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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU


INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA GRAFOLOGIA NA ÁREA DE


RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

Por: Fernanda Felix Boechat de Lima

Orientador
Prof.ª Ana Paula Pereira da Gama Alves Ribeiro

Rio de Janeiro
2009
2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA GRAFOLOGIA NA ÁREA DE


RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do


Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão de Recursos humanos.
Por: Fernanda Felix Boechat de Lima
3

AGRADECIMENTOS

O presente trabalho não se tornaria


viável sem o incentivo, apoio e
dedicação de meus pais, marido,
colegas e professores. Meu
agradecimento vai para eles
4

DEDICATÓRIA

Dedico manifestando toda minha


gratidão aos meus filhos que direta ou
indiretamente contribuíram para que o
mesmo fosse possível e se tornasse
real.
5

RESUMO

O presente trabalho é um estudo bibliográfico, com o objetivo de oferecer


principalmente ao Psicólogo mais um instrumento de avaliação, mostrando sua
eficácia e também suas restrições, trazendo a observação que cada escola de
Grafologia possui.
Parte-se da hipótese de que seja uma ferramenta de inigualável potencial para
o auxilio principalmente nos processos de recrutamento e seleção. Atualmente,
é difícil ater-se a uma única síntese de orientação. A maioria dos Grafólogos
modernos mescla duas ou mais escolas, criando sínteses diferentes.
Conclui-se, portanto, ser viável a partir do estudo da Grafologia, colocar em
prática esse novo instrumento de trabalho, lembrando que o estudante deve
procurar seguir mestres renomados como: Jamen, Klages, Pulver, Vels,
Xandró, Gille, e muitos outros. As três principais escolas são a Francesa, a
Suíça e a Alemã, destas se originam todas as demais.

Palavras chaves: Avaliação Psicológica; Análise; Seleção de pessoal.


6

METODOLOGIA

O presente estudo teve como base o levantamento bibliográfico de


autores especializados em grafologia tanto voltados para organização, como
para a parte psicológica desse estudo.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A grafologia 10

CAPÍTULO II - A importância da grafologia


no recrutamento e seleção 17

CAPÍTULO III – Termos técnicos elementares 24

CONCLUSÃO 32

BIBLIOGRAFIA 34

ÍNDICE 36

FOLHA DE AVALIAÇÃO 37
8

INTRODUÇÃO

Este trabalho procura aborda, ainda que de forma breve, a Grafologia,


com sua eficácia e sua limitação.
O tema Grafologia foi cuidadosamente escolhido por se tratar de uma
ciência da escrita humanista e uma técnica de observação e de interpretação
que possibilita o estudo da personalidade pelo exame de um manuscrito.
A problematização se dá na questão de como a grafologia auxilia o
recrutamento e seleção de pessoas?
E a hipótese levantada mostra que as empresas agregam aos seus
processos seletivos vários métodos de seleção, e a grafologia se tornou uma
ferramenta importante nesses processos, pois ela faz uma avaliação
psicológica da pessoa, sua personalidade através dos desenhos das letras.
O objetivo geral é mostrar mais um instrumento de avaliação eficaz,
apesar de suas limitações.
Os objetivos específicos são definir e mostrar o histórico da grafologia,
mostrar a importância da grafologia no recrutamento e seleção e definir os
limites da grafologia.
É neste universo que a gestão com pessoas se torna indispensável.
A grafologia como instrumento de avaliação, auxilia no processo de
identificação dos talentos, daqueles que possuem melhores condições para
atender as demandas da função e de determinado cargo nas organizações.
Nesse trabalho, cenários e conceitos serão apresentados, objetivando
dar uma visão do que é a grafologia e de como ela se integra no processo de
recrutamento e seleção.
O presente trabalho também permeia a tecnologia e a influência desta
no processo da escrita e, conseqüentemente, na avaliação grafológica ao longo
das etapas de recrutamento e seleção de candidatos nas organizações.
A utilização da grafologia nas organizações é vantajosa, pois a
ferramenta pode ser aplicada, mesmo em grandes distâncias, e não se precisa
da presença do candidato.
9

Conhecer a personalidade através da letra nos fornece maiores


subsídios para identificar os talentos, e avaliar a adequação do candidato à
cultura e ao perfil do cargo desejado pela empresa.
10

CAPÍTULO I
A GRAFOLOGIA

A grafologia é definida de várias maneiras e a mais comum é como a


“Avaliação da personalidade e do caráter com base na escrita”. A grafologia é
uma ciência nova, suas bases e princípios científicos foram estabelecidos no
século passado.
O primeiro livro sobre grafologia, escrito em 1622, deveu-se ao médico
italiano Camilo Baldo (1555-1635), professor da Universidade de Bolonha. O
“livrinho” estabeleceu certas normas de análise que são válidas até os dias
atuais.
É lamentável que ainda se duvide do valor da grafologia e que os livros
que fazem referência ao tema busquem apenas explicações nas chamadas
ciências ocultas. Tal ceticismo equivocado se transforma em adesão
incondicional e, lamentavelmente, faz com que se acredite mais no grafólogo e
na sua arte que na grafologia em si.
Muitas pessoas, quando ouvem falar da grafologia que estuda a
personalidade, tendem a pensar: de um ano para outro, mesmo de um dia para
outro, a minha letra muda. Meu modo de escrever é variado. Cada vez escrevo
de uma maneira diferente.
Como pode a grafologia estudar a minha personalidade? É um fato que
o aspecto do grafismo individual é conseqüência do estado atual do ânimo.
Das variadas reações inconscientes surgem às mudanças no modo de
desenhar as letras e percorrer a trajetória da linha que forma as letras. É aí que
está a beleza do estudo: acompanhar as variações e a evolução da
personalidade, para identificá-la completamente!
Da forma como ocorrem as oscilações e as mudanças, muito se conclui
a respeito da energia, da constância, dos estados de ânimo e das convecções
mais íntimas.
Sobre a grafologia, após longa pesquisa que comprovou sua natureza
estritamente científica, Alfred Binet, declarou: "é o instrumento mais
belo e precioso com que um psicólogo pode dispor”. (BINET, 1954)
11

A grafologia é um dos instrumentos precisos da investigação


psicológica. Assim, é necessária a presença da psicologia dentro da área de
Recursos Humanos e de seus conceitos nas conclusões que a grafologia
procura alcançar.

