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CONTEÚDO

PROFº: FRANCO
07 INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA
A Certeza de Vencer GE130508 – AB(N)

também com o controle social da força de trabalho, promovendo


A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA a mobilidade do trabalhador, e intensificando o arrocho salarial o
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que contribuiu para a concentração de renda no país, foram


1 - A “INDIGESTÃO” DE CAPITAL E TECNOLOGIA (1962- essas condições que possibilitaram o chamado “milagre
1964): econômico brasileiro” (1968-1973), quando o crescimento da
O final do governo JK já apresentava os primeiros sinais de economia nacional alcançou taxas elevadas (até 10% anual) e
uma crise que seria adiada por muito pouco tempo. Em inícios da criou no Brasil a ilusão de prosperidade social, situação
década de 60, logo após a renúncia do presidente Jânio Quadros explorada pelos governos militares como propaganda ideológica,
(1961) e a posse do novo presidente João Goulart, ela explodiria com o intuito de reprimir tensões na classe trabalhadora.
de modo intenso. Dessa fase destacam-se os seguintes fatos resumidamente:
Costuma-se chamar a esse período de “a crise brasileira de - crescimento da economia nacional no período do “milagre”
1962-64”, já que essa crise não foi apenas econômica, mas - aumento dos investimentos estatais em infra-estrutura e
também política e social. Do ponto de vista da economia, trata-se pesquisa tecnológica (Eletrobras, Nucleobras, Telebras, Inpe,
de uma fase em que todos os problemas gerados pelo “modelo” Embraer, etc.)
nacional-desenvolvimentista vieram à tona, promovendo uma - aumento da dívida externa, devido o volume de empréstimos
grande diminuição do ritmo de crescimento econômico do país. bancários (disponibilidade de petrodólares no mercado financeiro
No setor industrial, sobretudo, os investimentos - públicos e mundial);
privados – caíram consideravelmente. - consolidação da atuação das multinacionais na economia
Mas qual razão de tal declínio, se os “cinqüenta anos em nacional;
cinco” foram um sucesso em certas áreas? Justamente isso: o - repressão das classes trabalhadoras, arrocho salarial e
volume de novos capitais e de novas indústrias inauguradas de concentração de renda
uma só vez tinha sido tão grande que dispensava - consolidação da classe de tecnocratas no controle das
temporariamente a necessidade de novos investimentos. O estatais;
maquinário implantado era novo e estava em plena - condições para o declínio do modelo do tripé a ser sentido a
produtividade, havendo uma espécie de “indigestão” de capitais e partir nos anos 80.
tecnologias. Por isso os investimentos industriais cessaram por
um tempo, gerando uma recessão econômica que é comum nas A MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA
economias capitalistas.
O modelo implantado por JK trouxe também resultados
O regime autoritário militar abrange um período bastante
negativos. Concentração de capital e firmas, inflação e dívida
complexo: a crise dos anos sessenta, o “milagre” entre 1968 e
externa, concentração de renda e crescente poder da burocracia
1972, até às vésperas da recessão que caracteriza os primeiro
foram todos os problemas que surgiram durante a administração
anos da década de 80, procurando uma modernização
de JK, mas que só surgiram depois. A crise econômica que
acelerada, o Estado sustentou níveis elevados de investimentos
explodiu em 1962, e foi exacerbada pela crise política que levou
com grandes gastos governamentais e intervenção direta no
à renuncia do presidente populista eleito Jânio Quadros.
aparato produtivo da economia, às custas do endividamento com
O contexto político e econômico mencionado levou o
sistema bancário nacional e internacional. O seu programa para
presidente João Goulart a adotar uma linha de ações diferente da
a modernização baseou-se também num projeto territorial
implementada por JK. O Plano Trienal e as Reformas de Base
fundado no ideário da integração nacional e do Brasil potência
são vistos com desconfiança pelas elites políticas e burguesia
(…) O Brasil ingressou na modernidade pela via autoritária, e o
industrial que, com a ajuda dos militares, limitam
projeto geopolítico do Brasil-potência (…), deixou marcas
momentaneamente o poder de Jango através da imposição do
profundas sobre a sociedade nacional. A economia brasileira
regime parlamentarista. A partir do plebiscito que devolve os
alcançou a posição de oitavo PIB do mundo, seu parque
poderes presidenciais a Goulart, instaura-se uma crise política
industrial atingiu elevado grau de complexidade e diversificação,
que só termina com o golpe dos militares em 1964. Identificado
a agricultura apresentou indicadores flagrantes de tecnificação e
com ideais socialistas, Jango é obrigado a ceder e fugir do país
dinamismo, e uma extensa rede de serviços interligou a quase
que, assim, volta à esfera de influência estrangeira, notadamente
totalidade do território nacional.
norte-americana. Nesse novo período, o Brasil volta a receber
No entanto, a maioria da população brasileira não
investimentos externos, como uma continuação do processo
participou diretamente das benesses do crescimento econômico.
econômico iniciado por JK.
O Brasil inaugurava a modernidade da pobreza. Não a pobreza
primitiva, mas aquela iluminada pela janela das telas dos
2- PERÍODO DE 64 ATÉ OS ANOS 80. (Período Militar)
aparelhos de televisão, que espalhavam nas centenas de
Do ponto de vista da industrialização brasileira propriamente
milhares de casas, casebres e favelas. Conectando ricos,
dita, o golpe de 1964 não trouxe nenhuma mudança nos rumos
remediados e pobres no mundo ilusório e utópico das novelas e
por ela tomados desde 1955. Muito pelo contrário, o papel da
dos noticiários dos programados, a ideologia eletrônica da
ditadura militar foi o de consolidar o modelo econômico
televisão compriu no Brasil um papel único no mundo, enquanto
implantado nos anos 50, aperfeiçoando-o.
instrumentos de política social e formação de opinião durante o
As forças vitoriosas adotaram um modelo econômico
período autoritário e mesmo depois dele (…) A modernização
fortemente associado ao capitalismo mundial e dele dependente,
conservadora gerou uma pobreza específica, associada à
com isso abriram mais amplamente o país para a penetração do
modernidade. A problemática social da semiperiferia se
VESTIBULAR – 2009

