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Textos de Apoio

Março de 2004
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

DIRECÇÃO GERAL DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA


Centro de Formação de Oficiais de Justiça
Texto Apoio - Cooperação Judiciária em Matéria Penal
T
E
NOTA INTRODUTÓRIA X
T
Cooperação judiciária em matéria penal, tema onde não existem O
textos que permitam aos oficiais de justiça, no seu dia a dia, socorrerem-se
A
de alguma ajuda quando necessitam de lidar com a matéria. P
O
Os presentes textos, mais do que um manual exaustivo, pretendem ser
I
uma ferramenta de trabalho, onde foram compiladas matérias, circulares, O
convenções, e outros apontamentos, que sejam uma ajuda ao trabalho C
O
diário dos tribunais O
Sobre o regime jurídico do mandado de detenção europeu, consultar P
E
o site do Ministério da Justiça www.mj.gov.pt , onde poderão ser R
A
consultados textos sobre o mandado de detenção europeu, as decisões Ç
Ã
quadro do Conselho, e a Lei 65/2003 de 23/8 que implementa na ordem O
interna o mandado de detenção europeu. J
É apenas mais um contributo para a melhoria e celeridade processual. U
D
Se o conseguirmos já valeu a pena. I
C
Agradecemos ao Exmo. Sr. Procurador Adjunto, Dr. Rui Almeida, a exercer funções I
no D.I.A.P. de Coimbra, pelo incentivo e disponibilidade que manifestou em nos acompanhar Á
ao longo da elaboração deste trabalho e pelas sugestões dadas, que permitiram que o mesmo R
ganhasse mais consistência e dessa forma ficasse mais rico. I
A

E
M

___________________ _____________________________ M
A
Alexandre Silva Vitor Mendes T
.

P
E
N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 2 - L
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Texto Apoio - Cooperação Judiciária em Matéria Penal
T
Contactos : E
X
Procuradoria-Geral da República T
Rua da Escola Politécnica, 140 O
1269-103 Lisboa
A
Tel 00 351 21 392 19 00 P
Fax 00 351 21 397 52 55 O
mailpgr@pgr.pt; www.pgr.pt
I
O
Pontos de contacto da REDE JUDICIÁRIA EUROPEIA
Dr. Euclides Dâmaso Simões - DIAP COIMBRA C
O
Rua da Sofìa 175, 4º
O
P - 3000-391 COIMBRA P
Tel : (+351 239) 85 22 85 E
R
Fax : (+351 239) 85 22 86 A
(Mon-Fri: 9.00-17.00) Ç
Ã
euclides.damaso@diap-cmb.mj.pt O
Dra. Francisca VAN DUNEM – DIAP LISBOA
Av. Casal Ribeiro, 48, 5º J
U
P - 1049-020 LISBOA
D
Tel (+351 21) 318 22 00 Fax : (+351 21) 318 86 69 I
C
francisca.vandunem@diap-lsb.mj.pt
I
Dra. Hortência Calçada – DIAP PORTO Á
Rua da Constituiçao 352/358 R
P - 4249 PORTO I
A
Tel : (+351 22) 507 30 40
E
(+351 22) 507 30 41
M
Fax : (+351 22) 509 23 12
M
hjana@clix.pt
A
Dr. Alcides Rodríguez – DIAP EVORA T
Rua Serpa Pinto, 44 .

P – 7000-537 ÉVORA P
Tel : (+351 266) 76 00 60 E
N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 3 - L
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Fax : (+351 266) 75 89 88 E
alcidesrodrigues@evora.diap.mj.pt X
Dra Cândida Almeida – DCIAP /PGR
T
O
Rua Alexandre Herculano - 60, 9º Andar
P - 1250-012 LISBOA A
Tel : (+351-21) 38 47 048 P
O
calmeida@pgr.pt I
Dra. Joana Ferreira – PGR O
Rua da Escola Politécnica, 140
C
P-1250 – 103 LISBOA O
Tel : (+ 351 21) 392 19 00 O
P
Fax : (+ 351 21) 396.02.25 E
joanaf@pgr.pt R
Dra. Rosa Maria Rocha – GRIEC / MJ A
Ç
Rua Sousa Ma rtins, Nº 21, 6.º Lisboa
Ã
Tel: geral (+351 21) 312 1000) O
directo : (+351 21) 312 10 07
J
rosarocha@griec.mj.pt U
D
I
C
GRIEC- Gabinete para as Relações Internacionais Europeias e de Cooperação I
Á
Ministério da Justiça
R
Rua Sousa Martins, nº 21 , 6º andar I
1050-217 - Lisboa A

tel 00 351 21 312 1000 E


fax 00 351 21 312 1055 M
griec@griec.mj.pt M
A
T
Gabinete Nacional Interpol - Polícia Judiciária
.
Rua Gomes Freire, 213
P
1150- 178 – Lisboa
E
tel: 00 351 21 356 59 65 N
A
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fax: 00 351 21 357 58 44 E
www.pj.pt X
T
O
Gabinete Sirene
Av. Salgueiro Maia 13 A
2660-329 Sto António dos Cavaleiros
P
O
tel 00 351 21 9898800 I
fax. 00 351 21 989 11 94 O

C
O
O
P
E
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Ã
O

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R
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Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 5 - L
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T
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CARTAS ROGATÓRIAS X
T
PEDIDO DE COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA O

A
INTERNACIONAL EM MATÉRIA PENAL P
O
LEI 144/99 DE 31.08 I
O

C
O
A CARTA ROGATÓRIA, O
P
E
por definição, transmite um pedido de auxílio judiciário, R
A
formulado por uma autoridade judiciária nacional, com vista a possibilitar a Ç
Ã
investigação ou o julgamento de determinados factos, a uma autoridade O

judiciária estrangeira. J
U
D
I
C
Os pedidos de auxílio judiciário mútuo em matéria penal, “carta I
rogatória“, encontram-se previstos e regulamentados em normas Á
R
convencionais e, subsidiariamente, na lei interna. I
A

Tais normas são as seguintes: E


M
1. Convenção Europeia de Auxílio Judiciário Mútuo, nomeadamente M
A
nos seus arts. 3º a 6º e 14º a 20º, aprovada para ratificação pela T
.
Resolução da Assembleia da República nº 39/94 de 17 de Março de
P
1994 e ratificada por Decreto do Presidente da República, de 14 de E
N
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Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 6 - L
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T
Julho, publicada no Diário da República nº 161, I Série -A de 14 de E
X
Julho de 1994; T
O
2. Protocolo adicional à mesma Convenção, aprovado para ratificação
A
pela Resolução nº 49/94 de 12.8. e ratificado por Decreto do Presidente P
O
da República, de 12.8.1994, publicado no Diário da República nº 186, I I
Série- A, de 12 de Agosto de 1994; O

C
3. Convenção do Conselho da Europa relativa ao Branqueamento, O
O
Detecção e Apreensão dos Produtos do Crime, aprovada para P
E
ratificação pela Resolução nº 70/97 de 9.10. e ratificada pelo Decreto do R
A
Presidente da República nº73/97, de 27.11., publicado no Diário da Ç
Ã
República , I Série- A, de 13 de Dezembro de 1997 (unicamente O
aplicável aos pedidos de auxílio relativos à apreensão de bens, com vista J
U
a uma futura execução no Estado em que foram apreendidos, de uma D
I
declaração de perda dos mesmos, proferida pelo Tribunal do País que C
solicitou a apreensão); I
Á
R
4. Protocolo de Adesão ao Acordo Relativo á Supressão Gradual dos I
A
Controlos nas Fronteiras Comuns, assinado em Schengen, a 14 de
E
Junho de 1985 e o Acordo de Adesão á Convenção de Aplicação do M

Acordo Schengen, assinado em Schengen, a 19 de Junho de 1990, M


A
nomeadamente no seu art. 53º, aprovados pela Resolução da T
.
Assembleia da República nº 35/93 de 25.11. e ratificados pelo Decreto
P
do Presidente da República nº 55/93, publicados no Diário da República E
nº 276, I Série-A de 25 de Novembro de 1993; N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 7 - L
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T
5. Acordo Bilateral entre a República de Portugal e o Reino de E
X
Espanha relativo à cooperação judiciária em matéria penal e civil, T
assinado em Madrid em 19.11.1997 ( DR II Série nº. 122 de 17.05.1998 ); O

A
6. Acordo por troca de notas celebrado entre as Repúblicas P
O
Portuguesa e Francesa no dia 14.09.1955 ( DR II Série nº. 241 de I
1995); O

C
7. Lei nº 144/99 de 31 de Agosto de 1999, que regulamenta a Cooperação O
O
Judiciária Internacional em matéria penal, versando primordialmente P
E
sobre as questões do auxílio judiciário mútuo - cartas rogatórias- nos R
A
seus arts. 20º a 30º e 145º a 152º. Ç
Ã
O

J
Código de Processo Penal: U
D
I
o Comunicação dos actos processuais ( artº. 111º nº. 3 C
I
alª b) do C.P.P. ); Á
R
I
o Relações com autoridades estrangeiras e entidades A
judiciárias internacionais ( artº. 229º a 233ºdo C.P.P. )
E
M

M
Ver modelo de pedido de cooperação judiciária internacional em matéria A
T
penal ( fls. 134) .

P
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Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 8 - L
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Texto Apoio - Cooperação Judiciária em Matéria Penal
T
Nota : O pedido de cooperação judiciária internacional em matéria penal E
X
deverá ser acompanhado por uma nota de envio de cartas rogatórias T
“cover notes” (ver fls. 137) O

A
P
O
I
O

C
PREVALÊNCIA DOS TRATADOS, CONVENÇÕES E ACORDOS O
O
INTERNACIONAIS: P
E
As formas de cooperação a que se refere o artigo 1.º da lei 144/99 regem-se R
A
pelas normas dos tratados, convenções e acordos internacionais que Ç
Ã
vinculem o Estado Português e, na sua falta ou insuficiência, pelas O

disposições deste diploma. J


U
São subsidiariamente aplicáveis as disposições do Código de Processo D
I
Penal. C
I
Á
R
I
A

E
M

M
A
T
.

P
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Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 9 - L
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T
PRINCÍPIO DA RECIPROCIDADE: E
X
A cooperação internacional em matéria penal regulada na Lei 144/99, T
O
releva do princípio da reciprocidade (artº. 4º da Lei 144/99).
No entanto, a falta de reciprocidade não impede a satisfação de um pedido A
P
de cooperação desde que: O
I
Se mostre aconselhável em razão da natureza do facto O
ou da necessidade de lutar contra certas formas graves
C
de criminalidade; O
O
Possa contribuir para melhorar a situação do arguido ou P
para a sua reinserção social; E
R
Sirva para esclarecer factos imputados a um cidadão A
português. Ç
Ã
O

J
U
D
I
O QUE SE PRETENDE COM O PEDIDO : C
I
Revestem a forma de Carta Rogatória, os seguintes pedidos (artº. 1º nº. 1 e Á
152º da Lei 144/99): R
I
A

Interrogatório de arguido E
M
Inquirição de testemunhas
M
Realização de buscas ou apreensões A
T
Perícias médicas .

Convocação para determinados actos processuais P


E
A notificação de despachos ( notificação despacho de acusação) N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 10 - L
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T
Os pedidos de certificado de registo criminal, verificação de identidade ou E
X
simples obtenção de identidade, não revestem a forma de carta rogatória T
O
encontram-se enumerados no nº. 5 do artº. 152º da Lei 144/99 de 31.08 e
A
podem ser directamente transmitidos às autoridades competentes.
P
O
I
REQUISITOS: O
Os requisitos encontram-se enumerados no artº. 23º e 151º da Lei C
O
144/99 de 31.08. O
P
E
R
TRADUÇÃO: A
Estabelece o artº. 20º da Lei 144/99 de 31.08 que os pedidos são Ç
Ã
acompanhados de tradução na língua oficial do Estado a que são dirigidos. O

J
Excepções na União Europeia – Reino de Espanha e República U
Francesa. D
I
C
ü Acordo Bilateral entre a República de Portugal e o Reino de I
Á
Espanha relativo à cooperação judiciária em matéria penal e R
civil, assinado em Madrid em 19.11.1997 (DR II Série nº. 122 de I
A
17.05.1998);
E
M
ü Acordo por troca de notas celebrado entre as Repúblicas
Portuguesa e Francesa no dia 14.09.1955 (DR II Série nº. 241 M
A
de 1995). T
.
ü Outras Excepções: Países – P.A.L.O.P. - ver anexo (fls. 18).
P
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Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 11 - L
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T
TRANSMISSÃO DOS PEDIDOS E
X
Entre os países da União Europeia ( excepto Reino Unido e Irlanda ), T
O
em regra, a cooperação judiciária é feita directamente entre a entidade
requerente e a entidade requerida, dependendo, por sua vez, dos crimes em A
P
causa e das diligências requeridas. Os endereços podem ser obtidos no site: O
I
www.atlas.mj.pt, com a password rje e dgsi O
Os pedidos de cooperação judiciária deverão ser dirigidos pelo Ministério C
da Justiça da parte requerente ao Ministério da Justiça da parte requerida e O
O
devolvidos pela mesma via. P
E
A Procuradoria Geral da República foi designada como Autoridade R
A
Central, para efeitos de recepção e de transmissão de pedidos de Ç
Ã
cooperação judiciária internacional em matéria penal (artº. 21º da 144/99 O

de 31.08 ). J
U
Reino de Espanha – os pedidos são enviados directamente para as D
I
Audiências Provinciales ( Funcionando como Autoridades Judiciárias ); C
I
Á
República Francesa - os pedidos são enviados directamente para as R
I
Cour d´Appel ( Funcionando como Autoridades Judiciárias ). A

O endereço das autoridades judiciárias Francesas e Espanholas E


M
deverá ser obtido por consulta do Atlas Judiciário Europeu
M
www.atlas.mj.pt, com a password rje e dgsi, aos Pontos de Contacto da A
T
Rede Judiciária Europeia ou à Autoridade Central, da maneira mais .

informal possível (fax ou simples telefonema). P


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Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 12 - L
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X
O ATLAS JUDICIÁRIO EUROPEU T
O

É um programa informático que permite a qualquer utilizador determinar qual a A


autoridade de um Estado competente para a recepção e cumprimento de determinado P
O
pedido de auxílio em matéria penal. I
O
Visa tornar realizável o princípio da transmissão directa de pedidos (art. 53.º da
C
Convenção Schengen e Convenção Auxílio de 29 de Maio de 2000). O
O
Fornece o endereço postal e os números de fax e de telefone da autoridade P
E
competente para a execução de cada carta rogatória, de acordo com variáveis como o R
tipo de infracção em causa, a medida concretamente pedida (segundo a descrição das A
Ç
fichas belgas) e a organização judiciária de cada Estado Membro. Ã
O
Fornece, também, por vezes, o nome e coordenadas do ponto de contacto em
J
cada caso competente, para ajuda complementar. U
D
I
Pode ser consultado no site:
C
I
http://ejn.mj.pt ou www.atlas.mj.pt Á
R
Username = rje Password = dgsi I
A
CASOS URGENTES
E
M
As cartas rogatórias de natureza urgente poderão ser enviadas
através do canal INTERPOL ( se não puder ser feito directamente – pedido M
A
à entidade requerida), nos termos do art. 29º da Lei nº144/99 de 31.8. e art. T
.
15º nº2 da Convenção Europeia de Auxílio Judiciário Mútuo em matéria
P
penal. E
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Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 13 - L
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Deverá ser enviado um duplicado à Procuradoria Geral da República E
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para sua transmissão pelas vias oficiais, com menção de que se verificou T
O
transmissão urgente e acompanhado de cópia da tradução que acompanhou
o pedido que seguiu pela via urgente, no caso de terem sido os serviços da A
P
Polícia Judiciária ou outros tradutores a efectuar essa tradução . O
I
DESLOCAÇÃO DE MAGISTRADOS E AGENTES DA AUTORIDADE O

C
A deslocação de magistrados e agentes da autoridade portugueses ao O
O
estrangeiro, para acompanhamento da execução de pedidos de auxílio P
E
judiciário mútuo em matéria penal, carece de autorização ministerial, nos R
A
termos do art. 145º nº10 da Lei nº144/99 de 31.8. A deslocação de Ç
Ã
magistrados e agentes da autoridades estrangeiros a Portugal carece de O
autorização da mesma natureza, a qual foi, porém, delegada no Procurador J
Geral da República, através do Despacho Ministerial nº 2579/2001 (in DR U
D
nº 32, II Série de 7.2.2001) e no Director Nacional da Polícia Judiciária. I
C
Neste último caso, quando estiver unicamente em causa a deslocação de I
Á
agentes policiais estrangeiros, através do Despacho Ministerial nº24.844/99 R
I
(in DR II Série, de 17 de Dezembro de 1999). A

E
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M
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.

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Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 14 - L
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T
E
EXTRADIÇÃO X
T
( extradição activa ) O

A
A extradição é regulada pelo tratados e convenções internacionais e, na sua P
falta ou insuficiência pelo disposto em lei especial, Código de Processo Penal ( cfr. O
I
artº. 229º ) e Lei 144/99 – Lei de Cooperação Judiciária em Matéria Penal ( artº. O
44º e seguintes).
C
CIRCULAR 35/78 da PGR (Ver fls. 124) O
O
“ ... 1. Que a extradição é o acto pelo qual um Estado (dito requerido ou P
reclamado) entrega a outro (dito requerente ou reclamante) uma pessoa que se encontre E
no seu território a fim de que o primeiro a possa fazer julgar pelos tribunais ou executar R
uma sanção imposta por uma anterior condenação; A
Ç
2. Que a extradição tem lugar em virtude de uma convenção ou de um tratado Ã
celebrado entre dois ou mais Estados ou por força de uma lei nacional que possibilite a O
entrega a outro Estado da pessoa por este reclamada;
J
3. Que o pedido de extradição se processa geralmente por via diplomática (v. os U
D
tratados de extradição celebrados por Portugal e o artigo 49.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º I
437/75, de 16 de Agosto - lei portuguesa de extradição); C
I
4. Que compete ao Ministro da Justiça formular o pedido de extradição de um arguido ou Á
condenado em processo pendente em tribunal português ao Estado estrangeiro em cujo território ele se R
encontre...” I
A

E
O Ministério Público, junto do Tribunal, requer à Procuradoria Geral da M
República a extradição.
M
A P.G.R. organiza o processo, com base no requerimento do Mº. Pº., junto A
do Tribunal ( artº. 69º da lei 144/99) T
.
Compete ao Ministro da Justiça formular o pedido de extradição de pessoa
P
contra a qual exista processo pendente em Tribunal Português, ao Estado E
Estrangeiro em cujo território ela se encontra (artº. 69º nº. 1 – Lei 144/99). N
A
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T
Com vista á extradição, poderá ser emitido MANDADO JUDICIAL E
X
DE DETENÇÃO PROVISÓRIA, o qual é remetido à P.G.R. pelo Ministério T
Público junto do tribunal competente. O

A P.G.R. remete o mandado ao Gabinete Nacional da INTERPOL, dando A


disso conhecimento ao Tribunal. (artº. 71º da Lei 144/99). P
O
I
O
URGÊNCIA:
C
O
Em caso de extrema urgência os mandados podem ser remetidos via fax ou O
P
telex, desde que se assegure a sua imediata expedição por via postal. E
R
A
CANCELAMENTO: Ç
Ã
O

O cancelamento dos pedidos de detenção provisória devem ser J


comunicados, com a máxima urgência, ao G. N. I., com indicação do motivo ( U
D
captura em território nacional, absolvição, morte, etc...). I
C
I
Á
Os processos de extradição têm natureza urgente e correm em férias
R
(artº. 73º da Lei 144/99). I
A
Endereços /Contactos : ver fls. 3
E
- *- M

M
A
T
.

P
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Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 16 - L
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

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Texto Apoio - Cooperação Judiciária em Matéria Penal
T
E
EXTRADIÇÃO REQUERIDA A PORTUGAL POR ESTADO ESTRANGEIRO X
T
O
Tem natureza urgente, correndo em férias.
A
P
O processo engloba duas fases : O
I
O
A fase administrativa :
C
§ O pedido é apreciado pelo Ministro da Justiça; O
O
§ Estando em conformidade a PGR elabora informação no P
máximo de 20 dias; e, E
R
§ Nos 10 dias subsequentes o Ministro da Justiça decide do A
pedido. Ç
Ã
O
A fase judicial : J
§ É competente o Tribunal da Relação em cujo distrito U
D
judicial residir ou se encontrar a pessoa a extraditar; I
C
§ É da competência da secção criminal o julgamento; I
§ Só cabe recurso da decisão final, sendo competente para o Á
R
julgamento o Supremo Tribunal de Justiça; e, I
A
§ Tem efeito suspensivo o recurso da decisão que conceder a
extradição. E
M
§ O Estado estrangeiro, que requereu a extradição pode ser
admitido a participar nesta fase, através de representante M
A
designado para o efeito. T
.

P
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Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 17 - L
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

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C
O
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P
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A
Ç
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O

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ANEXO I
A

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M

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Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 18 - L
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C
§ CARTAS ROGATÓRIAS PARA ESTADOS DA UNIÃO EUROPEIA I
Á
R
§ CARTAS ROGATÓRIAS PARA ESTADOS QUE RATIFICARAM A CONVENÇÃO I
A
EUROPEIA DE AUXÍLIO JUDICIÁRIO MÚTUO EM MATÉRIA PENAL
E
M
§ CARTAS ROGATÓRIAS PARA PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA OU
ESTADOS COM GRAU RELEVANTE DE COOPERAÇÃO M
A
T
.

P
E
N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 19 - L
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Texto Apoio - Cooperação Judiciária em Matéria Penal
T
E
X
CARTAS ROGATÓRIAS PARA ESTADOS DA UNIÃO EUROPEIA T
O
* Na maior parte dos casos, o envio já se faz directamente à entidade
requerida – Excepção: Reino Unido e Irlanda A
P
ESTADOS NORMATIVO FORMA TRADUÇÃO LÍNGUA ENVIO O
I
ALEMANHA C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Sim Al., Fra. Autoridade O
(Schengen)+Lei da Lei nº 144/99 ou Inglês Central.
C
nº 144/99 de O
O
31.8.
P
ÁUSTRIA C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Sim Al., Fra. Autoridade E
R
(Schengen)+Lei da Lei nº 144/99 ou Inglês Central. A
Ç
nº 144/99 de Ã
31.8. O

BÉLGICA C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Sim Francês Autoridade J


U
(Schengen)+Lei da Lei nº 144/99 ou Central. D
nº 144/99 de Neerlandê I
C
31.8. s I
Á
DINAMARCA C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Sim Dina., Autoridade R
(Schengen)+ da Lei nº 144/99 Fra., ou Central. I
A
Lei nº 144/99 Inglês
E
de 31.8. M
ESPANHA C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Não Português Directo.
M
Schengen+Lei da Lei nº 144/99 A
T
nº 144/99 de .
31.8.+ Ac. Bil.
P
E
N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 20 - L
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T
FINLÂNDIA C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Sim Fin., Autoridade E
X
(Schengen)+ da Lei nº 144/99 Sueco, Central.
T
Lei nº 144/99 Nor., O
de 31.8. Din., Fra.,
A
Al.. ou P
O
Inglês.
I
FRANÇA C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Não Português Directo. O
Schengen+Lei da Lei nº 144/99 C
nº 144/99 de O
O
31.8.+ Ac. Bil. P
E
GRÉCIA C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Sim Gre., Fra., Autoridade R
(Schengen)+Lei da Lei nº 144/99 ou Inglês Central. A
Ç
nº 144/99 de Ã
O
31.8.
J
U
HOLANDA C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Sim Holandês Autoridade D
I
(Schengen)+Lei da Lei nº 144/99 ou Inglês Central. C
I
nº 144/99 de
Á
31.8. R
I
A
IRLANDA C.E.AJ.M.+ Lei Arts. 23º e 151º Sim Irlandês Autoridade E
nº 144/99 de da Lei nº 144/99 ou Inglês Central. M

31.8. M
A
ITÁLIA C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Sim It., Fra ou Autoridade T
(Schengen)+Lei da Lei nº 144/99 Inglês Central. .

nº 144/99 de P
E
31.8. N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 21 - L
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C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Sim Fra., Autoridade E
X
LUXEMBURGO (Schengen)+Lei da Lei nº 144/99 Inglês ou Central.
T
nº 144/99 de Alemão O
31.8.
A
REINO C.E.AJ.M.+ Lei Arts. 23º e 151º Sim Inglês Autoridade P
O
UNIDO nº 144/99 de da Lei nº 144/99 Central. I
31.8. O

SUÉCIA C.E.AJ.M.+ Arts. 23º e 151º Sim Sueco, Autoridade C


O
(Schengen)+ da Lei nº 144/99 Nor., Din. Central. O
Lei nº 144/99 ou Inglês. P
E
de 31.8. R
A
Ç
Ã
O

J
U
D
I
C
I
Á
R
I
A

E
M

M
A
T
.

P
E
N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 22 - L
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T
E
CARTAS ROGATÓRIAS PARA ESTADOS QUE RATIFICARAM A X
T
CONVENÇÃO EUROPEIA DE AUXÍLIO JUDICIÁRIO MÚTUO EM O
MATÉRIA PENAL
A
P
NORMATIVO FORMA O
ESTADOS LÍNGUA TRADUÇ ENVIO
I
ÃO O
BULGÁRIA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Bul., Fra. Sim Autoridade C
nº 144/99 de Lei nº 144/99 de ou Inglês Central O
O
31.8. 31.8. P
E
ESTÓNIA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Est. ou Sim Autoridade R
nº 144/99 de Lei nº 144/99 de Inglês Central. A
Ç
31.8. 31.8. Ã
O
HUNGRIA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Hun., Sim Autoridade
J
nº 144/99 de Lei nº 144/99 de Fra.ou Central. U
31.8. 31.8. Inglês D
I
ISLÂNDIA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Is., Sim Autoridade C
I
nº 144/99 de Lei nº 144/99 de Nor.,Dina. Central. Á
31.8. 31.8. ou Inglês R
I
ISRAEL CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Hebreu, Sim Autoridade A
nº 144/99 de Lei nº 144/99 de Ing. ou Central. E
31.8. 31.8. Francês. M

M
A
T
LETÓNIA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Inglês Sim Autoridade .

nº 144/99 de Lei nº 144/99 de Central. P


E
31.8. 31.8. N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 23 - L
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T
LICHTEN- CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Alemão Sim Autoridade E
X
STEIN nº 144/99 de Lei nº 144/99 de Central.
T
31.8. 31.8. O
LITUANIA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Lit., Fra. Sim Autoridade A
nº 144/99 de Lei nº 144/99 de ou Inglês Central. P
O
31.8. 31.8. I
MALTA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Inglês ou Sim Autoridade O

nº 144/99 de Lei nº 144/99 de Francês. Central. C


O
31.8. 31.8. O
NORUEGA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Nor., Dina. Sim Autoridade P
E
nº 144/99 de Lei nº 144/99 de Sueco ou Central. R
A
31.8. 31.8. Inglês Ç
Ã
POLÓNIA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Pol., Fra. Sim Autoridade
O
nº 144/99 de Lei nº 144/99 de ou Inglês Central.
J
31.8. 31.8. U
D
RÚSSIA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Russo., Sim Autoridade I
nº 144/99 de Lei nº 144/99 de Fra. ou Central. C
I
31.8. 31.8. Inglês Á
R
ESLOVÁ- CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Fra. ou Sim Autoridade I
QUIA nº 144/99 de Lei nº 144/99 de Inglês Central. A

31.8. 31.8. E
M
SUÍÇA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Alemão, Sim Autoridade
nº 144/99 de Lei nº 144/99 de Fra. ou Central. M
A
31.8. 31.8. Italiano T
.
TURQUIA CEAJM+Lei Arts. 23º e 151º da Turco, Fra. Sim Autoridade
nº 144/99 de Lei nº 144/99 de ou Inglês Central. P
E
31.8. 31.8. N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 24 - L
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T
E
X
T
O
CARTAS ROGATÓRIAS PARA PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL
A
PORTUGUESA OU ESTADOS COM GRAU RELEVANTE DE COOPERAÇÃO P
O
I
O

C
ESTADOS NORMATIVO FORMA LÍNGUA TRADUÇ ENVIO O
O
ÃO P
E
ANGOLA Lei nº 144/99 de Arts. 23º e 151º Português Não Autoridade R
31.8. da Lei nº 144/99 Central. A
Ç
de 31.8. Ã
O
BRASIL Tratado de Arts. 23º e 151º Português Não Autoridade
Auxílio Mútuo da Lei nº 144/99 Central. J
U
em matéria penal de 31.8. D
I
(1) C
I
CABO Lei nº 144/99 de Arts. 23º e 151º Português Não Autoridade
Á
VERDE 31.8. da Lei nº 144/99 Central. R
I
de 31.8. A
CANADÁ Lei nº 144/99 de Arts. 23º e 151º Francês ou Sim Autoridade E
31.8. da Lei nº 144/99 Inglês. Central. M

de 31.8. M
A
ESTADOS Lei nº 144/99 de Arts. 23º e 151º Inglês Sim Autoridade T
UNIDOS 31.8. da Lei nº 144/99 Central. .

de 31.8. P
E
N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 25 - L
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T
GUINÉ- Acordo Bilateral Art. 36º do Português Não Autoridade E
X
BISSAU de 5.7.1988 ( Acordo Bilateral Central.
T
D.R. nº 115, de e arts. 23º e 151º O
19.5.1989). da Lei nº 144/99
A
de 31.8. P
O
MOÇAMBI- Acordo Bilateral Art. 35º do Português Não Autoridade I
QUE de 12.4.1990 Acordo Bilateral Central. O
(D.R. nº 37, de e arts. 23º e 151º C
14.2.1991). da Lei nº 144/99 O
O
de 31.8. P
E
SÃO TOMÉ Acordo Bilateral Art. 12º do Português Não Autoridade R
de 23.3.1976 ( Acordo Bilateral Central. A
Ç
D.R. nº161, de e arts. 23º e 151º Ã
O
12.7.1976). da Lei nº 144/99
de 31.8. J
U
VENEZUELA Lei nº 144/99 de Arts. 23º e 151º Espanhol Sim Autoridade D
I
31.8. da Lei nº 144/99 Central. C
I
de 31.8.
Á
R
I
A

E
M

M
A
T
.