1.1 – O grafólogo

É certo que a personalidade do grafólogo não deixa de ser importante.


Mas, para a utilização desta ferramenta é preciso que o profissional que a use,
possua, em primeiro lugar, o sentimento humano e que se aprofunde no
respeito à personalidade alheia
As variações na letra são dependentes fidedignos do que ocorrem em
função de temperamentos, educação e estado de cultura. A pesquisa confirma
todas as conclusões a que pode chegar um grafólogo para auxiliar o trabalho
dos psicólogos no conhecimento da personalidade de quem escreve. O curso
de grafologia percorre todas as etapas que levam a esse conhecimento pela
escrita.
É fundamental que o profissional que trabalha com a grafologia tenha a
capacidade de compreender e não de julgar.
Além disso, certas características no perfil de um grafólogo são
essenciais. Entre elas podemos citar: concentração, mobilidade, crítica,
disponibilidade, mais intuição que raciocínio lógico, métodos, dote de
expressão, ética, juízo construtivo, resistência à fadiga e equilíbrio.
Depois de falar sobre as aptidões necessárias ao grafólogo, não
devemos esquecer as características que devem ser evitadas como, por
exemplo, o sentimento de poder.

1.2- Um breve histórico da grafologia

Entre os anos de 1775 e 1778, Johann Gaspar Lavater (1710-1782)


descreve alguns rudimentos de Grafologia em “Fragmentos
Physiognomoniques”.
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Johan Wolfgang Goethe, autor de “Fausto”, troca correspondências


com Lavater e descreve em seus livros alguns retratos grafológicos.
Por volta de 1830, o Abade Flandrin fundou a primeira escola de
interpretação da escrita, a partir de então a Grafologia não parou de evoluir.
Pode-se dizer que os primeiros passos da grafologia científica
começaram com o Abade francês Jean-Heppolyte Michon (1806-1881).
Michon cometeu alguns erros, porém estes eram próprios de um
cientista que tinha poucos a auxiliá-lo e cuja impulsividade pode trazer a luz
uma nova ciência.
A sociedade Francesa de Grafologia, criada por Michon, existe até os
dias atuais, tendo comemorado seu centenário no dia 20 de março de 1971,
sendo considerada de “utilidade pública”.
Crépieux-Jamim (1858-1940) é considerado o verdadeiro pai da
Grafologia Moderna, com ele o rigor científico chega a esta ciência, sua
classificação é até hoje seguida por muitos grafólogos.
A principal obra de Jamim é “O ABC da Grafologia”, leitura obrigatória
para todos aqueles que desejam se aprofundar em grafologia.
Hélène de Gobineau em parceria com Roger Perron pesquisaram a
gênese da escrita no Laboratório de Psicologia do Hospital Henri Roussele, e
criaram as bases da grafometria, ou seja, a quantificação da grafologia através
de métodos estatísticos.
Saint-Morand, aliás, Elizabeth Koechlin, falecida em 1978, foi uma das
mais brilhantes e produtivas grafólogas modernas. A Rosa dos Ventos e
estudos sobre a vitalidade da escrita (supervital e sobrevital) devem-se a Saint-
Morand.
Pierre Menard (“L’écriture et lê Subionscient”, 1931) introduziu na
Grafologia os conceitos de psicanálise que mais tarde foram aperfeiçoados por
inúmeros autores, entre os quais: Lucien Bousquet, H. Ploag, R. de Goursac,
H. Masson, Delamain, M. Larcher, M. Mayer , Dettweiler, Paolo Parlingli,
Bastin, e outros.
Ania Teillard, discípula de Jung, cria um sistema de Grafologia
junguiana-libido, intro-extroversão, pensamento, sentimento, intuição,
sensação, complexos, histeria, anima-animus – que passa a ter sua expressão
gráfica analisada.
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Raymond Trillat, considerado “pai da Grafoterapia” criou um método


bastante eficiente de grafologia (analisa quatro elementos: a letra, a palavra, a
linha e a página).
O terceiro grande nome da grafologia até a metade de nosso século é
o Psicólogo Max Pulver (1890-1953), considerado um dos maiores gênios da
Grafologia Moderna.
A grafologia iniciou-se no Brasil no ano de 1900, através do livro “A
Grafologia em Medicina Legal”, do Dr. A Costa Pinto, tese aprovada com
distinção na Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia.
Através desta técnica, o grafo analista experiente pode falar das
potencialidades, do ânimo e do modo de cada um relacionar-se, além de
permitir observações acerca da esfera moral, possibilidade que nenhum outro
meio de avaliação traz.
A partir daí, a Grafologia evoluiu muito como ciência, sendo ensinada
em várias Universidades da França, Alemanha e Espanha. Esta ciência chegou
ao Brasil há pouco mais de uma década, mas a cada dia afirma ainda mais a
sua importância, sendo utilizados em processos seletivos, por diversas
empresas, escolas, institutos criminalistas e até mesmo em processos judiciais.
Considerando, a análise da escrita, contribui para que possamos
perceber a atividade de cada um frente à atividade de trabalho. Ela nos dá a
vitalidade, a energia, constância com que cada um se empenha para atingir
seus resultados propostos, a capacidade de liderar ou submeter-se, a
capacidade de decisão, a atitude obstinada para correr atrás dos alvos e
metas, a atividade de iniciativa e o rendimento nas ações e tarefas a serem
cumpridas.

