos e
tampouco, ignoravam o projeto finalista
Mesmo quando divergiam sobre o papel
dos sindicatos, os anarquistas nesse de transformação radical da sociedade.
período não pensavam em abandonar o Neste sentido o jornal Ação Direta cria
sindicalismo e as premissas do uma coluna específica para o
sindicalismo revolucionário, mas sindicalismo revolucionário, chamada
“Por um sindicato revolucionário”.
visavam problematizar o que
considerava como os limites do Nesta coluna durante muitos números,
sindicalismo, do que propriamente os anarquistas defenderão basicamente
negar a sua importância. O que parecia as premissas do sindicalismo
em questão era que os militantes revolucionário. Coluna que ocupará um
anarquistas não poderiam se levar pelo espaço relevante dentro da imprensa
“excesso de sindicalismo” que os anarquista. A novidade em relação ao
acometera nas décadas passadas, e que período anterior das primeiras décadas
conduziu o anarquismo, segundo sua do século XX era de que como vimos,
percepção, a um esvaziamento os anarquistas achariam fundamental,
ideológico. Segundo Perdigão Gutiérrez formar e articular organizações
o “sindicalismo revolucionário tem específicas que pudessem potencializar
finalidades revolucionárias, enquanto a ação ideológica. Há uma imagem que
for empurrado pelos anarquistas, mas, “resume” a defesa do sindicalismo
mesmo com essa finalidade, os revolucionário pelos anarquistas e que
anarquistas deveriam atuar de fora para avaliamos ser a síntese do que estamos
dentro, como ideólogos”6 defendendo.

Ao apontar os limites do sindicalismo,


Perdigão não nega, todavia, a sua
importância e ao ressaltar as diferenças

6
João Perdigão Gutiérrez in Os Anarquistas e a
Organização Operária, apud RODRIGUES,
1992, p. 223.
33

A Plebe, São Paulo, 15/12/1947, nº 11

A imagem adaptada pelos anarquistas anarquia, que se não é responsável


paulistas, fundamenta um pouco mais a direta pela transformação da sociedade,
nossa assertiva, sobre o que exatamente (simbolizada pela derrubada do pilar),
esses militantes entendiam como função multiplica a força social de seus
do sindicalismo, do anarquismo e do agentes, colocando-os no ângulo correto
sindicalismo revolucionário. Um grupo de ação. Os agentes da transformação
de operários segura uma alavanca (um não são apenas os anarquistas, mas os
instrumento de trabalho). A alavanca trabalhadores, chamados pelos
(representando a estratégia sindicalista militantes anarquistas de proletariado.
revolucionária) é o meio que Guardadas as analogias aqui feitas, tal
potencializa mediante a coordenação e imagem casa perfeitamente com as
união de forças a possibilidade de palavras pronunciadas pelo anarquista P.
derrubar o pilar do capitalismo. Neste Ferreira da Silva em Ação Direta, artigo
sentido, o sindicalismo revolucionário é que fora publicado apenas um mês
visto apenas como um “instrumento” depois desta figura ter sido colocada no
para atingir determinado fim. A jornal A Plebe.
alavanca utiliza como apoio a pedra da
Necessário se torna contudo Práticas sindicais anarquistas (1948-
considerar que a alavanca, o ponto 34
1964)
de apoio e o obstáculo devem ser
independentes entre si, para que a Os anarquistas possuíam suas próprias
fôrça da primeira, multiplicada pelo análises sobre os dilemas sindicais
segundo, possa fazer se sentir no brasileiros. Se por um lado faziam duras
terceiro. Por outras palavras, o críticas a estrutura corporativista e ao
ponto de apoio tem de ser que chamavam de sindicalismo pelego,
inteiramente estranho à pedra que jamais deixaram de valorizar as lutas
se quer remover porque, se estiver sindicais de base, acreditando assim,
prêso a ela, nada se conseguirá. [...] num possível despertar do sindicalismo
A outra alavanca de que dispõe o
revolucionário. Mesmo nas fontes que
proletariado são os seus próprios
sindicatos dos quais o ponto de
tivemos acesso, as atividades sindicais –
apoio tem de ser a ação direta, um ao contrário dos vários posicionamentos
meio independente, como sobre os sindicatos e o sindicalismo –
independentes devem ser essas são noticiadas com timidez e em termos
associações de trabalhadores livres. numéricos são bem reduzidas. Neste
Lutando dentro dos sindicatos, sentido avaliamos com base no método
todos poderão atingir os males que indiciário de Carlo Ginzburg (1989, pp.