P
E
N
A
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 26 - L
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Pedido de Cooperação Judiciária em Matéria Penal


P
E
PARTIDOS JUDICIALES Y FISCALIAS FRONTERIZOS COM PORTUGAL
D
I
COMUNIDAD AUTONOMA DE GALICIA: D
O
ORENSE:
C
Fiscalía Audiencia Provincial. Plaza de Concepción Arenal, s/n. C.P.32071. O
O
Teléfono: 988-370527. Fax: 988-370073. P
E
BANDE (Orense): R
A
Juzgado de Primera Instancia e Instrucción. C/ Calvo Sotelo, 2. C.P.32840. Ç
Ã
Teléfono: 988-443002. Fax: 988-443003. O

VERIN (Orense): J
U
Fiscalía/Adscripción Permanente.. Rúa Hermanos Moreno, 7. C.P.32600. D
I
Teléfono: 988-414153. Fax: 988-413445. C
I
A
XINZO DE LIMIA (Orense):
R
Juzgado de Primera Instancia e Instniccián. Rúa Ladeira, 4. C.P.32630. I
A
Teléfono: 988-462364. Fax: 988-462330.

CELANOVA (Orense): E
M
Juzgado de Primera Instancia e Instrucciónn. Plaza de Cervantes, 4.Gran Vía,
M
33-37. C.P.37071. Teléfono: 923-265080. Fax: 923-260738. A
T
CIUDAD RODIGO (Salamanca): É
R
Juzgado de Primera Instancia e Instrucción. C/ Domínguez Bordona,. s/n. I
A
C.P.37500. Teléfono: 923-460185. Fax: 923-480454.
P
VITIGUDINO (Salamanca): E
N
Juzgado de Primera Instancia e Instrucción. Plaza de España, 1. C.P. 37210. A
L
Teléfono: 923-500005. Fax: 923-500109.
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 27 -
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Pedido de Cooperação Judiciária em Matéria Penal


P
E
Teléfono: 923-500005. Fax: 923-500109.
D
I
ZAMORA: D
O
Fiscalía Audiencia Provincial. C/ San Torcuato, 7. C.P.49071. Teléfono: 980-
532131. Fax: 980-533587. C
O
O
PUEBLA DE SANABRIA (Zamora): P
E
Juzgado de Primera Instancia e Instrucción. Rúa, 9. C.P.49300. Teléfono: 980-
R
620032, Fax: 980-620043. A
Ç
Ã
C.P.32800. Teléfono: 988-431482. Fax: 988-431901. O

PONTEVEDRA: J
U
Fiscalía Audiencia Provincial. Rúa Conde Bugallal, s/n (A Parda). C.P. 36071. D
Teléfono: 986-805350. Fax: 986-805359. I
C
I
O PORRIÑO (Pontevedra): A
Juzgado de Primera Instancia e Instrucción. C/ Domingo Bueno, s/n. C.P.36400. R
I
Teléfono: 986-331367. Fax: 986-337119. A

TUI (Pontevedra): E
Juzgado de Primera Instancia e Instruccián. Plaza Inmaculada, s/n. C.P.36700. M

Teléfono: 986-600054. Fax: 986-600047. M


A
T
É
R
COMUNIDAD AUTONOMA DE CASTILLA Y LEON: I
A

LEON: P
E
Fiscalía de la Audiencia Provincial. C/ El Cid, 20. C.P.24071. Teléfono: 987-
N
239684. Fax: 987-229562. A
L

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 28 -


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Pedido de Cooperação Judiciária em Matéria Penal


P
E
SALAMANCA: D
I
Fiscalía Audiencia Provincial D
O
COMUNDAD AUTONOMA DE EXTREMADURA:
C
O
CACERES: O
Fiscalía del Tribunal Superior de Justicia de Extremadura. C/ Peña, s/.n. C.P. P
E
10071. Teléfono: 927-620233. Fax: 927-620234. R
A
Ç
CORIA (Cáceres): Ã
Juzgado de Primera Instancia e lnstrucción. Ctra. Puente Nuevo, 12. C.P. 10800. O

Teléfono: 927-500230. Fax: 927-503934. J


U
D
VALENCIA DE ALCANTARA (Cáceres):
I
Juzgado de Primera Instancia e Instrucción. Parque de España, 4. C.P. 10500. C
I
Teléfono: 927-580297. Fax: 927-582347. A
R
BADAJOZ: I
A
Fiscalia Audiencia Provincial. Avda. Colón, 4. C.P.06071. Teléfono: 924-
284250. Fax: 924-284251. E
M
JEREZ DE LOS CABALLEROS (Badajoz):
M
Juzgado de Primera Instancia e Instrucción. C/ Pepe Ramírez, 2. C.P.06380. A
T
Teléfono: 924-730044. Fax: 924-730634. É
R
OLIVENZA (Badajoz): I
A
Juzgado de Primera Instancia o Instrucción. Avda. de Badajoz, s/n. C.P.06100.
P
Teléfono: 924-490011. Fax: 924-490684. E
N
A
L

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 29 -


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Pedido de Cooperação Judiciária em Matéria Penal


P
E
COMUNIDAD AUTONOMA DE ANDALUCIA D
I
HUELVA: D
O
Fiscalia Audiencia Provilicial. Alameda Sundhein, 28. C.P.21071. Teléfono:
C
959-251976. Fax.: 959-253119. O
O
ARACENA (Huelva): P
E
Juzgado de Primera Instancia e Instrucción. C/ Noria, 10. C.P.21200. Teléfono: R
A
959-126253,. Fax: 959-126172. Ç
Ã
AYAMONTE (Huelva): O

Oficina Decanato. Avda. Alcalde Narciso Martín Navarro, 28.C.P.21400. J


U
Teléfono: 959-471040. Fax: 959-470275, D
I
VALVERDE DEL CAMINO (Huelva): C
Juzgado de Primera Instancia e Instruccián. C/ La Campana, s/n. C.P.21600. I
A
Teléfono: 959-550014. Fax: 959-553193. R
I
A

E
M

M
A
T
É
R
I
A

P
E
N
A
L

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 30 -


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LEI 144 / 99
L
LEI DE COOPERAÇÃO JUDICIÁRIA INTERNACIONAL E
I
EM
MATÉRIA PENAL 1
Lei 144/99 de 31.08 4
Com as actualizações introduzidas pelas Leis 104/2001 de 25.08, e, 48/2003 de 22.08. 4
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da
Constituição, para valer como lei geral da República, o seguinte:
/

TÍTULO I 1
Disposições gerais 9
CAPÍTULO I 9
Objecto, âmbito de aplicação e princípios gerais de cooperação judiciária internacional
9
em matéria penal.
Artigo 1.º

Objecto

1 - O presente diploma aplica-se às seguintes formas de cooperação judiciária


internacional em matéria penal:

a) Extradição;

b) Transmissão de processos penais;

c) Execução de sentenças penais;

d) Transferência de pessoas condenadas a penas e medidas de segurança privativas da


liberdade;

e) Vigilância de pessoas condenadas ou libertadas condicionalmente;

f) Auxílio judiciário mútuo em matéria penal.

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 31 -


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LEI 144 / 99
L
2 - O disposto no número anterior aplica-se, com as devidas adaptações, à cooperação E
de Portugal com as entidades judiciárias internacionais estabelecidas no âmbito de
tratados ou convenções que vinculem o Estado Português. I
3 - O presente diploma é subsidiariamente aplicável à cooperação em matéria de
infracções de natureza penal, na fase em que tramitem perante autoridades 1
administrativas, bem como de infracções que constituam ilícito de mera ordenação 4
social, cujos processos admitam recurso judicial.
4

Artigo 2.º /

Âmbito da cooperação 1
1 - A aplicação do presente diploma subordina-se à protecção dos interesses da 9
soberania, da segurança, da ordem pública e de outros interesses da República
9
9
Portuguesa, constitucionalmente definidos.

2 - O presente diploma não confere o direito de exigir qualquer forma de cooperação


internacional em matéria penal.

Artigo 3.º
Prevalência dos tratados, convenções e acordos internacionais:
As formas de cooperação a que se refere o artigo 1.º regem-se pelas normas dos
tratados, convenções e acordos internacionais que vinculem o Estado Português e, na
sua falta ou insuficiência, pelas disposições deste diploma.
São subsidiariamente aplicáveis as disposições do Código de Processo Penal.

Artigo 4.º

Princípio da reciprocidade

1 - A cooperação internacional em matéria penal regulada no presente diploma releva


do princípio da reciprocidade.

2 - O Ministério da Justiça solicita uma garantia de reciprocidade se as circunstâncias o


exigirem e pode prestá-la a outros Estados, nos limites deste diploma.

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 32 -


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LEI 144 / 99
L
3 - A falta de reciprocidade não impede a satisfação de um pedido de cooperação desde E
que essa cooperação:
I
Se mostre aconselhável em razão da natureza do facto ou da necessidade de lutar contra
certas formas graves de criminalidade;
1
Possa contribuir para melhorar a situação do arguido ou para a sua reinserção social; 4
Sirva para esclarecer factos imputados a um cidadão português. 4
Artigo 5.º
/
Definições

Para os efeitos do presente diploma, considera-se: 1


Suspeito: toda a pessoa relativamente à qual existem indícios de que cometeu uma
9
infracção ou nela participou; 9
9
Arguido: toda a pessoa contra quem correr processo ou contra quem for deduzida
acusação ou requerida instrução;

Condenado: pessoa contra quem foi proferida sentença que imponha uma reacção
criminal ou relativamente à qual foi proferida decisão judicial que reconheça a sua
culpabilidade, ainda que suspendendo condicionalmente a aplicação da pena ou
impondo sanção criminal privativa da liberdade cuja execução é declarada suspensa, no
todo ou em parte, na data da sentença ou posteriormente, ou substituída por medida não
detentiva;

Reacção criminal: qualquer pena ou medida de segurança privativas da liberdade, pena


pecuniária ou outra sanção não detentiva, incluindo sanções acessórias.

Artigo 6.º
Requisitos gerais negativos da cooperação internacional
1 - O pedido de cooperação é recusado quando:

O processo não satisfizer ou não respeitar as exigências da Convenção Europeia para a


Protecção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, de 4 de Novembro
de 1950, ou de outros instrumentos internacionais relevantes na matéria, ratificados por
Portugal;

Houver fundadas razões para crer que a cooperação é solicitada com o fim de perseguir
ou punir uma pessoa em virtude da sua raça, religião, sexo, nacionalidade, língua, das

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 33 -


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LEI 144 / 99
L
suas convicções políticas ou ideológicas ou da sua pertença a um grupo social E
determinado;
I
Existir risco de agravamento da situação processual de uma pessoa por qualquer das
razões indicadas na alínea anterior;
1
Puder conduzir a julgamento por um tribunal de excepção ou respeitar a execução de 4
sentença proferida por um tribunal dessa natureza; 4
facto a que respeita for punível com pena de morte ou outra de que possa resultar lesão
irreversível da integridade da pessoa; /
Respeitar a infracção a que corresponda pena de prisão ou medida de segurança com
carácter perpétuo ou de duração indefinida. 1
2 - O disposto nas alíneas e) e f) do número anterior não obsta à cooperação: 9
Se o Estado que formula o pedido, por acto irrevogável e vinculativo para os seus
9
tribunais ou outras entidades competentes para a execução da pena, tiver previamente 9
comutado a pena de morte ou outra de que possa resultar lesão irreversível da
integridade da pessoa ou tiver retirado carácter perpétuo ou duração indefinida à pena
ou medida de segurança;

Se, com respeito a extradição por crimes a que corresponda, segundo o direito do Estado
requerente, pena ou medida de segurança privativa ou restritiva da liberdade com
carácter perpétuo ou de duração indefinida, o Estado requerente oferecer garantias de
que tal pena ou medida de segurança não será aplicada ou executada;

Se o Estado que formula o pedido aceitar a conversão das mesmas penas ou medidas
por um tribunal português segundo as disposições da lei portuguesa aplicáveis ao crime
que motivou a condenação; ou
Se o pedido respeitar ao auxílio previsto na alínea f) do n.º 1 do artigo 1.º, solicitado
com fundamento na relevância do acto para presumível não aplicação dessas penas ou
medidas.

3 - Para efeitos de apreciação da suficiência das garantias a que se refere a alínea b) do


número anterior, ter-se-á em conta, nomeadamente, nos termos da legislação e da
prática do Estado requerente, a possibilidade de não aplicação da pena, de reapreciação
da situação da pessoa reclamada e de concessão da liberdade condicional, bem como a
possibilidade de indulto, perdão, comutação de pena ou medida análoga, previstos na
legislação do Estado requerente.

4 - O pedido de cooperação é ainda recusado quando não estiver garantida a


reciprocidade, salvo o disposto no n.º 3 do artigo 4.º
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5 - Quando for negada a extradição com base nas alíneas d), e) e f) do n.º 1, aplica-se o E
mecanismo de cooperação previsto no n.º 5 do artigo 32.º
I
Artigo 7.º
Recusa relativa à natureza da infracção 1
4
1 - O pedido é também recusado quando o processo respeitar a facto que constituir:
4
Infracção de natureza política ou infracção conexa a infracção política segundo as
concepções do direito português;
/
Crime militar que não seja simultaneamente previsto na lei penal comum.

2 - Não se consideram de natureza política: 1


O genocídio, os crimes contra a Humanidade, os crimes de guerra e infracções graves
9
segundo as Convenções de Genebra de 1949; 9
9
As infracções referidas no artigo 1.º da Convenção Europeia para a Repressão do
Terrorismo, aberta para assinatura a 27 de Janeiro de 1977;

Os actos referidos na Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos


Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adoptada pela Assembleia das Nações Unidas em
17 de Dezembro de 1984;

Quaisquer outros crimes a que seja retirada natureza política por tratado, convenção ou
acordo internacional de que Portugal seja parte.

Artigo 8.º

Extinção do procedimento penal

1 - A cooperação não é admissível se, em Portugal ou noutro Estado em que tenha sido
instaurado procedimento pelo mesmo facto:

O processo tiver terminado com sentença absolutória transitada em julgado ou com


decisão de arquivamento;

A sentença condenatória se encontrar cumprida ou não puder ser cumprida segundo o


direito do Estado em que foi proferida;

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O procedimento se encontrar extinto por qualquer outro motivo, salvo se este se E
encontrar previsto, em convenção internacional, como não obstando à cooperação por
parte do Estado requerido. I
2 - O disposto nas alíneas a) e b) do número anterior não se aplica se a autoridade
estrangeira que formula o pedido o justificar para fins de revisão da sentença e os 1
fundamentos desta forem idênticos aos admitidos no direito português. 4
3 - O disposto na alínea a) do n.º 1 não obsta à cooperação com fundamento na
reabertura de processo arquivado previsto na lei.
4
Artigo 9.º
Concurso de casos de admissibilidade e de inadmissibilidade da
/
cooperação
1
1 - Se o facto imputado à pessoa contra a qual é instaurado procedimento estiver
previsto em várias disposições do direito penal português, o pedido de cooperação só é 9
atendido na parte que respeita a infracção ou infracções relativamente às quais seja 9
admissível o pedido e desde que o Estado que o formula dê garantias de que observará 9
as condições fixadas para a cooperação.
2 - A cooperação é, porém, excluída se o facto estiver previsto em várias disposições do
direito penal português ou estrangeiro e o pedido não possa ser satisfeito em virtude de
uma disposição legal que o abranja na sua totalidade e que constitua motivo de recusa
da cooperação.
Artigo 10.º

Reduzida importância da infracção


A cooperação pode ser recusada se a reduzida importância da infracção não a justificar.
Artigo 11.º

Protecção do segredo

1 - Na execução de um pedido de cooperação formulado a Portugal observam-se as


disposições do Código de Processo Penal e legislação complementar relativas à recusa
de testemunhar, às apreensões, às escutas telefónicas e ao segredo profissional ou de
Estado e em todos os outros casos em que o segredo seja protegido.

2 - O disposto no número anterior aplica-se a informações que, segundo o pedido,


devam ser prestadas por pessoas não implicadas no procedimento penal estrangeiro.

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Artigo 12.º E
Direito aplicável I
1 - Produzem efeitos em Portugal:
1
Os motivos de interrupção ou de suspensão da prescrição segundo o direito do Estado
que formula o pedido; 4
4
A queixa apresentada em tempo útil a uma autoridade estrangeira, quando for
igualmente exigida pelo direito português.
/
2 - Se apenas o direito português exigir queixa, nenhuma reacção criminal pode ser
imposta ou executada em Portugal no caso de oposição do respectivo titular.
1
Artigo 13.º 9
Imputação da detenção 9
1 - A prisão preventiva sofrida no estrangeiro ou a detenção decretada no estrangeiro em 9
consequência de uma das formas de cooperação previstas no presente diploma são
levadas em conta no âmbito do processo português ou imputadas na pena, nos termos do
Código Penal, como se a privação da liberdade tivesse ocorrido em Portugal.

2 - Com vista a possibilitar a tomada em consideração da prisão preventiva ou da pena


já cumpridas em Portugal, são prestadas as informações necessárias.

Artigo 14.º

Indemnização

A lei portuguesa aplica-se à indemnização devida por detenção ou prisão ilegal ou


injustificada ou por outros danos sofridos pelo suspeito e pelo arguido:

No decurso de procedimento instaurado em Portugal para efectivação de um pedido de


cooperação formulado a Portugal;

No decurso de procedimento instaurado no estrangeiro para efectivação de um pedido


de cooperação formulado por uma autoridade portuguesa.

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Artigo 15.º E
Concurso de pedidos I
1 - Se a cooperação for solicitada por vários Estados, relativamente ao mesmo ou a
diferentes factos, esta é concedida em favor do Estado que, tendo em conta as 1
circunstâncias do caso, assegure melhor os interesses da realização da justiça e da 4
reinserção social do suspeito, do arguido ou do condenado. 4
2 - O disposto no número anterior:

Cede perante a regra de prevalência da jurisdição internacional, nos casos a que se /


refere o n.º 2 do artigo 1.º;
Não se aplica à forma de cooperação referida na alínea f) do n.º 1 do artigo 1.º 1
9
Artigo 16.º 9
9
Regra da especialidade
1 - A pessoa que, em consequência de um acto de cooperação, comparecer em Portugal
para intervir em processo penal como suspeito, arguido ou condenado não pode ser
perseguida, julgada, detida ou sujeita a qualquer outra restrição da liberdade por facto
anterior à sua presença em território nacional, diferente do que origina o pedido de
cooperação formulado por autoridade portuguesa.
2 - A pessoa que, nos termos do número anterior, comparecer perante uma autoridade
estrangeira não pode ser perseguida, detida, julgada ou sujeita a qualquer outra restrição
da liberdade por facto ou condenação anteriores à sua saída do território português
diferentes dos determinados no pedido de cooperação.
3 - Antes de autorizada a transferência a que se refere o número anterior, o Estado que
formula o pedido deve prestar as garantias necessárias ao cumprimento da regra da
especialidade.
4 - A imunidade a que se refere este artigo cessa quando:
A pessoa em causa, tendo a possibilidade de abandonar o território português ou
estrangeiro, o não faz dentro de 45 dias ou regressa voluntariamente a um desses
territórios;

O Estado que autoriza a transferência, ouvido previamente o suspeito, o arguido ou o


condenado, consentir na derrogação da regra da especialidade.
5 - O disposto nos n.ºs 1 e 2 não exclui a possibilidade de solicitar a extensão da
cooperação a factos diferentes dos que fundamentaram o pedido, mediante novo pedido
apresentado e instruído nos termos do presente diploma.

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6 - No caso referido no número anterior, é obrigatória a apresentação de auto donde E
constem as declarações da pessoa que beneficia da regra da especialidade.
I
7 - No caso de o pedido ser apresentado a um Estado estrangeiro, o auto a que se refere
o número anterior é lavrado perante o tribunal da Relação da área onde residir ou se
encontrar a pessoa que beneficia da regra da especialidade. 1
Artigo 17.º
4
4
Casos particulares de não aplicação da regra da especialidade
1 - A imunidade referida nos n.ºs 1 e 2 do artigo anterior cessa também nos casos em /
que, por tratado, convenção ou acordo internacional de que Portugal seja parte, não haja
lugar ao benefício da regra da especialidade.
2 - Quando a cessação da imunidade decorra de renúncia da pessoa que beneficia da 1
regra da especialidade, deve essa renúncia resultar de declaração pessoal, prestada 9
perante o juiz, que demonstre que a pessoa a exprimiu voluntariamente e em plena 9
consciência das consequências do seu acto, com assistência de defensor, que lhe deve
ser nomeado caso não tenha advogado constituído. 9
3 - Quando a pessoa em causa deva prestar declarações em Portugal, no seguimento de
pedido apresentado a Portugal ou formulado por uma autoridade portuguesa, as
declarações são prestadas perante o tribunal da Relação da área onde residir ou se
encontrar a referida pessoa.
4 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a renúncia de pessoa que compareça
em Portugal em consequência de um acto de cooperação solicitado pela autoridade
portuguesa é prestada no processo em que deva produzir efeito, quando as autoridades
portuguesas, após a entrega da pessoa, tiverem conhecimento superveniente de factos
por ela praticados anteriormente a essa entrega.
Artigo 18.º

Denegação facultativa da cooperação internacional

1 - Pode ser negada a cooperação quando o facto que a motiva for objecto de processo
pendente ou quando esse facto deva ou possa ser também objecto de procedimento da
competência de uma autoridade judiciária portuguesa.

2 - Pode ainda ser negada a cooperação quando, tendo em conta as circunstâncias do


facto, o deferimento do pedido possa implicar consequências graves para a pessoa
visada, em razão da idade, estado de saúde ou de outros motivos de carácter pessoal.

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Artigo 19.º E
Non bis in idem I
Quando for aceite um pedido de cooperação que implique a delegação do procedimento
em favor de uma autoridade judiciária estrangeira, não pode instaurar-se nem continuar 1
em Portugal procedimento pelo mesmo facto que determinou o pedido nem executar-se
sentença cuja execução é delegada numa autoridade estrangeira.
4
CAPÍTULO II
4
Disposições gerais do processo de cooperação /
Artigo 20.º
1
Língua aplicável
9
1 - O pedido de cooperação é acompanhado de tradução na língua oficial do Estado a
quem é dirigido, salvo convenção ou acordo em contrário ou se aquele Estado a 9
dispensar. 9
2 - O disposto no número anterior aplica-se ao pedido de cooperação dirigido a
Portugal.

3 - As decisões de admissibilidade ou recusa do pedido de cooperação são notificadas à


autoridade do Estado que o formulou, acompanhadas de uma tradução na respectiva
língua oficial, salvo nos casos previstos na parte final do n.º 1.
4 - O disposto neste artigo aplica-se aos documentos que devam acompanhar o pedido.
Artigo 21.º

Tramitação do pedido

1 - Para efeitos de recepção e de transmissão dos pedidos de cooperação abrangidos


pelo presente diploma, bem como para todas as comunicações que aos mesmos digam
respeito, é designada, como Autoridade Central, a Procuradoria-Geral da República.

2 - O Procurador-Geral da República submete o pedido de cooperação formulado a


Portugal ao Ministro da Justiça com vista a decisão sobre a sua admissibilidade.

3 - O pedido de cooperação formulado por uma autoridade portuguesa é remetido ao


Ministro da Justiça pelo Procurador-Geral da República.

4 - O disposto no n.º 1 não prejudica os contactos directos relativos a pedidos de


cooperação a que se reporta a alínea f) do n.º 1 do artigo 1.º

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Artigo 22.º E
Formas de transmissão do pedido I
1 - Quando disponíveis, e mediante acordo entre os Estados requerente e requerido,
podem utilizar-se na transmissão dos pedidos os meios telemáticos adequados,
nomeadamente a telecópia, desde que estejam garantidas a autenticidade e
1
confidencialidade do pedido e a fiabilidade dos dados transmitidos. 4
4
2 - O disposto no número anterior não prejudica o recurso às vias urgentes previstas no
n.º 2 do artigo 29.º
/

Artigo 23.º 1
Requisitos do pedido 9
1 - O pedido de cooperação deve indicar: 9
9
A autoridade de que emana e a autoridade a quem se dirige, podendo fazer esta
designação em termos gerais;
O objecto e motivos do pedido;
A qualificação jurídica dos factos que motivam o procedimento;

A identificação do suspeito, arguido ou condenado, da pessoa cuja extradição ou


transferência se requer e a da testemunha ou perito a quem devam pedir-se declarações;

A narração dos factos, incluindo o lugar e o tempo da sua prática, proporcional à


importância do acto de cooperação que se pretende;

O texto das disposições legais aplicáveis no Estado que o formula;


Quaisquer documentos relativos ao facto.
2 - Os documentos não carecem de legalização.

3 - A autoridade competente pode exigir que um pedido formalmente irregular ou


incompleto seja modificado ou completado, sem prejuízo da adopção de medidas
provisórias quando estas não possam esperar pela regularização.

4 - O requisito a que se refere a alínea f) do n.º 1 pode ser dispensado quando se tratar
da forma de cooperação referida na alínea f) do n.º 1 do artigo 1.º

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Artigo 24.º E
Decisão sobre admissibilidade I
1 - A decisão do Ministro da Justiça que declara admissível o pedido não vincula a
autoridade judiciária.
1
2 - A decisão que declara inadmissível o pedido de cooperação internacional é 4
fundamentada e não admite recurso. 4
3 - A decisão a que se refere o número anterior e que recusa o pedido de cooperação é
comunicada pela Autoridade Central à autoridade nacional ou estrangeira que o /
formulou.
Artigo 25.º 1
Competência interna em matéria de cooperação internacional 9
1 - A competência das autoridades portuguesas para a formulação de um pedido de 9
cooperação ou para a execução de um pedido formulado a Portugal determina-se pelas 9
disposições dos títulos seguintes.
2 - São subsidiariamente aplicáveis o Código de Processo Penal e respectiva legislação
complementar, bem como a legislação relativa ao ilícito de mera ordenação social.
Artigo 26.º

Despesas
1 - A execução de um pedido de cooperação é, em regra, gratuita.