1.3 – Orientações profissionais e educacionais

Através de uma orientação correta, irá ajudar a direcionar,


principalmente os jovens, para um melhor aproveitamento de suas aptidões.

1.4 – Diagnóstico médicos


14

A grafologia pode ajudar o médico a definir casos de hipocondria,


paranóias esquizofrenia, embriaguez, etc. Porém, deve ser encarada com
extrema cautela, não podendo o grafólogo para tal, mesmo assim deve recorrer
a outros instrumentos para confirmar a patologia observada.

1.5 – Falsificações

Talvez seja a mais aceita e utilizada em nosso país. As polícias Civis,


As forças Armadas, Os Bancos e o Poder Judiciário possuem especialistas em
Grafotécnica.
O Grafotécnico pode identificar qualquer tipo de falsificação ou
dissimulação de letra.
Destaca-se o trabalho desenvolvido pelo Instituto Criminalístico Carlos
Éboli do Rio de Janeiro é especialista neste trabalho. A despeito das
dificuldades de ordem material, peritos como Othon Pires, Eloá Bluvol, Ana
Mussoi, Lúcia da Graça Almeida, Tânia Pires, Paulo Sergio Rodrigues, Simone
Ticon e outros colocam a Grafotécnica carioca entre as melhores do Brasil.

1.6 – Grafoterapia
Auxilia no tratamento de doenças ou tem por objetivo corrigir ou
atenuar certas características da personalidade. Indicado no tratamento de
casos de depressão, timidez, ansiedade, etc.
A Grafologia não é uma ciência exata, sua análise vai depender de
diversos fatores: material, local, papel, época e também o momento pelo qual a
pessoa esta atravessando naquele momento.
Deve-se encarar a grafologia como uma ciência que visa a auxiliar o
ser humano.

1.7 – Os processos da escrita


“Aprendemos a escrever a partir de alguma norma. Antigamente se
falava em modelo escolar, hoje se diz escrita inicial. A escrita inicial
variou sempre de escola para escola e de país para país, e de uma
para outra época. À medida que nossa personalidade se vai
desenvolvendo, vamos nos afastando, sem pensar, do modelo
aprendido, independentemente de qual ele tenha sido. Este
afastamento se dá em graus variáveis, conforme as pessoas [...]
15

nossa personalidade, no entanto, quando mais ou menos


amadurecida, faz nossa grafia escapar-lhe sempre, aqui e ali, num
traço ou noutro, e isto a ela confere um cunho altamente individual.”
(SANTOS e LOEVY, 1987, p.5):

CAMARGO (1993) reforça: “Para a grafologia, a escrita é mais que


uma linguagem individual. É uma série de atos, um registro gráfico e
vivo de nossos movimentos.” (CAMARGO, 1993, p.12)

Isto se confirma na medida em que, mesmo sem prática, podemos


identificar um texto escrito por familiares, pais, professores, amigos apenas
observando a letra.
“Quando a criança chega à escola, ela já traz consigo experiências,
atitudes, valores, hábitos de linguagem, que constituem a refletem a
cultura de sua família e de seu meio social. O desenvolvimento de
sua inteligência, de sua personalidade, de sua afetividade, foi
construído pela assimilação destas atitudes e destes valores.”
(HARPER, 1993, p. 75)

A importância do convívio social para o desenvolvimento e


aprendizagem da criança, o que lhe confere traços de personalidade únicos.
O processo da escrita se dá ainda na fase escolar, assim com a
linguagem oral, a linguagem escrita, é um produto social.
Segundo ENDERLE (1987) “A alfabetização e a escrita exigirão mais
do que a motricidade da criança nesta fase entre oito e dez anos
pode se falar em mecanização capacidade de reproduzir sem
interrupções, um mesmo movimento, com a continuidade.”
(ENDERLE, 1987, p.91)

Trata-se de um modo de comunicação sistematizado e complexo que


permite à criança que a assimilou, ter acesso à informação, de uma forma
autônoma. A linguagem oral, como a linguagem escrita, constitui uma base
para a integração dos conhecimentos e sua memorização.
Estas bases de referência sendo um produto social, as linguagens
orais e escritas, tornam-se um meio de aceder as informações trazidas pela
cultura, e, igualmente, um meio de participar da cultura da sociedade.
Vale destacar que a alfabetização e a mecanização da escrita podem
ser dar em diversas etapas do desenvolvimento infantil e do adulto.
De acordo com FUJITA & GREGORIO (1988) “É através do cérebro
que adquirimos as capacidades intelectuais e passamos a atuar
sobre o meio, não apenas em busca de satisfazer nossas
necessidades básicas, como os animais, mas, também, de
questionarmos e atuarmos sobre ele, através do pensamento, da
linguagem, do uso habilidoso das mãos e, através do aprimoramento
16

de cada capacidade individual, nos reunirmos em organizações


sociais e desenvolvermos a cultura.” (FUJITA & GREGORIO, 1988,
p.57)

A apresentação do processo da escrita sob a perspectiva da


neurofisiologia contribui para o entendimento desta habilidade de linguagem
através dos mecanismos de funcionamento do cérebro humano.
17

CAPITULO II
A IMPORTÂNCIA DA GRAFOLOGIA NO
RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

2.1 – Desenvolvendo pessoas através da Grafologia

A globalização da economia mundial traz como conseqüência uma


onda de novos investimentos e criação de empregos em nosso país,
obrigando as empresas a aperfeiçoarem cada vez mais suas
técnicas de seleção. (CAMARGO, 1999: p.47)

Atualmente enumeras empresas Nacionais e Multinacionais, já adotam


a Grafologia como instrumento para recrutamento, seleção, treinamento,
promoção, admissão, etc. Como podemos citar algumas: TIM BRASIL S/A,
AMERICAN BANK NOTE COMPANY, BRADESCO VIDA E PREVIDÊNCIA,
etc. As psicólogas destas conceituadas empresas agregaram em seus
processos esse novo instrumento que hoje possibilita melhor conhecimento
sobre a pessoa em que se faz o levantamento grafológico.