é preciso destruir e fazê-lo sem o 177-178), que é possível mesmo assim,
risco de perder energias, como à despeito da exiguidade desses
quem puxa com as mãos um cabo vestígios reconstituir determinada
que os seus próprios pés estão
atuação de nossos agentes. Lembremos
retendo. 7
que o anarquismo foi vigiado pela
E dessa forma, conclui que a melhora polícia neste período e a discrição
das condições de vida do trabalhador, parecia uma conduta razoável.
longe de afastarem este do anarquismo
No jornal Ação Direta, os anarquistas
podem servir para dar a “consciência do
brasileiros reclamam que é “sintomática
que vale e arredar do caminho muitas
a ausência de noticiário sindical nos
pedras que o impedem de caminhar”. 8
periódicos anarquistas. Será que os
Essa posição do anarquista P. Ferreira
anarquistas, nas Américas a na Europa,
da Silva, que à propósito é uma posição
nenhuma atuação tenham nos
generalizada dentro do anarquismo
sindicatos?”. 9 Ressaltam que estes
neste período evidencia que os
devem organizar sindicatos livres.10 Já o
anarquistas não rejeitavam as reformas
militante Manuel Vinhas insiste que
e que não era necessário que seus
devem “se lançar à obra de
grupos sindicais aglutinassem apenas
esclarecimento no seio dos
anarquistas. Resta saber em que medida 11
trabalhadores”. Reforçando nosso
os anarquistas foram bem-sucedidos em
argumento com seleções específicas
aplicar seu método sindicalista
desses textos, se o sindicato fora
revolucionário.
abandonado como uma questão dos
anarquistas, porque seus periódicos

9
Movimento Sindical Exterior. Ação Direta,
Rio de Janeiro, 25/05/1946, nº 06, p. 03.
7 10
SILVA, P. Ferreira da. Um Ponto de Apoio. Fala Mákho’. Ação Direta, Rio de Janeiro,
Ação Direta, Rio de Janeiro, 15/01/1947, nº 29, 16/05/1946, nº 05, p. 02.
11
p. 01. VINHAS, Antonio Manuel. Mais Firmesa! A
8
Idem. Plebe, São Paulo, 03/09/1948, nº 18 p. 03.
investiriam tantas energias para tratar de “é um gesto de rebeldia contra a
suas questões durante os anos dessas exploração do trabalho”.12 35
mobilizações? Tais trechos – ressalte-se Sob essa efervescência sindical temos
– são apenas parte de um universo alguns indícios que confirmam a
textual maior, cuja densidade nos atuação dos anarquistas em direção a
permite chegar a conclusões mais formação de grupos de oposição
robustas. Não foram poucas as sindical ainda no ano de 1946 com
mobilizações sindicais deste período vistas a tentar influenciar – ainda que
que desmontam a imagem de uma minimamente – as bases sindicais. A
classe trabalhadora passiva e primeira iniciativa relativamente bem
subordinada (FORTES, 1999). Podemos organizada fora noticiada no jornal
dividir o período sindical adotando os Ação Direta, os libertários falam sobre
marcos propostos por Mattos (2003, p. a formação em São Paulo de “uma
78), que aponta quatro conjunturas União Proletária Sindicalista” – de
distintas: a primeira é a fase da vida efêmera – que visava “reunir o
retomada das lutas no processo de proletariado em agremiações livres, de
redemocratização (1945-1946); a resistência, cuja base é a ação direta”.13
segunda, de repressão aberta, nos anos No Rio de Janeiro o principal foco de
finais do governo Dutra (1947-1950); a atuação fora a categoria dos
terceira, a fase da retomada das direções
trabalhadores da Light. Mas apenas em
sindicais por setores mais combativos e 1951, ano em que Vargas assume a
de ressurgimento das greves (no presidência da república – após um
segundo governo Vargas e nos esforço planejado dos anarquistas neste
primeiros anos do governo JK) e a espaço, que provavelmente tomou
quarta, uma conjuntura de grandes
alguns anos – os anarquistas noticiam
mobilizações do início dos anos de sua atuação na referida categoria. Nesta,
1960. os anarquistas formaram com outros
Na primeira fase, que coincide – não trabalhadores um Grupo de Orientação
por acaso – com o aparecimento dos Sindical dos Trabalhadores da Light
primeiros jornais anarquistas no Rio de que editaria um jornal específico para as
Janeiro já há sinais claros da “retomada questões sindicais da categoria, o jornal