2 - Constituem, porém, encargo do Estado ou da entidade judiciária internacional que o


formula:

As indemnizações e remunerações de testemunhas e peritos, bem como as despesas de


viagem e estada;
As despesas decorrentes do envio ou entrega de coisas;

As despesas decorrentes da transferência de pessoas para o território do Estado


requerente ou para a sede da entidade judiciária internacional;

As despesas com o trânsito de uma pessoa do território de um Estado estrangeiro ou da


sede da entidade judiciária internacional para terceiro Estado ou para a sede dessa
entidade;

As despesas efectuadas com o recurso à teleconferência, em cumprimento de um pedido


de cooperação;
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Outras despesas consideradas relevantes pelo Estado requerido, em função dos meios E
humanos e tecnológicos envolvidos no cumprimento do pedido.
I
3 - Para os efeitos da alínea a) do número anterior, pode ser abonado um adiantamento à
testemunha ou ao perito, a mencionar na notificação e a reembolsar finda a diligência.
1
4 - Mediante acordo entre Portugal e o Estado estrangeiro ou a entidade judiciária
internacional interessados no pedido, pode derrogar-se o disposto no n.º 2.
4
4
Artigo 27.º
Transferência de pessoas /
1 - A transferência de pessoas detidas ou condenadas a penas ou medidas de segurança
privativas da liberdade que deva realizar-se em cumprimento das decisões previstas 1
neste diploma efectua-se pelos serviços do Ministério da Justiça, de acordo com a 9
autoridade do Estado estrangeiro em que se encontra a pessoa visada ou para onde a
mesma deve ser transferida, relativamente ao meio de transporte, data, local e hora de 9
entrega. 9
2 - A transferência efectua-se no mais curto prazo possível após a data da decisão que a
determina.

3 - O disposto nos números anteriores aplica-se, com as necessárias adaptações, à


transferência respeitante a pedido formulado por uma entidade judiciária internacional.
Artigo 28.º

Entrega de objectos e valores


1 - Se o pedido de cooperação respeitar a entrega de objectos ou valores,
exclusivamente ou como complemento de outro pedido, podem estes ser remetidos
quando não sejam indispensáveis à prova de factos constitutivos de infracção, cujo
conhecimento for da competência das autoridades portuguesas.

2 - É ressalvada a possibilidade de remessa diferida ou sob condição de restituição.

3 - São ressalvados os direitos de terceiros de boa fé, bem como os dos legítimos
proprietários ou possuidores e os do Estado quando os objectos e valores possam ser
declarados perdidos a seu favor.

4 - Em caso de oposição, os objectos e valores só serão remetidos após decisão


favorável da autoridade competente transitada em julgado.

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5 - Tratando-se de pedido de extradição, a entrega de coisas referidas no n.º 1 pode E
efectuar-se mesmo que a extradição não se efective, nomeadamente por fuga ou morte
do extraditando. I

1
Artigo 29.º
4
Medidas provisórias urgentes 4
1 - Em caso de urgência, as autoridades judiciárias estrangeiras podem comunicar
directamente com as autoridades judiciárias portuguesas, ou por intermédio da /
Organização Internacional de Polícia Criminal - INTERPOL ou de órgãos centrais
competentes para a cooperação policial internacional designados para o efeito, para
solicitarem a adopção de uma medida cautelar ou para a prática de um acto que não 1
admita demora, expondo os motivos da urgência e observando os requisitos referidos no 9
artigo 23.º 9
2 - O pedido é transmitido por via postal, electrónica ou telegráfica ou por qualquer 9
outro meio que permita o seu registo por escrito e que seja admitido pela lei portuguesa.

3 - As autoridades judiciárias portuguesas, se considerarem o pedido admissível, dão-


lhe satisfação, sem prejuízo de submeterem à decisão do Ministro da Justiça, através da
Autoridade Central, as matérias que este diploma faça depender da sua prévia
apreciação ou, não sendo isso possível, ratificação.

4 - Quando, nos termos deste artigo, a cooperação envolver autoridades portuguesas e


estrangeiras de diferente natureza, o pedido é efectuado através da Autoridade Central.
Artigo 30.º

Destino do pedido

1 - A decisão definitiva da autoridade judiciária que não atender o pedido de cooperação


é comunicada à autoridade estrangeira que o formulou, pelas vias referidas no artigo
21.º

2 - Satisfeito um pedido de cooperação, a autoridade judiciária envia, quando for caso


disso, os respectivos autos à autoridade estrangeira, nos termos previstos no artigo 160.º

TÍTULO II

Extradição

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CAPÍTULO I E
Extradição passiva I
SECÇÃO I
1
Condições da extradição
4
Artigo 31.º 4
Fim e fundamento da extradição
1 - A extradição pode ter lugar para efeitos de procedimento penal ou para cumprimento /
de pena ou medida de segurança privativas da liberdade por crime cujo julgamento seja
da competência dos tribunais do Estado requerente. 1
2 - Para qualquer desses efeitos, só é admissível a entrega da pessoa reclamada no caso 9
de crime, ainda que tentado, punível pela lei portuguesa e pela lei do Estado requerente
com pena ou medida privativas da liberdade de duração máxima não inferior a um ano. 9
9
3 - Se a extradição tiver por fundamento vários factos distintos, cada um deles punível
pela lei do Estado requerente e pela lei portuguesa com uma pena privativa de liberdade
e se algum ou alguns deles não preencherem a condição referida no número anterior,
pode também conceder-se a extradição por estes últimos.

4 - Quando for pedida para cumprimento de pena ou medida de segurança privativas da


liberdade, a extradição pode ser concedida se o tempo por cumprir não for inferior a
quatro meses.

5 - O disposto nos números anteriores é aplicável, com as devidas adaptações, à


cooperação que implique a extradição ou a entrega de pessoas às entidades judiciárias
internacionais a que se refere o n.º 2 do artigo 1.º deste diploma.

6 - O disposto no presente artigo não obsta à extradição quando sejam inferiores os


limites mínimos estabelecidos em tratado, convenção ou acordo de que Portugal seja
parte.
Artigo 32.º

Casos em que é excluída a extradição


1 - Para além dos casos referidos nos artigos 6.º a 8.º, a extradição é excluída quando:
O crime tiver sido cometido em território português;

A pessoa reclamada tiver nacionalidade portuguesa, salvo o disposto no número


seguinte.

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2 - É admissível a extradição de cidadãos portugueses do território nacional desde que: E
A extradição de nacionais esteja estabelecida em tratado, convenção ou acordo de que I
Portugal seja parte;
Os factos configurem casos de terrorismo ou criminalidade internacional organizada; e 1
4
A ordem jurídica do Estado requerente consagre garantias de um processo justo e
equitativo. 4
3 - No caso previsto no número anterior, a extradição apenas terá lugar para fins de
procedimento penal e desde que o Estado requerente garanta a devolução da pessoa /
extraditada a Portugal, para cumprimento da pena ou medida que lhe venha a ser
aplicada, após revisão e confirmação nos termos do direito português, salvo se essa 1
pessoa se opuser à devolução por declaração expressa.
9
4 - Para efeitos de apreciação das garantias a que se refere a alínea c) do n.º 2, ter-se-á 9
em conta o respeito das exigências da Convenção Europeia para a Protecção dos
Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais e de outros instrumentos 9
internacionais relevantes na matéria ratificados por Portugal, bem como as condições de
protecção contra as situações a que se referem as alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 6.º

5 - Quando for negada a extradição com fundamento nas alíneas do n.º 1 do presente
artigo ou nas alíneas d), e) e f) do n.º 1 do artigo 6.º, é instaurado procedimento penal
pelos factos que fundamentam o pedido, sendo solicitados ao Estado requerente os
elementos necessários. O juiz pode impor as medidas cautelares que se afigurem
adequadas.

6 - A qualidade de nacional é apreciada no momento em que seja tomada a decisão


sobre a extradição.
7 - Acordos especiais, no âmbito de alianças militares ou de outra natureza, poderão
admitir crimes militares como fundamento de extradição.
Artigo 33.º

Crimes cometidos em terceiro Estado


No caso de crimes cometidos em território de outro Estado que não o requerente, pode
ser concedida a extradição quando a lei portuguesa der competência à sua jurisdição em
identidade de circunstâncias ou quando o Estado requerente comprovar que aquele
Estado não reclama o agente da infracção.

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Artigo 34.º E
Reextradição I
1 - O Estado requerente não pode reextraditar para terceiro Estado a pessoa que lhe foi
entregue por efeito de extradição. 1
4
2 - Cessa a proibição constante do número anterior quando:
4
Nos termos estabelecidos para o pedido de extradição, for solicitada e prestada a
correspondente autorização, ouvido previamente o extraditado; ou
/
O extraditado, tendo a possibilidade de abandonar o território do Estado requerente, não
o faz dentro de 45 dias ou, tendo-o abandonado, aí voluntariamente regressar.
1
3 - Para o efeito da alínea a) do número anterior, pode solicitar-se o envio de declaração 9
da pessoa reclamada relativa à sua reextradição.
9
4 - A proibição de reextradição cessa também nos casos em que, por tratado, convenção 9
ou acordo internacional de que Portugal seja parte, não seja necessário o consentimento
do Estado requerido. Quando este efeito decorra do consentimento da pessoa em causa,
aplica-se o disposto no número seguinte.

5 - As declarações da pessoa reclamada, a que haja lugar por força dos n.ºs 3 e 4, são
prestadas perante o tribunal da Relação da área onde residir ou se encontrar a referida
pessoa, observando-se, quanto ao n.º 4, as formalidades previstas no artigo 17.º
Artigo 35.º
Extradição diferida

1 - Não obsta à concessão da extradição a existência, em tribunais portugueses, de


processo penal contra a pessoa reclamada ou a circunstância de esta se encontrar a
cumprir pena privativa da liberdade por infracções diversas das que fundamentaram o
pedido.
2 - Nos casos do número anterior, pode diferir-se a entrega do extraditado para quando o
processo ou o cumprimento da pena terminarem.

3 - É também causa de adiamento da entrega a verificação, por perito médico, de


enfermidade que ponha em perigo a vida do extraditado.

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Artigo 36.º E
Entrega temporária I
1 - No caso do n.º 1 do artigo anterior, a pessoa reclamada pode ser entregue
temporariamente para a prática de actos processuais, designadamente o julgamento, que 1
o Estado requerente demonstre não poderem ser adiados sem grave prejuízo, desde que 4
isso não prejudique o andamento do processo pendente em Portugal e o Estado
requerente se comprometa a que, terminados esses actos, a pessoa reclamada seja
4
restituída sem quaisquer condições.
/
2 - Se a pessoa entregue temporariamente estava a cumprir pena, a execução desta fica
suspensa desde a data em que essa pessoa foi entregue ao representante do Estado
requerente até à data da sua restituição às autoridades portuguesas. 1
3 - É, todavia, descontada na pena a detenção que não venha a ser computada no 9
processo estrangeiro. 9
4 - No caso de ter sido diferida a entrega nos termos do artigo anterior, a autorização 9
para a entrega temporária é tramitada como incidente do pedido de extradição,
exclusivamente com vista à apreciação, pelo tribunal da Relação, dos critérios
enunciados no n.º 1. O tribunal da Relação ouve o tribunal à ordem do qual a pessoa se
encontra e o Ministro da Justiça.

Artigo 37.º

Pedidos de extradição concorrentes

1 - No caso de diversos pedidos de extradição da mesma pessoa, a decisão sobre o


pedido a que deva ser dada preferência tem em conta:

Se os pedidos respeitarem aos mesmos factos, o local onde a infracção se consumou ou


onde foi praticado o facto principal;

Se os pedidos respeitarem a factos diferentes, a gravidade da infracção, segundo a lei


portuguesa, a data do pedido, a nacionalidade ou residência do extraditando, bem como
outras circunstâncias concretas, designadamente a existência de um tratado ou a
possibilidade de reextradição entre os Estados requerentes.

2 - O disposto no número anterior entende-se sem prejuízo da prevalência da jurisdição


internacional nos casos a que se reporta o n.º 2 do artigo 1.º
3 - O disposto nos números anteriores é aplicável, com as devidas adaptações, para
efeitos de manutenção da detenção antecipada.
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Artigo 38.º E
Detenção provisória I
1 - Em caso de urgência, e como acto prévio de um pedido formal de extradição, pode
solicitar-se a detenção provisória da pessoa a extraditar. 1
4
2 - A decisão sobre a detenção e a sua manutenção é tomada em conformidade com a lei
portuguesa. 4
3 - O pedido indica a existência do mandado de detenção ou decisão condenatória
contra a pessoa reclamada, contém um resumo dos factos constitutivos da infracção, /
com indicação do momento e do lugar da sua prática, e refere os preceitos legais
aplicáveis e os dados disponíveis acerca da identidade, nacionalidade e localização 1
daquela pessoa.
9
4 - Na transmissão do pedido observa-se o disposto no artigo 29.º 9
5 - A detenção provisória cessa se o pedido de extradição não for recebido no prazo de 9
18 dias a contar da mesma, podendo, no entanto, prolongar-se até 40 dias se razões
atendíveis, invocadas pelo Estado requerente, o justificarem.

6 - A detenção pode ser substituída por outras medidas de coacção, nos termos previstos
no Código de Processo Penal.

7 - O disposto no n.º 5 não prejudica nova detenção e a extradição, se o pedido for


ulteriormente recebido.
8 - O pedido de detenção provisória só pode ser atendido quando não se suscitarem
dúvidas sobre a competência da autoridade requerente e contiver os elementos referidos
no n.º 3.
Artigo 39.º

Detenção não directamente solicitada


É lícito às autoridades de polícia criminal efectuar a detenção de indivíduos que,
segundo informações oficiais, designadamente da INTERPOL, sejam procurados por
autoridades competentes estrangeiras para efeito de procedimento ou de cumprimento
de pena por factos que notoriamente justifiquem a extradição.

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Artigo 40.º E
Extradição com consentimento do extraditando I
1 - A pessoa detida para efeito de extradição pode declarar que consente na sua entrega
ao Estado requerente ou à entidade judiciária internacional e que renuncia ao processo 1
de extradição regulado nos artigos 51.º a 62.º, depois de advertida de que tem direito a
4
4
este processo.

2 - A declaração é assinada pelo extraditando e pelo seu defensor ou advogado /


constituído.

3 - O juiz verifica se estão preenchidas as condições para que a extradição possa ser 1
concedida, ouve o declarante para se certificar se a declaração resulta da sua livre 9
determinação e, em caso afirmativo, homologa-a, ordenando a sua entrega ao Estado
requerente, de tudo se lavrando auto. 9
9
4 - A declaração, homologada nos termos do número anterior, é irrevogável.

5 - O acto judicial de homologação equivale, para todos os efeitos, à decisão final do


processo de extradição.

6 - Salvo tratado, convenção ou acordo que dispense a apresentação do pedido de


extradição, o acto de homologação tem lugar após a decisão do Ministro da Justiça
favorável ao seguimento do pedido, caso em que o processo prossegue para efeitos
daquela homologação judicial.
Artigo 41.º

Medidas de coacção não detentivas


Na pendência do processo e até ao trânsito em julgado da decisão final, é
correspondentemente aplicável o disposto no n.º 6 do artigo 38.º
Artigo 42.º

Fuga do extraditado
O extraditado que, depois de entregue ao Estado requerente ou à entidade judiciária
internacional, se evadir antes de extinto o procedimento penal ou de cumprida a pena e
voltar ou for encontrado em Portugal será de novo detido e entregue ao mesmo Estado
ou entidade, mediante mandado de detenção emanado da autoridade estrangeira

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competente, salvo no caso de ter havido violação das condições em que a extradição foi E
concedida. I
Artigo 43.º
1
Trânsito
4
1 - Pode ser facultado o trânsito, pelo território ou pelo espaço aéreo nacional, de uma 4
pessoa extraditada de um Estado estrangeiro para outro, desde que não se oponham
motivos de ordem pública e se trate de infracção justificativa de extradição, segundo a
lei portuguesa. /
2 - Se a pessoa extraditada tiver a nacionalidade portuguesa, o trânsito só será
concedido nas situações em que o seria a extradição. 1
9
3 - O trânsito é autorizado mediante pedido do Estado que nele estiver interessado.
9
4 - Se for utilizado transporte aéreo e não estiver prevista uma aterragem em território 9
nacional, é suficiente uma comunicação do Estado interessado na extradição.
5 - Em caso de aterragem imprevista, observa-se o disposto no n.º 3.

6 - É mantida a detenção do extraditado em trânsito enquanto permanecer em território


português.

7 - O pedido identifica devidamente o extraditado em trânsito, contém, com as


necessárias adaptações, os elementos referidos no n.º 3 do artigo 38.º e é dirigido ao
Ministro da Justiça pelas vias previstas no presente diploma.

8 - A decisão sobre o pedido deve ser tomada no mais curto prazo e comunicada de
imediato ao Estado requerente pela mesma via por que o pedido tenha sido feito.

9 - As condições em que o trânsito se processará e a autoridade que nele superintenderá


devem constar da decisão que o autorize.

SECÇÃO II
Processo de extradição

Artigo 44.º

Conteúdo e instrução do pedido de extradição


1 - Além dos elementos referidos no artigo 23.º, o pedido de extradição deve incluir:

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Demonstração de que, no caso concreto, a pessoa a extraditar está sujeita à jurisdição E
penal do Estado requerente;
I
Prova, no caso de infracção cometida em terceiro Estado, de que este não reclama o
extraditando por causa dessa infracção;
1
Garantia formal de que a pessoa reclamada não será extraditada para terceiro Estado, 4
nem detida para procedimento penal, para cumprimento de pena ou para outro fim, por
factos diversos dos que fundamentarem o pedido e lhe sejam anteriores ou
4
contemporâneos.
/
2 - Ao pedido de extradição devem ser juntos os elementos seguintes:
Mandado de detenção da pessoa reclamada, emitido pela autoridade competente; 1
Certidão ou cópia autenticada da decisão que ordenou a expedição do mandado de 9
detenção, no caso de extradição para procedimento penal; 9
Certidão ou cópia autenticada da decisão condenatória, no caso de extradição para 9
cumprimento da pena, bem como documento comprovativo da pena a cumprir, se esta
não corresponder à duração da pena imposta na decisão condenatória;

Cópia dos textos legais relativos à prescrição do procedimento penal ou da pena,


conforme o caso;

Declaração da autoridade competente relativa a motivos de suspensão ou interrupção do


prazo da prescrição, segundo a lei do Estado requerente, se for caso disso;

Cópia dos textos legais relativos à possibilidade de recurso da decisão ou de efectivação


do novo julgamento, no caso de condenação em processo cuja audiência de julgamento
tenha decorrido na ausência da pessoa reclamada.
Artigo 45.º
Elementos complementares

1 - Quando o pedido estiver incompleto ou não vier acompanhado de elementos


suficientes para sobre ele se decidir, observa-se o disposto no n.º 3 do artigo 23.º,
fixando-se prazo para o seu envio, o qual poderá ser prorrogado mediante razões
atendíveis invocadas pelo Estado requerente.

2 - A falta dos elementos solicitados nos termos do número anterior poderá determinar o
arquivamento do processo no fim do prazo fixado, sem embargo de poder prosseguir
quando esses elementos forem apresentados.

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3 - Se o pedido se referir a pessoa que já se encontre detida para fins de extradição, o E
arquivamento previsto no número anterior determina a imediata restituição à liberdade,
sendo correspondentemente aplicável o disposto no n.º 7 do artigo 38.º I
Artigo 46.º
1
Natureza do processo de extradição 4
1 - O processo de extradição tem carácter urgente e compreende a fase administrativa e 4
a fase judicial.
2 - A fase administrativa é destinada à apreciação do pedido de extradição pelo Ministro /
da Justiça para o efeito de decidir, tendo, nomeadamente, em conta as garantias a que
haja lugar, se ele pode ter seguimento ou se deve ser liminarmente indeferido por razões
de ordem política ou de oportunidade ou conveniência. 1
3 - A fase judicial é da exclusiva competência do tribunal da Relação e destina-se a 9
decidir, com audiência do interessado, sobre a concessão da extradição por procedência 9
das suas condições de forma e de fundo, não sendo admitida prova alguma sobre os 9
factos imputados ao extraditando.
Artigo 47.º
Representação do Estado requerente no processo de extradição

1 - O Estado estrangeiro que o solicite a Portugal pode ser admitido a participar na fase
judicial do processo de extradição, através de representante designado para o efeito.
2 - Se não acompanhar o pedido de extradição, o pedido de participação é dirigido ao
tribunal da Relação através da Autoridade Central.
3 - O pedido de participação é submetido a decisão do Ministro da Justiça sobre a sua
admissibilidade, precedendo informação da Procuradoria-Geral da República, podendo
ser indeferido se não estiver garantida a reciprocidade.
4 - A participação a que se refere o n.º 1 tem em vista possibilitar ao Estado requerente
o contacto directo com o processo, com observância das regras relativas ao segredo de
justiça, bem como fornecer ao tribunal os elementos que este entenda solicitar.
Artigo 48.º
Processo administrativo

1 - Logo que receba o pedido de extradição, e verificada a sua regularidade formal, a


Procuradoria-Geral da República, quando o considere devidamente instruído, elabora
informação no prazo máximo de 20 dias e submete-o à apreciação do Ministro da
Justiça.
2 - Nos 10 dias subsequentes, o Ministro da Justiça decide do pedido.
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3 - Em caso de indeferimento do pedido, o processo é arquivado, procedendo-se à E
comunicação a que se refere o n.º 3 do artigo 24.º
I
4 - A Procuradoria-Geral da República adopta as medidas necessárias para a vigilância
da pessoa reclamada.
1
Artigo 49.º 4
Processo judicial, competência e recurso 4
1 - É competente para o processo judicial de extradição o tribunal da Relação em cujo
distrito judicial residir ou se encontrar a pessoa reclamada ao tempo do pedido. /
2 - O julgamento é da competência da secção criminal.
1
3 - Só cabe recurso da decisão final, competindo o seu julgamento à secção criminal do 9
Supremo Tribunal de Justiça.
9
4 - Tem efeito suspensivo o recurso da decisão que conceder a extradição. 9
Artigo 50.º

Início do processo judicial

1 - O pedido de extradição que deva prosseguir é remetido, conjuntamente com os


elementos que o instruírem e respectiva decisão, ao Ministério Público no tribunal da
Relação competente.

2 - Dentro das quarenta e oito horas subsequentes, o Ministério Público promove o


cumprimento do pedido.
Artigo 51.º

Despacho liminar e detenção do extraditando

1 - Efectuada a distribuição, o processo é imediatamente concluso ao juiz relator para,


no prazo de 10 dias, proferir despacho liminar sobre a suficiência dos elementos que
instruírem o pedido e a viabilidade deste.

2 - Se entender que o processo deve ser logo arquivado, o relator faz submeter os autos,
com o seu parecer escrito, a visto de cada um dos juízes-adjuntos por cinco dias, a fim
de se decidir na primeira sessão.

3 - Quando o processo deva prosseguir, é ordenada a entrega, ao Ministério Público, do


mandado de detenção do extraditando, a fim de providenciar pela sua execução.

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4 - No caso de serem necessárias informações complementares, é ordenada apenas a E
vigilância do extraditando pelas autoridades competentes, podendo, porém, efectuar-se
desde logo a sua detenção se se mostrar necessária e houver sérios indícios de que o I
pedido de extradição deverá proceder.
1
4
Artigo 52.º
4
Prazo de detenção
1 - A detenção do extraditando deve cessar e ser substituída por outra medida de /
coacção processual se a decisão final do tribunal da Relação não for proferida dentro
dos 65 dias posteriores à data em que foi efectivada.
1
2 - Se não for admissível medida de coacção não detentiva, o prazo referido no número
anterior é prorrogado até ao limite máximo de 25 dias, dentro do qual deve ser 9
obrigatoriamente proferida a decisão da Relação. 9
3 - Sem prejuízo do disposto no artigo 40.º, a detenção subsiste no caso de recurso do 9
acórdão da Relação que conceder a extradição, mas não pode manter-se, sem decisão do
recurso, por mais de 80 dias, contados da data da interposição deste.

4 - Se tiver havido recurso para o Tribunal Constitucional, a detenção não pode


prolongar-se por mais de três meses contados da data da interposição daquele.

Artigo 53.º
Apresentação do detido

1 - A autoridade que efectuar a detenção do extraditando comunica-a de imediato, pela


via mais expedita e que permita o registo por escrito, ao Ministério Público junto do
tribunal da Relação competente.

2 - O extraditando é apresentado ao Ministério Público, juntamente com as coisas que


lhe forem apreendidas, para audição pessoal no prazo máximo de quarenta e oito horas
após a detenção.

3 - O juiz relator procede à audição, nomeando previamente defensor ao extraditando,


se não tiver advogado constituído.

4 - A notificação do extraditando para este acto deve ser pessoal e com advertência de
que poderá fazer-se acompanhar de advogado constituído e de intérprete.

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5 - Sempre que a detenção não possa, por qualquer motivo, ser apreciada pelo tribunal E
da Relação, o detido é apresentado ao Ministério Público junto do tribunal de 1.ª
instância da sede do tribunal da Relação competente. I
6 - No caso previsto no número anterior, a audição tem lugar, exclusivamente, para
efeitos de validação e manutenção da detenção pelo juiz do tribunal de 1.ª instância, 1
devendo o Ministério Público tomar as providências adequadas à apresentação do 4
extraditando no primeiro dia útil subsequente.
4
Artigo 54.º
Audição do extraditando /
1 - Na presença do Ministério Público e do defensor ou do advogado do extraditando, e
com intervenção do intérprete, quando necessário, o juiz relator procede à identificação 1
do detido, elucidando-o depois sobre o direito de se opor à extradição ou de consentir
nela e nos termos em que o pode fazer, bem como sobre a faculdade de renunciar ao 9
benefício da regra da especialidade nos termos do direito convencional aplicável ao 9
caso. 9
2 - No caso de o extraditando declarar que consente na sua entrega ao Estado
requerente, é correspondentemente aplicável o disposto nos n.ºs 2 a 5 do artigo 40.º Se
se opuser à extradição, o juiz aprecia os fundamentos da oposição se ele os quiser expor,
tudo exarando em auto.

3 - Existindo no caso a faculdade de renúncia ao benefício da regra da especialidade


referida no n.º 1, é exarado em auto o teor da informação prestada sobre aquela regra da
especialidade, bem como a declaração do extraditando, sendo correspondentemente
aplicável o disposto nos n.ºs 2 a 5 do artigo 40.º

4 - É igualmente exarada em auto a informação a que se refere o número anterior


sempre que, nos termos do direito convencional aplicável, a renúncia ao benefício da
especialidade possa ainda ser prestada perante a autoridade judiciária requerente, após a
entrega da pessoa extraditada.

5 - O Ministério Público e o defensor ou advogado do extraditando podem sugerir


perguntas ao detido, que o juiz relator formulará se as considerar pertinentes.
6 - O disposto nos n.ºs 3 e 4 é igualmente aplicável à reextradição.
Artigo 55.º
Oposição do extraditando
1 - Após a audição do extraditando, o processo é facultado ao seu defensor ou advogado
constituído para, em oito dias, deduzir por escrito oposição fundamentada ao pedido de

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extradição e indicar meios de prova admitidos pela lei portuguesa, sendo, porém, o E
número de testemunhas limitado a 10.
I
2 - A oposição só pode fundamentar-se em não ser o detido a pessoa reclamada ou em
não se verificarem os pressupostos da extradição.
1
3 - Apresentada a oposição ou findo o prazo em que o devia ser, o processo segue com
vista por cinco dias ao Ministério Público para requerer o que tiver por conveniente,
4
com o limite referido no número anterior quanto à indicação de testemunhas. 4
4 - Havendo coisas apreendidas, tanto o extraditando como o Ministério Público podem
pronunciar-se sobre o seu destino. /
5 - Os meios de prova oferecidos podem ser substituídos até ao dia anterior àquele em
que devam produzir-se, desde que a substituição não envolva adiamento.
Artigo 56.º
1
9
Produção da prova 9
1 - As diligências que tiverem sido requeridas e as que o juiz relator entender 9
necessárias, designadamente para decidir sobre o destino de coisas apreendidas, devem
ser efectivadas no prazo máximo de 15 dias, com a presença do extraditando, do
defensor ou advogado constituído e do intérprete, se necessário, bem como do
Ministério Público.