Partimos de um modelo de escrita, chamado de modelo escolar,


quando aprendemos a escrever; embora algumas escolas já utilizem
o modelo tipógrafo ou escrita em bastão para a alfabetização. Ao
longo da nossa evolução de vida, vamos ou não, aplicando à nossa
escrita os nossos processos de mudança pessoal, advindos das
experiências de cada um e dos estímulos recebidos. ( FREIRE, 1996:
p.35)

Ao escrever, circunscrevemos a grafia dentro de um espaço que tem


inúmeras convenções: margens, distância entrelinhas, espaços entre as letras,
entre as palavras, acentos, pontos, parágrafos

Dentro destas convenções a pessoas instala-se com maior ou menor


liberdade em função de seus próprios medos, anseios, desejos, convicções etc.

O ponto de partida é o modelo escolar, contudo é nem sempre toma


ele como base e o transforma. É óbvio que Isto tem ligação íntima com sua
experiência com o meio em que vive, que transita, com os seus
18

condicionamentos. Isto nos permite observar quais são suas preferências;


aversões etc.; ou muito mais características, a partir de símbolos universais.
Nesta parte a grafologia tem como ponto de partida Max Pulver, ao longo do
tempo foi acrescentado todo o conteúdo do desenvolvimento do sujeito (teorias
de Freud, Jung, Klein, Eric Bern; Winnicott, etc.).

Esta ciência vem contribuindo para que a empresa tenha


conhecimento dos funcionários, proporcionando oportunidades de
melhoria e aproveitamento do potencial de cada um. Isto tem
proporcionado às empresas a diminuição das possibilidades de erros,
ampliando as condições de implementação de estratégias e planos
de ação com absorção dos resultados esperados, pois estarão
explorando todo o potencial dos funcionários. ( MANDRUZATO,
2008)

A grafologia tem predominante influência nas áreas de Recursos


Humanos, como recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento
visando ao autoconhecimento por meio das práticas dos feedbacks das
empresas.

Felipe Pierry, professor de grafologia e diretor do Instituto Felipe


Pierry, diz que 60% da utilização dessa ciência são voltadas ao
processo de seleção de pessoal para admissão. (RH EM SÍNTESE,
1996: p.68/69)

Como vantagem, Pierry aponta a fidedignidade da avaliação e a


facilidade de aplicação. Ao contrário dos inúmeros testes psicológicos, que
muitas vezes causam certo constrangimento e tensão, a grafologia não expõe
tanto o indivíduo. Para ele, o grau de envolvimento dos funcionários ao
processo organizacional depende do conhecimento que possuem de si próprio.
O professor aconselha as empresas que adotam esta ferramenta como
um instrumento de avaliação do processo organizacional, que levem os
resultados do laudo grafológico ao conhecimento dos funcionários.
Através da identificação das potencialidades, habilidades e motivação,
as pessoas poderão visualizar suas qualidades e suas limitações que ainda
precisam ser desenvolvidas e trabalhadas.
A Grafologia vem sendo utilizada como ferramenta estratégica nos
principais processos de Gestão: Seleção, Coaching, mapeamento de perfil para
processos de carreira e planos de sucessão, serve como identificador de
talento avalia o desempenho e os Gap’s dos profissionais em geral e permite
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sinalizar indicadores de melhorias para os mesmos. O resultado de uma


análise.

Grafologia em área Corporativa possibilita dados sobre como o


profissional se mostra em competências desejadas para
determinados cargos, como por exemplo, planejamento, visão global,
organização, criatividade e disciplina, entre outras. (VALLADARES,
2008: p. 67)

Trata-se do aspecto psicossocial da análise da escrita. O cliente,


geralmente, pede respostas específicas sobre pontos que estejam mais
relacionados com a gestão dos negócios do que com a Psicologia. Por
exemplo: dinamismo comercial, negociação, aptidões para dar ordens ou para
obedecê-las. Nestes casos, é comum analisar as motivações do indivíduo em
relação ao dinheiro, ao poder, à eficácia e à tranqüilidade.

O trabalho do grafólogo tem evoluído muito nestes últimos anos. O


trabalho requer, cada vez mais, conhecimento empresarial e faz com
que o profissional sinta a necessidade de se manter em dia com
novas técnicas e que utilize uma linguagem mais apropriada à
realidade. (CAMARGO, 2003: p. 78)

É necessária uma intensa ginástica mental para captar, ao mesmo


tempo, a personalidade dentro da perspectiva do trabalho proposto com as
qualidades particulares que se deseja encontrar num determinado indivíduo.

Nenhum teste psicológico sozinho pode eliminar candidatos. "Um


instrumento pouco estudado como a grafologia dá menos segurança
ainda." Até alguns grafólogos concordam. (CECÍLIA VILHENA,
especialista em seleção de pessoal da Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP), 2008).

Entre as companhias que a adotam incluem-se a Unimed, a Telemar, o


Banco Real, a Pricewaterhouse e a Polenghi. O motivo é simples: trata-se de
um jeito rápido de traçar perfis psicológicos. "O teste é simples e prático", diz a
grafóloga Ângela Leal, da empresa Estilo, localizada em Recife.