efetiva das atividades sindicais na UNIR. Este jornal segundo seus
conjuntura do declínio do Estado Novo” militantes “vêm difundindo naquela
(MATTOS, 2009, p. 79). Nesse empresa de transportes, os princípios do
contexto será a greve dos bancários que sindicalismo revolucionário e de ação
terá maior repercussão no conjunto da direta em frente aos demagogos de
sociedade e mobiliza outras entidades partidos políticos e do Ministério do
de classe em sua solidariedade. Já os Trabalho.”14
anarquistas, reafirmando a importância Os militantes conseguiram constituir um
da greve, sublinhavam com destaque no grupo dentro dessa categoria, mas
topo da página do jornal de posteriormente as relações azedaram
Remodelações que “os bancários
compreenderam a situação de
inferioridade do proletário na luta 12
A gréve dos bancários é justa. Remodelações,
contra a burguesia, sempre favorecida Rio de Janeiro, 26/01/1946, nº 13 p. 04.
13
pelo Estado”. Opinando sobre a Um Manifesto em Campinas. Ação Direta,
Rio de Janeiro, 16/05/1946, nº 05 p. 03.
importância da greve, afirmam que esta 14
UNIR. Ação Direta, Rio de Janeiro, Março e
Abril de 1951, nº 72 p. 02.
pelo uso de um mimeógrafo encontro e também participou do VII
(RODRIGUES, 1993, p. 81). Estiveram Congresso de Jornalistas, pela 36
também envolvidos em atividades 17
delegação de São Paulo. Coube a ele
sindicais no Rio de Janeiro, o anarquista também a publicação de um trabalho
e professor Serafim Porto, assíduo histórico sobre a organização dos
participante das assembleias do jornalistas no Brasil e mantinha trânsito
Sindicato dos Professores do Rio de com os gráficos.18
Janeiro. 15 Serafim Porto, em entrevista Porém, a mais organizada tentativa de
ao jornal Diário de Notícias denunciava trabalho sindical se concretizara na
que era “humilhante para a classe categoria dos gráficos. Entre 1947 e
estarem os professôres com tanta 1951, fase do governo Dutra marcada
contemporização.” Serafim participava pela repressão ao movimento sindical, o
da comissão de professores que Sindicato dos Trabalhadores Gráficos
acompanhou o julgamento do dissídio ficou sob intervenção (THIAGO, 2011,
coletivo da categoria e do grupo de p. 59) de uma junta governativa, eleita
professores que condenava entre outras numa assembleia realizada em maio de
questões, “a cobrança excessiva da 1952. 19 Esses anos evidenciaram
matrícula”, reivindicações estas, disputas entre os intervencionistas e
encaminhadas ao ministro da seus opositores e certo esvaziamento da
educação. 16
participação direta dos sindicalizados
Em São Paulo podemos destacar nos espaços de deliberação, fruto, de
algumas iniciativas. Lembremos que há uma crise de legitimidade do sindicato
despeito da crise do sindicalismo dentro da categoria. 20 Lembremos que
revolucionário, mantém-se certa de 1947 a 1952 a linha do PCB foi a de
continuidade nas atividades sindicais constituir organizações paralelas fora da
desempenhadas pelos anarquistas neste estrutura sindical oficial. Mas mesmo
estado, ainda que em vários casos, sob a esta linha, a militância sindical de
dispersas por várias categorias. Chama base ligada ao partido frequentemente
atenção a mobilização do anarquista ignorou sob indisciplina partidária suas
Edgar Leuenroth nas tentativas de diretrizes (COSTA, 1995). Isso garantiu
organização e atividades operárias junto ao PCB, manter quase intactas, suas
aos jornalistas. (KHOURY, 1998). raízes sindicais. Nesse período de
Edgar integrou diversos congressos intervenção ministerialista (1947 a
jornalistas. No V Congresso participou 1952) os anarquistas inicialmente
da redação da Carta dos Jornalistas, que defenderão a linha sindical do
trazia além de reivindicações congresso de 1948. Esta linha apontava
específicas, propostas éticas para para a formação de Grupos de
regulamentar a atuação profissional. Foi Resistência Sindical ou Grupos
indicado à presidência da Comissão de
17
História da Imprensa, constituída neste Anais do VII Congresso Nacional de
Jornalistas. Rio de Janeiro, 1957, p. 24. Acervo
do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria
15
Cf. Diário de Notícias, Rio de Janeiro, Gráfica.