2 - Terminada a produção da prova, o Ministério Público, o defensor ou o advogado do


extraditando têm, sucessivamente, vista do processo por cinco dias, para alegações.
Artigo 57.º

Decisão final

1 - Se o extraditando não tiver apresentado oposição escrita, ou depois de produzidas as


alegações nos termos do n.º 2 do artigo anterior, o juiz relator procede, em 10 dias, ao
exame do processo e manda dar vista a cada um dos dois juízes-adjuntos por 5 dias.

2 - Após o último visto, o processo é apresentado na sessão imediata,


independentemente de inscrição em tabela e com preferência sobre os outros, para
decisão final, sendo o acórdão elaborado nos termos da lei de processo penal.
Artigo 58.º
Interposição e instrução do recurso

1 - O Ministério Público e o extraditando podem recorrer da decisão final no prazo de


10 dias.
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2 - A petição de recurso inclui as alegações do recorrente, sendo o recurso julgado E
deserto se as não contiver.
I
3 - A parte contrária pode responder no prazo de 10 dias.

4 - O processo é remetido ao Supremo Tribunal de Justiça logo que junta a última 1


alegação ou findo o prazo referido no número anterior. 4
Artigo 59.º 4
Vista do processo e julgamento
/
1 - Feita a distribuição na secção criminal do Supremo Tribunal de Justiça, o processo é
feito concluso ao juiz relator, por 10 dias, para elaborar o projecto de acórdão, e em
seguida é remetido, juntamente com este, a visto simultâneo dos restantes juízes da 1
secção, por 8 dias. 9
2 - O processo é submetido a julgamento na primeira sessão após o último visto,
9
independentemente de inscrição em tabela e com preferência sobre os outros e baixa no 9
prazo de três dias após o trânsito.
Artigo 60.º

Entrega do extraditado

1 - É título necessário e suficiente para a entrega do extraditado certidão da decisão,


transitada em julgado, que ordenar a extradição.
2 - Após o trânsito em julgado da decisão, o Ministério Público procede à respectiva
comunicação aos serviços competentes do Ministério da Justiça para os efeitos do artigo
27.º, disso dando conhecimento à Procuradoria-Geral da República. A data da entrega é
estabelecida até ao limite de 20 dias a contar do trânsito.
Artigo 61.º
Prazo para remoção do extraditado

1 - O extraditado deve ser removido do território português na data que for acordada nos
termos do artigo 60.º

2 - Se ninguém aparecer a receber o extraditado na data referida no número anterior,


será o mesmo restituído à liberdade decorridos 20 dias sobre aquela data.

3 - O prazo referido no número anterior é prorrogável na medida exigida pelo caso


concreto, até ao limite máximo de 20 dias, quando razões de força maior,

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designadamente doença verificada nos termos do n.º 3 do artigo 35.º, impedirem a E
remoção dentro desse prazo.
I
4 - Pode deixar de ser atendido novo pedido de extradição da pessoa que tenha deixado
de ser removida no prazo referido no n.º 2 ou, havendo prorrogação, decorrido o prazo
desta.
1
5 - Após a entrega da pessoa são efectuadas as necessárias comunicações ao tribunal e à
4
Procuradoria-Geral da República. 4

SECÇÃO III 1
Regras especiais do processo em caso de detenção antecipada 9
Artigo 62.º 9
9
Competência e forma da detenção provisória
1 - A detenção provisória é ordenada pelo juiz relator a que se refere o artigo 51.º,
quando se certificar da autenticidade, da regularidade e da admissibilidade do pedido,
sendo, para o efeito, entregue mandado ao Ministério Público.
2 - A entidade que proceder à detenção apresenta o detido ao Ministério Público junto
do tribunal da Relação competente para audição judicial e decisão de validação e
manutenção, no prazo máximo de quarenta e oito horas após a detenção.

3 - A detenção é imediatamente comunicada à Procuradoria-Geral da República, sendo


emitido mandado de libertação quando deva cessar nos termos do n.º 5 do artigo 38.º
4 - É correspondentemente aplicável o disposto nos n.ºs 5 e 6 do artigo 53.º

Artigo 63.º

Prazos
1 - Recebido o pedido de extradição de pessoa detida, o processo regulado no artigo 48.º
é ultimado no prazo máximo de 15 dias.
2 - No caso de a decisão do Ministro da Justiça ser favorável ao prosseguimento, o
pedido é imediatamente remetido, por intermédio do Procurador-Geral da República, ao
Ministério Público para promover imediatamente o seu cumprimento.

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3 - A detenção do extraditando deve cessar e ser substituída por outra medida de E
coacção processual se a apresentação do pedido em juízo não ocorrer dentro dos 60 dias
posteriores à data em que foi efectivada. I
4 - A distribuição do processo na Relação é imediata, são reduzidos a três dias os prazos
dos n.ºs 1 e 2 do artigo 51.º e o prazo referido no n.º 1 do artigo 52.º conta-se a partir da
1
data da apresentação do pedido em juízo. 4
5 - A decisão do Ministro da Justiça que indefere o pedido é imediatamente comunicada 4
nos termos do n.º 2 do presente artigo, para os efeitos de libertação do detido.
Artigo 64.º /
Competência e forma da detenção não directamente solicitada
1
1 - A autoridade que efectuar uma detenção nos termos do artigo 39.º apresenta o detido
ao Ministério Público junto do tribunal da Relação em cuja área a detenção foi 9
efectuada, para aí promover a audição judicial daquele, nos termos do n.º 2 do artigo 9
62.º 9
2 - No caso de ser confirmada, a detenção é comunicada imediatamente à Procuradoria-
Geral da República e, pela via mais rápida, à autoridade estrangeira a quem ela
interessar, para que informe, urgentemente e pela mesma via, se irá ser formulado o
pedido de extradição, solicitando-se-lhe ainda a observância dos prazos previstos no n.º
5 do artigo 38.º

3 - O detido será posto em liberdade 18 dias após a data da detenção se, entretanto, não
chegar a informação referida no número anterior, ou 40 dias após a data da detenção se,
tendo havido informação positiva, o pedido de extradição não for recebido nesse prazo.
4 - É correspondentemente aplicável o disposto nos n.ºs 5 e 6 do artigo 53.º e no artigo
63.º
Artigo 65.º

Medidas de coacção não detentivas e competência


As medidas de coacção não detentivas, quando admitidas nos casos previstos nos
artigos 38.º e 64.º, são da competência do tribunal da Relação.

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SECÇÃO IV E
Reentrega do extraditado I
Artigo 66.º
1
Detenção posterior à fuga do extraditado 4
1 - O mandado de detenção a que se refere o artigo 42.º é recebido pela Autoridade 4
Central, através das vias referidas neste diploma, e deve conter ou ser acompanhado dos
elementos necessários para se saber que se trata de pessoa anteriormente extraditada por
Portugal, que se evadiu antes de extinto o procedimento penal ou a pena. /
2 - O mandado de detenção é remetido ao Ministério Público junto do tribunal da
Relação onde correu o processo de extradição para, neste mesmo processo, requerer o 1
seu cumprimento.
9
9
Artigo 67.º 9
Execução do pedido

1 - Requerido o cumprimento do mandado de detenção, o juiz relator ordena a


respectiva execução depois de verificar a sua regularidade e que se refere à pessoa já
extraditada.

2 - Nos oito dias posteriores à detenção, o extraditado pode deduzir oposição escrita à
sua reentrega ao Estado requerente, com fundamento em que este violou as condições
em que a extradição foi concedida, oferecendo logo as provas mas limitando a cinco o
número de testemunhas.

3 - Deduzida a oposição, seguem-se, na parte aplicável, os termos dos n.ºs 3 e 5 do


artigo 55.º e dos artigos 56.º e 57.º

4 - O recurso da decisão final é interposto, instruído e julgado nos termos prescritos nos
artigos 58.º e 59.º

Artigo 68.º
Reentrega do extraditado
1 - O Ministério Público promove a reentrega do extraditado nos termos aplicáveis do
artigo 60.º quando não tiver sido deduzida oposição ou decidida a sua improcedência.

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2 - A certidão a que se refere o artigo 60.º é substituída pelo mandado de detenção E
devidamente cumprido.
I
CAPÍTULO II
Extradição activa 1
4
Artigo 69.º
4
Competência e processo

1 - Compete ao Ministro da Justiça formular o pedido de extradição de pessoa contra a /


qual exista processo pendente em tribunal português, ao Estado estrangeiro em cujo
território ela se encontra.
1
2 - O pedido, depois de devidamente instruído, deve ser transmitido pelas vias previstas 9
neste diploma.
9
3 - Compete à Procuradoria-Geral da República organizar o processo, com base em 9
requerimento do Ministério Público junto do tribunal respectivo.

4 - O Ministro da Justiça pode solicitar ao Estado estrangeiro ao qual tenha apresentado


um pedido de extradição a participação do Estado Português no processo de extradição,
através de representante designado para o efeito.
Artigo 70.º

Reextradição
À reextradição pedida por Portugal é correspondentemente aplicável o disposto nos n.ºs
4 e 5 do artigo 34.º

Artigo 71.º
Difusão internacional do pedido de detenção provisória

1 - O mandado judicial de detenção provisória com vista à extradição é remetido à


Procuradoria-Geral da República pelo Ministério Público junto do tribunal competente.

2 - A Procuradoria-Geral da República remete o mandado ao Gabinete Nacional da


INTERPOL, dando disso conhecimento ao tribunal.

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Artigo 72.º E
Comunicação I
Concedida a extradição, a Procuradoria-Geral da República comunica o facto à
autoridade judiciária que a pediu. 1
CAPÍTULO III 4
Disposição final 4
Artigo 73.º
/
Gratuitidade e férias

1 - Os processos de extradição são gratuitos, sem prejuízo do disposto nas alíneas b) a 1


d) do n.º 2 e no n.º 4 do artigo 26.º 9
2 - Os processos de extradição têm natureza urgente e correm mesmo em férias. 9
CAPÍTULO IV 9
Regras especiais relativas ao processo simplificado de extradição
Artigo 74.º
Âmbito e finalidades
As disposições do presente capítulo regulamentam o processo de extradição, nos casos
em que a pessoa reclamada dá o seu consentimento a esta, em conformidade com o
previsto na Convenção Relativa ao Processo Simplificado de Extradição entre os
Estados Membros da União Europeia, de 10 de Março de 1995.
Artigo 75.º
Autoridade competente e prazos

1 - A declaração de consentimento na extradição é comunicada directamente pelo juiz


competente à autoridade requerente que solicitou a detenção provisória, no prazo
máximo de 10 dias após a detenção.

2 - No caso de o extraditando declarar que consente na sua entrega ao Estado


requerente, o juiz informa-o do sentido da renúncia à regra da especialidade, nos casos
em que esta for admissível, e dos efeitos do consentimento na reextradição, bem como
do momento e dos termos em que o pode fazer, tudo se exarando no auto.

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3 - O juiz profere decisão homologatória do consentimento e procede à respectiva E
comunicação no prazo máximo de 20 dias após a data em que foi prestado o
consentimento referido no n.º 1. I
4 - Se o considerar necessário, o juiz solicita à autoridade requerente informações
complementares, ouvindo novamente a pessoa detida após a obtenção dessas
1
informações, antes de proferir decisão. 4
4
5 - Os prazos previstos nos n.ºs 1 e 3 contam-se a partir do momento da prestação do
consentimento, se este for dado após o decurso do prazo referido no n.º 1.
/
6 - Sem prejuízo do estabelecido no número anterior, quando tiver sido recebido um
pedido de extradição, o consentimento é prestado de acordo com o disposto no artigo
54.º 1
7 - É correspondentemente aplicável o disposto no artigo 40.º 8 - O disposto nos 9
números anteriores, no que se refere aos prazos e às comunicações, é aplicável aos casos 9
em que Portugal seja o Estado requerente. 9

CAPÍTULO V

Aplicação interna da Convenção de Aplicação do Acordo de Schengen

Artigo 76.º
Objecto
O presente capítulo destina-se a regulamentar as disposições da Convenção de
Aplicação do Acordo de Schengen relevantes em matéria de extradição, nas relações de
Portugal com os outros Estados que também apliquem a Convenção.

Artigo 77.º

Extradição passiva

1 - A entidade policial que proceder à detenção com base nas indicações introduzidas no
Sistema de Informação de Schengen (SIS) apresenta a pessoa detida ao Ministério
Público junto do tribunal da Relação competente, nos termos do artigo 53.º

2 - A apresentação da pessoa detida é acompanhada dos elementos disponíveis que lhe


digam respeito, referidos no n.º 2 do artigo 95.º da Convenção de Aplicação do Acordo
de Schengen, nomeadamente: a indicação da autoridade donde provém o pedido de

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detenção; a existência de mandado de detenção ou acto de carácter análogo, ou de E
sentença condenatória; a natureza e qualificação legal da infracção; a descrição das
circunstâncias em que a infracção foi cometida, e as consequências jurídicas da I
infracção.

3 - A decisão judicial que aprecie a validade da detenção e a decisão homologatória do


1
consentimento de extradição são comunicadas imediatamente à Procuradoria-Geral da 4
República e ao Gabinete Nacional SIRENE. 4
4 - Não havendo declaração da pessoa reclamada de que consente na extradição, a
situação é igualmente comunicada à Procuradoria-Geral da República, com vista à /
formalização do pedido de extradição por parte da autoridade requerente.

1
Artigo 78.º 9
Extradição activa 9
1 - Para os efeitos do disposto no artigo 95.º da Convenção, a autoridade judiciária 9
providencia junto do Gabinete Nacional SIRENE pela imediata inserção dos dados
relativos à pessoa procurada no Sistema de Informação de Schengen (SIS).

2 - A comunicação de um Estado parte da Convenção de que a pessoa reclamada foi


localizada e detida no seu território é de imediato transmitida pelo Gabinete Nacional
SIRENE ao tribunal que emitiu o mandado e à Procuradoria-Geral da República, com
vista à formalização do pedido de extradição.
TÍTULO III

Transmissão de processos penais


CAPÍTULO I
Delegação do procedimento penal nas autoridades judiciárias portuguesas
Artigo 79.º

Princípio
A pedido de um Estado estrangeiro, pode ser instaurado, ou continuar em Portugal,
procedimento penal por um facto praticado fora do território português nas condições e
com os efeitos referidos nos artigos seguintes.

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Artigo 80.º E
Condições especiais I
1 - Para que possa ser instaurado, ou continuar em Portugal, procedimento penal por
facto praticado fora do território português é necessária a verificação das seguintes 1
condições, para além das condições gerais previstas neste diploma: 4
O recurso à extradição esteja excluído; 4
O Estado estrangeiro dê garantias de que não procederá penalmente, pelo mesmo facto,
contra o suspeito ou arguido, no caso de o mesmo vir a ser definitivamente julgado por /
sentença de um tribunal português;

O procedimento penal tenha por objecto um facto que constitua crime segundo a lei do 1
Estado estrangeiro e segundo a lei portuguesa; 9
A pena ou a medida de segurança privativas da liberdade correspondentes ao facto
9
sejam de duração máxima não inferior a um ano ou, tratando-se de uma pena pecuniária, 9
o seu montante máximo não seja inferior a quantia equivalente a 30 unidades de conta
processual;

O suspeito ou o arguido tenham nacionalidade portuguesa ou, tratando-se de


estrangeiros ou apátridas, tenham a sua residência habitual em território português;

A aceitação do pedido se justifique pelo interesse da boa administração da justiça ou


pela melhor reinserção social do suspeito ou do arguido, no caso de virem a ser
condenados.

2 - Pode ainda aceitar-se a instauração ou a continuação de procedimento penal em


Portugal, verificadas as condições do número anterior:

Quando o suspeito ou arguido se encontrarem processados penalmente em Portugal por


outro facto a que corresponda pena ou medida de segurança de gravidade igual ou
superior às referidas na alínea d) do número anterior e seja garantida a sua presença em
juízo;

Quando seja negada a extradição do suspeito ou arguido estrangeiro ou apátrida que


residam habitualmente em Portugal;

Se o Estado requerente considerar que a presença do suspeito ou do arguido não pode


ser assegurada perante os seus tribunais, podendo sê-lo em Portugal;

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Se o Estado estrangeiro considerar que não existem condições para executar uma E
eventual condenação, mesmo recorrendo à extradição, e que tais condições se verificam
em Portugal. I
3 - As disposições dos números anteriores não se aplicam se a reacção criminal que
motiva o pedido relevar da competência dos tribunais portugueses por virtude de outra 1
disposição relativa à aplicação da lei penal portuguesa no espaço. 4
4 - A condição referida na alínea e) do n.º 1 pode ser dispensada nas situações previstas 4
no n.º 4 do artigo 32.º, quando as circunstâncias do caso o aconselharem,
designadamente para evitar que o julgamento não pudesse efectivar-se quer em Portugal
quer no estrangeiro.
/
Artigo 81.º 1
Direito aplicável 9
Ao facto que é objecto do procedimento penal instaurado ou continuado em Portugal, 9
nas condições referidas no artigo anterior, é aplicada a reacção criminal prevista na lei 9
portuguesa, excepto se a lei do Estado estrangeiro que formula o pedido for mais
favorável.
Artigo 82.º

Efeitos da aceitação do pedido relativamenteao Estado que o formula

1 - A aceitação, por Portugal, do pedido formulado pelo Estado estrangeiro implica a


renúncia, por este, ao procedimento relativo ao facto.

2 - Instaurado, ou continuado, em Portugal, procedimento penal pelo facto, o Estado


estrangeiro recupera o direito de proceder penalmente pelo mesmo facto, após a devida
comunicação, logo que Portugal certifique que o arguido se ausentou do território
nacional.
Artigo 83.º

Tramitação do pedido

1 - O pedido formulado pelo Estado estrangeiro é acompanhado do original ou cópia


autenticada do processo a transmitir, caso exista, e é submetido pelo Procurador-Geral
da República a apreciação do Ministro da Justiça.

2 - Se o Ministro da Justiça decidir que o pedido é admissível, o expediente é remetido


ao tribunal competente, que ordena imediatamente notificação para comparência do
suspeito ou do arguido, bem como a do advogado constituído, se o houver.

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3 - Se o suspeito ou o arguido não comparecerem, o tribunal verifica se a notificação foi E
feita pela forma legal e nomeia defensor oficioso, na falta de advogado constituído ou se
este também não aparecer, de tudo se lavrando auto. I
4 - O juiz, oficiosamente ou a requerimento do Ministério Público, do suspeito, do
arguido ou do seu defensor, pode ordenar a repetição da notificação a que se refere o n.º
1
2. 4
4
5 - O suspeito, o arguido ou seu defensor são convidados a exporem as suas razões
contra ou a favor da aceitação do pedido, de igual faculdade gozando o Ministério
Público. /
6 - Se necessário, o juiz procede ou manda proceder às diligências de prova que repute
indispensáveis, por sua iniciativa ou a requerimento do Ministério Público, do suspeito, 1
do arguido ou do seu defensor, fixando, para o efeito, um prazo não superior a 30 dias. 9
7 - Efectuadas as diligências ou esgotado o prazo a que se refere o número anterior, o 9
Ministério Público e o suspeito ou arguido podem pronunciar-se no prazo de 10 dias, 9
alegando o que tiverem por conveniente.

8 - O juiz decide sobre o pedido no prazo de oito dias, cabendo recurso da decisão nos
termos gerais.

9 - Na pendência do pedido, o juiz sujeita o arguido à prestação de termo de identidade


e residência, sem prejuízo da possibilidade de adopção de outras medidas de coacção e
garantia patrimonial previstas no Código de Processo Penal.
Artigo 84.º
Efeitos da decisão sobre o pedido

Em caso de aceitação do pedido, o juiz, conforme os casos:

Ordena a remessa dos autos à autoridade judiciária competente para instauração ou


continuação do procedimento penal;

Pratica os actos necessários à continuação do processo, se este relevar da sua


competência.
Artigo 85.º

Convalidação dos actos praticados no estrangeiro


A decisão judicial que ordena a continuação do processo penal deve declarar a
convalidação dos actos praticados no processo transmitido, como se tivessem sido

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praticados perante as autoridades judiciárias portuguesas, salvo se se tratar de actos E
inadmissíveis face à legislação processual penal portuguesa, que especificará.
I
Artigo 86.º

Revogação da decisão 1
1 - A autoridade judiciária pode revogar a decisão, a requerimento do Ministério 4
Público, do suspeito, do arguido ou do defensor, quando, na pendência do processo: 4
Houver conhecimento superveniente de qualquer uma das causas de inadmissibilidade
da cooperação previstas neste diploma; /
Não possa assegurar-se a comparência do arguido em julgamento ou para execução da
sentença que imponha reacção criminal privativa da liberdade nos casos em que o 1
arguido se ausentou do território nacional, previstos no n.º 2 do artigo 82.º 9
2 - Da decisão há recurso. 9
3 - O trânsito da decisão põe termo à jurisdição da autoridade judiciária portuguesa e
9
implica a remessa do processo ao Estado estrangeiro que formulou o pedido.
Artigo 87.º

Comunicações

1 - São comunicadas à Autoridade Central, para notificação ao Estado estrangeiro que


formulou o pedido:
A decisão sobre a admissibilidade deste;
A decisão que revoga a anterior;

A sentença proferida no processo;

Qualquer outra decisão que lhe ponha termo.

2 - A notificação é acompanhada de certidão ou cópia autenticada das decisões referidas


no número anterior.

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Artigo 88.º E
Competência territorial I
Salvo no caso de se encontrar já definida a competência territorial, aplica-se aos actos
de cooperação internacional previstos no presente capítulo o disposto no artigo 22.º do 1
Código de Processo Penal. 4
4
CAPÍTULO II

Delegação num Estado estrangeiro da instauração ou continuação de /


procedimento penal
Artigo 89.º 1
9
Princípio
9
A instauração de procedimento penal ou a continuação de procedimento instaurado em
Portugal por facto que constitua crime segundo o direito português podem ser delegadas
9
num Estado estrangeiro que as aceite, nas condições referidas nos artigos seguintes.
Artigo 90.º

Condições especiais

1 - A delegação da instauração de procedimento penal ou a sua continuação num Estado


estrangeiro dependem da verificação das condições gerais previstas no presente diploma
e ainda das seguintes condições especiais:

Que o facto integre crime segundo a legislação portuguesa e segundo a legislação


daquele Estado;

Que a reacção criminal privativa da liberdade seja de duração máxima não inferior a um
ano ou, tratando-se de pena pecuniária, o seu montante máximo não seja inferior a
quantia equivalente a 30 unidades de conta processual;

Que o suspeito ou o arguido tenham a nacionalidade do Estado estrangeiro ou, sendo


nacionais de um terceiro Estado ou apátridas, ali tenham a residência habitual;

Quando a delegação se justificar pelo interesse da boa administração da justiça ou pela


melhor reinserção social em caso de condenação.

2 - Verificadas as condições a que se refere o número anterior, pode ainda ter lugar a
delegação:

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Quando o suspeito ou o arguido estiverem a cumprir sentença no Estado estrangeiro por E
crime mais grave do que o cometido em Portugal;
I
Quando, em conformidade com a lei do Estado estrangeiro, não possa ser obtida a
extradição do suspeito ou do arguido ou, quando solicitada, ela for negada e estes
tenham residência habitual nesse Estado;
1
4
Quando o suspeito ou o arguido forem extraditados para o Estado estrangeiro por outros
factos e seja previsível que a delegação do processo criminal permite assegurar melhor
4
reinserção social.
/
3 - A delegação pode ainda efectuar-se, independentemente da nacionalidade do agente,
quando Portugal considerar que a presença do arguido em audiência de julgamento não
pode ser assegurada, podendo todavia sê-lo no Estado estrangeiro. 1
4 - Excepcionalmente, a delegação pode efectuar-se independentemente do requisito da 9
residência habitual, quando as circunstâncias do caso o aconselharem, designadamente 9
para evitar que o julgamento não pudesse efectivar-se quer em Portugal quer no 9
estrangeiro.

Artigo 91.º

Processo de delegação

1 - O tribunal competente para conhecer do facto aprecia a necessidade da delegação, a


requerimento do Ministério Público, do suspeito ou do arguido, com audiência
contraditória, na qual se expõem as razões para solicitar ou denegar esta forma de
cooperação internacional.

2 - O Ministério Público bem como o suspeito ou o arguido podem responder ao


requerimento a que se refere o n.º 1 no prazo de 10 dias, quando não sejam os
requerentes.

3 - Após a resposta ou decorrido o prazo para a mesma, o juiz decide, no prazo de oito
dias, da procedência ou improcedência do pedido.

4 - Se o suspeito ou o arguido estiverem no estrangeiro, podem, por si ou pelo seu


representante legal ou advogado, pedir a delegação do procedimento penal directamente
ou através de uma autoridade do Estado estrangeiro ou de autoridade consular
portuguesa, que o encaminharão para a Autoridade Central.
5 - A decisão judicial que aprecia o pedido é susceptível de recurso.

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6 - A decisão transitada favorável ao pedido determina a suspensão do prazo de E
prescrição, bem como da continuação do processo penal instaurado, sem prejuízo dos
actos e diligências de carácter urgente, e é transmitida através do Procurador-Geral da I
República para apreciação do Ministro da Justiça, remetendo-se cópia autenticada de
todo o processado. 1
Artigo 92.º 4
Transmissão do pedido
4
O pedido do Ministro da Justiça ao Estado estrangeiro é apresentado pelas vias previstas
no presente diploma. /

1
Artigo 93.º
9
Efeitos da delegação 9
1 - Aceite, pelo Estado estrangeiro, a delegação para a instauração ou continuação do 9
procedimento penal, não pode instaurar-se novo processo em Portugal pelo mesmo
facto.
2 - A suspensão da prescrição do procedimento penal mantém-se até que o Estado
estrangeiro ponha termo ao processo, incluindo a execução da sentença.
3 - Portugal recupera, porém, o direito de proceder penalmente pelo facto se:
Estado estrangeiro comunicar que não pode levar até ao fim o procedimento delegado;

Houver conhecimento superveniente de qualquer causa que impediria o pedido de


delegação, nos termos do presente diploma.

4 - A sentença proferida no processo instaurado ou continuado no Estado estrangeiro


que aplique pena ou medida de segurança é inscrita no registo criminal e produz efeitos
como se tivesse sido proferida por um tribunal português.

5 - O disposto no número anterior aplica-se a qualquer decisão que, no processo


estrangeiro, lhe ponha termo.

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CAPÍTULO III E
Disposição comum I
Artigo 94.º
1
Custas 4
1 - As custas eventualmente devidas no processo estrangeiro, anteriormente à aceitação 4
do pedido de delegação em Portugal, acrescem às devidas no processo português e são
neste cobradas, sem reembolso àquele Estado.
2 - Portugal informa o Estado estrangeiro das custas devidas no processo, anteriormente /
à aceitação, por aquele, do pedido de delegação do procedimento, não se exigindo o seu
reembolso. 1
TÍTULO IV 9
Execução de sentenças penais 9
9
CAPÍTULO I
Execução de sentenças penais estrangeiras

Artigo 95.º

Princípio
1 - As sentenças penais estrangeiras, transitadas em julgado, podem ser executadas em
Portugal nas condições previstas neste diploma.
2 - O pedido de delegação é formulado pelo Estado da condenação.

