Você está na página 1de 1

FENOMENO 415

nal, phénomér nénologique; al. Phänomenal, nome- medida em que se reconhece que os objetos do
nologisch).
A distinção entre os dois adjetivos. que conhecimento se revelam segundo os modos e nas
ão devem
ser nfundidos, foi bem exposta por formas próprios da estrutura cognoscitiva do
Heidegger: Por fenomena entende-se aquilo que homem, e que por isso eles não säo as "coisas
e pode ser explicitado no processo com em si mesmas, isto é, como são ou poderiam ser
é dado
qual o fenömen0 se encontra, pelo que se fala fora da relação cognoscitiva com o homem, o
de 'estruturas tenomenais'. Fenomenológico é, objelo do conhecimento humano configura-se co
que é inerente ao modo mo F., isto é, como coisa aparente naquelas con-
nelo contrário, tudo aquilo
de mostrar
e de explicitar e tudo aquilo que ex- dições: o que obviamente não quer dizer coisa
nesta busca" (Sein enganadora ou ilusória. É na filosofia do século
nrime a conceituaçao implicita
und Zeit, S 7). Em outros termos, pode-se falar XVIII que se dá este passo. Hobbes que em prin-
de um "objeto fenomenal" realidade feno-
ou cípio revalorizou o F. como aparência geral (De
menal, deve-se falar de "pesquisa fenome-
mas
Corp. 25, § 1: v. APARÊNCIa) não atribui
nológica", de "epoché fenomenológica", etc. O qualquer significaço limitativa ou corretiva à
adjetivo F. qualitica o objeto que se revela no palavra F. pela qual designa qualquer objeto
fenomeno, o adjetivo fenomenológico qualifica a
possível do conkecimento humano. Maupertuis que
nas Cartas de 1752 afirma que a extensão é um
manifestação do objeto em sua "essência" além
da busca que torna possível essa manifestação. fenômeno como todas as coisas corpóreas ((Eu
vres, 1756, II, 198 e segs.), exprime pelo con-
FENOMENISMO(ingl. Phenomenalism; franc.
Phénoménisme; al. Phänomenalismus). A dou- trário a convicção. bastante comum em
seu tem
po, de uma limitação do conhecimento humano;
trina segundo a qual o conhecimento humano se
e é desta convicção que Kant partiu para suua
limita aos fenômenos no segundo sentido do ter-
distinção entre F. e nôumeno. Segundo Kant, o
mo. A palavra designa quer as filosofias que con-
F. é em geral o objeto do conhecimento enquanto
tudo admitem a existência de uma realidade dife
rente do fenômeno (como as de Kant ou Spencer),
condicionado pelas formas da intuição (tempo
do intelecto. "F., diz
quer as filosofias que negam qualquer realidade espaço e pelas categorias
Kant, é o que náo pertence ao objeto em si mes
que não seja fenômeno (Renouvier, Hodgson). mo, mas se encontra sempre na relação entre ele
0 termo foi inventado no século XIX. Mas a e o sujeito, e é inseparável da representação que
filosofia fenomenista nasceu no século AVIl, e este tem daquele. Por isso mesmo, os predicados
é a filosofia do Iluminismo. do espaço e do tempo são atribuídos aos objetos
dos sentidos como tais, e nisso não há ilusão.
FENOMEN0 (gr. tà pavóuEva; ingl. Pheno-
menon; franc. Phénomène; al. Phänomen). Pelo contrário, se atribuo à rosa em si a cor ver-
. O mesmo que aparência (v.). Nesse sen- melha, a Saturno os anéis ou a todos os objetos
externos em si a extensão, sem levar em conta
tido o F. é a aparência sensível, que se opõe à
realidade da qual por outro lado pode ser cons1 a relação desses objetos com o sujeito e sem limi-
derado como manifestação, ou ao fato ao qual tar meu juízo a esta relação, então nasce a ilusão"
por outro lado pode ser considerado idêntico (v. (Crit. R. Pura, Estética Transcendental, § 8. Obs.
FATO). E este o sentido que a palavra normal- ger., nota). Tal significado, em que era fixado
mente assume na linguagem corrente (mesmo
um vago filosofema difuso do século XVIII, per-
maneceu como um dos significados fundamentais
quando esta faz alusão a uma aparência parado-
xal e insólita, por exemplo, monstruosa) e é tam- do termo e precisamente aquele com relação ao
qual se fala de fenomenismo. Esse significadoé
Dem osignificado que ocorre em Bacon (no De
nlerpretatione Naturae Proemium, 1603), em assinalado pela limitação de validade que importa
no conhecimento humano. F. neste sentido não
escartes (Princ. Phil., III, 4), em Hobbes (De
o objeto que se manifesta, mas o objeto que se
orp.. 25, § 1) e em Wolff (Cosm., § 225).
. A partir do século XVIII e.em relação manifesta ao homem nas condições e limitações
particulares que esta relação com o homem implica.
Coma reabilitação da aparência como manifesta
ao da realidade aos sentidos e ao intelecto do 3. Todavia, na filosofia contemporânea, a
mem. a palavra F. começa a designar o objeto partir das Pesquisas Lógicas (1900-1901) de
especitico do conhecimento humano, Husserl, F. começou a indicar não somente o que
precisamente aparece ou se manifesta ao homem em condições
cguanto aparece sob condições particulares, carac
er'sticas da estrutura cognitiva do homem. Neste particulares, mas que aparece ou se mani-
aquilo
eudo, a noção de F. é correlativa à de coisa festa em si mesmo, isto é, como é em si, na sua
StV.) e evoca-a por oposição contrária. Na essência. É verdade que para Husserl o fenômeno

Você também pode gostar