Esses estudos apresentam informações fundamentais para o uso


coerente dos testes de seleção objetivando a predição de
comportamentos futuros do candidato em relação ao cargo que irá
ocupar. Já no Brasil, apesar da gama de testes utilizados em seleção
de pessoal ser variada, pouco ainda se tem estudado sobre sua
validação; mesmo assim continuam sendo utilizados em larga escala,
seja pela sua popularidade, seja pela sua facilidade de administração
e avaliação (NORONHA, 2000).
20

A definição de seleção de pessoal está próxima para administradores e


psicólogos, ou seja, para ambos, a seleção é um processo pelo qual se
escolhem, dentre um grupo homogêneo, os candidatos com as melhores
aptidões e capacidades para determinada posição na empresa. Nesse sentido,
as empresas vêem o processo de seleção muito mais do que uma simples
contratação, como peça-chave para o sucesso do negócio.

Portanto, para a empresa, conhecer a adequação de um teste para


seleção de pessoal é fundamental para uma contratação correta, evitando
dispêndio de dinheiro e de tempo numa escolha inadequada.

O recrutamento é uma responsabilidade da área de Recursos


Humanos, tal como a seleção, que objetiva pesquisar dentro e fora da
empresa candidatos potencialmente capacitados para preencher os
cargos disponíveis em determinada organização (CARVALHO,
1997).

Uma força de trabalho bem recrutada contribui de maneira decisiva


para que a empresa não despenda tempo nem dinheiro na seleção.

As análises não podem ser eliminatórias. Sempre devem ser


acompanhadas de outros mecanismos. Enquanto isso, muitos
brasileiros estão perdendo a chance de concorrer a um emprego só
por causa da letra. (MANDRUZATO, 2008.).

As más utilizações de testes de grafologia podem resultar, como, por


exemplo, em ferramenta de exclusão e discriminação. É necessária a
importância da utilização dos testes de maneira adequada, evitando erros na
contratação, injustiças com o candidato e esclarecendo o papel do psicólogo e
demais profissionais da área de recursos humanos em uma organização, já
que esta é uma atribuição diferencial de sua profissão neste ambiente de
trabalho, em que o ser humano é o foco.

2.2- O avanço tecnológico X grafologia

É fato que o futuro é digital, e o avanço tecnológico trouxe ambientes


virtuais que influenciam diretamente o comportamento da sociedade, seja nas
relações sociais ou no universo dos negócios.
21

Relações estas que se dá, na maioria das vezes, de forma distante,


tendo em vista a falta do contato humano, o “olho no olho” está cada vez mais
raro, seja pela dificuldade do indivíduo de se relacionar, seja pela comodidade
de não se expor, e de experimentar uma relação enriquecedora que é a relação
humana, ou mesmo como forma de agilizar negócios, tendo em vista a
freqüente preocupação em aperfeiçoar o tempo.
Uma variável importante é a mudança retratada no tempo e no espaço.
As distâncias se encurtaram e por isso a velocidade com que as informações
nos chegam se torna imensurável, de posse de tantas informações, se dá uma
reordenação das estruturas cognitivas.
Aprender só não basta, é preciso solidificar a aprendizagem
modificando o comportamento, mesmo que este não se evidencie
imediatamente. É necessário aprender uma nova forma de aprender, para
acompanhar um ritmo que é imposto pela tecnologia.
Na realidade das organizações percebe-se um forte impacto da
tecnologia, mas também um estoque de conhecimento acumulado pelos
colaboradores, este capital humano é intangível, não há como medir e atribuir
um valor a eles.
As organizações passam a assumir a educação e o desenvolvimento
de seus colaboradores ou perdem espaço no segmento onde atuam, perdendo
inclusive, bons profissionais para este mercado.
Cabe às empresas atrair e reter bons profissionais, que estejam
alinhados com os valores e a missão da empresa
Este é um desafio da área de recursos humanos que precisa estar
conectada aos objetivos estratégicos corporativos. Especificamente, o setor de
recrutamento e seleção tem esta nobre missão, filtrar dentre inúmeros
candidatos, àquele que mais se adéquam ao perfil técnico e comportamental
proposto.
A grafologia, neste universo vem contribuir como uma ferramenta de
avaliação da personalidade. É através da letra e da simbologia do espaço
gráfico que identificamos os traços e suas características correlatas, num
universo infindável de significações que se correlacionam mutuamente.
Tendo em vista a simplificação da linguagem escrita que é um dos
temas deste estudo, ou mesmo a pouca habilidade com a redação manuscrita
22

de textos, é certo mencionar que o ato de escrever é como “andar de bicicleta”,


uma vez aprendida e apreendida, está habilidade não se perderá. Assim como
quem guia a bicicleta, sem prática, pode se desequilibrar ao subir, pode se
perceber certo desconforto do autor, que não tem o hábito da escrita, nos
primeiros parágrafos, mas ao longo do texto esta grafia torna-se mais
espontânea, e nela continuarão contidas as particularidades de cada
personalidade.
Novas pesquisas acadêmicas poderiam ser realizadas, aprofundando o
impacto da tecnologia no processo da escrita, tomando por base, por exemplo,
os hábitos dos jovens, que mesmo freqüentando escolas, onde ainda é
necessário utilizar a letra manuscrita em provas, redações e produções
acadêmicas, utilizam a linguagem simplificada e codificada na
interconectividade digital, em suas residências ou estabelecimentos comerciais.
Esta pesquisa qualitativa poderia ser segmentada por idade, sexo e
escolaridade, visando focar o público alvo.
Outra sugestão é a apresentação de estudos de casos com base em
profissionais que com o passar do tempo, adotaram na prática a digitalização
ao invés da tradicional letra manuscrita. Comparar o material grafológico em
tempos /anos distintos poderá ilustrar de forma prática a evolução ou a
involução humana e ainda, pautar estudos sobre a mudança ou não no ato de
escrever destes profissionais.
Uma pesquisa quantitativa poderia constatar a importância da
grafologia comparada a outras ferramentas utilizadas no processo de
recrutamento e seleção de candidatos, traçando inclusive um impacto na taxa
de turn-over da empresa. Com foco na área de educação, uma investigação
poderia verificar a influência dos recursos computacionais nas escolas frente
ao processo de alfabetização, e suas conseqüências no processo da escrita