Artigo 96.º

Condições especiais de admissibilidade

1 - O pedido de execução, em Portugal, de uma sentença penal estrangeira só é


admissível quando, para além das condições gerais estabelecidas neste diploma, se
verificarem as seguintes:

A sentença condenar em reacção criminal por facto constitutivo de crime para conhecer
do qual são competentes os tribunais do Estado estrangeiro;

Se a condenação resultar de julgamento na ausência do condenado, desde que o mesmo


tenha tido a possibilidade legal de requerer novo julgamento ou de interpor recurso da
sentença;

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Não contenha disposições contrárias aos princípios fundamentais do ordenamento E
jurídico português;
I
O facto não seja objecto de procedimento penal em Portugal;
O facto seja também previsto como crime pela legislação penal portuguesa; 1
4
O condenado seja português, ou estrangeiro ou apátrida que residam habitualmente em
Portugal; 4
A execução da sentença em Portugal se justifique pelo interesse da melhor reinserção
social do condenado ou da reparação do dano causado pelo crime; /
O Estado estrangeiro dê garantias de que, cumprida a sentença em Portugal, considerará
extinta a responsabilidade penal do condenado; 1
9
A duração das penas ou medidas de segurança impostas na sentença não seja inferior a
um ano ou, tratando-se de pena pecuniária, o seu montante não seja inferior a quantia
9
equivalente a 30 unidades de conta processual; 9
O condenado der o seu consentimento, tratando-se de reacção criminal privativa de
liberdade.

2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, pode ainda executar-se uma sentença
estrangeira se o condenado cumprir, em Portugal, condenação por facto distinto do
estabelecido na sentença cuja execução é pedida.

3 - A execução de sentença estrangeira que impõe reacção criminal privativa de


liberdade é também admissível, ainda que não se verifiquem as condições das alíneas g)
e j) do n.º 1, quando, em caso de evasão para Portugal ou noutra situação em que a
pessoa aí se encontre, tiver sido negada a extradição do condenado pelos factos
constantes da sentença.

4 - O disposto no número anterior é também aplicável, mediante acordo entre Portugal e


o Estado interessado, ouvida previamente a pessoa em causa, aos casos em que houver
lugar à aplicação de uma medida de expulsão posterior ao cumprimento da pena.

5 - A condição referida na alínea i) do n.º 1 pode ser dispensada em casos especiais,


designadamente se o estado de saúde do condenado ou razões de ordem familiar ou
profissional assim aconselharem.

6 - A execução da sentença tem ainda lugar, independentemente da verificação das


condições do n.º 1, quando Portugal, nos termos do n.º 2 do artigo 32.º, tiver
previamente concedido a extradição de cidadão português.

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E
Artigo 97.º I
Execução de decisões proferidas por autoridades administrativas
1 - É também possível a execução de decisões finais proferidas em processos por 1
infracções a que se refere o n.º 3 do artigo 1.º, desde que o interessado tenha tido a
possibilidade de recorrer a uma instância jurisdicional.
4
2 - A transmissão do pedido de execução efectua-se conforme o disposto nos tratados, 4
convenções ou acordos de que Portugal seja parte ou, na sua falta, através da Autoridade
Central, nos termos previstos neste diploma.
/
Artigo 98.º
Limites da execução 1
1 - A execução da sentença estrangeira limita-se: 9
9
À pena ou medida de segurança que impliquem privação da liberdade, ou pena
pecuniária se, neste caso, forem encontrados em Portugal bens do condenado suficientes 9
para garantir, no todo ou em parte, essa execução;
À perda de produtos, objectos e instrumentos do crime;

À indemnização civil, constante da mesma, se o interessado a requerer.

2 - A execução das custas do processo limita-se às que forem devidas ao Estado


requerente.

3 - A execução da pena pecuniária importa a sua conversão em escudos, segundo o


câmbio oficial do dia em que for proferida a decisão de revisão e confirmação.

4 - As sanções acessórias e as medidas de segurança de interdição de profissões,


actividades e direitos só se executam se puderem ter eficácia prática em Portugal.
Artigo 99.º

Documentos e tramitação do pedido

1 - O pedido é submetido, pela Autoridade Central, a apreciação do Ministro da Justiça.

2 - O pedido é acompanhado de certidão ou cópia autenticada da sentença a executar e,


se for caso disso, de declaração de consentimento do condenado, a que se refere a alínea
j) do n.º 1 do artigo 96.º, bem como de informação relativa à duração da prisão
preventiva ou ao tempo de cumprimento da sanção criminal até à apresentação do
pedido.
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3 - Quando a sentença respeitar a várias pessoas ou impuser diferentes reacções E
criminais, o pedido é acompanhado de certidão ou cópia autenticada da parte da
sentença a que concretamente se refere a execução. I
4 - Se o Ministro da Justiça considerar o pedido admissível, o expediente é remetido,
por intermédio do Procurador-Geral da República, ao Ministério Público junto do
1
tribunal da Relação competente, nos termos do artigo 235.º do Código de Processo 4
Penal, para promover o procedimento de revisão e confirmação da sentença. 4
5 - O Ministério Público requer a audição do condenado ou do seu defensor para que se
pronunciem sobre o pedido, salvo se o consentimento já tiver sido prestado nos termos /
do n.º 1, ou se tiver sido ele a requerer a delegação da execução ao Estado da
condenação.
1
Artigo 100.º 9
Revisão e confirmação da sentença estrangeira 9
1 - A força executiva da sentença estrangeira depende de prévia revisão e confirmação, 9
segundo o disposto no Código de Processo Penal e o previsto nas alíneas a) e c) do n.º 2
do artigo 6.º do presente diploma.
2 - Quando se pronunciar pela revisão e confirmação, o tribunal:

Está vinculado à matéria de facto considerada provada na sentença estrangeira;


Não pode converter uma pena privativa de liberdade em pena pecuniária;

Não pode agravar, em caso algum, a reacção estabelecida na sentença estrangeira.

3 - Em caso de omissão, obscuridade ou insuficiência da matéria de facto, o tribunal


pede as informações necessárias, sendo a confirmação negada quando não for possível
obtê-las.

4 - O procedimento de cooperação regulado no presente capítulo tem carácter urgente e


corre mesmo em férias.

5 - Se respeitar a pessoa que se encontre detida, o pedido é decidido no prazo de seis


meses, contados da data em que tiver dado entrada no tribunal.

6 - Se o pedido respeitar a execução de sentença que impõe reacção privativa de


liberdade nos casos do n.º 5 do artigo 96.º, o prazo referido no número anterior é de dois
meses.

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7 - Havendo recurso, os prazos referidos nos n.ºs 5 e 6 são acrescidos, respectivamente, E
de três e de um mês.
I
Artigo 101.º
Direito aplicável e efeitos da execução 1
4
1 - A execução de uma sentença estrangeira faz-se em conformidade com a legislação
portuguesa. 4
2 - As sentenças estrangeiras executadas em Portugal produzem os efeitos que a lei
portuguesa confere às sentenças proferidas pelos tribunais portugueses. /
3 - O Estado estrangeiro que solicita a execução é o único competente para decidir do
recurso de revisão da sentença exequenda. 1
9
4 - A amnistia, o perdão genérico e o indulto podem ser concedidos tanto pelo Estado
estrangeiro como por Portugal.
9
9
5 - O tribunal competente para a execução põe termo a esta quando:

Tiver conhecimento de que o condenado foi beneficiado com amnistia, perdão ou


indulto que tenham extinguido a pena e as sanções acessórias;

Tiver conhecimento de que foi interposto recurso de revisão da sentença exequenda ou


de outra decisão que tenha por efeito retirar-lhe força executiva;

A execução respeitar a pena pecuniária e o condenado a tiver pago no Estado


requerente.

6 - O indulto e o perdão genérico parciais ou a substituição da pena por outra são


levados em conta na execução.

7 - O Estado estrangeiro deve informar o tribunal da execução de qualquer decisão que


implique a cessação desta, nos termos do n.º 5.

8 - O início da execução em Portugal implica renúncia do Estado estrangeiro à execução


da sentença, salvo se o condenado se evadir, caso em que recupera o seu direito de
execução ou, tratando-se de pena pecuniária, a partir do momento em que for informado
da não execução, total ou parcial, dessa pena.

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E
Artigo 102.º I
Estabelecimento prisional para execução da sentença
1
1 - Transitada em julgado a decisão que confirma a sentença estrangeira e que implique 4
cumprimento de reacção criminal privativa da liberdade, o Ministério Público
providencia pela execução de mandado de condução ao estabelecimento prisional mais 4
próximo do local da residência ou da última residência em Portugal do condenado.

2 - Não sendo possível determinar o local da residência ou da última residência da /


pessoa condenada, esta dará entrada em estabelecimento prisional situado na área do
distrito judicial de Lisboa. 1
Artigo 103.º 9
Tribunal competente para a execução 9
9
1 - É competente para a execução da sentença revista e confirmada o tribunal de 1.ª
instância da comarca da residência ou da última residência em Portugal do condenado
ou, se não for possível determiná-las, o da comarca de Lisboa.

2 - O disposto no número anterior não prejudica a competência do tribunal de execução


das penas.

3 - Para os efeitos do n.º 1, o tribunal da Relação manda baixar o processo ao tribunal da


execução.

CAPÍTULO II

Execução no estrangeiro de sentenças penais portuguesas

Artigo 104.º
Condições da delegação

1 - Pode ser delegada num Estado estrangeiro a execução de uma sentença penal
portuguesa quando, para além das condições gerais previstas neste diploma:

O condenado for nacional desse Estado, ou de um terceiro Estado ou apátrida e tenha


residência habitual naquele Estado;

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O condenado for português, desde que resida habitualmente no Estado estrangeiro; E
Não for possível ou não se julgar aconselhável obter a extradição para cumprimento da I
sentença portuguesa;

Existirem razões para crer que a delegação permitirá melhor reinserção social do 1
condenado; 4
O condenado, tratando-se de reacção criminal privativa da liberdade, informado das 4
consequências da execução no estrangeiro, der o seu consentimento;

A duração da pena ou medida de segurança impostas na sentença não for inferior a um /


ano ou, tratando-se de pena pecuniária, o seu montante não for inferior a quantia
equivalente a 30 unidades de conta processual, podendo, no entanto, mediante acordo 1
com o Estado estrangeiro, dispensar-se esta condição em casos especiais,
designadamente em função do estado de saúde do condenado ou de outras razões de 9
ordem familiar ou profissional. 9
2 - Verificadas as condições do número anterior, a delegação é ainda admissível se o 9
condenado estiver a cumprir reacção criminal privativa da liberdade no Estado
estrangeiro por facto distinto dos que motivaram a condenação em Portugal.

3 - A execução no estrangeiro de sentença portuguesa que impõe reacção criminal


privativa de liberdade é também admissível, ainda que não se verifiquem as condições
das alíneas d) e e) do n.º 1, quando o condenado se encontrar no território do Estado
estrangeiro e a extradição não for possível ou for negada, pelos factos constantes da
sentença.

4 - O disposto no número anterior pode também aplicar-se, sempre que as circunstâncias


do caso o aconselhem, mediante acordo com o Estado estrangeiro, quando houver lugar
à aplicação de pena acessória de expulsão.

5 - A delegação está subordinada à condição de não agravação, no Estado estrangeiro,


da reacção imposta na sentença portuguesa.
Artigo 105.º

Aplicação recíproca

1 - Aplicam-se reciprocamente as disposições dos n.ºs 1, 2 e 4 do artigo 98.º, relativas


aos limites da execução, e dos n.ºs 2 a 7 do artigo 101.º, relativas aos efeitos da
execução.

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2 - Não existindo em Portugal bens suficientes para garantirem a execução de pena E
pecuniária na sua totalidade, é admitida a delegação relativamente à parte que faltar. I
Artigo 106.º
1
Efeitos da delegação
4
1 - A aceitação, pelo Estado estrangeiro, da delegação da execução implica renúncia de 4
Portugal à execução da sentença.

2 - Aceite a delegação da execução, o tribunal suspende-a desde a data do seu início /


naquele Estado até ao integral cumprimento ou até que ele comunique não poder
assegurar o cumprimento.
1
3 - No acto da entrega da pessoa condenada, o Estado estrangeiro é informado do tempo 9
de privação de liberdade já cumprido em Portugal, bem como do tempo ainda por
cumprir. 9
9
4 - O disposto no n.º 1 não obsta a que Portugal recupere o seu direito de execução da
sentença, nos casos em que o condenado se evadir ou, tratando-se de pena pecuniária, a
partir do momento em que for informado da não execução, total ou parcial, dessa pena.
Artigo 107.º
Processo da delegação

1 - O pedido de delegação da execução de sentença num Estado estrangeiro é formulado


ao Ministro da Justiça pelo Procurador-Geral da República, a pedido daquele Estado,
por iniciativa do Ministério Público, ou a requerimento do condenado, do assistente ou
da parte civil, neste último caso circunscrito à execução da indemnização civil constante
da sentença.
2 - O Ministro da Justiça decide no prazo de 15 dias.

3 - Se o Ministro da Justiça o considerar admissível, o pedido é transmitido de imediato,


pela Procuradoria-Geral da República, ao Ministério Público junto do tribunal da
Relação, para que promova o respectivo procedimento.

4 - Quando for necessário o consentimento do condenado, deve o mesmo ser prestado


perante aquele tribunal, salvo se ele se encontrar no estrangeiro, caso em que pode ser
prestado perante uma autoridade consular portuguesa ou perante uma autoridade
judiciária estrangeira.

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5 - Se o condenado se encontrar em Portugal, o Ministério Público requer a sua E
notificação para, em 10 dias, dizer o que tiver por conveniente, quando não for ele a
deduzir o pedido. I
6 - A falta de resposta do condenado equivale a concordância com o pedido, disso
devendo ser advertido no acto da notificação.
1
4
7 - Para os efeitos dos n.ºs 4 e 6, é expedida carta rogatória à autoridade estrangeira ou
enviado ofício à autoridade consular portuguesa, fixando-se, em ambos os casos, prazo
4
para o seu cumprimento.
/
8 - O tribunal da Relação procede às diligências que reputar necessárias para a decisão,
incluindo, para o efeito, a apresentação do processo da condenação, se este não lhe tiver
sido já remetido. 1
Artigo 108.º 9
Prazos 9
1 - O procedimento de cooperação regulado no presente capítulo tem carácter urgente e 9
corre mesmo em férias.

2 - Se o pedido respeitar a execução de sentença que impõe reacção privativa de


liberdade, é o mesmo decidido no prazo de seis meses, contados da data em que tiver
dado entrada no tribunal, salvo nos casos referidos na segunda parte da alínea f) do n.º 1
do artigo 104.º, em que o prazo é de dois meses.
Artigo 109.º

Apresentação do pedido

1 - A decisão favorável à delegação determina a apresentação de pedido do Ministro da


Justiça ao Estado estrangeiro, através da Autoridade Central, acompanhado dos
seguintes documentos:

Certidão ou cópia autenticada da sentença portuguesa, com menção do trânsito em


julgado;

Declaração relativa à duração da privação de liberdade já decorrida, até ao momento da


apresentação do pedido;
Declaração do consentimento do condenado, quando exigida.

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2 - Se a autoridade estrangeira competente para a execução comunicar que o pedido é E
aceite, a Autoridade Central solicita ser informada daquela execução até total
cumprimento. I
3 - A informação recebida nos termos do número anterior é enviada ao tribunal da
condenação.
1
4
4
CAPÍTULO III
Destino de multas e coisas apreendidas e medidas cautelares /
Artigo 110.º

Destino das multas e das coisas apreendidas 1


9
1 - A importância das penas pecuniárias resultante da execução da sentença estrangeira
reverte para o Estado Português.
9
9
2 - Se o Estado da condenação o solicitar, pode aquela importância ser-lhe entregue se,
nas mesmas circunstâncias, igual procedimento fosse adoptado em relação a Portugal.

3 - O disposto nos números anteriores aplica-se reciprocamente ao caso de delegação,


no Estado estrangeiro, da execução de sentença portuguesa.

4 - As coisas apreendidas em resultado de decisão que decrete a sua perda revertem para
o Estado da execução, mas podem ser entregues ao Estado da condenação, a seu pedido,
se para este revestirem particular interesse e estiver garantida a reciprocidade.
Artigo 111.º

Medidas de coacção

1 - A requerimento do Ministério Público, o tribunal da Relação, no processo de revisão


e confirmação de sentença estrangeira para fins de execução de reacção criminal
privativa da liberdade, pode sujeitar o condenado que se encontre em Portugal a medida
de coacção que considere adequada.

2 - Se tiver sido aplicada prisão preventiva, esta é revogada decorridos os prazos a que
se referem os n.ºs 4 e 5 do artigo 100.º, sem que tenha sido proferida decisão
confirmativa.

3 - A prisão preventiva pode ser substituída por outra medida de coacção, nos termos da
lei processual penal.

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4 - A decisão relativa a medidas de coacção é susceptível de recurso, nos termos gerais. E
I
Artigo 112.º
1
Medidas cautelares 4
1 - A requerimento do Ministério Público, o juiz pode ordenar as medidas cautelares 4
necessárias à conservação e manutenção de coisas apreendidas, de forma a assegurar a
execução da sentença relativa à perda.
2 - A decisão é susceptível de recurso, não tendo efeito suspensivo o que for interposto /
da que ordenar as medidas.
Artigo 113.º 1
Medidas cautelares no estrangeiro 9
1 - Com o pedido de delegação de execução de sentença portuguesa num Estado
9
estrangeiro pode ser solicitada a aplicação de medidas de coacção relativamente a 9
condenado que se encontre nesse Estado.

2 - O disposto no número anterior aplica-se a medidas cautelares destinadas a assegurar


a execução da decisão de perda de coisas.

CAPÍTULO IV
Transferência de pessoas condenadas

SECÇÃO I

Disposições comuns
Artigo 114.º

Âmbito
O presente capítulo regula a execução de sentenças penais que implique a transferência
de pessoa condenada a pena ou medida privativas de liberdade, quando a transferência
se efectue a pedido dessa pessoa ou mediante o seu consentimento.

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Artigo 115.º E
Princípios I
1 - Observadas as condições gerais estabelecidas neste diploma e nos artigos seguintes,
uma pessoa condenada em pena ou sujeita a medida de segurança privativas da 1
liberdade por um tribunal estrangeiro pode ser transferida para Portugal para 4
cumprimento das mesmas. 4
2 - Do mesmo modo e para os mesmos fins, pode ser transferida para o estrangeiro uma
pessoa condenada ou sujeita a medida de segurança privativa da liberdade por um /
tribunal português.

3 - A transferência pode ser pedida pelo Estado estrangeiro ou por Portugal, em 1


qualquer dos casos a requerimento ou com consentimento expresso da pessoa
interessada. 9
9
4 - A transferência depende ainda de acordo entre o Estado em que foi proferida a
decisão que aplicou a pena ou a medida de segurança e o Estado a quem é solicitada a 9
execução.
Artigo 116.º

Informação às pessoas condenadas

Os serviços prisionais informam as pessoas condenadas que possam beneficiar da


medida da faculdade de solicitarem a sua transferência nos termos do presente diploma.
SECÇÃO II

Transferência para o estrangeiro

Artigo 117.º
Informações e documentos de apoio

1 - Se a pessoa interessada exprimir o desejo de ser transferida para um Estado


estrangeiro, a Autoridade Central comunica-o a esse Estado, com vista à obtenção do
seu acordo, com as seguintes informações:
Nome, data de nascimento, naturalidade e nacionalidade dessa pessoa;
Sendo caso disso, a sua residência naquele Estado;

Uma exposição dos factos que fundamentam a sentença;

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A natureza, a duração e a data de início do cumprimento da pena ou da medida. E
2- São também enviados ao Estado estrangeiro os seguintes elementos: I
Certidão ou cópia autenticada da sentença e do texto das disposições legais aplicadas;

Declaração relativa ao tempo da pena ou medida já cumpridos, incluindo informações 1


sobre prisão preventiva, redução da pena ou medida e sobre qualquer outro acto relativo 4
à execução da sentença, bem como informação relativa à duração da pena por cumprir; 4
Requerimento ou declaração relativa ao consentimento da pessoa interessada para
efeitos de transferência; /
Sendo caso disso, qualquer relatório médico ou social sobre a pessoa interessada, sobre
o tratamento de que foi objecto em Portugal e quaisquer recomendações relativas ao
prosseguimento desse tratamento no Estado estrangeiro. 1
Artigo 118.º 9
9
Competência interna para formular o pedido
9
1 - Compete ao Ministério Público junto do tribunal que proferir a sentença, por sua
iniciativa ou a requerimento da pessoa interessada, dar seguimento ao pedido de
transferência.

2 - O pedido é apresentado no mais curto prazo possível após o trânsito da sentença,


obtido o consentimento da pessoa interessada.

3 - O pedido, devidamente informado, é enviado pela Procuradoria-Geral da República


ao Ministro da Justiça para apreciação.

4 - Se as circunstâncias do caso o aconselharem, o Ministro da Justiça pode pedir


informação, a apresentar no prazo de 10 dias, à Procuradoria-Geral da República, aos
serviços prisionais e ao Instituto de Reinserção Social.

5 - A pessoa interessada na transferência é informada, por escrito, das decisões tomadas


a seu respeito.
Artigo 119.º
Pedido apresentado pelo Estado estrangeiro e documentos de apoio
1 - Se a pessoa exprimiu o desejo de ser transferida junto de um Estado estrangeiro,
deve esse Estado, com o pedido, enviar os seguintes documentos:

Declaração indicando que o condenado é nacional desse Estado ou aí tem a sua


residência habitual;
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Cópia das disposições legais de que resulte que os factos provados na sentença E
portuguesa constituem uma infracção igualmente punível segundo o direito desse
Estado; I
Quaisquer outros documentos com interesse para a apreciação do pedido.
1
2 - Salvo no caso de rejeição liminar do pedido, são enviados ao Estado estrangeiro os 4
elementos referidos no n.º 2 do artigo 117.º 4
Artigo 120.º

Decisão sobre o pedido /


1 - Se o Ministro da Justiça o considerar admissível, o pedido é transmitido, pela
Procuradoria-Geral da República, ao Ministério Público junto do tribunal da Relação da 1
área do estabelecimento prisional onde se encontra a pessoa a transferir. 9
2 - O Ministério Público promove a audição pelo juiz da pessoa a transferir,
9
observando-se, para o efeito, o disposto no Código de Processo Penal quanto ao 9
interrogatório de arguido detido.

3 - O tribunal decide sobre o pedido, depois de se assegurar de que o consentimento da


pessoa visada, para fins de transferência, foi dado voluntariamente e com plena
consciência das consequências jurídicas que dele decorrem.

4 - É assegurada a possibilidade de verificação, por agente consular ou outro


funcionário designado de acordo com o Estado estrangeiro, da prestação do
consentimento em conformidade com o disposto no número anterior.
Artigo 121.º

Efeitos de transferência para um Estado estrangeiro

1 - A transferência de uma pessoa para um Estado estrangeiro suspende a execução da


sentença em Portugal.

2 - É excluída a possibilidade da execução da sentença em Portugal, após a transferência


da pessoa interessada, se o Estado estrangeiro comunicar que a mesma sentença foi
considerada cumprida por decisão judicial.

3 - Sempre que o tribunal aplicar amnistia, perdão ou indulto, o Estado estrangeiro é


disso informado através da Autoridade Central.

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SECÇÃO III E
Transferência para Portugal I
Artigo 122.º
1
Pedido de transferência para Portugal 4
1 - Se uma pessoa condenada ou sujeita a medida de segurança num Estado estrangeiro 4
exprimiu o desejo de ser transferida para Portugal, o Procurador-Geral da República
comunica ao Ministro da Justiça os elementos a que se refere o artigo 117.º, que lhe
tenham sido enviados por aquele Estado, com vista à apreciação da admissibilidade do /
pedido.

2 - O disposto no número anterior aplica-se também ao caso em que o pedido foi 1


apresentado pelo Estado estrangeiro. 9
3 - O Ministro da Justiça pode pedir informação, a apresentar no prazo de 10 dias, à
9
Procuradoria-Geral da República, aos serviços prisionais e ao Instituto de Reinserção 9
Social.
4 - É correspondentemente aplicável o disposto no n.º 5 do artigo 118.º

Artigo 123.º

Requisitos especiais da transferência para Portugal

1 - Aceite o pedido de transferência para Portugal, o expediente é enviado, pela


Procuradoria-Geral da República, ao Ministério Público junto do tribunal da Relação da
área da residência indicada pelo interessado, para revisão e confirmação de sentença
estrangeira.

2 - Transitada em julgado a decisão que revê e confirma a sentença estrangeira, a


Autoridade Central comunica-a ao Estado que formulou o pedido, para efectivação da
transferência.

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SECÇÃO IV E
Informações sobre a execução e trânsito I
Artigo 124.º
1
Informações relativas à execução 4
1 - São fornecidas ao Estado que pediu a transferência todas as informações relativas à 4
execução da sentença, nomeadamente:
Quando esta se considere cumprida, por decisão judicial; /
Se a pessoa transferida se evadir antes de terminada a mesma execução.
1
2 - A pedido do Estado que solicitou a transferência, é-lhe fornecido um relatório
especial sobre o modo e os resultados da execução.
9
9
Artigo 125.º 9
Trânsito
Pode ser autorizado o trânsito, por território português, de pessoa transferida de um
Estado estrangeiro para outro, a pedido de qualquer desses Estados, aplicando-se
correspondentemente o disposto no artigo 43.º
TÍTULO V
Vigilância de pessoas condenadas ou libertadas condicionalmente
CAPÍTULO I

Disposições gerais
Artigo 126.º

Princípios
1 - É admitida, nos termos dos artigos seguintes, a cooperação para vigilância de
pessoas condenadas ou libertadas condicionalmente que residam habitualmente em
território do Estado a quem essa cooperação é pedida.
2 - A cooperação a que se refere o número anterior tem por objectivos:

Favorecer a reinserção social do condenado através da adopção de medidas adequadas;

Vigiar o seu comportamento com vista a eventual aplicação de uma reacção criminal ou
à execução desta.

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E
Artigo 127.º I
Objecto
1
1 - A cooperação regulada no presente título pode consistir numa das seguintes 4
modalidades:
4
Vigilância da pessoa condenada;

Vigilância e eventual execução de sentença; ou /


Execução integral da sentença.
1
2 - Formulado pedido relativo a uma das modalidades referidas no número anterior, este
pode ser recusado em favor de outra modalidade que, no caso concreto, seja considerada
9
preferível, se a proposta for aceite pelo Estado que formulou o pedido. 9
9
Artigo 128.º
Legitimidade
A cooperação depende de pedido do Estado em que for proferida a decisão. Artigo 129.º
Dupla incriminação A infracção que motiva o pedido de cooperação deve ser punível
pela lei do Estado que o formula e pela do Estado a quem o pedido é formulado.
Artigo 130.º

Recusa facultativa
No caso de o pedido ser apresentado a Portugal, a cooperação pode ser recusada
quando, para além das condições gerais estabelecidas no presente diploma:
a) A decisão que motiva o pedido resultar de julgamento na ausência do arguido em que
não lhe tenha sido garantida a possibilidade legal de requerer novo julgamento ou de
interpor recurso da sentença;

b) A decisão for incompatível com os princípios que presidem à aplicação do direito


penal português, nomeadamente se o agente da infracção, dada a sua idade, não puder
ser sujeito a procedimento penal.

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Artigo 131.º E
Apresentação de pedido a Portugal I
1 - O pedido formulado a Portugal é submetido, através da Autoridade Central, a
apreciação do Ministro da Justiça. 1
4
2 - O Ministro da Justiça pode solicitar informações aos serviços competentes para
acompanhamento das medidas impostas na sentença. 4
3 - Se o Ministro da Justiça aceitar o pedido, a Procuradoria-Geral da República
transmite-o ao Ministério Público junto do tribunal da Relação da área da residência da /
pessoa visada, para decisão judicial sobre a sua admissibilidade.
Artigo 132.º 1
9
Informações
9
1 - A decisão relativa ao pedido de cooperação é imediatamente comunicada pela 9
Autoridade Central ao Estado requerente, com indicação, em caso de recusa, total ou
parcial, dos motivos que a fundamentam.

2 - Em caso de aceitação do pedido, a Autoridade Central informa o Estado requerente


de qualquer circunstância susceptível de afectar o cumprimento das medidas de
vigilância ou a execução da sentença.
CAPÍTULO II

Vigilância

Artigo 133.º
Medidas de vigilância

1 - O Estado estrangeiro que solicitar apenas a vigilância dá conhecimento das


condições impostas ao condenado e, sendo caso disso, das medidas com que este deve
conformar-se durante o período de prova.