18
16/05/1950. Segunda Sessão, Quarta página; O Trabalhador Gráfico, São Paulo, Agosto
Expedicto Quintas. Professor -- Vida de de 1950, n0 186, p. 01. Movimento Sindical.
19
Sacrifícios e Sem Compensações. Ata da Assembléa extraordinaria realizada em
16
Manifestam-se os professôres contra a 25 de maio de 1952 para eleição de uma Junta
cobrança de jóia, pelos colégios. Diário de Governativa. Livro # 78. Acervo do Sindicato
Notícias, Rio de Janeiro, 10/08/1951. Segunda dos Trabalhadores da Indústria Gráfica.
20
Sessão, Segunda Página. Idem.
Sindicais de Ação Direta com o “tendência” 24 sindical mais ampla,
objetivo de “intervir na vida orgânica chamada Movimento de Orientação 37
dos sindicatos”. 21 Entretanto, as Sindical (MOS). O MOS contou além
dificuldades eram variadas. Em algumas dos anarquistas, com a participação de
cidades, como Campinas, os anarquistas socialistas independentes, sindicalistas e
avaliavam não ser possível interferir “militantes de várias categorias
diretamente nos sindicatos.22 Em outras, profissionais”. 25 Cabe dizer que
como Curitiba, a aplicação desta linha independente dos matizes ideológicos
motivava-os a ser possível sua maior no interior do MOS, o que parecia
difusão.23 condensar a unidade deste, era
Ao longo desse período, os anarquistas justamente a posição sobre as questões
iam paulatinamente se confrontando sindicais e não um corte ideológico
com a força da intervenção estrito. O ano de constituição do MOS
ministerialista e depois de variadas (1953) é emblemático e ficou marcado
tentativas eram golpeados por do ponto de vista sindical pela chamada
dificuldades. Cabe ressaltar que a “greve dos 300 mil em São Paulo” e
despeito de seu pequeno grau de “pela organização dos trabalhadores nos
influência nas entidades sindicais, os locais de trabalho” e que representou
anarquistas jamais abandonaram o “um marco na retomada das
mobilizações operárias após o descenso
universo dos trabalhadores e suas
questões de classe e esperavam até onde iniciado no governo Dutra” (MATTOS,
possível, uma conjuntura mais favorável 2009, p.87). O MOS propugnava como
para aplicarem sua política sindical. principal objetivo “lutar pela completa
Faltava-lhes o que o PCB e o PTB autonomia e liberdade dos sindicatos de
Trabalhadores”. O MOS também deseja
tinham de sobra, um peso sindical e
político massivo. A dispersão dos “combater o partidarismo político no
anarquistas em diferentes categorias, seio dos sindicatos, isto é, combater
num contexto de certo modo, hostil às aqueles que tendo conseguido alguma
suas propostas, não lhes dava a influência no meio sindical, pretende
exposição suficiente para irradiar e fazer com que o sindicato sirva aos seus
objetivos político-partidários”. 26
recriar sua proposta de maneira unitária.
Segundo seus militantes, o Movimento
Com o fim da intervenção de Orientação Sindical “é o resultado
ministerialista, os anarquistas necessário da luta que vem travando o
trabalharão mais ativamente para tentar proletariado na situação peculiar do
retomar uma iniciativa dentro dos Brasil”.27
sindicatos. Tal empuxo, iria, pelas
iniciativas na categoria da Light e dos
24
Gráficos, convergir para uma Usamos o termo tendência no sentido de uma
fração/corrente sindical própria.