capital estrangeiro em vários setores, inclusive na agricultura e


manifesta em um grande descompasso entre expansão das
na mineração (os grandes projetos na Amazônia).
redes de serviços e de equipamentos coletivos e o precário
Para viabilizar a retomada do crescimento econômico,
estado social da nação.
interrompido de 1962 a 1967, o Estado brasileiro ampliou a sua
BECKER, Bertha K. & EGLER, Claudio A G. Brasil: uma nova
atuação empresarial, através de investimentos em infra-estrutura
potência regional na economia mundo. Editora Bertrand
(setor energético, comunicações, insumos básicos industriais)
Brasil, Rio janeiro, 1994 p136, 170 e 171.
mediante novos empréstimos junto aos credores internacionais e

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Como já mencionamos, para a industrialização e o projeto GRÁFICOS PARA ANÁLISE


de Brasil-potência, o governo utilizou a poupança externa, uma
vez que havia grande disponibilidade de dólares no mercado
internacional, os petrodólares gerados pelas exportações de
petróleo do Oriente Médio (primeiro e segundo choques do
petróleo). Esse dinheiro fluía para o sistema financeiro europeu e
norte-americano.
A partir de 1979, em função da crise do petróleo e o
arrefecimento da economia mundial que dela decorreu, os
Estados Unidos passaram a impor uma política de elevação de
juros (que passaram de 1-2% ao ano a 6% - proporção até então
jamais alcançada no mercado financeiro internacional) cujas
conseqüências foram catastróficas para os países devedores.
Crescendo em ritmo muito rápido, a dívida gerava mais dívida,
criando um circulo vicioso.
Os países endividados passaram a ter dificuldades para
pagar os juros da dívida. Foi o caso do Brasil, em 1982 e nos
anos seguintes. Longas negociações se desenrolaram no
governo José Sarney (1985-1990), incluindo o pedido de
moratória.
Desta forma, a partir de 1979 e nos 80 o “milagre” se desfaz
devido à crise de endividamento externo e do declínio da ____________________________________________________
capacidade do Estado em continuar “bancando” o ritmo do
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crescimento industrial brasileiro.
A crise da dívida externa levou o Estado a redirecionar os ____________________________________________________
seus investimentos com o intuito de pagar os seus compromissos
acumulados desde os anos 50. Através do II PND (Plano
Nacional de Desenvolvimento), o Governo volta os seus esforços
nas exportações de bens primários para obter divisas e
normalizar a sua balança comercial.
Daí o investimento nos grandes projetos na Amazônia para
explorar os seus recursos naturais, bem como a política agrícola
de exportação de soja, laranja, etc.
Além disso, o governo adotou uma política de contenção das
importações, mediante um protecionismo alfandegário, arrochou
os salários e congelou preços em sucessivos planos econômicos
(Cruzado, Bresser, Verão, etc) orientados pelo FMI (Fundo
Monetário Internacional), com a intenção de estabilizar a
economia, além da redução de investimentos na área da saúde,
educação, etc.
Como reflexo da crise, o Brasil viu cair o desempenho
industrial, pois com a dívida interna o governo emitiu títulos
públicos a juros altos, que atraíram compradores ávidos por lucro ____________________________________________________
fácil. Logo a “ciranda financeira” substituiu os investimentos ____________________________________________________
produtivos diretos, resultando numa retração econômica e queda
do PIB brasileiro, além do desemprego e problemas sociais. ____________________________________________________
Esses fatos caracterizaram a chamada “década perdida”,
pois a economia nacional apresentou sucessivos índices
econômicos e sociais abaixo da média das décadas anteriores.

ANOTAÇÕES:
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