.
23

CAPITULO III

TERMOS TÉCNICOS ELEMENTARES

Segundo Xandró 1986, todo o gesto necessário é positivo e mostra


uma energia canalizada para um rendimento eficaz. O gesto
desnecessário indica uma divagação mental que implica em uma
perda de energia, trata-se de um trabalho perdido.

Em qualquer teste de seleção o individuo é convidado a expressar suas


idéias sobre um determinado assunto ou a escrever uma carta de próprio
punho, a folha de papel em branco fica enorme e é nessa ocasião passa a ser
o seu mundo. O raciocínio lógico cuida do conteúdo da mensagem escrita e a
inconsciente deixa sua marca em cada linha, cada curva e letra desenhada no
papel.

Para a grafologia não tem escrita bonita ou feia, mas sim o nível de
forma positivo ou negativo que expressa o equilíbrio e a harmonia do
ser humano. Usada como forma de autoconhecimento, em
tratamentos psicoterapêuticos e na área criminalista (embora não
possa apontar um criminoso), a grafologia acusa tendências
agressivas, traços de falta de sinceridade ou possíveis distúrbios
emocionais. (CAMARGO, 2003: p.48)

Para uma analise grafológicas na maioria das vezes é solicitado um


texto de 20 linhas no mínimo, em papel branco não pautado. Nesse pequeno
texto é possível estudar aproximadamente 200 sinais e o encontro dessas
informações é o que reflete a personalidade do autor, não importado se é um
poema, uma carta ou simples recado manuscrito.
Como as pessoas estão em constante mudança e o estado de espírito
passa por alterações, o mesmo acontece com a forma de colocar os conceitos
no papel, os traços de escrita podem modificar durante a vida, o ano, um dia ou
até mesmo em uma mesma carta.
A fundação da grafologia é que uma estrutura gráfica que determina
um comportamento ou um traço particular da personalidade. Cada estrutura
gráfica é provocada pelos elementos gráficos preliminares.

3.1- Direções da grafologia


24

Existem quatro direções na grafologia, elas são a direção descendente


e ascendente, da esquerda para a direita e da direita para a esquerda.
A direção ascendente e descendente é importante na assinatura. As
assinaturas ascendentes estão relacionadas com o grau de ambição interna da
pessoa. E as assinaturas descendentes, principalmente se estão localizadas na
margem esquerda, são presságios de falta de confiança em si mesmo e
possíveis frustrações sofridas no decorrer da vida.
Os movimentos podem ser retos, curvos, ou angulosos:

• Retos – Não apresentam torções ou flexões ou desvios no trajeto


• Curvos – As formas possuem um segmento de circulo ou de oval
• Angulosos – As letras por eles formados se quebram ou se cruzam

3.1.1 - Movimentos derivados das curvas

• Guirlanda
• Arco
• Laço
• Nó
• Serpentina
• Espiral
• Bucle

3.1.2 - Movimentos derivados dos ângulos

• Triângulo
• Arpão
• Golpe de Sabre
• Golpe de látego

3.2 – Simbolismos do espaço gráfico


25

O inconsciente se revela através de símbolos. A escrita é um gesto


gráfico fixado no papel que traduz de forma simbólica a personalidade do autor.
De acordo com o lado ou direção para qual grafia se dirige, revela
certas características do ser humano.

3.3 – Ambientes gráficos

Em geral, o ambiente gráfico é positivo, quando os movimentos


gráficos nos agradam a primeira vista, nesta avaliação depende de uma série
de detalhes, quanto mais experiente for o grafólogo, maior facilidade de definir
o ambiente gráfico.

O sentido positivo dos signos vem revelar o grau de adaptação da


pessoa, tanto para seu mundo interior, quanto para o exterior. Indica
qual a influência da pessoa ao seu redor e como é influenciado,
indica assim, o grau de equilíbrio entre o sujeito que pensa, sente,
deseja e quer e o mundo exterior. O sentido negativo dos signos
provocam reações inadequadas que privam a pessoa da capacidade
de encontrar uma solução equilibrada para seus problemas, seja por
bloqueio ou inibição, sejam por uma dose de agressividade que faz
pensar em determinados complexos psico-afetivos que normalmente
provocam dificuldades para adaptação (VELS, 2003).

3.4 – Gêneros gráficos

Ao realizar uma análise grafológica são observados os principais


aspectos gráficos da escrita com seu significado psicológico mais amplo de
cada gênero.
Ordem é a disciplina social que revela a capacidade de organização,
de adaptação as normas e deveres sociais de um indivíduo.
Dimensão é a afirmação do indivíduo no ambiente em que vive que
indica em nível de expansão da personalidade da pessoa, seus impulsos e
necessidades o sentido de si mesmo e como se depara frente aos outros.
Pressão é a necessidade de mostrar energia.
A pressão é um dos dados mais importantes ao realizar a análise. Sem
avaliar a pressão nenhuma análise grafológica é considerada completa. Não se
avalia a pressão em xerox ou livros.
26

Para Max Pulver, (1890-1953) a pressão, é índice de produtividade


criadora. “Pressão é a intensidade de energia psíquica”.