25
Segundo manifesto do MOS apreendido pela
polícia em novembro de 1953. Boletim
Reservado n0 217. 24/11/1953. Rio de Janeiro.
21
Ata do Congresso Anarquista de 1948 apud Prontuário DFSP-RJ notação 30072, setor
RODRIGUES, 1992, p. 157. 1.3.2.7.1.9, Dossiês, folha 02.
22 26
É o caso de Campinas onde os anarquistas Folha Socialista, São Paulo, 05/06/1953. Ano
afirmam não ter “penetração nos sindicatos” e 4, n0 01.
27
por isto, “procuram levar propaganda O manifesto foi reproduzido na íntegra em
revolucionária entre os ferroviários”. Idem. Ação Direta. Movimento de Orientação
23
Relatavam a atuação de dez elementos Sindical: um promissor movimento operário
anarquistas nos sindicatos. Ibid., p. 160. sindical contra os políticos e os pelegos. Ação
A greve de 1953, como bem aponta o podia dispor do grande prestígio
historiador Hélio da Costa pode ser capitaneado pela militância pecebista 38
entendida como um marco de nas lutas dentro dos sindicatos
“renovação do movimento sindical com ministerialistas. O giro da política do
o aparecimento de novos militantes, que PCB de certo modo, prejudicou o
foram atraídos para os sindicatos” sucesso da política dos setores de
(COSTA In FORTES, 1999, p. 113). De oposição à sua esquerda, incluindo
fato, mesmo tendo em vista que existia nesse campo ampliado, os anarquistas.
uma intenção política como pano de O resultado é que práticas sindicais –
fundo para a criação do MOS, este se com as quais os anarquistas sentiam-se
forma sob uma conjuntura propícia ao “confortáveis” do ponto de vista
aparecimento de grupos sindicais de estratégico – eram capitaneadas por
oposição e misturava-se a experiência outras forças políticas de esquerda.
da classe naquele contexto que Em São Paulo a atuação do MOS na
empurrava os sindicatos a posições mais categoria gráfica daria vida ao jornal
combativas. Segundo, a greve dos 300 Ação Sindical, organizado pela Ação
mil em 1953, expôs no interior das Sindical dos Gráficos, que em seu
mobilizações “a permanência viva no primeiro número, no ano de 1958,
seu cotidiano de toda uma memória de estamparia sem sectarismos matérias
lutas e uma tradição de resistência que
escritas pelos socialistas do PSB,
tornavam os locais de trabalho o centro anarquistas e sindicalistas
gerador e impulsionador do movimento independentes. O jornal Ação Sindical
do início ao fim”. (Ibid., p. 112). Esta seria constituído segundo o esforço “de
memória era trabalhada não apenas pelo um grupo de trabalhadores de todos os
MOS, mas pelos periódicos anarquistas
ramos, que teve como pioneiros um
em sua imprensa específica, tentando punhado de gráficos”. 28 Este grupo
articular a ação daquele momento num atuaria interferindo no Sindicato dos
quadro de significados anterior, ligado a Trabalhadores Gráficos de São Paulo
militância sindicalista revolucionária no (STIG). Mesmo avaliando que os
início do século. Em alguns momentos, sindicatos, “associações de defesa dos
matérias dos jornais anarquistas eram interêsses dos trabalhadores” não
transcritas ao informativo do MOS e gozavam de liberdade dentro da
vice-versa, o que atesta, que a separação estrutura sindical seus militantes avisam
demasiado rígida realizada por que “Nossa crítica será construtiva e de
determinados pesquisadores entre unidade, pois não achamos
sindicalismo revolucionário e recomendável a criação de novos
anarquismo por vezes desrespeita os sindicatos, uma vez que os que existem
significados atribuídos pelas fontes. podem e devem livrar-se de tôdas as
O terceiro aspecto que merece atenção tutelas e dos maus elementos que os
diz respeito às condições de sucesso do Infestam”. 29 Ou seja, de que mesmo
MOS nesse caminho de oposição. analisando a ligação do sindicato a uma
Sendo assim, a oposição do MOS à estrutura corporativista, a experiência
esquerda do PCB tinha de lidar com a da classe e suas mobilizações de base
tensão permanente de constituir-se
como uma oposição sindical que não
28
Nossa Campanha. Ação Sindical, São Paulo,
Direta, Rio de Janeiro, Janeiro e Fevereiro de Março de 1958, n0 01, p. 01.