2 - Aceite o pedido, o tribunal adapta, se necessário, as medidas prescritas às previstas


na lei portuguesa.

3 - Em nenhum caso as medidas aplicadas em Portugal podem agravar, quer pela sua
natureza, quer pela sua duração, as prescritas na decisão proferida no Estado
estrangeiro.

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Artigo 134.º E
Consequências da aceitação do pedido I
A aceitação do pedido de vigilância implica os seguintes deveres:
1
De assegurar a colaboração das autoridades e organismos que, em território português, 4
têm por função vigiar e assistir as pessoas condenadas;
4
De informar o Estado requerente de todas as medidas tomadas e sua aplicação.

Artigo 135.º /
Revogação e cessação
1
1 - No caso de o interessado ficar sujeito à revogação de suspensão condicional, por
motivo de novo procedimento penal ou de condenação por nova infracção, ou por falta
9
de observância das obrigações impostas, são fornecidas, oficiosamente, e sem demora, 9
ao Estado requerente as informações necessárias. 9
2 - Após a cessação do período de vigilância, são fornecidas ao Estado requerente as
informações necessárias.

Artigo 136.º

Competência do Estado que formula o pedido


O Estado estrangeiro que formula o pedido é o único competente para apreciar, em face
das informações e pareceres fornecidos, se a pessoa condenada satisfez ou não as
condições que lhe foram impostas e para delas extrair as consequências previstas na sua
própria legislação, informando da decisão que a esse respeito tomar.
CAPÍTULO III

Vigilância e execução de sentença


Artigo 137.º

Consequência da revogação da suspensão condicional

1 - Decidida a revogação da suspensão condicional no Estado estrangeiro, Portugal


adquire competência para executar a sentença, se aquele Estado lho pedir.

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2 - A execução processa-se de acordo com a lei portuguesa, após verificação da E
autenticidade do pedido e da sua conformidade com as condições fixadas neste diploma
para revisão e confirmação de sentença estrangeira. I
3 - Portugal deve enviar um documento certificativo da execução.
1
4 - O tribunal substitui, sendo caso disso, a reacção criminal imposta no Estado 4
requerente pela pena ou medida previstas na lei portuguesa para uma infracção idêntica. 4
5 - No caso referido no número anterior, a pena ou medida corresponderá, tanto quanto
possível, pela sua natureza, à imposta na decisão exequenda, não podendo, porém, /
exceder o máximo previsto pela lei portuguesa nem agravar, pela sua natureza ou pela
sua duração, a reacção criminal imposta na sentença do Estado estrangeiro.
1
Artigo 138.º
9
Competência para a liberdade condicional 9
O tribunal português é o único competente em matéria de liberdade condicional. 9
Artigo 139.º
Medidas de graça
A amnistia, o perdão genérico e o indulto podem ser concedidos tanto pelo Estado
estrangeiro como por Portugal.
CAPÍTULO IV

Execução integral da sentença


Artigo 140.º

Disposição remissiva
Se o Estado estrangeiro pedir a integral execução da sentença, é correspondentemente
aplicável o disposto nos n.ºs 2 a 5 do artigo 137.º e nos artigos 138.º e 139.º

CAPÍTULO V

Cooperação solicitada por Portugal

Artigo 141.º

Regime

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1 - Aceite o pedido formulado por Portugal, a Autoridade Central dá conhecimento do E
facto aos serviços competentes, para acompanhamento das medidas impostas na
sentença, com vista ao estabelecimento de contactos directos com os congéneres I
estrangeiros.

2 - Ao pedido de cooperação formulado por Portugal são aplicáveis, com as necessárias


1
adaptações, as disposições dos capítulos anteriores. 4
CAPÍTULO VI
4
Disposições comuns /
Artigo 142.º

Conteúdo do pedido 1
1 - O pedido de cooperação é instruído nos termos do artigo 23.º, com as especialidades 9
constantes dos números seguintes. 9
2 - O pedido de vigilância deve conter: 9
Menção das razões que motivam a vigilância;

Especificação das medidas de vigilância decretadas;

Informações sobre a natureza e a duração das medidas de vigilância cuja aplicação é


requerida;

Informações sobre a personalidade do condenado e o seu comportamento no Estado


requerente, antes e depois de proferida decisão relativa à vigilância.

3 - O pedido de vigilância e execução é acompanhado da decisão que impôs a reacção


criminal e da decisão que determinar a revogação da condição suspensiva da
condenação ou da sua execução.

4 - O carácter executório das duas decisões é certificado segundo as formas prescritas


pela lei do Estado requerente.

5 - Quando a decisão de executar substituir uma outra sem reproduzir a exposição dos
factos, deve ser junta a que contenha essa exposição.

6 - No caso de se entender que as informações fornecidas pelo Estado requerente são


insuficientes para dar satisfação ao pedido, são solicitadas informações
complementares, podendo fixar-se um prazo para o efeito.

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Artigo 143.º E
Tramitação e decisão do pedido I
1 - Aos pedidos de cooperação regulados no presente título, e em tudo o que nele não
estiver especialmente previsto, são aplicáveis, com as devidas adaptações, as 1
disposições do título IV relativas à execução de sentenças penais, em particular no que 4
respeita à apreciação do Ministro da Justiça, à competência dos tribunais portugueses e
respectivo processo e aos efeitos da execução.
4

2 - As disposições relativas ao consentimento não têm aplicação quando estiver em /


causa unicamente um pedido de vigilância.

3 - O Ministro da Justiça pode pedir informação à Procuradoria-Geral da República e ao 1


Instituto de Reinserção Social, com vista à decisão sobre o pedido.
9
Artigo 144.º 9
Custas e despesas 9
1 - A pedido do Estado requerente, serão cobradas as custas e despesas do processo
nesse Estado produzidas, as quais devem ser devidamente indicadas.

2 - Em caso de cobrança, não é obrigatório o reembolso ao Estado requerente, com


excepção dos honorários devidos a peritos.

3 - As despesas com a vigilância e a execução não são reembolsadas pelo Estado


requerente.
TÍTULO VI

Auxílio judiciário mútuo em matéria penal

CAPÍTULO I
Disposições comuns às diferentes modalidades de auxílio
Artigo 145.º
(Alterado pela Lei nº. 104/2001 de 25/08)

Princípio e âmbito
1 - O auxílio compreende a c omunicação de informações, de actos processuais e de
outros actos públicos admitidos pelo direito português, quando se afigurarem

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necessários à realização das finalidades do processo, bem como os actos necessários à E
apreensão ou à recuperação de instrumentos, objectos ou produtos da infracção. I
2 - O auxílio compreende, nomeadamente:
A notificação de actos e entrega de documentos; 1
A obtenção de meios de prova;
4
4
As revistas, buscas, apreensões, exames e perícias;
A notificação e audição de suspeitos, arguidos, testemunhas ou peritos;
/
O trânsito de pessoas;
As informações sobre o direito português ou estrangeiro e as relativas aos antecedentes 1
penais de suspeitos, arguidos e condenados. 9
3 - Quando as circunstâncias do caso o aconselharem, mediante acordo entre Portugal 9
e o Estado estrangeiro ou entidade judiciária internacional, a audição prevista na 9
alínea d) do n.º 2 pode efectuar-se com recurso a meios de telecomunicação em tempo
real, nos termos da legislação processual penal portuguesa, sem prejuízo do disposto
no n.º 10.
4 - No âmbito do auxílio, mediante autorização do Ministro da Justiça ou em
conformidade com o previsto em acordo, tratado ou convenção de que Portugal seja
parte, pode haver comunicação directa de simples informações relativas a assuntos de
carácter penal entre autoridades portuguesas e estrangeiras que actuem como
auxiliares das autoridades judiciárias.
5 - O Ministro da Justiça pode autorizar a deslocação de autoridades judiciárias e de
órgãos de polícia criminal estrangeiros, com vista à participação em actos de
investigação criminal que devam realizar-se em território português, inclusivamente no
âmbito da formação de equipas de investigação criminal conjuntas, compostas por
elementos nacionais e estrangeiros.
6 - Depende de autorização do Ministro da Justiça a constituição de equipas de
investigação criminal conjuntas quando esta constituição não for já regulada pelas
disposições de acordos, tratados ou convenções internacionais.
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 95 -
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7 - A participação referida no n.º 5 é admitida a título de coadjuvação das autoridades E
judiciárias ou de polícia criminal portuguesas ou estrangeiras competentes para o acto, I
sendo a presença e direcção das autoridades portuguesas sempre obrigatória,
observando-se as disposições da lei processual penal, e, sob condição de 1
reciprocidade, de tudo se fazendo referência nos autos.
4
4
8 - O disposto no artigo 29.º é extensivo às diligências da competência das autoridades
de polícia criminal, realizadas nas condições e dentro dos limites definidos pelo Código
/
de Processo Penal.
9 - A competência a que se refere o n.º 5 pode ser delegada na autoridade central ou, 1
quando a deslocação respeitar exclusivamente a autoridade ou órgão de polícia 9
criminal, no director nacional da Polícia Judiciária. 9
10 - O disposto no n.º 5 é correspondentemente aplicável aos pedidos de auxílio 9
formulados por Portugal.
11 - O disposto neste artigo não prejudica a aplicação de disposições mais favoráveis
de acordos, tratados ou convenções de que Portugal seja parte.
Artigo 145.º-A
(Aditado pela Lei nº. 48/2003 de 22/08)

Equipas de investigação criminal conjuntas

1 - As equipas de investigação criminal conjuntas são criadas por acordo entre o


Estado Português e o Estado estrangeiro, nomeadamente quando:
a) No âmbito de investigação criminal de um Estado estrangeiro houver necessidade de
realizar investigações de especial complexidade com implicações em Portugal ou
noutro Estado;
b) Vários Estados realizem investigações criminais que, por força das circunstâncias,
tornem indispensável uma acção coordenada e concertada nos Estados envolvidos.

2 - O pedido de criação de equipas de investigação criminal conjuntas inclui, para


além dos elementos referidos nas disposições pertinentes do artigo 14.º da Convenção
Europeia de Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal e do artigo 37.º do Tratado do
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Benelux de 27 de Junho de 1962, alterada pelo Protocolo de 11 Maio de 1974, E
propostas relativas à composição da equipa. I
3 - Os elementos destacados pelo Estado estrangeiro para a equipa de investigação
conjunta p odem estar presentes em actos de investigação criminal que se realizem em
1
território português, salvo decisão em contrário, devidamente fundamentada, em 4
conformidade com a legislação portuguesa, da autoridade nacional que dirigir a 4
equipa.

4 - Os actos de investigação criminal que se realizem em território nacional podem ser /


praticados pelos elementos destacados pelo Estado estrangeiro para a equipa de
investigação conjunta, por decisão da autoridade nacional que dirigir a equipa e 1
mediante aprovação do Ministro da Justiça e da autoridade competente do Estado 9
estrangeiro.
9
9
5 - Se a equipa de investigação conjunta necessitar de auxílio de um Estado que não
participou na sua criação, o pedido respectivo pode ser apresentado pelo Ministro da
Justiça às autoridades competentes do Estado em questão, em conformidade com os
instrumentos e as disposições pertinentes.

6 - Os membros das equipas de investigação conjuntas destacados pelo Estado


Português podem transmitir àquelas informações disponíveis em Portugal, para efeitos
das investigações conduzidas pelas mesmas.

7 - As informações legitimamente obtidas pelos membros das equipas de investigação


conjuntas durante o exercício da sua actividade, que não sejam acessíveis por outra
forma às autoridades competentes dos Estados que os destacaram, podem ser
utilizadas:

a) Para os efeitos para os quais foi criada a equipa;

b) Mediante autorização prévia do Ministro da Justiça, para efeitos de detecção,


investigação e instauração de procedimento judicial por outras infracções penais,

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 97 -


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desde que tal utilização não comprometa investigações em curso em Portugal, ou E
quando estejam em causa factos relativamente aos quais pode ser recusado pelo Estado I
em causa o auxílio mútuo;
1
c) Para evitar uma ameaça grave e imediata à segurança pública, e sem prejuízo do
4
disposto na alínea b), caso seja posteriormente instaurado procedimento penal;
4
d) Para outros efeitos, desde que exista acordo dos Estados que criaram a equipa.
/
8 - Pode ser permitida, por acordo, a participação nas equipas de investigação
conjuntas de pessoas que não sejam representantes dos Estados que as criaram, de 1
acordo com a legislação nacional ou outro instrumento jurídico aplicável, não gozando 9
estas pessoas dos direitos conferidos aos membros destacados pelos Estados, salvo 9
9
acordo expresso em contrário.

Artigo 145.º-B

(Aditado pela Lei nº. 48/2003 de 22/08)

Responsabilidade civil dos membros das equipas de investigação criminal conjuntas

1 - O Estado estrangeiro responde pelos danos que os elementos por si designados para
a equipa de investigação conjunta causarem a terceiros no desempenho das suas
funções, de acordo com a legislação do Estado onde os danos são provocados.

2 - O Estado Português assegura a reparação dos danos causados em território


nacional por elementos destacados por Estado estrangeiro, devendo exercer o seu
direito de regresso relativamente a tudo o que tenha pago.

3 - O Estado Português procede ao reembolso das quantias pagas a terceiros pelo


Estado estrangeiro por danos causados pelos membros d as equipas de investigação
conjuntas por si designados.

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4 - O Estado Português renuncia a solicitar ao Estado estrangeiro a reparação dos E
danos por si sofridos, provocados pelos membros das equipas de investigação I
conjuntas designados pelo Estado estrangeiro, sem prejuízo do exercício dos seus
direitos contra terceiros. 1
4
Artigo 146.º 4
(Alterado pela Lei nº. 104/2001 de 25/08)

Direito aplicável /
1 - O pedido de auxílio solicitado a Portugal é cumprido em conformidade com a lei
portuguesa. 1
9
2 - Quando o Estado estrangeiro o solicite expressamente ou na decorrência de acordo,
tratado ou convenção internacional, o auxílio pode ser prestado em conformidade com 9
a legislação desse Estado, desde que não contrarie os princípios fundamentais do 9
direito português e não cause graves prejuízos aos intervenientes no processo.

3 - O auxílio é recusado se respeitar a acto não permitido pela legislação portuguesa


ou susceptível de implicar sanções de carácter penal ou disciplinar.
Artigo 147.º

Medidas de coacção

1 - Quando os actos visados no artigo 145.º implicarem recurso a medidas de coacção,


apenas podem ser praticados se os factos expostos no pedido constituírem infracção
também prevista no direito português e são cumpridos em conformidade com este.

2 - As medidas de coacção são ainda admitidas em caso de não punibilidade do facto em


Portugal, se se destinarem à prova de uma causa de exclusão de culpa da pessoa contra a
qual o procedimento foi instaurado.
Artigo 148.º

Proibição de utilizar as informações obtidas

1 - As informações obtidas para utilização no processo indicado no pedido do Estado


estrangeiro não podem ser utilizadas fora dele.

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2 - Excepcionalmente, e a pedido do Estado estrangeiro, ou de entidade judiciária E
internacional, o Ministro da Justiça, mediante parecer do Procurador-Geral da
República, pode consentir na utilização das informações noutros processos penais. I
3 - A autorização de consultar um processo português, conferida a um Estado
estrangeiro que nele intervém como lesado, está sujeita às condições referidas nos
1
números anteriores. 4
Artigo 149.º
4
Confidencialidade /
1 - Se um Estado estrangeiro ou uma entidade judiciária internacional o solicitar, é
mantida a confidencialidade do pedido de auxílio, do seu conteúdo e dos documentos 1
que o instruam, bem como da concessão desse auxílio.
9
2 - Se o pedido não puder ser cumprido sem quebra da confidencialidade, a autoridade 9
portuguesa informa a autoridade interessada para que decida se o pedido deve, mesmo
assim, ser executado. 9
CAPÍTULO II

Pedido de auxílio

Artigo 150.º
Legitimidade
Podem solicitar auxílio as autoridades ou entidades estrangeiras competentes para o
procedimento segundo o direito do respectivo Estado ou da respectiva organização
internacional.
Artigo 151.º

Conteúdo e documentos de apoio

Além das indicações e documentos a que se refere o artigo 23.º, o pedido é


acompanhado:

No caso de notificação, de menção do nome e residência do destinatário ou de outro


local em que possa ser notificado, da sua qualidade processual e da natureza do
documento a notificar;

Nos casos de revista, busca, apreensão, entrega de objectos ou valores, exames e


perícias, de uma declaração certificando que são admitidos pela lei do Estado requerente
ou pelo estatuto da entidade judiciária internacional;
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 100 -
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Da menção de determinadas particularidades do processo ou de requisitos que o Estado E
estrangeiro ou entidade judiciária deseje que sejam observados, incluindo a
confidencialidade e prazos de cumprimento. I

1
Artigo 152.º 4
Processo 4
1 - Os pedidos de auxílio que revistam a forma de carta rogatória podem ser
transmitidos directamente entre autoridades judiciárias competentes, sem prejuízo da /
possibilidade de recurso às vias previstas no artigo 29.º

2 - A decisão de cumprimento das cartas rogatórias dirigidas a autoridades portuguesas 1


é da competência do juiz ou do Ministério Público, nos termos da legislação processual 9
penal. 9
3 - Recebida carta rogatória que não deva ser cumprida pelo Ministério Público, é-lhe 9
dada vista para opor ao cumprimento o que julgar conveniente.
4 - O cumprimento das cartas rogatórias é recusado nos casos seguintes:

Quando a autoridade rogada não tiver competência para a prática do acto, sem prejuízo
da transmissão da carta rogatória à autoridade judiciária competente, se esta for
portuguesa;

Quando a solicitação se dirigir a acto que a lei proíba ou que seja contrário à ordem
pública portuguesa;

Quando a execução da carta rogatória for atentatória da soberania ou da segurança do


Estado;

Quando o acto implicar execução de decisão de tribunal estrangeiro sujeita a revisão e


confirmação e a decisão se não mostrar revista e confirmada.

5 - Os restantes pedidos, nomeadamente os relativos ao envio de certificado de registo


criminal, à verificação de identidade ou à simples obtenção de informações, podem ser
directamente transmitidos às autoridades e entidades competentes e, uma vez satisfeitos,
comunicados pela mesma forma.

6 - O disposto no n.º 4 é aplicável, com as devidas adaptações, aos pedidos que não
revistam a forma de carta rogatória.

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 101 -


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7 - O disposto no n.º 3 é correspondentemente aplicável às rogatórias dirigidas às E
autoridades estrangeiras, emitidas pelas autoridades judiciárias portuguesas
competentes, sendo passadas sempre que estas entidades entenderem que são I
necessárias à prova de algum facto essencial para a acusação ou para a defesa.
CAPÍTULO III 1
Actos particulares de auxílio internacional 4
Artigo 153.º 4
Notificação de actos e entrega de documentos
/
1 - A autoridade portuguesa competente procede à notificação de actos processuais e de
decisões que lhe forem enviadas, para o efeito, pela autoridade estrangeira.
1
2 - A notificação pode fazer-se por simples comunicação ao destinatário por via postal
ou, se a autoridade estrangeira o solicitar expressamente, por qualquer outra forma 9
compatível com a legislação portuguesa. 9
3 - A prova da notificação faz-se através de documento datado e assinado pelo 9
destinatário ou por declaração da autoridade portuguesa que certifique o facto, a forma e
a data da notificação.

4 - Considera-se efectuada a notificação se a aceitação ou recusa do acto forem


confirmadas por escrito.

5 - Se a notificação não puder ser efectuada, a autoridade estrangeira é disso informada,


indicando-se as razões.

6 - O disposto nos números anteriores não obsta à notificação directa de pessoa que se
encontre no território do Estado estrangeiro, nos termos previstos em acordo, tratado ou
convenção de que Portugal seja parte.
Artigo 154.º
Notificação para comparência

1 - O pedido de notificação destinado a comparência de uma pessoa para intervir em


processo estrangeiro na qualidade de suspeito, arguido, testemunha ou perito não obriga
o destinatário da notificação.

2 - A pessoa notificada é advertida, no acto da notificação, do direito de recusar a


comparência.

3 - A autoridade portuguesa recusa a notificação se esta contiver cominação de sanções


ou quando não estiverem asseguradas as medidas necessárias à segurança da pessoa.
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 102 -
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4 - O consentimento para a comparência deve ser dado por declaração livremente E
prestada e reduzida a escrito.
I
5 - O pedido de notificação indica as remunerações e indemnizações, bem como as
despesas de viagem e estada a conceder, e deve ser transmitido com antecedência
razoável, de forma a ser recebido até 50 dias antes da data em que a pessoa deve
1
comparecer. 4
4
6 - Em caso de urgência, pode admitir-se o encurtamento do prazo referido no número
anterior.
/
7 - As remunerações, indemnizações e despesas a que se refere o n.º 5 são calculadas
em função do lugar da residência da pessoa que aceita comparecer e conforme as tarifas
previstas pela lei do Estado em cujo território a diligência deve efectuar-se. 1
Artigo 155.º 9
Entrega temporária de detidos ou presos 9
1 - Uma pessoa detida ou presa em Portugal pode ser entregue temporariamente a uma 9
autoridade estrangeira para os fins do artigo anterior, desde que dê o seu consentimento
e estejam garantidas a manutenção da detenção e a sua restituição às autoridades
portuguesas na data por estas estabelecida ou quando a comparência da pessoa já não
for necessária.
2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a entrega não é admitida quando:

A presença da pessoa detida ou presa for necessária num processo penal português;

A entrega puder implicar o prolongamento da prisão preventiva;


Atentas as circunstâncias do caso, a autoridade judiciária portuguesa considere
inconveniente a entrega.

3 - Ao pedido a que se refere o presente artigo aplica-se o disposto nos n.ºs 1 e 2 do


artigo 21.º

4 - O tempo em que a pessoa estiver fora de Portugal é computado para efeitos de prisão
preventiva ou de cumprimento de reacção criminal imposta no processo penal
português.

5 - Se a pena imposta à pessoa entregue nos termos deste artigo expirar enquanto ela se
encontrar no território de um Estado estrangeiro, será a mesma restituída à liberdade,
passando, a partir de então, a gozar do estatuto de pessoa não detida.

6 - O Ministro da Justiça pode subordinar a concessão de auxílio a determinadas


condições, que especificará.
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 103 -
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Artigo 156.º E
(Alterado pela Lei nº. 104/2001 de 25/08) I
Transferência temporária de detidos ou presos para efeitos de investigação
1 - O disposto no artigo anterior é ainda aplicável aos casos em que, mediante acordo,
uma pessoa detida ou presa em Portugal seja transferida para o território de outro
1
Estado, para fins de realização de acto de investigação em processo português. 4
O consentimento previsto no n.º 1 do artigo anterior é dispensado sempre que se esteja 4
perante uma transferência efectuada nos termos de acordo, tratado ou convenção
internacional que não o exija. /
3 - Ao pedido de auxílio formulado a Portugal é correspondentemente aplicável o
disposto no número anterior. 1
Artigo 157.º 9
Salvo-conduto 9
1 - A pessoa que comparecer no território de um Estado estrangeiro nos termos e para os 9
fins dos artigos 154.º, 155.º e 156.º não pode ser:

Detida, perseguida ou punida, nem sujeita a qualquer outra restrição da sua liberdade
individual, por factos anteriores à sua partida do território português diferentes dos
determinados no pedido de cooperação;

Obrigada, sem o seu consentimento, a prestar depoimento ou declaração em processo


diferente daquele a que se refere o pedido.

2 - A imunidade prevista no número anterior cessa quando a pessoa permanecer


voluntariamente no território do Estado estrangeiro por mais de 45 dias após a data em
que a sua presença já não for necessária, ou, tendo-o abandonado, a ele regressar
voluntariamente.

3 - O disposto nos números anteriores é correspondentemente aplicável à pessoa que


resida habitualmente no estrangeiro e que entre em Portugal em consequência de uma
notificação para acto de processo penal.
Artigo 158.º

Trânsito

1 - Ao trânsito de pessoa detida num Estado estrangeiro que deva comparecer num
terceiro Estado para participar em acto ou diligência processual é correspondentemente
aplicável o disposto no artigo 43.º

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2 - A detenção da pessoa em trânsito não se mantém se o Estado que autorizou a E
transferência pedir, entretanto, a sua restituição à liberdade.
I
Artigo 159.º
Envio de objectos, valor, documentos ou processos 1
1 - A pedido das autoridades estrangeiras competentes, os objectos, em especial os 4
documentos e valores susceptíveis de apreensão segundo o direito português, podem ser 4
colocados à disposição daquelas se se revelarem de interesse para decisão.
2 - Os objectos e valores provenientes de uma infracção podem ser restituídos aos seus /
proprietários, mesmo sem dependência de procedimento instaurado no Estado
requerente.
1
3 - Pode ser autorizado o envio de processos penais ou outros, com fundado interesse
para um processo estrangeiro, invocado no pedido de auxílio, com a condição de serem 9
restituídos no prazo que for estabelecido pela autoridade portuguesa competente. 9
4 - O envio de objectos, valores, processos ou documentos pode ser adiado se estes 9
forem necessários para as finalidades de um processo em curso.

5 - Em substituição dos processos e documentos pedidos podem ser enviadas cópias


autenticadas; no entanto, se a autoridade estrangeira pedir expressamente o envio dos
originais, o pedido é satisfeito na medida do possível, observada a condição de
restituição a que se refere o n.º 3.
Artigo 160.º

Produtos, objectos e instrumentos do crime

1 - A pedido de autoridade estrangeira competente, podem ser efectuadas diligências


destinadas a averiguar se quaisquer produtos do crime alegadamente praticado se
encontram em Portugal, comunicando-se os resultados dessas diligências.

2 - Na formulação do pedido, a autoridade estrangeira informa das razões pelas quais


entende que esses produtos podem encontrar-se em Portugal.

3 - A autoridade portuguesa providencia pelo cumprimento de decisão que decrete a


perda de produtos do crime, proferida pelo tribunal estrangeiro, observando-se
correspondentemente o disposto no título IV, na parte aplicável.

4 - Quando a autoridade estrangeira comunicar a sua intenção de pretender a execução


da decisão a que se refere o número anterior, a autoridade portuguesa pode tomar as

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medidas permitidas pelo direito português para prevenir qualquer transacção, E
transmissão ou disposição dos bens que sejam ou possam ser afectados por essa decisão.
I
5 - As disposições do presente artigo são aplicáveis aos objectos e instrumentos do
crime.
1
4
Artigo 160.º-A
4
(Aditado pela Lei nº. 104/2001 de 25/08)

Entregas controladas ou vigiadas /


1 - Pode ser autorizada caso a caso, pelo Ministério Público, perante o pedido de um
ou mais Estados estrangeiros, nomeadamente se previsto em instrumento convencional, 1
a não actuação dos órgãos de polícia criminal, no âmbito de investigações criminais 9
transfronteiriças relativas a infracções que admitam extradição, com a finalidade de
proporcionar, em colaboração com o Estado ou Estados estrangeiros, a identificação e 9
responsabilização criminal do maior número de agentes da infracção. 9
2 - O direito de agir e a direcção e controlo das operações de investigação criminal
conduzidas no âmbito do número anterior cabem às autoridades portuguesas, sem
prejuízo da devida colaboração com as autoridades estrangeiras competentes.
3 - A autorização concedida nos termos do n.º 1 não prejudica o exercício da acção
penal pelos factos aos quais a lei portuguesa é aplicável e só é concedida quando:

a) Seja assegurado pelas autoridades estrangeiras competentes que a sua legislação


prevê as sanções penais adequadas contra os agentes e que a acção penal será
exercida;

b) Seja garantida pelas autoridades estrangeiras competentes a segurança de


substâncias ou bens em causa contra riscos de fuga ou extravio; e

c) As autoridades estrangeiras competentes se comprometam a comunicar, com


urgência, informação pormenorizada sobre os resultados da operação e os pormenores
da acção desenvolvida por cada um dos agentes da prática das infracções,
especialmente dos que agiram em Portugal.