Velocidade está ligada à atividade e ritmo que demonstra o tempo de


reação e a rapidez com que a pessoa resolve seus problemas e suas tarefas.
A velocidade varia em função das emoções, do humor e dos interesses
de quem escreve, e esta ligada a uma boa disposição e agilidade de espírito.
A inclinação é o contato com o mundo e reflete a necessidade e o
desejo que a pessoa tem de entrar em contato com os demais. Como a pessoa
se relaciona com seu semelhante e deseja ser tratado, dominada ou repudiada.
Revela a espontaneidade afetiva e o grau de vinculação com os objetos e
pessoas.
A direção é à vontade em ação e reflete as variações de humor e da
vontade de quem escreve.
A continuidade exprime a condução dos atos, sentimentos e idéias que
mostram a maneira como as letras são ligadas entre si nas palavras.
Aprendemos a escrever realizando a ligação entre as letras (letra
Cursiva). Em função disto, a desconexão é produto de nossa individualização,
podendo ocorrer por diversas causas e sempre vai influir no ritmo da escrita.

3.5- Signos especiais

Alguns sinais gráficos acabam revelando detalhes muito especiais de


cada escritor. A presença deles pode ser facilmente observada, entretanto
somente são considerados como característica psicológica quando aparecem
em número razoável no grafismo.
A complexidade do ato gráfico pode ser resumida em duas formas, à
direita e à esquerda.
Uma escrita em ângulos e à direita mostra força, afirmação, vontade de
lutar, energia exteriorizada, capacidade de enfrentar obstáculos, liderança,
vigor e força física. O traço à esquerda é sinal de interiorização, refugio, falta
de vontade para lutar, desejos de paz em vez de guerra, amenidade e
suavidade nas relações.
27

O gesto à esquerda na maioria das vezes, não é um gesto forte, pois


exprime exclusão da força como objetivo primordial. Nunca se esquecendo do
conjunto para chegar à condução final.

Segundo NEZOS (1992), independente de outros dados deve-se ter


em mente que nenhum sinal é fixo e que estes dependem de quatro
fatores:
• A zona em que aparece
• Os outros sinais
• Nível de forma do grafismo

3.5.1 - Guirlanda

Consiste de um movimento em forma de arco e aberto para cima. A


curva, em geral, é um gesto que reflete amenidade e suavidade.

3.5.2 – Arco

Simboliza construção, composição e invenção, arquitetura,


arqueologia, aparato, etc. mostram orgulho, dissimulação e originalidade.

3.5.3 – Bucle

Forma voltas ou pequenos círculos sobre certas partes das letras.

3.5.4 – Laço

A característica do laço é a execução de um duplo bucle. Analisa-se de


acordo com o meio, principalmente se for bastante regressivo.

3.5.5 – Serpentina

Movimento é ondulado, a direção é imprecisa.

3.5.6 – Espiral
28

Tem a semelhança de um caracol.

3.5.7 – Triângulo

São movimentos que ocorrem principalmente nas partes inferiores das


letras.

3.5.8 – Arpão

Sua interpretação é extremamente variável, depende da zona em que


ocorre e se o traço é final ou inicial.

3.5.9 – Golpe de sabre

É um movimento brusco, ágil, vivo e realizado com presteza.

3.5.10 – Golpe de látego

Sua forma tende a ser de um laço, porém ele se projeta para frente de
maneira impulsiva.

3.5.11 – Nó

É um movimento de tensão que prende segura e ata, ao contrário do


laço que envolve e reduz. O nó é um compromisso que não se desfaz a não
ser pelo rompimento. Quanto maior a pressão em um nó, mais “atada” é a
característica psicológica.

3.5.12 – Torções

Trata-se de um desvio na direção dos traços que normalmente são


retos. A torção revela uma adaptação deficiente frente a um problema, seja ele
físico ou mental.
29

3.5.13 – Inflados

Certas palavras ou letras tendem a sofrer uma espécie de inchaço.

3.6 – Análises das assinaturas

Um detalhe fascinante estudado na Grafologia é a assinatura de uma


pessoa. Ela é a marca individual e pessoal que identifica quem escreve em
cheques, contratos, documentos, etc.
O termo assinatura tem origem na palavra latina “assignare” que
significa afirmar, fazer valer o que está escrito antes.
Algumas definições dos grandes mestres:

“A assinatura é uma reflexão da atitude adotada pelo individual face


ao coletivo”. (BEAUCHATAUD, 1989)
“A assinatura é uma biografia abreviada”. (PULVER, 1931)

Durante a escrita de um texto, os primeiros movimentos podem ser


conscientes já os finais, podem ser inconscientes.
A análise da assinatura é sempre feita em conjunto com o texto. Uma
assinatura isolada tem muito pouco significado em termos grafológicos.
Qualquer consideração a este respeito pode suscitar erros profundos
no perfil grafológico final.
E de acordo com a posição que a mesmo assume no texto, será
analisada em primeiro lugar.
30