1954, n0 91, p. 04. Movimento Sindical. 29
Idem.
foram decisivas para convencê-los que articulando durante todo o ano de 1958
esta poderia ser tensionada. diante a “necessidade de renovar o 39

Os anarquistas, portanto, não viam o ambiente no seu Sindicato”.30 A atuação


sindicalismo apenas como simples sindical dos anarquistas dependia
expressão institucional dos sindicatos, também de renovação e para sua
mas uma prática mais ampla, de classe, efetivação, uma coordenação política
que seria conformada também pela mais eficiente que teve grandes
atuação das bases e pelos locais de dificuldades em se “reproduzir”. Um
trabalho. De maneira geral, os caminho elencado pelos libertários, foi
anarquistas avaliavam em seus o de reforçar as trincheiras de outros
periódicos que os sindicatos estavam espaços que ainda contavam como
num quadro de completa subordinação referência e que tinham nas ações
ao corporativismo, aos partidos e aos culturais, seu grande combustível.
ministerialistas. No entanto, apesar Independente disto pode-se afirmar que
disso, a experiência sindical de parte da o anarquismo do período continuou com
classe trabalhadora no período, os fez perspectivas sindicais muito bem
acreditar nas possibilidades de superar definidas e interferiu de acordo com sua
as limitações dessa estrutura e permitir força nos debates vigentes.
um retorno da “liberdade sindical”. Na Contrariando a falsa percepção que o
anarquismo nesse período desvinculara-
categoria dos gráficos, onde os
anarquistas possuíam inserção, os se totalmente do mundo do trabalho ou
trabalhadores não ficaram passivos que foi completamente absorvido pela
diante as múltiplas questões que estrutura sindical, a prospecção nessas
afetavam a categoria nos diferentes duas categorias revela uma prática
frequente de inserção das ideias e
estados. Uma destas era a
regulamentação de leis das diferentes estratégias ácratas no universo sindical
categorias profissionais. Neste período, brasileiro, seja interferindo no interior
os gráficos “buscavam não só de determinados sindicatos, seja na
compreender as leis, mas interferir no aproximação da base de determinadas
processo de interpretação e aplicação categorias. Não se pode dizer que os
das mesmas” (THIAGO, 2011, p. 90). O militantes anarquistas não tenham
grupo Ação Sindical dos Gráficos (e os encontrado limites e esses limites foram
anarquistas, por conseguinte) não questionados abertamente sempre que
condenavam em princípio a regulação possível. Apesar dos próprios
de determinadas leis em benefício da anarquistas afirmarem que “faltavam
categoria, negando a tese de que o anarquistas operários” a ligação entre o
anarquismo por negar a ação política anarquismo e o universo sindical
estatal recusa quaisquer debates que teimosamente resistia em não ser
envolvam essa esfera. esquecida, mas a partir de 1959 com
muitas dificuldades. Em trocas de
Tais disputas sindicais, no caso dos correspondência realizadas depois do
gráficos se traduziram na formação de Encontro anarquista de 1963 se
uma chapa de oposição no interior do ressentiam de não debater
sindicato. Os trabalhadores aglutinados adequadamente o sindicalismo à luz da
na Ação Sindical dos Gráficos lançam conjuntura, que tendo a Revolução
uma chapa de oposição nas eleições da Cubana como polo irradiador da
diretoria e no segundo número de seu
jornal, seu programa, prosseguiram se 30
Ação Sindical dos Gráficos. Ação Sindical,
São Paulo, Maio de 1958, Ano 1, n0 03, p. 02.
esquerda, mudava totalmente seus Dissertação (Mestrado em História). Instituto de
significados políticos. Somente então é Ciências Humanas e Sociais, Departamento de 40
História, Universidade Federal Rural do Rio de
que os libertários passariam a restringir Janeiro, Seropédica, RJ, 2014.
sua atuação a determinados espaços e
THIAGO, Cristiane Muniz. Ofício militante:
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