4 - Ainda que concedida a autorização mencionada anteriormente, os órgãos de polícia


criminal intervêm se as margens de segurança tiverem diminuído sensivelmente ou se se
verificar qualquer circunstância que dificulte a futura detenção dos agentes ou
apreensão de substâncias ou bens; se esta intervenção não tiver sido comunicada
previamente à entidade que concedeu a autorização, é-o nas vinte e quatro horas
seguintes, mediante relato escrito.

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 106 -


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5 - Por acordo com o país de destino, quando se estiver perante substâncias proibidas E
ou perigosas em trânsito, estas podem ser substituídas parcialmente por outras inócuas,
de tal se lavrando o respectivo auto. I
6 - O não cumprimento das obrigações assumidas pelas autoridades estrangeiras pode
constituir fundamento de recusa de autorização em pedidos futuros.
1
4
7 - Os contactos internacionais são efectuados através da Polícia Judiciária, pelo
Gabinete Nacional da INTERPOL.
4

8 - Qualquer outra entidade que receba pedidos de entregas controladas, /


nomeadamente a Direcção -Geral de Alfândegas, através do Conselho de Cooperação
Aduaneira ou das suas congéneres estrangeiras, e sem prejuízo do tratamento da
informação de índole aduaneira, deve dirigir imediatamente esses pedidos para a 1
Polícia Judiciária, para efeito de execução. 9
9 - É competente para decidir do pedido de entregas controladas o magistrado do 9
Ministério Público na comarca de Lisboa. 9
Artigo 160.º-B
(Aditado pela Lei nº. 104/2001 de 25/08)

Acções encobertas

1 - Os funcionários de investigação criminal de outros Estados podem desenvolver


acções encobertas em Portugal, com estatuto idêntico ao dos funcionários de
investigação criminal portugueses e nos demais termos da legislação aplicável.

2 - A actuação referida no número anterior depende de pedido baseado em acordo,


tratado ou convenção internacional e da observância do princípio da reciprocidade.

3 - A autoridade judicial competente para a autorização é o juiz do Tribunal Central de


Instrução Criminal, sob proposta do magistrado do Ministério Público junto do
Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP).
Artigo 160.º-C
(Aditado pela Lei nº. 104/2001 de 25/08)

Intercepção de telecomunicações

1 - Pode ser autorizada a intercepção de telecomunicações realizadas em Portugal, a


pedido das autoridades competentes de Estado estrangeiro, desde que tal esteja
previsto em acordo, tratado ou convenção internacional e se trate de situação em que

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 107 -


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L
tal intercepção seria admissível, nos termos da lei de processo penal, em caso nacional E
semelhante.
I
2 - É competente para a recepção dos pedidos de intercepção a Polícia Judiciária, que
os apresentará ao juiz de instrução criminal da comarca de Lisboa, para autorização.
1
3 - O despacho referido no número anterior inclui autorização para a transmissão 4
imediata da comunicação para o Estado requerente, se tal procedimento estiver
previsto no acordo, tratado ou convenção internacional com base no qual é feito o
4
pedido.
/
Artigo 161.º

Informações sobre o direito aplicável 1


9
1 - A informação sobre o direito português aplicável em determinado processo penal 9
solicitada por uma autoridade judiciária estrangeira é prestada pelo Gabinete de
Documentação e Direito Comparado da Procuradoria-Geral da República. 9
2 - Tratando-se de informação sobre direito estrangeiro, a autoridade judiciária
portuguesa solicita, para o efeito, a colaboração do Gabinete referido no número
anterior.
Artigo 162.º
Informações constantes do registo criminal
A comunicação directa de pedidos de registo criminal, a que se refere o n.º 5 do artigo
152.º, é efectuada aos serviços de identificação criminal.

Artigo 163.º
Informações sobre sentenças

1 - Podem também ser solicitadas informações ou cópias de sentenças ou medidas


posteriores, bem como de qualquer outra informação relevante com as mesmas
relacionadas, relativamente a nacionais do Estado requerente.

2 - Os pedidos efectuados nos termos do número anterior são comunicados através da


Autoridade Central.

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 108 -


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Artigo 164.º E
Encerramento do processo de cooperação I
1 - Quando a autoridade encarregada da execução do pedido a considerar finda, envia os
autos e outros documentos à autoridade estrangeira que o formulou. 1
4
2 - Se a autoridade estrangeira considerar incompleta a execução do pedido, pode
devolvê-lo para ser completado, especificando as razões da devolução. 4
3 - O pedido é completado se a autoridade portuguesa considerar procedentes as razões
indicadas para a devolução. /
TÍTULO VII
1
Disposição final 9
Artigo 165.º 9
9
Delegação de competências
O Ministro da Justiça pode delegar no Procurador-Geral da República a competência
para a prática dos actos previstos no n.º 1 do artigo 69.º, no n.º 6 do artigo 91.º, no artigo
92.º, nos n.ºs 1, 2 e 3 do artigo 107.º, nos n.ºs 3 e 4 do artigo 118.º e no n.º 2 do artigo
141.º
Artigo 166.º

Norma revogatória
É revogado o Decreto-Lei n.º 43/91, de 22 de Janeiro.
Artigo 167.º
Entrada em vigor

O presente diploma entra em vigor no dia 1 de Outubro de 1999.

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P
R
Número: 04/2002 O
Lisboa: ; Porto: ; Coimbra: ; Évora: C
DATA: 2002-03-01
U
Cartas Rogatórias. R
A
D
Para conhecimento de V. Exa. e a fim de ser circulado pelos Senhores Magistrados
O
R
e Agentes do Minist駻io P炻lico desse Distrito Judicial, nos termos e para os efeitos I
do disposto no art.コ 12.コ, n.コ 2, al匤ea b), da Lei n.コ 60/98, de 27 de Agosto, tenho a A
honra de junto enviar fotoc pia do despacho de 27 de Fevereiro 伃timo, de Sua
C
Excel麩cia o Conselheiro Procurador -Geral da Rep炻lica.
I
R
Com os melhores cumprimentos.
C
O CHEFE DO GABINETE U
António Leones Dantas L
• CARTA ROGATÓRIAS PARA PAÍSES DE LÍNGUA OFICIAL PORTUGUESA OU ESTADOS
A
COM GRAU RELEVANTE DE COOPERAÇÃO R


• CARTAS ROGATÓRIAS PARA ESTADOS QUE RATIFICARAM A CONVENÇÃO EUROPEIA
DE AUXÍLIO JUDICIÁRIO MÚTUO EM MATÉRIA PENAL
4

• CARTAS ROGATÓRIAS PARA ESTADOS DA UNIÃO EUROPEIA /

2
• PARTIDOS JUDICIALES Y FISCALIAS FRONTERIZOS COM PORTUGAL 0
0
2
• MODELO PEDIDOS DE AUXヘLIO JUDICIチRIO MレTUO EM MATノRIA PENAL

o DEMANDE D'ENTRAIDE JUDICIAIRE EN MATIネRIE PノNALE

o REQUEST FOR MUTUAL LEGAL ASSISTANCE IN CRIMINAL MATTERS

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 110 -


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P
R
Índice relativa ao Despacho O
I. GENERALIDADES C
II. ENQUADRAMENTO LEGAL U
III. REQUISITOS DE FORMA
R
A
IV. TRADUヌテO
D
V. TRANSMISSテO DOS PEDIDOS O
VI. CARTAS ROGATモRIAS DE NATUREZA URGENTE R
VII. CARTAS ROGATモRIAS QUE IMPLIQUEM A DESLOCAヌテO DE MAGISTRADOS OU I
AGENTES DA AUTORIDADE
A

C
DESPACHO I
R
I. GENERALIDADES C
A carta rogatória, por definição, transmite um pedido de auxílio judiciário, U
formulado por uma autoridade judiciária nacional, com vista a possibilitar a L
investigação ou o julgamento de determinados facots, a uma autoridade A
judiciária estrangeira. R
Com tal pedido pretende obter-se a realização de diligências, em fase de inquérito,

instrução ou julgamento (de que são paradigmáticas o interrogatório de arguido ou a
inquirição de testemunhas, ausentes no estrangeiro, a realização de buscas ou apreensões ou a 4
submissão de intervenientes a perícias, médicas ou outras), a convocação para determinados
/
actos processuais (como seja a notificação para comparecimento em julgamento) ou a
notificação de despachos exarados pela autoridade judiciária competente 2
(exemplificadamente, a notificação de despachos de acusação ou arquivamento, a notificação 0
de despachos que designam data para a realização de julgamento ou a notificação de 0
2
sentenças).

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 111 -


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P
R
II. ENQUADRAMENTO LEGAL O
Os pedidos de auxílio judiciário em matéria penal, designadamente os que revestem a C
U
forma de carta rogatória, encontram-se previstos e regulamentados em normas convencionais
R
e, subsidiariamente, na lei interna. A
D
Tais normas são as seguintes: O
R
1. Convenção Europeia de Auxílio Judiciário Mútuo, nomeadamente nos seus arts.
I
3º a 6º e 14º a 20º, aprovada para ratificação pela Resolução da Assembleia da República nº A
39/94 de 17 de Março de 1994 e ratificada por Decreto do Presidente da República, de 14 de
Julho, publicada no Diário da República nº 161, I Série -A de 14 de Julho de 1994. C
I
2. Protocolo adicional á mesma Convenção, aprovado para ratificação pela R
C
Resolução nº 49/94 de 12.8. e ratificado por Decreto do Presidente da República, de U
12.8.1994, publicado no Diário da República nº 186, I Série- A, de 12 de Agosto de 1994. L
A
3. Convenção do Conselho da Europa relativa ao Branqueamento, Detecção e R
Apreensão dos Produtos do Crime , aprovada para ratificação pela Resolução nº 70/97 de
9.10. e ratificada pelo Decreto do Presidente da República nº73/97, de 27.11., publicado no Nº
Diário da República , I Série- A, de 13 de Dezembro de 1997 (unicamente aplicável aos 4
pedidos de auxílio relativos à apreensão de bens, com vista a uma futura execução no Estado
em que foram apreendidos, de uma declaração de perda dos mesmos, proferida pelo Tribunal /
do País que solicitou a apreensão) .
2
4. Protocolo de Adesão ao Acordo Relativo á Supressão Gradual dos Controlos
0
0
nas Fronteiras Comuns, assinado em Schengen, a 14 de Junho de 1985 e o Acordo de 2
Adesão á Convenção de Aplicação do Acordo Schengen, assinado em Schengen, a 19 de
Junho de 1990, nomeadamente no seu art. 53º, aprovados pela Resolução da Assembleia da
República nº 35/93 de 25.11. e ratificados pelo Decreto do Presidente da República nº 55/93,
publicados no Diário da República nº 276, I Série-A de 25 de Novembro de 1993.
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 112 -
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R
5. Lei nº 144/99 de 31 de Agosto de 1999, que regulamenta a Cooperação Judiciária O
Internacional em matéria penal, versando primordialmente sobre as questões do auxílio C
U
judiciário mútuo - cartas rogatórias- nos seus arts. 20º a 30º e 145º a 152º.
R
A
6. Código de Processo Penal, nos seus arts.229º a 233º.
D
Ressalva-se a Convenção relativa ao auxílio judiciário mútuo em matéria penal
O
R
entre os Estados membros da União Europeia, assinada em 29 de Maio de 2000 pelos I
Estados Membros, sob presidência portuguesa, a qual não se encontra ainda em vigor. A
III. REQUISITOS DE FORMA
C
O formalismo a que deve obedecer a elaboração de uma carta rogatória encontra-se I
descrito nos arts. 23º e 151º da Lei 144/99 de 31.8., que incorpora no ordenamento jurídico R
interno as normas convencionais pertinentes. C
U
Deve salientar-se que o enunciado da carta deve pautar-se pela simplicidade e clareza, L
A
por forma a que a autoridade estrangeira, destinatária do pedido, possa facilmente enquadrar-
R
se na questão de fundo, compreenda claramente qual a natureza da diligência que lhe é
solicitada e possa levá-la a cabo da forma mais adequada. Nº

Assim: 4

a. Devem identificar-se as autoridades judiciárias, requerente e requerida, ainda que /


neste último caso sob a forma " Competentes Autoridades Judiciárias do Estado X" .
2
b. Devem enunciar-se, de forma sucinta, os factos que justificam a formulação do 0
pedido (por exemplo, em sede de inquérito deve ser esclarecido qual a natureza e objecto da 0
2
investigação; já em sede de julgamento o envio de cópia da acusação ou do despacho que
designa dia para a realização do julgamento dispensará o mencionado enunciado).

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 113 -


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R
c. O pedido deve ser enunciado de forma compreensível e, se possível, destacada, O
identificando-se claramente, caso se trate de diligência de interrogatório, inquirição ou C
U
peritagem, o nome e morada da pessoa a ouvir.
R
A
d. Deverá esclarecer-se qual a qualificação jurídica dos factos que motivam o
D
procedimento, juntando cópia das normas legais pertinentes. O
R
e. Quando tal se justifique, deverá fazer-se constar as especialidades a que alude o art. I
151º als. b) e c) da Lei 144/99 de 31.8., nomeadamente a informação de que a partir de A
determinada data deixará de interessar o cumprimento da carta rogatória ou a necessidade de
C
ser respeitada a confidencialidade do pedido e seu conteúdo.
I
f. Deve solicitar-se, quando necessário e com vista a salvaguardar o valor probatório e
R
C
a legalidade do acto a praticar pela autoridade estrangeira, que o mesmo seja praticado U
observando os termos prescritos pela lei portuguesa, remetendo-se cópia da legislação L
processual penal pertinente. A
R
Como nota deverá acrescentar-se que:

a. Os formulários elaborados pela Direcção Geral dos Serviços Judiciários no âmbito
da Convenção de Haia sobre transmissão de pedidos de carácter cível e comercial não podem 4
ser utilizados no que diz respeito ás cartas rogatórias de carácter penal, sob pena de imediata /
devolução sem cumprimento.
2
b. Os pedidos deverão identificar o magistrado que o formula e o número de telefone 0
ou fax através do qual poderá ser contactado pela autoridade estrangeira, caso haja qualquer 0
2
dúvida no cumprimento do mesmo.

Para maior uniformização é enviado, em complemento da presente Circular, um


modelo de pedido de auxílio judiciário mútuo, aprovado no âmbito do grupo Rede

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 114 -


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R
Judiciária Europeia da União Europeia, sob presidência sueca, que deverá ser utilizado O
porquanto incorpora de forma exaustiva os principais requisitos convencionais deste tipo de C
U
pedidos.
R
IV. TRADUÇÃO A
Conforme estabelece o art. 20º da Lei n.º 144/99 de 31.8. os pedidos são D
O
acompanhados de tradução na ílngua oficial do Estado a que são dirigidos, salvo convenção R
ou acordo em contrário ou se o Estado (destinatário) a dispensar. I
A
No que a esta matéria diz respeito Portugal celebrou com a República Francesa , em
14 de Setembro de 1955, um Acordo por Troca de Notas segundo o qual são dispensadas as C
traduções das cartas rogatórias e dos actos judiciários em matéria penal. I
R
De igual modo celebrou, em 19 de Novembro de 1997, um acordo com o Reino de C
U
Espanha, relativo à cooperação judiciária em matéria penal e cível, publicado no Diário da
L
República I-Série A, de 27 de Maio de 1998, em cujo artigo primeiro se prevê a dispensa de A
tradução dos pedidos de auxílio judiciário mútuo em matéria penal e cível. R

Conclui-se, assim, que em relação ao Reino de Espanha e à República Francesa é Nº


possível aplicar imediatamente o Acordo de Schengen (vide ponto V) uma vez que, não sendo
4
exigida a tradução dos pedidos, nada obsta a que sejam os mesmos directamente enviados às
competentes autoridades judiciárias. /

Os endereços das mesmas deverão ser recolhidos por recurso ao Atlas Judiciário 2
Europeu (através da consulta do site www.atlas.mj.pt, com a password rje e dgsi), aos 0
Pontos de Contacto da Rede Judiciária Europeia (cfr. Circular 6/2000) ou à Autoridade
0
2
Central, da maneira mais informal possível (fax ou simples telefonema).

No que se refere a todos os outros Estados, ainda que subscritores do Acordo de


Schengen, o envio directo mostra-se comprometido pela necessidade de tradução dos pedidos.

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R
Em matéria penal, as traduções, quando não facultadas pelo interveniente processual O
que requereu a formulação do pedido, devem ser solicitadas directamente pelo Tribunal C
U
requerente a tradutores que prestam compromisso de honra e cujos serviços serão
R
remunerados pelo orçamento do Tribunal, ou por recurso à Divisão de Documentação e A
Informação da Procuradoria Geral da República. D
O
V. TRANSMISSÃO DOS PEDIDOS R
A Convenção Europeia sobre Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal estabelece I
que os pedidos de auxílio deverão ser dirigidos pelo Ministério da Justiça da Parte Requerente A
ao Ministério da Justiça da Parte Requerida e devolvidos pela mesma via.
C
O Ministério da Justiça de cada um dos países que ratificaram esta Convenção
I
R
funcionaria, pois, como autoridade central para efeitos de transmissão de pedidos de auxílio C
judiciário mútuo, maxime Cartas Rogatórias. U
L
A entrada em vigor da Lei n.º 144/99 de 31.8. definiu, porém, como Autoridade A
Central, para efeitos de recepção e transmissão dos pedidos de cooperação abrangidos por R
aquele diploma legal, ou seja, dentro da área penal, a Procuradoria Geral da República.

Assim, e no quadro do ordenamento jurídico interno, a Autoridade Central em
4
matéria de cooperação judiciária internacional em matéria penal é a Procuradoria Geral da
República. /

Do que fica exposto resulta que os pedidos de auxílio judiciário mútuo, nomeadamente 2
as cartas rogatórias, devem ser endereçados à Procuradoria Geral da República, para 0
transmissão para o exterior.
0
2
Acontece, porém, que Portugal, tal como os demais Estados da União Europeia, com a
excepção da Irlanda e do Reino Unido, ratificou o Protocolo de Adesão ao Acordo Schengen,
em sede do qual, e por aplicação do seu art. 53º, se preconiza que os pedidos de auxílio

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 116 -


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R
judiciário, maxime cartas rogatórias, podem ser directamente remetidos pelas autoridades O
judiciárias e respondidos pela mesma via. C
U
Tal é, igualmente, a via prevista na Convenção Europeia de Auxílio Judiciário Mútuo R
A
no âmbito dos Estados da União Europeia, assinada em Maio de 2000, sob presidência
D
portuguesa da União Europeia. O
R
Por seu lado a Lei nº 144/99 de 31.8. prevê, nos seus arts. 21º n.º 4 e 152º n.º 1, a I
possibilidade de transmissão directa de pedidos de auxílio judiciário entre autoridades A
judiciárias competentes.
C
Harmonizando os mecanismos convencionais vigentes, e à luz da lei interna, conclui- I
se que:
R
C
a. No espaço da União Europeia, excluindo os casos da Irlanda e do Reino Unido, U
os pedidos de auxílio judiciário poderão ser formulados, directamente entre L
A
autoridades judiciárias, e devolvidos pela mesma forma.
R
b. No caso de Espanha e França, atendendo à dispensa de tradução convencionada,
os pedidos devem ser formulados directamente, sendo recolhida informação sobre Nº
o endereço dos destinatários através dos mecanismos expostos em IV.
4
c. No que se refere aos demais Estados integrantes do espaço Schengen,
(Alemanha, Áustria, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Itália, Grécia, /
Dinamarca, Finlândia e Suécia), a menos que a tradução seja assegurada por
2
um dos intervenientes (v.g. assistente) ou pelo Tribunal, o envio terá que 0
processar-se, através da Procuradoria Geral da Republica, para que a tradução 0
possa ser assegurada. 2

d. Já no que diz respeito aos demais Estados, subscritores da Convenção Europeia de


Auxílio Judiciário Mútuo, de Acordos Bilaterais (como seja o caso dos Países de
Língua Oficial Portuguesa ou do Brasil) ou por aplicação do princípio da

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P
R
reciprocidade, a transmissão dos pedidos terá que ser solicitada á Procuradoria-Geral O
da República, enquanto Autoridade Central. C
U
e. Seja no caso dos Estados que aderiram à Convenção Schengen, seja nos demais R
A
casos, sempre que o pedido seja transmitido à Autoridade Central, com vista à
D
obtenção de tradução, deve sê-lo directamente, sem percorrer todos os escalões da O
hierarquia do Ministério Público, uma vez que o controlo dos pedidos, nomeadamente R
para fins estatísticos e sua eventual localização, é assegurado na Procuradoria Geral da I
A
República.

VI. CARTAS ROGATÓRIAS DE NATUREZA URGENTE C


Tanto a norma convencional do art. 15º nº2 e 5 da Convenção Europeia sobre Auxílio
I
R
Judiciário Mútuo como o art. 29º da Lei n.º 144/99 de 31.8. prevêem uma tramitação C
específica, para os casos de urgência no envio e obtenção do cumprimento dos pedidos. U
L
Nestes casos as cartas rogatórias deverão ser transmitidas, via INTERPOL sendo a A
tradução assegurada nos termos já referidos ou por outras entidades em casos de extrema R
urgência (v.g. Polícia Judiciária), solicitando-se a articulação entre a Autoridade Judiciária

que emite a carta rogatória e a Procuradoria Geral da República, por forma a que seja possível
compatibilizar o prazo necessário para a efectivação da tradução com a urgência na 4
transmissão do pedido.
/
Em momento posterior e aquando da transmissão do pedido por via oficial, através da
2
Autoridade Central, caso a tradução haja sido assegurada pela Polícia Judiciária, o mesmo
0
deverá ser acompanhado de cópia da tradução efectuada bem como deve a Autoridade Central 0
ser informada de que um duplicado do pedido foi expedido via Interpol. 2

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P
R
VII. CARTAS ROGATÓRIAS QUE IMPLIQUEM A DESLOCAÇÃO DE O
MAGISTRADOS OU AGENTES DA AUTORIDADE C
O art. 145º n.º 5, 6 e 8 da Lei nº144/99 de 31.8. prevê, no caso expresso das cartas U
rogatórias recebidas do estrangeiro, a possibilidade de deslocação de magistrados ou agentes R
A
da autoridade estrangeiros que, a título de mera coadjuvação, poderão acompanhar a execução
D
das diligências rogadas a Portugal. O
R
Tal possibilidade verifica-se, igualmente, em sentido inverso, ou seja, é possível a um I
magistrado ou agente da autoridade português acompanhar a execução de diligências que A
rogou fossem realizadas no estrangeiro
C
No primeiro caso sublinha-se que a deslocação de magistrados estrangeiros tem que I
R
ser autorizada por despacho de Sua Excelência o Senhor Procurador Geral da República, por
C
força do disposto nos arts. 145º n.º 5 e 8 e 165º da Lei n.º 144/99 de 31.8. e do Despacho n.º U
2579/2001 de Sua Excelência o Senhor Ministro da Justiça (publicado no Diário da L
República n.º 32, II Série de 7.2.2001). Idêntico procedimento deve ser adoptado nos casos
A
R
em que a deslocação de autoridades estrangeiras englobe simultaneamente magistrados e
autoridades ou órgãos de polícia criminal. Nº

Quando a deslocação se referir apenas a agentes da autoridade a mesma deverá ser 4


autorizada pelo Senhor Director Nacional da Polícia Judiciária, por força do disposto nos arts.
/
145º n.º 5 e nº8 e 165º da Lei n.º 144/99 de 31.8. e do despacho n.º 24844/99 de Sua
Excelência o Senhor Ministro da Justiça (publicado no Diário da República, II Série, de 17 de 2
Dezembro de 1999). 0
0
No caso das cartas rogatórias activas a autorização para a deslocação de magistrado 2
português ao estrangeiro, para acompanhar a execução de um pedido de auxílio judiciário
mútuo, carece da autorização de Sua Excelência o Senhor Ministro da Justiça, nos termos do
art. 145º nº10 da Lei nº144/99 de 31.8 ( na red. da Lei nº104/2001, de 25.8.). Assim sendo, a

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 119 -


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P
R
carta rogatória na qual se pretende a deslocação de magistrado português ao estrangeiro, O
deverá ser remetida à Autoridade Central, nomeadamente para obtenção de despacho C
U
ministerial autorizando a deslocação.
R
A
Assim, nos termos do artigo 12º, nº 2, alínea b) do Estatuto do Ministério Público,
D
determino que os Senhores Magistrados do Ministério Público se dignem observar o seguinte: O
R
1. Os pedidos de auxílio judiciário mútuo em matéria penal, que revistam a forma de I
carta rogatória, deverão ser elaborados de acordo com os requisitos dos arts. 23º e 151º da Lei A
144/99 de 31.8., devendo ser utilizado o modelo que segue em anexo à presente Circular.
C
2. Os pedidos a endereçar às autoridades judiciárias francesas e espanholas poderão ser I
enviados directamente, invocando-se, expressamente num como noutro caso, os acordos
R
C
bilaterais celebrados com a República Portuguesa. U
L
3. O endereço das autoridades judiciárias competentes francesas ou espanholas deverá A
ser obtido por consulta do Atlas Judiciário Europeu www.atlas.mj.pt com a password rje e R
dgsi), por solicitação de informação aos pontos de contacto da Rede Judiciária Europeia ou

por contacto informal com o Serviço de Cooperação Judiciária Internacional da Procuradoria
Geral da República. 4
4. Nos casos em que se verifique envio ou recepção directa de pedidos de auxílio e sua /
devolução, deverá ser prestada informação em conformidade à Procuradoria Geral da
República para fins estatísticos. 2
0
5. Todos os demais pedidos, em que por razões de inexistência de Convenção ou 0
2
Acordo ou por necessidade de tradução, o envio directo não se mostre possível , deverão ser
enviados, directamente á Procuradoria Geral da República - Autoridade Central, sem
passagem pelos sucessivos escalões da hierarquia, para encaminhamento para as competentes

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R
autoridades judiciárias estrangeiras ou para sua tradução e envio, caso a autoridade requerente O
não tenha assegurado a sua tradução. C
U
6. As cartas rogatórias de natureza urgente poderão ser enviadas através do canal R
A
INTERPOL, nos termos do art. 29º da Lei nº144/99 de 31.8. e art. 15º nº2 da Convenção
D
Europeia de Auxílio Judiciário Mútuo em matéria penal, devendo um duplicado ser enviado à O
Procuradoria Geral da República para sua transmissão pelas vias oficiais, com menção de que R
se verificou transmissão urgente e acompanhado de cópia da tradução que acompanhou o I
A
pedido que seguiu pela via urgente, no caso de terem sido os serviços da Polícia Judiciária ou
tradutores terceiros a efectuar essa tradução . C
I
7. A deslocação de magistrados e agentes da autoridade portugueses ao estrangeiro, R
para acompanhamento da execução de pedidos de auxílio judiciário mútuo em matéria penal, C
carece de autorização ministerial, nos termos do art. 145º nº10 da Lei nº144/99 de 31.8. A
U
L
deslocação de magistrados e agentes da autoridades estrangeiros a Portugal carece de A
autorização da mesma natureza, a qual foi, porém, delegada no Procurador Geral da R
República, através do Despacho Ministerial nº 2579/2001 (in DR nº 32, II Série de 7.2.2001)

e no Director Nacional da Polícia Judiciária. Neste último caso, quando estiver unicamente
em causa a deslocação de agentes policiais estrangeiros, através do Despacho Ministerial 4
nº24.844/99 (in DR II Série, de 17 de Dezembro de 1999).
/
Lisboa, 27 de Fevereiro de 2002
2
O Procurador-Geral da República 0
José Adriano Machado Souto de Moura
0
2

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 121 -


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Procuradoria – Circular 1 / 1988
C
I
Número: 01/88 R
Lisboa: 1922; Porto: 2/88; Coimbra: 947; Évora: 450 C
DATA: 88.02.03 U
L
Extradição. Instrução do pedido de extradição. A
R

Tendo-se observado falta de uniformidade na instrução dos processos relativos a pedidos de Nº


extradição (extradições activas), encarrega-me Sua Excelência o Conselheiro Procurador-
1
Geral da República, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 10.º, n.º 2, alínea b), da
Lei n.º 47/86, de 15 de Outubro, de solicitar a V.Exª. se digne circular pelos Senhores /
Magistrados e Agentes do Ministério Público desse Distrito Judicial o seguinte:
1
TEXTO: 9
8
1 - Logo que se verifique a necessidade de pedido de extradição, deverá ser pedida, ao 8
Procurador-Geral da República autorização para expedição de mandados de captura a nível
internacional; este pedido será acompanhado, em alternativa e consoante os casos, duma
exposição sumária dos factos delituosos e respectivas penas aplicáveis, de cópia das peças
processuais que fundamentam o pedido e, ainda, de quaisquer outros elementos de
identificação de que disponham;

2 - Recebida resposta afirmativa, o magistrado comunicará o facto ao Director do Gabinete


Nacional da Interpol, remetendo o respectivo mandado de captura, observando as
recomendações transmitidas através da Circular n.º 35/78;

3 - O processo ficará a aguardar na comarca que seja conhecido o paradeiro do delinquente;


este facto não obsta a que, entretanto, sejam reunidos os documentos que irão acompanhar o
pedido a formular pela via diplomática, de harmonia com as diversas convenções assinadas
por Portugal e o estabelecido no Decreto-Lei n.º 437/75, de 16 de Agosto;

4 - Logo que o GNI der conhecimento da localização ou detenção do extraditando e tendo em


atenção que se inicia a partir desta o decurso do prazo da prisão preventiva extradicional, os
documentos deverão ser remetidos, com a maior urgência, à Procuradoria-Geral da República,
a fim desta poder dispor do tempo necessário para remessa, pela via diplomática, ao pais
requerido;

5 - Os processos relativos à instrução de um pedido de extradição deverão incluir:

a) mandado de captura;

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 122 -


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C
I
b) cópia das peças processuais que fundamentaram a decisão de detenção; R
C
c) cópia da legislação aplicável (compreendendo a que abrange os crimes cometidos e a U
relativa à prescrição, quer do procedimento criminal, quer da pena); L
A
6 - a) Quando os pedidos de extradição se destinarem a Espanha, Brasil, Países da América R
Latina ou de expressão portuguesa, todos os elementos do processo deverão vir
obrigatoriamente dactilografados;

b) Os documentos que instruem os processos deverão ser legíveis e devidamente certificados;
1
7 - Fica revogada a Circular n.º 9/80, de 20 de Maio de 1980. /

NOTA DE REMISSÃO: 1
Sobre extradição, veja-se a circular n.º 35/78 citada no texto. 9
8
8

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 123 -


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P
Número: 35/1978 R
O
DATA: 78.12.05
(Lisboa: 1658;1660 - Porto: 3/79; 4/79 -Coimbra: 754 - Évora: 176; 174) C
U
R
Extradição. Procedimentos de pré-extradição. Interpol. Prisão provisória. Mandados de A
D
captura internacionais.
O
R
I
"I - Tem o Gabinete Nacional da Interpol vindo a ser frequentemente solicitado para A
transmitir ao estrangeiro mandados para a captura de pessoas procuradas pela prática de
crimes cometidos em Portugal. C
A prática quotidiana tem, todavia, revelado que nem sempre aqueles pedidos se apresentam I
correctamente formulados, impondo-se a clarificação de algumas ideias e a adopção de R
procedimentos que tornem possível a sua execução, dentro do quadro legal e com observância C
U
das regras postuladas pela prática internacional.
L
Com efeito, quase todos os dias chegam ao G.N.I. pedidos de captura desacompanhados de A
qualquer mandado, às vezes até transmitidos por simples ofício do Juiz, o que obriga o R
Gabinete a constantes esclarecimentos e dá origem a pesadas trocas de correspondência que se
têm como incomportáveis face ao volume de solicitações que lhe são dirigidas.