CONCLUSÃO

São comportamentos do cotidiano que distinguem os indivíduos uns


dos outros.
A escrita é um desses comportamentos que todos os dias são
exercitados. São formas e tamanhos do que é desenhado, que descreve
projetivamente o que uma pessoa pensa.
A grafologia não é adivinhação, quanto mais se souber sobre a pessoa
cujo analise esta sendo feita, melhor.
O sigilo e a ética devem pautar o grafólogo em sua missão. O grafólogo
deve deixar de lado todas as impressões pré-concebidas, um bom exemplo de
tal fato é a análise de um texto de uma pessoa de nível moral superior que foi
analisado por um grupo de alunos do autor.
A grafologia não é matéria exclusiva de uso dos psicólogos. Entre os
melhores grafólogos do mundo destacam-se alguns que não são psicólogos.
Ao observarmos uma escrita, às vezes não somos capazes de
imaginar que dos gestos, movimentos, sua continuidade, tamanho, sua forma,
assim como fatores, nos trazem a atenção a inúmeras características de cada
um de nós. É possível pela análise da escrita captar a qualidade do
pensamento do indivíduo, dando-nos informações sobre sua forma de
raciocinar, sua agilidade de pensar, sobre como encadeia suas idéias, sua
precisão, sua memória, sua profundidade para analisar um problema, sua visão
sobre os assuntos, sua capacidade de observar.
Mas não fica somente nestes aspectos mais intelectuais. A análise da
escrita contribui para que possamos perceber a atividade de cada um frente à
atividade de trabalho. Ela nos dá a vitalidade à energia, constância com que
cada um se empenha para atingir seus resultados propostos, a capacidade de
liderar ou submeter-se, a capacidade de decisão, a atitude obstinada para
correr atrás dos alvos e metas, a atividade a iniciativa e o rendimento nas
ações e tarefas a serem cumpridas.
Estas são apenas algumas das possibilidades de características
humanas, a análise de escrita como um todo nos abre uma chance de
obtermos aproximadamente 379 (trezentos e setenta e nove) características de
31

cada pessoa, o que nos abre um leque de alternativas para escolha de


pessoas (seleção) orientação (profissional, pessoal, matrimonial, etc.). Em fim,
com este presente trabalho, observa-se assim quão rico e cheio de matrizes é
uma análise grafológica, quando feita de forma criteriosa, séria e por
profissionais competentes.
32

BIBLIOGRAFIA

BINET, ALFRED. Grafologia y ciência – O controle científico das


revelações da escrita. Buenos Aires: Paidos, 1954. Tradução Bas A. Sosa

CAMARGO, Paulo Sergio. O que é Grafologia. São Paulo: Brasiliense, 1993.

_____________. A Escrita Revela sua Personalidade. Rio de Janeiro. CEPA,


1997.

_____________. Assinatura e Personalidade. Rio de Janeiro: P.S. de


Camargo, 1998.

_____________. A Grafologia no Recrutamento e Seleção de Pessoal. São


Paulo: Ágora, 1999.

_____________. Grafologia Expressiva. São Paulo: Ágora, 2006.

ENDERLE, Carmen. Psicologia do Desenvolvimento: O processo evolutivo


da Criança. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.

FREIRE, R.M. A Grafologia e as Características Humanas. Artigos


bibliográficos, 1996.

FUJITA, Kátia; GREGORIO, Bernardo L. Neurofisiologia para Psicólogos.


São Paulo: EPU, 1988.

HARPER, Babette. Cuidado, Escola! Desigualdade, Domesticação e


Algumas Saídas. 32 ed. São Paulo: Brasiliense, 1993.

SANTOS, Cacilda Cuba e LOEVY, Odette Serpa. Grafologia. São Paulo:


Sarvier, 1987.
33

VELS, Augusto. Dicionário de Grafologia: Y Términos Psicológicos Afines.


Barcelona: Herder, 1983

______________ Escrita e Personalidade: As Bases Científicas da


Grafologia. Tradução de Rolando Roque da Silva. São Paulo: Pensamento,
1999

XANDRÓ, Maurício. Grafologia para Todos. Tradução de Ruth Rejtman. São


Paulo: Ágora, 1998.
__________________. Grafologia Elementar. Tradução de Rolando Roque
da Silva. São Paulo: Pensamento, 1997.

RH EM SÍNTESE 13 NOV/DEZ 1996 - ANO II - PÁGINA 68 E 69


34

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I
A GRAFOLOGIA 10
1.1 – O grafólogo 11
1.2 – Um breve histórico da grafologia 11
1.3 – Orientações profissionais e educacionais 14
1.4 – Diagnóstico médico 14
1.5 – Falsificações 14
1.6 – Grafoterapia 14
1.7 – Os processos da escrita 15
CAPITULO II
A IMPORTANCIA DA GRAFOLOGIA NO R&S 17
2.1 – Desenvolvendo pessoas através da grafologia 17
2.2 – O avanço tecnológico X grafologia 20
CAPITULO III
TERMOS TÉCNICOS ELEMENTARES 23
3.1 – Direções da grafologia 23
3.1.1 – movimentos derivados das curvas 23
3.1.2 – movimentos derivados dos ângulos 23
3.2 – simbolismos do espaço gráfico 24
3.3 – ambientes gráficos 25
3.4 – Gêneros Gráficos 25
3.5 – Signos especiais 26
3.5.1 – Guirlanda 27
35

3.5.2 – Arco 27
3.5.3 – Bucle 27
3.5.4 – Laço 27
3.5.3 – Bucle 27
3.5.5 – Serpentina 27
3.5.3 – Bucle 27
3.5.6 – Espiral 27
3.5.3 – Bucle 27
3.5.7 – Triangulo 28
3.5.8 – Arpão 28
3.5.9 – Golpe de sabre 28
3.5.10 – Golpe de látego 28
3.5.11 – Nó 28
3.5.12 – Torções 28
3.5.13 – Inflados 29
3.6 – Análises das assinaturas 29
CONCLUSÃO 30
BIBLIOGRAFIA 32
ÍNDICE 34
36

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: AVM - Instituto A vez do mestre

Título da Monografia: A importância da grafologia na área de


Recrutamento e seleção

Autor: Fernanda Felix Boechat de Lima

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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