Pareceu por isso oportuno enunciar alguns procedimentos e fixar algumas directrizes que,
3
longe de constituirem um entrave ao bom funcionamento dos Tribunais, mais não visam do
que facilitar ao Ministério Público o acesso às autoridades estrangeiras de polícia criminal 5
sempre que o interesse público o justifique a procura e prisão de uma pessoa fora do território
nacional. /

1
II - Convirá, por isso e antes de mais, recordar:
9
7
1. Que a extradição é o acto pelo qual um Estado (dito requerido ou reclamado) entrega a
outro (dito requerente ou reclamante) uma pessoa que se encontre no seu território a fim de 8
que o primeiro a possa fazer julgar pelos tribunais ou executar uma sanção imposta por uma
anterior condenação;

2. Que a extradição tem lugar em virtude de uma convenção ou de um tratado celebrado entre
dois ou mais Estados ou por força de uma lei nacional que possibilite a entrega a outro Estado
da pessoa por este reclamada;

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 124 -


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P
3. Que o pedido de extradição se processa geralmente por via diplomática (v. os tratados de R
O
extradição celebrados por Portugal e o artigo 49.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 437/75, de 16 de
Agosto - lei portuguesa de extradição); C
U
4. Que compete ao Ministro da Justiça formular o pedido de extradição de um arguido ou R
condenado em processo pendente em tribunal português ao Estado estrangeiro em cujo A
D
território ele se encontre (artigo 49.º, n.º 1, do Decreto-Lei n.º 437/75), tratando-se, todavia,
de uma competência delegável no Procurador-Geral da República e que o tem sido O
efectivamente desde o VI Governo Provisório e IV Governo Constitucional - despachos dos R
Ministros da Justiça publicados no Diário do Governo n.º 212, de 13 de Setembro de 1975, e I
nos Diários da República (II Série) de 6 de Agosto de 1976, de 20 de Abril de 1977, de 8 de A
Março de 1978, de 30 de Agosto de 1978, e do actual Ministro, de 22 de Novembro;
C
5. Que a concreta formulação de um pedido da extradição pressupõe logicamente que a pessoa I
cuja entrega é reclamada se encontre no território do Estado requerido, o que obviamente R
demandará uma averiguação prévia, em regra levado a cabo pela polícia; C
U
6. Que por força de tratados ou por via de uma lei interna de extradição, a generalidade dos L
Estados admite a transmissão no estrangeiro do pedido de prisão provisória de uma pessoa A
como acto preliminar de um pedido de extradição, procedimento, aliás, expressamente R
admitido por quase todos os tratados de extradição celebrados por Portugal nos quais se prevê
o recurso a formas expeditas de transmissão do pedido (o artigo 20.º do Tratado de Extradição
entre Portugal e a República Federal da Alemanha refere-se mesmo à Organização Nº
Internacional de Polícia Criminal - Interpol como via através da qual, em casos urgentes,
3
poderá transmitir-se um pedido de detenção provisória com vista à extradição);
5
7. Que a difusão pelo estrangeiro de um pedido de prisão provisória assume a natureza de um
procedimento pré-extradicional que só poderá ser desencadeado quando acompanhado da /
garantia de que a extradição será pedida por via diplomática, após a prisão, de onde resulta
1
que os Magistrados do M.P. deverão para o efeito premunir-se de autorização do Procurador-
Geral da República (pressuposta, como é evidente, a delegação de competência referida em 9
7
4.);
8
8. Que a difusão internacional de um pedido de prisão provisória e a formulação do pedido de
extradição que haja de seguir-se-lhe poderão, em princípio, ocorrer em qualquer fase do
processo, maxime durante a instrução preparatória - contrariamente à ideia, um tanto
generalizada, de que só após o despacho de pronúncia será possível apresentar o pedido de
extradição, a qual parece radicar no velho sistema processual penal português em que a
intervenção do juiz só em regra tinha lugar a partir da pronúncia. E isto porque a extradição
pode verificar-se tanto para efeito de cumprimento de uma condenação como para simples
procedimento criminal. Ponto é que a imputação dos factos que fundamentam o pedido tenha
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 125 -
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P
sido estabelecida pelo Juiz e que seja apresentado um mandado de prisão emitido pela R
O
competente autoridade judicial. O próprio Decreto-Lei n.º 437/75 se refere, aliás, à extradição
de um arguido (artigo 45.º, n.º 1); C
U
9. Que o Gabinete Nacional da Interpol tem competência para transmitir ao estrangeiro os R
pedidos de prisão provisória que devam ser executados no âmbito dos processos de extradição A
D
(artigo 47.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 364/77, de 2 de Setembro), dispondo para o efeito de
ligações apropriadas que lhe permitam contactar com rapidez as autoridades de polícia O
criminal dos países membros da O.I.P.C. - Interpol). R
I
III - Pelo que se deixa exposto e tendo em consideração as exigências decorrentes dos tratados A
e leis internas de extradição, permito-me sugerir a V. Exa. que, através da Procuradoria-Geral
da República, se circule a todos os Agentes do Ministério Público: C
I
1. Que o Gabinete Nacional da Interpol só difundirá internacionalmente um mandado de R
captura quando nele se contiverem as seguintes precisões: C
U
a) Número de ordem ou de registo; L
A
b) Nome do Magistrado que o emitir; R

c) Identificação da pessoa ou pessoas a que respeitar, designadamente o nome completo, data


e local de nascimento, filiação, profissão e nacionalidade; Nº

3
d) Descrição sucinta dos factos cometidos e suas circunstâncias relevantes, tempo, lugar e
modo da sua prática; 5

e) Indicação dos preceitos legais violados e da pena aplicável (no caso de condenação deverá /
indicar-se ainda a pena a cumprir e a data da sentença);
1
f) Assinatura bem legível e autenticada do Juiz. 9
7
2. Que a difusão internacional de um mandado de captura para fins extradicionais deverá ser 8
solicitada ao Gabinete Nacional da Interpol pelo respectivo Magistrado do M.P. através de
ofício de modelo anexo ou, em caso de extrema urgência, por telegrama ou telex de idêntico
teor desde que neles se assegure a imediata expedição por via postal do mandado de captura.

3. Que a inobservância do disposto nos números anteriores acarretará o incumprimento do


pedido e a consequente devolução ao magistrado requerente da documentação irregularmente
enviada.

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 126 -


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P
4. Que qualquer alteração da situação processual de um arguido, réu ou condenado já objecto R
O
de um pedido de prisão provisória, de que decorra a emissão de novo mandado de captura de
conteúdo diferente, deverá ser imediatamente comunicada ao G.N.I., através de ofício, C
telegrama ou telex de modelo já referido, nos quais se transcreverá o novo mandado que U
obedecerá igualmente aos requisitos mencionados em 1. R
A
D
5. Que o cancelamento dos pedidos de prisão provisória seja prontamente comunicado ao
G.N.I. com indicação do motivo que o determinar (captura em território nacional, absolvição, O
prescrição do procedimento ou da pena, amnistia, perdão, morte, etc.). R
I
IV - Considerando finalmente que alguns juizes dirigem eles próprios ao G.N.I. pedidos de A
captura em desconformidade com os princípios atrás mencionados, permito-me ainda sugerir
que se pondere a conveniência de o Conselho Superior da Magistratura difundir, para C
conhecimento dos magistrados judiciais, o teor das instruções circuladas ao M.P." I
R
NOTA DE REMISSÃO: C
U
1. Sobre extradição, veja-se a circular da Procuradoria-Geral da República n.º 1 de 1988. L
A
2. O artigo 233.º do Código de Processo Penal remete para legislação especial o regime da R
extradição.

3. O Decreto-Lei n.º 437/75, de 16 de Agosto - lei portuguesa de extradição - foi Nº


expressamente revogada pelo Decreto-Lei n.º 43/91, de 22 de Janeiro - cooperação judiciária
3
internacional em matéria penal - o qual, conjuntamente com a Convenção Europeia de
Extradição e seus protocolos adicionais, regula hoje a matéria. 5

4. O Decreto-Lei n.º 364/77, de 2 de Setembro foi revogado pelo Decreto-Lei n.º 458/82, de /
24 de Novembro, e este pelo Decreto-Lei n.º 295-A/90, de 21 de Setembro, que aprovou a Lei
1
Orgânica da Polícia Judiciária. Ao Gabinete Nacional da Interpol referem-se, entre outros, os
artigos 18.º, alínea h), 44.º, 45.º e 46.º. 9
7
5. Portugal tem tratados de extradição com os seguintes países: Alemanha, Argentina, 8
Austrália, Bélgica, Bolívia, Botwana, Brasil, Checoslováquia, Chile, China, Congo (Zaire),
Espanha, Estados Unidos da América, França, Holanda, Índia, Inglaterra, Itália, Luxemburgo,
Malaca, Nova Zelândia, Rússia, República Checa, Suécia, Suíça, União Sul-Africana e
Uruguai.

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 127 -


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C
CONVENÇÕES – PROTOCOLOS – ACORDOS BILATERAIS O
N
CONVENÇÕES – PROTOCOLOS - ACORDOS BILATERIAS V
E
1. Convenção Europeia de Auxílio Judiciário Mútuo, nomeadamente nos seus arts. 3º N
Ç
a 6º e 14º a 20º, aprovada para ratificação pela Resolução da Assembleia da
Õ
República nº 39/94 de 17 de Março de 1994 e ratificada por Decreto do Presidente da E
S
República, de 14 de Julho, publicada no Diário da República nº 161, I Série -A de 14
de Julho de 1994. –

2. Protocolo adicional á mesma Convenção, aprovado para ratificação pela Resolução P


R
nº 49/94 de 12.8. e ratificado por Decreto do Presidente da República, de 12.8.1994, O
publicado no Diário da República nº 186, I Série- A, de 12 de Agosto de 1994. T
O
3. Convenção do Conselho da Europa relativa ao Branqueamento, Detecção e C
O
Apreensão dos Produtos do Crime , aprovada para ratificação pela Resolução nº L
70/97 de 9.10. e ratificada pelo Decreto do Presidente da República nº73/97, de 27.11., O
S
publicado no Diário da República , I Série- A, de 13 de Dezembro de 1997
(unicamente aplicável aos pedidos de auxílio relativos à apreensão de bens, com vista –

a uma futura execução no Estado em que foram apreendidos, de uma declaração de A


perda dos mesmos, proferida pelo Tribunal do País que solicitou a apreensão) . C
O
R
4. Protocolo de Adesão ao Acordo Relativo á Supressão Gradual dos Controlos nas D
Fronteiras Comuns, assinado em Schengen, a 14 de Junho de 1985 e o Acordo de O
S
Adesão á Convenção de Aplicação do Acordo Schengen, assinado em Schengen, a
19 de Junho de 1990, nomeadamente no seu art. 53º, aprovados pela Resolução da B
I
Assembleia da República nº 35/93 de 25.11. e ratificados pelo Decreto do Presidente L
da República nº 55/93, publicados no Diário da República nº 276, I Série-A de 25 de A
T
Novembro de 1993. E
R
5. Acordo Bilateral entre a República de Portugal e o Reino de Espanha, A
I
assinado em Madrid em 19.11.1997, Diário da República nº 122, II Série-A de 27 de
S
Maio de 1998.
Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 128 -
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C
CONVENÇÕES – PROTOCOLOS – ACORDOS BILATERAIS O
N
6. Acordo( Bilateral ) por troca de notas celebrado entre as Repúblicas Portuguesa V
e Francesa, assinado em 14.09.1955, Diário da República nº 241, de 1955. E
N
Ç
7. Lei nº 144/99 de 31 de Agosto de 1999, que regulamenta a Cooperação Judiciária
Õ
Internacional em matéria penal, versando primordialmente sobre as questões do E
S
auxílio judiciário mútuo - cartas rogatórias- nos seus arts. 20º a 30º e 145º a 152º.

Código de Processo Penal, nos seus arts. 113º, 229º a 233º.
P
R
O
T
O
C
O
L
O
S

A
C
O
R
D
O
S

B
I
L
A
T
E
R
A
I
S

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 129 -


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Mandados de Captura Internacional

MANDADOS DE CAPTURA (EXEMPLO) M


A
N
D
A
Inquérito nº 999/99.9TABBB D
O
3ª Secção
DIAP DE ........................
D
E
A Drª F........... , Juiz de Instrução Criminal na Comarca de Aveiro:
C
Manda a qualquer funcionário de justiça ou autoridade competente A
P
que proceda à captura do arguido abaixo identificado, para aguardar os T
ulteriores trâmites processuais em prisão preventiva, como determinado U
R
por despacho proferido nos autos de inquérito referenciados em epígrafe, A

de que se junta cópia.


I
Indicia-se fortemente que F..................., «infra» identificado, em conjugação de N
esforços com outros nove arguidos, entre os quais F................... e filhos deste, a partir T
E
de finais do ano 2000 e até meados do ano de 2001, seguindo instruções que lhe eram R
dadas pelo referido F.............. e a troco de alojamento e pequenas quantias em N
A
dinheiro: C
- na Bélgica e em Portugal, conduziu, guardou e entregou a outros arguidos I
O
(entre os quais F........... e F.............) veículos automóveis de gama média-alta e alta N
que sabia terem sido furtados; A
L
- furtou veículos automóveis e motociclos que se encontravam na via pública,
na Bélgica; conduziu-os, guardou-os e entregou-os, na Bélgica e em Portugal, a outros
arguidos (nomeadamente os já referidos);
- os indivíduos a quem o arguido F.......... entregou os veículos obtidos do
modo referido encarregaram-se de vender tais veículos, designadamente em Portugal;

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 130 -


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Mandados de Captura Internacional

- para o efeito utilizaram documentos falsos ou falsificaram eles próprios os M


A
documentos necessários à permissão pelas entidades portuguesas competentes da
N
entrada dos veículos em circulação (designadamente o arguido F......, utilizando D
módulos em branco e carimbos furtados na Bélgica em 1996, 1998 e 2000 ou cópias A
D
digitalizadas, forjou livretes («Certificat d'Imatriculation»), declarações de seguro, O
para além de muitos outros documentos, nomeadamente chapas de matrícula);
- o arguido F............ sabia bem o modo como se processava tal negócio de D
compra e venda de carros furtados, incluindo a falsificação dos documentos, e que E

assim eram prejudicados os legítimos donos dos veículos e as pessoas que por C
desconhecerem a real situação dos veículos viessem a adquirir os veículos furtados, A
P
assim como era posta em causa a fé pública inerente aos documentos; T
U
- aceitou o plano definido entre todos os arguidos, esperando vir a obter
R
vantagens patrimoniais e reconhecendo os referido F....., F....... e F....... como as A
pessoas a quem competia tomar as decisões;
- F....., F....... e F....... e outros distribuíam os lucros obtidos, pagando depois o I
F......... ao arguido F......... a colaboração prestada. N
T
Concretamente, o arguido F......... interveio na actividade criminosa descrita, E
nomeadamente, nas seguintes ocasiões: R
N
- em Abril e Maio de 2001, trouxe para Portugal dois veículos previamente A
furtados na Bélgica, a fim de os mesmos serem comercializados pelo modo referido; C
I
- em Junho de 2001, trouxe para Portugal dois automóveis, um atrelado e uma O
N
mota, com o mesmo objectivo;
A
- no dia 21 de Junho de 2000, utilizando uma «carta de condução» forjada pelo L
arguido F........., o F......... alugou em Portugal uma carrinha que foi conduzida até à
Bélgica,
- já na Bélgica, o arguido e outros nas noites dos dias 23 a 27 do mesmo mês
retiraram da via pública seis motas, utilizando para o efeito alicates, serrotes e outros
instrumentos;

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 131 -


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Mandados de Captura Internacional

- o arguido F......... e outros guardaram as seis motas na carrinha previamente M


A
alugada, transportando-as para Portugal, conjuntamente com outros dois veículos
N
automóveis também furtados, em 01 de Julho de 2001, data em que foram D
interceptados pela Polícia portuguesa. A
D
Cometeu assim o arguido F........., com os factos genérica e sumariamente descritos: O
- um crime de associação criminosa, previsto e punido pelo Art. 299º, n. os 1 e
2, ao qual é aplicável pena de um a cinco anos de prisão; D
- um crime de receptação, na forma continuada, previsto e punido pelo Art. E

231º, n.º 1, ao qual é aplicável pena de prisão até cinco anos ou pena de multa até C
seiscentos dias; A
P
- um crime de falsificação de documento, na forma continuada, previsto e T
U
punido pelos Art.s 255º, al.s a) e c) e 256º, n.º1, al.s a) e b) e n.º3, ao qual é aplicável
R
pena de seis meses a cinco anos de prisão ou pena de multa de sessenta a seiscentos A
dias;
- sete crimes de furto qualificado, previstos e punidos pelos Art.s 202º, al. a); I
203º, n.º1 e 204º, n.º1, al. a) e n.º 2, al. g), aos quais são aplicáveis penas de dois a oito N
T
anos de prisão; E
- dois crimes de burla agravada, previstos e punidos pelos Art.s 217º, n.º1; R
N
218º, n.º1 e 202º, al. a), aos quais são aplicáveis penas de prisão até cinco anos; A
- quatro crimes de burla, previstos e punidos pelos Art.s 217º, n.º1; 218º, n.º1 e C
I
n.º2, al. a) e 202º, al. b), aos quais são aplicáveis penas de dois a oito anos de prisão O
N
(todas as disposições legais citadas do Cód. Penal Português).
A
Caso o arguido venha a ser condenado pela prática de mais do que um dos crimes L
imputados, será condenado numa pena única que não poderá ultrapassar vinte e cinco anos
tratando-se de pena de prisão e novecentos dias tratando-se de pena de multa, por força do
disposto no Art. 77º do Cód. Penal Português.

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 132 -


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Mandados de Captura Internacional

M
A
A capturar:
N
F........................ solteiro, profissão, nascido a 05/01/1943 em Moncorvo, filho D
A
de F............. e de F............., titular do B.I. Português nº 9999999 e do documento de
D
Identificação Espanhol nº GGG666FF&&, residente na ................................ - Bélgica. O

Local, D
E
A Juiz de Instrução
C
*entregar-se-á um duplicado deste mandado e cópia do despacho ao detido no acto de A
captura P
T
U
Nota: São emitidos 5 exemplares, em triplicado, dos Mandados de Captura Internacionais,
remetendo-se 3 para a PGR, 1 para o Gabinete Sirene e 1 para Gabinete Nacional Interpol. R
A
MORADAS/CONTACTOS – ( Cfr. fls. 3, 4 e 5)
I
N
T
& E
R
N
A
C
I
O
N
A
L

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 133 -


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Pedido de Cooperação Judiciária Internacional em Matéria Penal M


[ Modelo ] O
D
Inquérito/Processo N.º: E
L
Contra: ( Nome, data de nascimento) O

D
E
1. Autoridade requerida:

1.1. Autoridade requerente:


P
E
(Função, lugar de origem e coordenadas da pessoa em questão) D
I
D
N.º de Telefone: O
N.º de Fax:
Endereço electrónico:
Nossa referência:

2. Solicitação:

Inquirição
Buscas
Apreensão
Audição por teleconferência
Audição por videoconferência
Escutas telefónicas
Outras:

2.1. Informação complementar referente às solicitações: (nome,


data de nascimento, endereço das pessoas a ouvir, se devem ser
considerados suspeitos, testemunhas, identificação de endereços ou
buscas que devam ser efectuadas, etc.).

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 134 -


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M
O
3. Enunciado dos factos:
4. Normas legais aplicáveis: D
E
L
O
5. Urgência:
D
O presente Pedido de Cooperação é urgente pelas seguintes razões:
E

P
6. As solicitações pedidas devem ser executadas da seguinte maneira: E
D
( Execução ordenada por diferentes momentos, presença de advogado, a I
D
presença de terceiros com vista a uma acareação, tranferência de pessoas presas, O
prestação de juramento ou não, notificaçãoes e/ou comunicações a serem
efectuadas, etc.).

7. Pessoas que devam estar presentes:

8. O pedido de Cooperação é confidencial pelas seguintes razões:

9. Convenções aplicadas:

Convenção Europeia de Auxílio Judiciário Mútuo em Matéria Penal,


de 20 de Abril de 1959
Convenção Europeia para a Repressão do Terrorismo, de 27 de
Janeiro de 1977
Convenção de aplicação do Acordo de Schengen de 14 de Junho
1985, assinada em 19 de Junho de 1962

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 135 -


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Tratado de Extradição e de Auxílio Judiciário em Matéria Penal do M


Benelux, de 27 de Junho de 1962
O
Convenção das Nações Unidas contra o tráfico ilícito de
estupefacientes, de 20 de Dezembro de 1988 D
Convenção relativa ao Branqueamento, à Detecção, à Apreensão e à E
Perda dos Produtos do Crime, de 8 de Novembro de 1990 L
Convenção relativa à cooperação judiciária em matéria penal entre O
os Estados membros da União Europeia, de 29 de Maio de 2000.
Convenções bilaterais D
10. Autoridades Judiciárias e serviços de polícia envolvidos: E

§ Oficial de Ligação: P
§ Magistrado de Ligação E
§ Ponto de contacto do RJE:
§ OLAF: D
§ EUROPOL: I
§ PRO EUROJUST: D
§ INTERPOL: O
11. Anexos:

§ Nota de transmissão
§ Legislação
§ Outras

(Assinatura)

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 136 -


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Cartas Rogatórias - Envio

NOTA DE ENVIO DE CARTAS ROGATÓRIAS


Acção Comum de 29 de Junho de 1998 adoptada pelo Conselho, com base no artigo K.3 do Tratado da União Europeia, relativa às boas práticas do auxílio judiciário mútuo em matéria penal
(Jornal Oficial L 191, 07/07/1998 p. 0001 - 0003)

PEDIDO (A preencher pela autoridade


requerente)
Número do processo: Apelido(s) do suspeito(s):

Autoridade a contactar no que respeita ao pedido:


Organização: Local: País:

Nome: Função: Língua falada:

DA
Número de telefone: Número de fax: E-mail:

Data-limite:
c
d
e
f
g Este pedido é urgente.
c
d
e
f
g Por favor execute este pedido antes de (data):

Motivos que justificam a data -limite:

Data: Assinatura: ................................................................................................................................................

AVISO DE RECEPÇÃO DO PEDIDO (A preencher pela autoridade requerida)


Número de registo: ........................................................................................................ Data: ........................................................................................................

Autoridade que recebeu o pedido


Organização: .................................................................... Local: .................................................................... País : ....................................................................

Nome: .................................................................. Função: .................................................................. Língua falada: ..................................................................

Número de telefone: ........................................................... Número de fax: ........................................................... E-mail: ...........................................................

Autoridade a consultar sobre a execução do pedido g


c
d
e
f A autoridade acima referida
c
d
e
f
g Outra:

Organização: .................................................................... Local: .................................................................... País : ....................................................................

Nome: .................................................................. Função: .................................................................. Língua falada: ..................................................................

Número de telefone: ........................................................... Número de fax: ........................................................... E-mail: ...........................................................

Data-limite: A data-limite provavelmente:


c
d
e
f
g será cumprida
c
d
e
f
g não será cumprida. Motivo: ................................................................................................
Data: ....................................................................................... Assinatura: ..............................................................................................................................
Preencha por favor este formulário após recepção e envie-o por fax para o número:

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 137 -


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ÍNDICE
A
Acordos Bilaterais, .......................................................................................128
Atlas Judiciário Europeu, ...............................................................................13

C
Cartas Rogatórias, ............................................................................................6
Cartas Rogatórias – Circular 35 / 1978, .......................................................124
Cartas Rogatórias - Circular 4 / 2002, ..........................................................110
Cartas Rogatórias - Envio, ............................................................................137
Cartas Rogatórias Comunidades Fronteiriças, ...............................................27
Cartas Rogatórias p/ Estados que ratificaram a Convenção Europeia, ..........23
Cartas Rogatórias para Estados da União Europeia, ......................................20
Cartas Rogatórias para Estados de Língua Oficial Portuguesa, .....................25
Circular 1 / 1988, ..........................................................................................122
Circular 35 / 1978, ........................................................................................124
Circular 4 / 2002, ..........................................................................................110
Convenções, ..................................................................................................128

E
Extradição, ......................................................................................................15
Extradição – Circular 1 / 1988, .....................................................................122

L
Lei 144 / 99, ....................................................................................................31

M
Mandado de Captura Internacional, .............................................................130

P
Pedido Cooperação Judiciária - textos, ..............................................................6
Pedido de cooperação judiciária - modelo, ....................................................134
Protocolos, .....................................................................................................128

Cooperação Judiciária em Matéria Penal - 138 -

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